Star Wars - Anarchy (Livro 1) escrita por Coelho Samurai


Capítulo 9
Você Sabe O Que Está Acontecendo?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/566049/chapter/9

Sargento Yar andava de um lado para o outro, analisando cada movimento, cada gota de suor que escorria dos rostos dos soldados, e seu método de disciplina era bem efetivo.

– SEUS VERMES MOLENGAS E INÚTEIS!!!! Já treinei crianças melhores que vocês, que coisa terrível. Ei, ursinho Pooh. – Ele aponta para Todd, e coloca uma latinha vazia de Flashbang no topo de sua cabeça. – Atire na lata.

Todd se vira, e todos os soldados abaixam os rifles de assalto, todos olhando fixamente para o pequeno Ewok que, com dificuldade, equilibrava um rifle muito maior que ele em seu ombro.

– EU NÃO TENHO O DIA INTEIRO, EWOK! – Grita Yar, novamente. Todd, ainda muito nervoso, apertava o olho esquerdo contra as pálpebras – Sei que não vai me atingir. – Isso deixou Todd mais tenso ainda, tremia muito e por um segundo pensou que não ia conseguir. Um pouco longe dali, Mack estava em pé na entrada da tenda, com a perna enfaixada. Ele estica o braço na direção de Todd e sussurra “Você vai acertar esse tiro, você está nervoso, mas não quer estar, sendo assim, você vai ficar tranquilo, e acertar o tiro.” Depois a abaixando a mão e lentamente abrindo os olhos, ele ouve o tiro.

A latinha de flash cai no chão, perfurada por um disparo de plasma, e o buraco deixado ainda esfumaçava. Todd, abaixando o rifle e respirando fundo, olha com muita calma para Mack, que esboçava um sorriso e novamente entrava na barraca.

– Muito bem Ewok, muito bom mesmo. Virão só? É assim que vocês devem agir o tempo inteiro, não somente sob pressão, e além do mais, a pressão só vai atrapalhá-los.

– Não sou boa com rifles de assalto. – Gritou a voz de uma menina, era Bonniebel – Não sei usar armas desse porte.

Yar, com o passo firme e um pouco enfurecido pela “petulância” de Bonniebel, se aproxima calmamente a jovem de cabelos loiros.

– Então me diga garota. O que você sabe fazer? – Ela permanece pensativa e tensa, olhando para os lados e finalmente encontra Carl, que sinaliza positivamente com a cabeça.

– Eu sei usar pistolas. – Ela anda até o arsenal de armas, dando as costas para o Sargento Yar. Analisando calmamente a mesa de madeira, ela seleciona duas pistolas de longo alcance, e sem ao menos se virar. Grita. – LANÇAR. – Um rapaz muito magricela comandava o laçador de projéteis, ele ouve o grito e dispara. Em apenas dois segundos, Bonniebel carrega as pistolas, se vira e acerta dois disparos certeiros no disco. Que cai esfumaçando, e com manchas de queimaduras em volta das marcas, aos pés do Sargento Yar, que não sabe qual expressão de terror fazer para Bonniebel.

– Isso foi... Incrível. – Ela sorri e acena com a cabeça de forma irônica. – Onde aprendeu a fazer isso?

– Meu pai era um executivo da Máfia do grande Jabba, O Hutt, vendendo armas para o Império... Digamos que ele sabia atirar, e me ensinou algumas coisas antes de desaparecer e minha mãe virar uma alcoólatra, então tive que fazer o resto dependendo apenas da ajuda de um único amigo que me visitava quase todos os dias.

– De qualquer forma, lamento muito senhorita, mas regras são regras, e temos um protocolo aqui, um padrão. E vai ter que usar nossas armas.

– Mas você não pode...

– NÃO... Teime comigo mocinha, não sou um de seus amiguinhos. Vai fazer o que eu mandar, e se não percebeu, não temos tempo para mudar o protocolo, empunhe o rifle, volte para a cabine. Se não consegue mirar com o olho direito, não mire, não atire, não atrapalhe.

– Não consigo mirar com o olho direito porque a minha mãe batia no meu rosto quando eu era uma criança, meu pai tentava me defender e agora ele sumiu, e eu tenho dislexia, seu insensível.

– Todos nós temos problemas, criança, todos nós. Agora pare de choramingar e empunhe a droga do rifle.

Carl percebe sua frustração, os dois voltam a se entreolhar, até que ele dá um passo à frente, empunhando um rifle do exército da república carregado, e seu lenço cinza e negro amarrado em volta do pescoço. Carl tinha um porte grande e forte, era mais alto que Mack e mais musculoso também.

– Sargento, permissão para me apresentar.

– Concedido.

– Senhor, Bonnie e eu treinamos juntos desde os 19 anos, ela é a melhor atiradora que conheço, será mais útil fazendo as coisas do jeito dela que o do Senhor, com todo o respeito.

Sargento Yar analisava aquela situação de maneira bem delicada e apreensiva. – Faça o que quiser... “marujo”. – Sargento Yar continua andando em direção aos soldados. – Voltem ao treino. – Ele segura o braço de Carl e sussurra em seu ouvido – Se algum de vocês atrapalharem essa operação com sua ideologia sem liderança, regras ou disciplina, serei forçado a declará-los traidores, e prendê-los, entendeu? – Carl confirma com a cabeça. Bonnie guarda as armas no coldre e se aproxima de Carl.

– Obrigado – Sussurra ela, dando-lhe um beijo no rosto. Ambas as bochechas coram em vermelho. Mack, mais uma vez em pé, assiste à cena. “Tomara que essas dois se acertem logo”. Pensou.

Logo mais, Mack volta mancando levemente até sua maca. Ele se deita, ainda se queixando de dor. “Sou o dominador da Força mais poderoso que existe, nunca senti dor física antes.” E parada a sua tenda, estava Tay-Scar.

– Como está a perna? – Ela pergunta.

– Não é da sua conta. – Ele responde, cínico.

– Claro que é – Ela ri – Fui eu quem te deixou assim, caído, perdido, confuso.

– O que quer dizer?

– Ora, machucado, com a perna queimada, a que mais eu poderia estar me referindo?

– Ah... Nada. – Ele se senta na maca, e puxa o sabre para as mãos em cerca de 2 segundos usando a Força, e começa a desmontá-lo. – Sabe onde eu encontro diamantes por aqui? Este aqui já está gasto. – Ele liga o sabre. – Vê? Está opaco, deveria estar fluorescente e bem vivo.

Mas Tay não respondeu, estava completamente paralisada e hipnotizada, ela nunca vira um sabre de luz de tão de perto, Mestre Mir e Mestre Asoka não deixavam nenhum soldado chegar ao menos perto de um sabre de luz.

– Eu... Acho que assim está ótimo. – Ela gagueja.

– Não... Olha só pra isso, está fosco, parece até a pintura externa da minha nave.

– Aziz Ondur. – Ela diz, olhando diretamente para os olhos de Mack.

– É... Exato.

– O que significa esse nome?

– Era o nome do meu pai, Aziz Ondur. Bom, recentemente acabo de saber que é Aziz Ondur/ Skywalker. – Ele esboça uma risada, enquanto continua a analisar o sabre.

– O que você sente? – Por um segundo ele para de se concentrar no que está fazendo para responder à essa pergunta. – Quero dizer, em relação à Força e tudo mais? O que sente? – Ele respira fundo e tenta falar.

– Tudo, a Força é a energia dentro e fora de cada grão de matéria na galáxia. Eu posso sentir tudo que está ao meu redor. – Ele deixa o sabre sobre a maca. – Com os anos de prática, consegui aos poucos ampliar o meu poder – Ele sai da maca a começa a andar em direção à Tay. – Consigo ver os sentimentos dos outros.

– Ver?

– Ver. Ouvir. Sentir o que sentem. Tudo. – Ele caminha agora como se a perna nunca tivesse sido ferida. – Escuto seus corações batendo, vejo bondade, maldade, ambição, humildade, fúria, paz interior. É como se todos pudessem compartilhar suas almas comigo. – Ele agora está bem à frente dela. – Eu sei por que você acertou aquele tiro, e sei o que me desconcentrou, mas você tem que entender que eu não posso, eu simplesmente não posso. Ainda não estou pronto. O equilíbrio não está completo. – Com expressão de choro, ela responde.

– E quando vai estar pronto? Pensei que fosse um Jedi Cinza.

– Eu sou, mas não estou pronto pra tudo a todo o momento. Entenda. – Ele tenta segurar a mão dela.

– Descanse mais um pouco Mestre Malcom, ainda não está bem da cabeça. Não como deveria.

Ele se vira e volta a andar até sua maca. – Tay!.

Ela se vira.

– Eu posso até não estar bem da cabeça, mas estou muito bem pra uma coisa. Ver o que realmente está acontecendo comigo. E você? Sabe o que está acontecendo com você?

Ela parecia muito assustada ao ouvir isso.

–... Nã... N... Não. – Ela gagueja novamente.

– Eu sei. – Responde Mack, deitando-se e virando a cabeça no travesseiro, para tentar dormir mais um pouco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Star Wars - Anarchy (Livro 1)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.