Acordei em uma cama de hospital, não fazia ideia de quantos dias se passaram desde que eu "apaguei", olhei para os lados examinando o lugar e vejo em uma das poltronas Luke babando enquanto dormia. Pelas olheiras ele parecia que não tirava um bom cochilo a dias, relutei contra a ideia de acorda-lo.... Porém se alguém tinha que saber que eu despertei, esse alguém era ele. Então pensei – Dane-se, depois eu compro uma fatia de torta e ele me perdoa rs. Mas, quando me levantei para ir de encontro a poltrona que Luke se encontrava, a porta se abriu revelando Kris com dois copos de café, assim que me viu deixou ambos os copos caírem no chão e depois de 5 segundos a senti em meu pescoço, me abraçando e dizendo o quão aliviada estava por agora me ver bem.

– Luke, acorde. Vamos logo, acorde, acorde. – Kris gritava sem parar.

–Eu não vou pra escola hoje mãe, tô doente agora me deixa dormir. – Luke resmungava ainda sonolento.

–Acorda logo imbecil, que tipo de melhor amigo é esse que não vê que eu já estou melhor e quero sair logo pra comer? – Agora eu falava, em meio a risadas.

–Leo? –Ele enfim pareceu despertar.

–Não acredito, Leo?

–Sim panaca e estou com fome, então levanta logo daí. Necessito sair urgente desse hospital.

Luke não disse nada, apenas caminhou em minha direção e me abraçou, nossa amizade era tamanha que quem nos visse pela primeira vez pensaria que somos irmãos... aliás, acho que já tínhamos nos tornado irmãos.

–Ok, vou providenciar a papelada para você poder sair e pedir também para alguém limpar esse café. – Kris disse, saindo apressadamente da sala.

–Certo. – Respondi e me virando pro Luke perguntei.

– Há quantos dias eu... você sabe... “apaguei”?

–Cara, você já tinha 3 meses e 8 dias apagado, os médicos tudo ficaram sem reação, sem saber explicar.

Antes que pudessem terminar de conversar, Kris chegou ao quarto anunciando que Leo já tinha alta, porém teria que repousar por mais alguns dias.

–Leo, você vai ficar lá em casa enquanto passa esses dias, agora vamos andando. Você precisa descansar e Luke precisa... bem, acho que ele está precisando descansar mais que você. – Kris disse sorrindo fraco.

Era verdade, a aparência do meu melhor amigo estava horrível, parecia que um trator, uma escola de samba, um trio de guaxinins irados e um mamute tinham passado por cima dele. Ok, ok acho que exagerei só um pouquinho – risos. Assim que chegamos em casa, Luke foi relutando para o seu quarto, por mais que eu quisesse passar um tempo com o meu melhor amigo, ser atualizado de tudo que perdi eu sabia que ele precisava de um super descanso. Então, fui ajudar Kris a arrumar a casa. – Na verdade não fiz quase nada, pois ela não deixava... mas, tudo bem.

Por incrível que pareça o tempo passou rápido e antes que eu me desse conta já tinha anoitecido, pedimos uma pizza por telefone e fui acordar o Luke, cheguei na porta do seu quarto e dei três batidas, não demorou muito e um zumbi apareceu perguntando o que tinha acontecido.

– Vamos jantar, Kris pediu pizza.

–Ok, pode ir descendo... daqui a 2 minutos eu chego lá.

.......

5 dias se passaram desde que cheguei do hospital, as férias de verão tinham acabado de começar e eu já estava em minha casa. Era uma manhã ensolarada de sábado, mais tarde sairia com o Luke, bom era isso o que eu tinha planejado. Porém escuto o som da campainha tocando na porta da frente.

– Já vai. – Eu gritei, enquanto passava a toalha pela cintura e saia do banho.

Desci as escadas um tanto apressado, já estava pronto para esbravejar com quem quer que fosse, porém ao abrir a porta eu me surpreendo com o que vejo.

–Leo? WOW, como você cresceu! Saudades de você. – Após ouvir isso, sinto ela saltando ao meu pescoço e depois me dando um breve selinho.

Antes que ela pudesse se afastar do meu corpo, minhas mãos criaram vida e a impediram de tal ato. Já estávamos em êxtase, nossos corpos transbordavam o calor de mil sóis, sem desgrudar os nossos corpos a conduzi até o sofá, o ar se fez necessário neste momento e eu quase o amaldiçoei, porém logo esqueci disso e fui em direção ao lóbulo da sua orelha, onde eu mordiscava enquanto tirava sua blusa.

– Você não sabe o quanto senti sua falta Leo. – Ela falava em meio a gemidos abafados. –Porém, acho que esquecemos a porta aberta... e não seria legal alguém chegar e nos atrapalhar que nem na última vez.

Levantei-me em meio a protestos, não queria que aquilo acabasse, mas ela estava certa. A porta estava aberta, eu estava somente de toalha e se não parássemos eu não sei até onde iria – Bem, eu pensei que estava de toalha, mas percebi que ela tinha caído assim que me levantei.

Peguei a toalha que agora se encontrava no chão, amarrei novamente em minha cintura e fui até o meu quarto trocar de roupa, não demorou nem 5 minutos e já estava novamente na sala, peguei as malas da minha prima Luna e coloquei-as no quarto de hospedes. Bem, eu ainda não falei sobre como ela é.... então, vou começar a descrevê-la.

Luna trajava jeans rasgados no joelho, uma camisa laranja, sua pele era clara, seus olhos castanhos iguais a cor do seu cabelo, ela tinha 16 anos e era quase da minha altura. Mesmo sendo primos, já tivemos um passado. – Ok, acho que isso ficou meio explicito na cena que ocorreu ainda a pouco, mas tudo bem... Não trocamos uma palavra até aquele momento, foi então que Luna quebrou o silêncio dizendo.

– Morarei aqui, a partir de agora... se você não se importar é claro.

– Claro que eu não me importo, mas por que você decidiu só agora vim pra cá? Paris estava te chateando? – disse dando uma leve risada.

–Saudades pode ser um motivo plausível? – Ela dizia isso enquanto sorria.

–Ah, só porque é você.

Ajudei Luna a se acomodar em seu quarto, conversamos sobre suas aventuras em Paris, contei-a sobre o que tinha acontecido enquanto a mesma estava fora – ocultando a parte de que fiquei de coma e que conversei com a minha mãe. ­

Já se aproximava da hora do almoço, mesma hora que tinha combinado com o Luke pra irmos ao shopping, tinha algum filme novo que estava passando e que ele queria muito ver e como sempre, também existia o fator chamado torta kkk, conversei com Luna e perguntei se ela iria querer ir também, porém a mesma disse que descansaria da viagem. Nos despedimos com um selinho e desci em direção a porta.

POV LUKE.

Eu já estava impaciente de esperar o Leo abrir a porta, então resolvi bater de novo, não demorou muito e dessa vez escutei um – Já vai. Assim que ele abriu a porta eu já estava pronto para falar qualquer coisa, fingir estar bravo por ter perdido a sessão do filme ou coisa do gênero, porém toda a minha atenção foi direcionada para o final da escada, nela se encontrava uma garota linda, cara na boa somente a palavra linda não a descreve, ela estava com uma camisa folgada que logo reconheci que era do Leo e uns shorts jeans curtos, eu definitivamente estava em transe.

–Hey, bobão... vamos ou não vamos assistir ao filme? – Leo dizia isso enquanto balançava uma das mãos no meu rosto.

–Ah sim, ok, ok... vamos logo que a Kris está nos esperando lá na frente.

Caminhamos até o carro, porém aquela imagem não me saia da cabeça e agora nascia uma dúvida...

–Seu safado, vai me contar ou não quem era aquela gata na sua escada? – Disse isso, dando um murro de leve no braço do Leo.

–Ah, você está falado da Luna? É a minha prima. – Ele disse isso, como se fosse a coisa mais natural do mundo ter uma prima super gata.

–Ok, ok depois quero todos os detalhes do que aconteceu ou deixou de acontecer, agora vamos adiantar antes que Kris arraste o carro.

POV LEO.

Não demoramos muito e chegamos no shopping, Kris se encontrou com algumas amigas e com seu namorado e fomos todos para a sessão do filme, o restante da tarde passou muito rápida. Cheguei em casa já eram umas 19hrs, estava exausto e pronto para dormir, então tomei uma ducha e vesti somente a parte de baixo do meu pijama e deite-me... Já estava agarrando no sono, quando sinto um peso extra na cama, era Luna claro.

–Pensei que você já estava dormindo. – Disse bagunçando aqueles cabelos cor de mel.

–Bem, eu estava... mas ai ouvi você chegando e perdi o sono...

–Pronto, já estou aqui.

–Boa noite Leo – Ela disse me dando um selinho.

–Boa noite Luna. – Retribui o selinho e fiquei observando-a adormecer no meu peito.