Capítulo 2

Acordei com a luz do dia entrando no meu quarto. Sentei-me na cama e vi algo vermelho no meu quarto. Quando olhei melhor não era algo e sim alguém.

Bom dia, meu anjo! Dormiu bem?- Preguntou minha mãe caminhando na direção da minha cama.

Bom dia. E não, não dormi muito bem. Tive o pior dos meus pesadelos!- Falei bufando enquanto caia de novo na cama.

Serio? Conte-me então, Eadlyn, o seu temível pesadelo.- Minha mãe falou com um sorriso no rosto que eu não pude descifrar.

Sonhei que o papai anunciava o início da Seleção e eu ia ter que me casar tão cedo. E hoje todos os jovens de dezessete a vinte anos iriam receber o formulário para preencher para participarem do sorteio. Mas, o lado bom é que foi só um pesadelo!- Falei lembrando-me de como o pesadelo parecia ser real.

Mamãe sentou-se na beirada da minha cama e pegou uma carta espessa e levemente texturizado, e tinha o símbolo oficial de Illéa.

Eadlyn, seu pai quer que você leia isto.- Ela falou e me entregou a carta.

A carta era dourada, leve, delicada e tinha o simbolo De Illéa bem na frente. Abri a carta e comecei a ler:

“Informamos que hoje começa as inscrições para os jovens solteiros de toda Illéia que queiram participar da Seleção da Princesa Eadlyn Schreave. Se sua família está recebendo esta carta e porque se encontra uma jovem rapaz solteiro disponível para participar da Seleção. Se alguém adquirir o interesse em participar, preencha o formulário na outra folha e também estará dando demais instruções”

Quando terminei de ler, não sei como estava a minha expressão,

mas minha mãe começou a rir.

O-O quê?- Perguntei assustada, vendo meu pesadelo se

tornando realidade.

Não. Não é possível. Mas... mas... por que eu? Por que... não,

não posso!- Falei levantando- me da cama

Eadlyn, filha, acalme-se! Por favor!- Falou minhama~e com a

voz mais suave que ela tinha. - Você teria mesmo que fazer um dia isso. É o seu

dever como princesa e futura rainha. Isso não é um monstro de sete cabeças!

Você consegue, filha!

Não, mãe. Eu não consigo. Como é que eu vou fazer isso? Como vou interagir

com eles? Como vou falar ou me comportar com eles? Mãe... eu... eu... nunca

gostei de nenhum garoto na vida! Como vou saber que o sentimento é real?

Filha...

E se forem nojentos? Mal-educados? Feios? Magrelos? Gordos? Como vai

ser?!- Gritei frustrada com tudo.

Eadlyan! Acalme-se! Vamos lhe ajudar! É por isso que estou aqui, vim para lhe

ajudar. Seu pai também vai ajudar. Mas, se acalme, está bem? Vem aqui!- Ela

me chamou com os braços estendidos. Fui até ela e deitei em seu colo.

Mãe, estou com medo! E se eu não achar a pessoa certa?- Perguntei baixinho.

Você vai achar, Eadlyn! Basta se acalmar e esperar. Porque ela vai aparecer.

Sei disso.- Mamãe falou acariciando meus cabelos.

Venha, levante-se!- Ordenou ela- Você tem vestidos novos para experimentar e muitas outras coisas para fazer, incluindo dar uma olhada nos quartos dos nossos futuros hóspedes. E seu pai quer vê-la também! Então, vamos!

Sim, senhora.- Falei levantando-me e fui para o banheiro.

Lúcia apareceu para vir me ajudar a vestir meu vestido. Era simples, mas bem fácil de ser retirado. Era rosa com alcinhas. Que fazia milagre nas minha curvas.

Lúcia, você pode enviar um recado para a Celeste e a Meliça, por favor?

Claro, senhorita! Farei isso quando terminar de lhe arrumar.- Respondeu-me Lúcia, fechando os botões do meu vestido.

Lúcia, você poderia fazer isto agora? É que preciso delas urgente! Posso terminar de me arrumar sozinha.- Falei virando-me para ela.

Sim, senhora. Já irei.-Respondeu Lúcia retirando-se do meu quarto

Me virei para o espelho novamente. E comecei a cantarolar uma música que minha mãe cantava toda vez quando eu estava triste ou ia dormi. Quando percebi que eu estava chorando, perdida nos meus pensamentos. E se eu não me apaixonar? E se ele não me amar? E se ele me trair? E se ele me deixar? E se ele não me amar de verdade? E se...? Não, e se...? Meus pensamentos foram interrompidos por batidas na porta do meu quarto. Limpei as lagrimas e fui ver quem era. Quando abri a porta, escutei gritinhos que eu conhecia muito bem.

Aaah! Eadlyan!- Exclamou Celeste me abraçando.

Parabéns, amiga!- Falou Meliça, empurrando Celeste para me abraçar.

Oi meninas! Mas por que todas essa agitação?

Serio? Você não está feliz?- Perguntou Celeste gesticulando e dando pilinhos de alegria.

Na verdade... - Comecei a falar, mas Meliça me interrompeu.

Eadlyn! Minha cara, daqui a nove dias você terá TRINTA E CINCO GATOS em sua casa! Como você, não pode estar FELIZ?

Bom... não sei se... sei lá... não sei como reagir a isto! É que... eu sabia que um dia teria que acontecer... mas, não esperava que fosse assim, tão rápido! Eu nem sei começar uma conversa com eles!

Minha flor, todo mundo tem sua primeira vez! Se não, nós nasceríamos sabendo de tudo. Ah, e se por acaso você não gostar de um deles, mas se for o meu tipo. Não esquece de me avisar!? Por favor!- Falou Celeste virando-se de costas e em volvendo suas próprias mãos na sua cintura e fingindo estar beijando alguém.

Começamos a rir juntas e , falei:

Pode deixar! Arranjo um namorado pra você! E muito obrigada por virem aqui. Melhorou meu humor. Meu pai quer me ver antes do café. Não duvido muito que é sobre o Jornal Oficial e os garotos.- Felei sentando-me na cama.

Ei! Vamos, Eadlyn! Não deve ser tão terrível assim! Pense pelo lado bom... bom... é,é... será que tem lado bom nisso?- Perguntou Meliça decepicionada consigo mesma.

Claro que tem lado bom!- Exclamou Celeste.- Pense Eadlyn, eles estão aqui para te conquistar. Mas isso quer dizer que existem também dois tipos de grupos: os que querem a sua mão; e os que querem a coroa. O que você precisa fazer é descobrir quais deles se encaixam em cada grupo. Os que querem a sua mão, você pode fazer amigos e apaixonar-se por um deles; e os que querem a coroa...- Ela fez uma pausa e mostrou um sorriso malicioso no rosto.- Você se diverte com eles. Finja estar completamente apaixonada, iluda eles e depois jogue fora! Para aprenderem a não brincar com você!- Celeste finalizou ainda com o sorriso malicioso no rosto.

Acho que isso não é uma atitude de princesa! E se descobrirem o que eu vou estar fazendo?- Perguntei achando que a atitude não era muita promissora.

É só guardarmos segredo. Como sempre fazemos!- Explicou Melçiça entrando novamente na conversa.

Bom... pode até... dar certo! Mas vou precisar da ajuda de vocês. E nunca no mundo essa conversa vai sair daqui! Entenderam?- Perguntei fazendo elas prometerem não contar a ninguém.

Claro que não vamos contar! Não iríamos perder uma oportunidade única como essa!- Falou Meliça entusiasmada e sonhadora.

Rimos juntas, por causa do entusiasmos dela, e nos levantamos indo em direção à porta.

Obrigada meninas! Só vocês para me fazerem rir quando meus pesadelos se tornam realidade!

Ei, fofa! Somos amigas, e é para isso que amigas servem: ajudar umas as outras. Mas digo logo, nossa especialidade são GA-RO-TOS!- Falou Celeste sorrindo e me abraçando.

Eadlyn, não precisa se preocupar. Eles não vão te matar! Só apenas pense que eles são o nosso total oposto! Simples!- Falou Meliça me abraçando e segurando minhas mãos.

Bom, espero que sim! Papai quer me ver agora, mandem beijos para Marlee e Kriss e abraços para Aspen e Carter! Por favor!- Falei para elas indo em direção a sala do meu pai.

Falaremos para eles, e boa sorte com seu pai!- Falou Meliça com o tom de voz provocador.

É, boa sorte!- Falou Celeste despedindo-se e saindo com Meliça.