A Esfera dos Renegados escrita por Boo, Jr Whatson


Capítulo 9
A fuga dos foras de linha


Notas iniciais do capítulo

' Vamos fugir pra outro lugar, baby. ' — BARCELOS, Julieta.



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Capítulo IX – A fuga dos foras de linha

∴ 11/03/16 

Minsy's POV

O plano já estava todo arquitetado na minha mente e eu torcia para que desse certo. O futuro da minha carreira dependia dele.

Já havia se passado quase uma hora de luta e ainda estava em um empate entre Kataroff e Fond. Assistia à partida de boxe na plateia, esperando o momento em que Kataroff daria o golpe final.

Como eu previ, acertando a adversária no queixo, Kataroff ganhou seus pontos finais e conseguiu vencer a luta. Ela, lá de cima do ringue, agia como se não tivesse sido difícil. Fond era uma jovem muito boa, mas faltava-lhe um pouco de experiência de briga.

— A vencedora é... — John C. Nahh, o apresentador, gritou. — Iris Kataroff!!!

O homem foi até a lutadora e levantou seu braço direito, para demonstrar sua vitória perante à decisão dos juízes.

— Depois de 49 vitórias consecutivas, sendo considerada a melhor lutadora do país e tendo apenas 25 anos, como é que você se sente? — Ele perguntou, passando o microfone para a mulher.

— Eu... — Ela bufou antes de responder. — Sinto que sou uma mulher preparada para tudo.

— Faltando uma vitória para você conseguir 50 seguidas, você toparia lutar contra qualquer pessoa?

— Claro. Desse jeito mesmo que estou agora. — Ela fez aspas com as mãos ao falar: — "Cansada".

— Ouviram isso, pessoal da plateia? — John virou o rosto para a gente, surpreso. Porém, eu já sabia o que ele falaria a seguir. — Será que algum de vocês tem a coragem de encarar a magnífica Kataroff aqui, hoje e ao vivo?

Levantei o braço.

— Opa! Alguém se interessou! — Ele voltou o olhar para Kataroff. — Vai encarar, Iris?

— É claro! Pode vir, lutadora anônima!

Abri caminho entre as pessoas e dei um pulo só para subir ao ringue, tentando impressionar ao máximo as pessoas que assistiam sem ver o meu rosto perfeitamente.

— Qual é o seu nome, moça do moletom rosa? — John perguntou.

— Eva. — Retirei o capuz que cobria minha cabeça. — A pessoa que vai derrotar Iris Kataroff hoje se chama Minsy Eva. — Falei toda determinada, adorando o impacto que essa frase causaria na televisão.

Os assistentes estavam me preparando para a luta, colocando as minhas luvas e tudo que era necessário para poder competir.

— Você é minha 50ª. — Iris falou um segundo antes do combate começar.

O sinal tocou. Começava o primeiro round. Apoiei um pé na frente e fiz a posição clássica enquanto ela já se preparava para me dar o primeiro soco.

Desviei facilmente e tentei prever o próximo movimento. Ela pensou em usar a perna direita para tentar me derrubar, mas eu, ao perceber isso, levei a mão ao rosto dela para distraí-la. Ao ela desistir do ataque para se defender, eu mesmo fiz o que ela pensou.

Meu pé acertou o joelho esquerdo dela, mas não surtiu muito efeito.

Ela agora já parecia concentrada, visto que eu não era uma pessoa qualquer.

— Acabe logo com ela, Magnífica! — Alguém da plateia gritou.

— Isso aí! Termine isso! — Outra pessoa falou mais alto ainda e isso começou a sucessão de gritos a favor da minha adversária.

Iris mexeu a cabeça para mim.

— Está vendo? Eles me adoram. — Ela abriu os braços, se achando a tal.

Eu vi a oportunidade e levei a mão direita a alguns centímetros à esquerda do rosto dela.

Isso a distraiu, protegendo a própria orelha esquerda. É óbvio que era uma distração. Como ela não percebeu? Joguei minha mão esquerda ao lado direito dela enquanto ela defendia o esquerdo.

O golpe foi certeiro e muito forte em sua barriga. A mulher se curvou, como se tivesse doído muito. O que eu acredito que tinha acontecido.

Os gritos agora eram da plateia surpresa com o movimento, mas ainda torciam para Iris.

— Ah, é? — Falei baixinho para mim mesma.

Levantei o joelho direito como se fosse pra me proteger e isso atraiu bastante a atenção dela, já que nenhuma lutadora faria algo do tipo.

Faltavam alguns segundos para o primeiro round acabar. Ela olhou para mim e sorriu. Levou seu pé direito ao meu joelho esquerdo para me derrubar, mas eu já havia previsto isso.

Como um saci, dei um pulo para a direita para me desviar do chute e girei meu corpo no sentido horário, o que me permitiu usar minha perna direita já levantada para dar um pontapé no rosto de Iris.

Acertei em cheio sua testa, o que a deixou desnorteada. Aproveitei para levar a minha mão esquerda ao queixo dela, para socá-la como fez com Fond nos minutos anteriores, já que as mãos dela estavam mais ocupadas em proteger o próprio nariz.

A plateia foi à loucura. Ninguém esperava por isso, só eu mesma. Minha mão passou no meio dos braços da lutadora e a acertou em cheio, fazendo ela cambalear para trás.

Sendo assim, usei minha perna esquerda para lhe dar uma rasteira, a fazendo cair no chão.

Se encolhendo em posição fetal, meu único golpe possível foi uma cotovelada em seu ponto que já havia machucado em sua barriga.

Com ela gritando de dor, levei a minha mão para mais um soco no rosto dela, mas fui impedida.

— Acabou! Acabou! Já chega! — John gritou, do outro lado do ringue. — Já temos uma vencedora!

Eu não tinha percebido, mas vários assistentes tinham subido ao ringue para me segurar. Deixando que assim fosse, relaxei, satisfeita com a vitória.

Levantei os braços para me desvencilhar dos homens que me seguravam, com a maioria das câmeras viradas para mim e a plateia gritando meu nome repetidas vezes.

∴ 13/03/16 

Riko's POV

Já não o aguentava mais. Não era pela a sua voz. Devo confessar que sua voz era razoável. O jeito que ele cantava me fazia pensar se ele era acostumado com tal hobby ou era só para descontrair-se de sua situação.

— Lomba, por favor. — Usei minha voz pela primeira vez em horas, escolhendo-a de modo baixo, para que só meu parceiro de manicômio ouvisse. — Faz esse guri parar.

Deitado na cama inferior de um beliche, não tinha a certeza de que meu amigo tinha me ouvido, mas ao ver seu rosto entediado aparecendo por trás da cama superior, retirei o travesseiro que tapava meus ouvidos para ouvir o que ele tinha a responder.

— Deixa de ser frouxo! — Ele me fitou com advertência nos olhos azuis. — É só um playboy cantando. Tem que ser muito mané mesmo para não conseguir aguentar algo do tipo.

Não me ofendi com tais palavras. Já era acostumado com isso. Olhando para o alto, pude ver Lomba agarrando um travesseiro por sua ponta e tacando no garoto em frente à grade.

— Cala a boca, seu puto! — O loiro disse. — Ninguém merece aguentar você cantando essa música de merda.

Para a minha surpresa, o menino não fechou a boca. Ele ignorou completamente o "pedido" de Lomba. Decidi tentar mais uma vez relaxar e dormir. Desde de manhã, quando cheguei àquela cela, o menino não parou de cantar a mesma música. Se isso durasse até o dia seguinte, acho que gravaria a letra completa da canção.

— Boys... — Já sabia as duas próximas palavras do cara de cabelo alaranjado. — ... Don't cry.

Aconteceu algo estranho. O menino parou e ficou olhando fixamente para frente por alguns segundos. Fiquei finalmente satisfeito, até que ele mergulhou o rosto nas mãos e começou a chorar silenciosamente.

— Fala sério... — Levantei da minha cama e cheguei perto do garoto para perguntar-lhe o que ocorreu. — Ei, mano.

Ele demorou alguns segundos para levantar o rosto novamente. Olhou para a minha cara com os olhos um pouco vermelhos.

— Olá. — Ele deu um pequeno sorriso. — Eu escutei o que vocês disseram. Não vou mais incomodar vocês.

— Acho bom... — Fiquei na dúvida no que falar depois. — ... Moleque.

— Ty. — O menino esfregou os olhos castanhos com a mão esquerda. — Meu nome é Ty.

— Tudo bem, Ty. Eu sou Riko Marteleto. — Respondi para ser educado e me achei estranho. — Aquele chato lá em cima é o Lomba. Ele não tem muita paciência.

— Percebe-se. — Ty esticou a mão para mim e eu a apertei. — Pelo visto vocês vão ser meus companheiros nessa prisão.

— É, mas por pouco tempo.

— Como assim "por pouco tempo"?

— Como você é ingênuo, mané! — Lomba gritou lá do beliche. — É claro que nós vamos fugir daqui.

— Ah, sim. — Ty respondeu. — Agora faz sentido.

— Você quer vir com a gente, moleque? — Perguntei, levantando o queixo. — Você deve ter alguma coisa de útil.

— Eu não sei. Eu poderia ajudar a criar alguma coisa que nos ajudasse. É um dos meus talentos.

— Muito bom, já gostei de você. Você vem com a gente.

Julieta's POV

O plano já estava todo arquitetado na minha mente e eu torcia para que desse certo. O futuro da minha carreira dependia dele.

— Você tem certeza de que esse plano vai funcionar, Peagá? — A loira ao meu lado estava inquieta.

— Você bebeu? — O rapaz de óculos perguntou.

— Não, prometi a mim mesma que só iria beber assim que tivermos o Ty de volta, para comemorar. — Lavínia deu um pequeno sorriso.

— Então vai dar certo, guria. — Peagá empurrou as folhas da árvore em que estávamos em cima um pouco para o lado, a fim de visualizar o presídio. — Está preparada, July?

Demorei para perceber que ele estava falando comigo, de tanta preocupação.

— Ah! Claro. — Obviamente estava nervosa. — E você?

Mas que raios de pergunta foi a que eu fiz? É ululante que ele estava pronto. Ele mesmo quem tinha bolado o plano e que mais sabia lutar entre nós três.

— Sim, Julieta. — Ele respondeu ao mesmo tempo que colocava uma máscara. — Lembrem-se de seus afazeres.

E pulou. Se certificou que não havia nenhum policial por perto e começou a andar até o presídio, escondendo o rosto com as mãos.

— Isso parece mesmo muito arriscado. — Concordei com o que minha amiga tinha dito anteriormente. — Mas é necessário. Vamos.

— Certo. — A loira pegou a mochila cor de rosa que continha o que a gente precisava e também pulou da copa da árvore.

Pensei novamente no esforço que faríamos para resgatar nosso baterista e hesitei por alguns segundos.

— Você vem? — Ela falou lá debaixo. Peagá já estava muito adiantado para escutá-la.

— Claro. — Como eu disse: obviamente estava nervosa. Saltei. Rolei ao colidir com o chão, o que não foi suficiente para que minhas costas doessem um pouco.

Assim que levantei, caminhamos até o presídio por outro caminho, um mais escondido. Pretendíamos chegar pelos fundos sem sermos notadas por ninguém.

— Ali. — Ela viu primeiro. A entrada dos fundos estava sendo protegida por dois guardas e duas câmeras. — Fácil.

Abri a mochila nas costas da mulher e de lá retirei duas armas de paintball, entregando uma delas a Lavínia.

— Eu fico com a da esquerda. — Falei mais rápido e atirei, alguns segundos antes dela. A minha bolinha de tinta acertou em cheio a lente da câmera da esquerda, mas a de Lavínia foi na testa do guarda da direita. — Nossa...

Eles nem perceberam a tinta na câmera, enquanto o guarda atingido caiu no chão de dor e o amigo tentava ajudá-lo. Usei a distração para atirar na outra câmera. Acertei na segunda tentativa.

Colocamos nossas máscaras e fomos para a entrada, sem nos preocuparmos com os guardas, que estavam ocupados se dirigindo a outro lugar e não nos viram.

Atiramos em todas as câmeras que víamos antes delas nos captarem e assim seria até chegarmos na ala das celas.

Finalmente o alarme soou. Agora todos sabiam do homem maluco que atacou a parte frontal do presídio para nos proteger da maioria dos policiais.

— Obrigado, cara. — Lavínia falou baixinho e eu telepaticamente agradeci a Peagá também por ter feito sua parte do plano tão bem.

Antes de passarmos pela próxima porta, esperamos todos os policiais sumirem.

Essa passagem dava a um enorme corredor circular. Ao adentrarmos, vimos vários guardas passando em direção ao portão da frente. Então passamos de fininho por eles, sem sermos notadas, até o elevador.

Na verdade fomos vistas por uns três a cinco guardas, mas eles não tiraram sua atenção da outra invasão.

Chegando no elevador, que não estava sendo usado porque as escadas eram mais rápidas para os policiais, atiramos tinta nas câmeras e vimos que nossa missão não seria tão difícil, já que na parede havia um aviso dizendo em que andar eram as celas dos novatos.

— Que delícia. — Lavínia comentou enquanto eu apertava o botão do andar três.

O elevador era rápido, chegamos com velocidade e, para não perdê-la, fomos correndo. Notamos que os presos eram deixados alternados, ou seja, uma jaula com homens, uma jaula com mulheres.

Que prisão hoje em dia é assim? Decidimos não comentar. Não seríamos ouvidas, já que todos os presidiários estavam gritando para a gente libertá-los. Não é todo dia que se vê salvadoras na prisão.

— Vai pegando as coisas enquanto eu atiro. — Falei para Lavínia, que tirou a mochila das costas e começou a procurar enquanto corríamos.

Uma. Duas. Três. A cada cinco segundos que se passavam, uma câmera a menos nos filmava graças a minha mira não tão excepcional.

— Faça isso rápido, Lavy. Não queremos que os seguranças nos vejam pelos monitores.

— Calma, garota. — Lavínia tirou da mochila um pé-de-cabra. Segurou-o fixamente nas mãos.

— Você ao menos sabe como se usa isso? — Perguntei a ela, com medo do que ela faria com a ferramenta.

— Claro que não! — A loira riu e se preparou para bater com força na primeira cela que visse à frente.

— Eu sei. — Uma voz feminina um pouco grave disse por trás da gente.

Olhei para os lados, sem saber de onde vinha o som. Porém, descobri logo depois porque Lavínia fez questão.

— É pra já! — Ela disse e com toda força atingiu o cadeado de uma das celas femininas perto da gente. O cadeado se estraçalhou com sua forma e caiu no chão, destrancando a prisão.

Lá era escuro, então eu tinha uma certa dificuldade para enxergar, mas acho que Lavínia tinha ainda mais, já que necessitava de óculos.

Uma jovem levantou-se de onde estava, nos deixando vê-la melhor. O que mais chamava minha atenção era o cabelo extremamente roxo da mulher e o fato de que ela veio até nós, devagar.

— Me dê o bagulhete. — Ela finalmente levantou a cabeça e eu pude ver seu rosto. Olhos cor-de-mel e penetrantes, como se fosse destroçar qualquer inimigo. Nariz empinado, com um pequeno piercing pendurado. Pele clara, com cabelo bem cacheado, o que fazia parecer que era de tamanho médio.

A guitarrista hesitou por um segundo, mas entregou o pé-de-cabra para a jovem.

— Gostei de você.

— Legal. — Pegando a ferramenta, a jovem deu um sorriso levemente fofo com o comentário e rapidamente começou a passar em todas as celas, libertando todos os presidiários que encontrava.

Fiquei desesperada.

— Garota, o que você está fazendo?! — Levei as mãos à cabeça enquanto vários criminosos passavam esbarrando em mim gritando por suas liberdades.

A de cabelo roxo não ouviu, mas Lavínia correu até ela para conversar.

De longe, eu tentava me aproximar das duas para ouvir a conversa, mas a correnteza constante de pessoas fugindo para o ponto por qual entramos sempre me atrapalhava. Observei a menina não dar tanta atenção ao que a loira falava e continuar com seu trabalho.

— Lavínia! — Gritei e ela ouviu. — Deixe-a!

Seria difícil roubar a ferramenta das mãos da garota, então era melhor deixá-la fazer o que queria fazer e assim acharia a cela do Ty para salvá-lo.

Cada vez chegava mais perto das duas mulheres, até que pude ouvir a jovem gritar.

— Sempre quis fazer isso! É um dos meus sonhos! — Soltou uma gargalhada comprida e forte, animada.

Lavínia tropeçou em alguma coisa, com toda a confusão. Parei para ajudá-la a levantar e agora eram nós duas logo atrás da menina do piercing.

Passamos por uma cela em que havia um homem dormindo. Mesmo liberto, ele continuou dormindo. Talvez ele tivesse um sono muito pesado.

Em outra cela, havia uma mulher, bem acima do peso, que se enrolou toda para conseguir correr na multidão de gente.

Estávamos chegando no final do corredor e nada de encontrarmos quem devíamos.

Olhei para a minha amiga e ela parecia pensar na mesma coisa que eu.

Na última cela do recinto, estava sentada uma outra jovem que parecia desesperada, sem saber o que estava acontecendo, mas um tanto quanto aliviada.

Nossos olhares se encontraram e então eu percebi que de algum modo ela notara que eu era uma das responsáveis por aquela confusão.

Com os seus olhos totalmente pretos, a garota continuava me encarando, até que resolveu se juntar a nós.

— Ei, otárias! — A roxinha chamou. — Já que vocês me seguiram até aqui, venham comigo para o segundo andar. Lá deve ter quem vocês querem.

Eu e Lavínia nos olhamos, certas de que deveríamos ir e finalmente achar nosso amigo.

— Por que você está fazendo isso? — A nova mulher, de fios de cabelo também pretos, além de lisos e longos, perguntou.

— Não interessa. — A roxinha passou por uma porta e subiu os primeiros degraus da escada que agora era visível para nós.

Cheguei perto da morena e respondi baixo.

— Há alguns segundos, a ouvi dizer que é o sonho dela. — A morena assentiu, enquanto subia as escadas com a gente.

— Quem são vocês, afinal?

— Meu nome é Lavínia Hemederos. — A loira rapidamente se apresentou, levando a mão à morena. — E essa moça aqui é a Ju. E você?

A menina deu um sorriso e apertou a mão de Lavy.

— Sou Morgana. Obrigada por me libertarem.

Assenti com a cabeça, passando pelo último degrau.

— Chega de lorota, suas lerdas. — Roxinha já passara pela porta do novo corredor e assim passamos também.

No andar de cima, havia tanto barulho e gritaria quanto no de baixo, mas só haviam presidiários homens.

— Opa, deve ser aqui mesmo. — Falei para Lavínia. — Vamos.

A jovem desconhecida continuou com seu trabalho, bastante feliz com seu cargo. Enquanto isso, eu olhava dentro das celas para ver se encontrava o menino Ty.

Só estando no andar de cima, que eu percebi que algumas celas tinham uma placa do lado de fora. As placas diziam quem eram os prisioneiros que estavam confinados em cada cela.

Em uma cela, os homens Gilderoy e Teodore Fond jogavam cartas, algo que eu nunca imaginaria que aconteceria em tal local.

— Finalmente. — Um deles falou, como se esperasse que alguém os libertasse há anos.

Em outra, um homem sem placa chutava as grades até que a menina do piercing o soltou e assim ele urrou de prazer.

Rhody Teller era um dos criminosos que mais gritaram para ser libertado. Sendo assim, logo depois que abrimos sua cela, ele saiu correndo para a escada, derrubando qualquer um em seu caminho. Comecei a pensar novamente que não era tão boa a ideia de abrir a prisão de todo mundo.

Desanimada com a busca, finalmente chegamos em frente a uma cela interessante. Nela havia um buraco enorme na parede ao fundo, uma das duas beliches estava destroçada e um quadro não tão bonito estava jogado no chão, suas quinas estavam arredondadas, como se alguém o tivesse derrubado com força.

— Ju... — Lavínia chamou, apontando para a placa da cela.

Nela estava escrito:

Lomba Neto, Riko Marteleto e Ty Kabroom.


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Notas finais do capítulo

Finalmente saiu mais um!!! Já vai fazer um ano que essa história nasceu e ainda é o capítulo nove, êêêêêêê!!! (Rir pra não chorar)
Jr
:330 (31/10/2015)