A Esfera dos Renegados escrita por Boo, Jr Whatson


Capítulo 6
Quando as luzes se apagam


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente.
Boo aqui, mais uma vez.
O capítulo se passa todo em POV de Gaya Maluf.
Aproveitem a leitura.



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Capítulo VI – Quando as luzes se apagam

11/03/16 ∴

Gaya's POV

O jaleco branco, cujo tecido eu não saberia identificar, grudava em meu corpo, sendo uma causa e uma consequência do calor simultaneamente. Que incômodo. Eu tinha certeza absoluta de que psiquiatria era o que eu queria fazer, mas em alguns momentos, eu só queria ir para casa e relaxar. A especialização em psiquiatria conseguia ser tão puxada quanto a faculdade, o que pouco faria sentido em um contexto normal, pela disponibilidade infinitamente maior de horários. A diferença é que, para meu trabalho de conclusão, resolvi realmente pôr a mão na massa. Há três meses faço um estágio do Centro Psiquiátrico Alvorada.

— Maluf! - Marcelo, meu superior, me chamou.

— Sim?

— Pequena turbulência na ala Norte. Alguém por lá está agitando os internos, e não de um jeito bom. - Assim que ouvi isso, tive uma ideia do que seria. - Preciso que você vá acalmá-los.

— Já estou i–

— Imediatamente, garota!

Abaixei a cabeça e segui meu caminho. As pessoas que trabalhavam aqui não poderiam ser descritas como amigáveis. Eu sabia que algumas eram boas pessoas, mas deixavam o estresse dominá-los facilmente. Isso era péssimo. Obviamente uma vida em um consultório seria mais leve, contudo, não tanto. Isso me assustava um pouco. Não podia ficar como aquelas pessoas.

Ao contrário do que muitas vezes se imagina de um manicômio – independente de que palavras bonitas se usem para descrever, é o que esse lugar é –, a iluminação era forte. Na realidade, a energia aqui era bem potente, provavelmente para evitar que faltasse, pois a segurança se baseava em energia. Remexi no livro que se encontrava no grande bolso do jaleco, louca para sentar e ler ao menos algumas páginas. Coisas pequenas da minha rotina me mantinham salva do estresse. Assim como o par de olhos azuis que me fitou por um segundo, profundos tais quais turmalina, cujo relampejo de loucura tinha um quê de lar.

— Demorou a vir. - Sua voz fez um arrepio gostoso percorrer minha coluna.

Olhei ao redor. Muitos descontrolados, gritando e tentando socar-se. Estavam em espaço aberto, então era mais fácil trocar agressões. Fitei Lomba, um olhar debochado e de superioridade estava em seu rosto. Quase não se percebia a satisfação no pequeno e discreto puxar de lábios também conhecido como sorriso, essa muito mais evidente na face agitada de Riko, o olhar eufórico prescrutando todas aquelas pessoas.

Se havia alguma dúvida, eu tirara. Eles foram os causadores da confusão. A ideia certamente fora de Lomba e ele... Ele fez isso para me ver.

— Vai ficar sentado aí enquanto todo mundo se mata? - perguntei, franzindo o cenho.

— E não é a intenção? - Riko questionou, quase gritando.

Um riso escapou de sua garganta. Eu o achava fofo, mas meio assustador. Tão psicótico. Ele era muito inteligente, e uma mente aguçada e deficiente não é uma coisa muito boa. Não que o loiro ao seu lado não fosse inteligente, mas era... diferente. Como se sua sanidade beirasse à perfeição, enquanto sua genialidade era acima do que eu esperaria.

— O que vocês querem?

— Você não acha que deveria acalmar os internos primeiro? - Maldito. Ele claramente estava se divertindo. Então gritei, a plenos pulmões:

— Todos, se acalmem!

Quase me derrubaram.

— Por favor. Não me façam fazer aquilo! Se. Acalmem! - Alguns pararam instantaneamente, temerosos. Muitos, no entanto, nem me ouviram.

Suspirei, odiava os métodos daquele local, mas não saberia trabalhar com outros de forma autônoma. Retirei um controle do bolso e pressionei dois botões. O maior, que acionava, e um que estabelecia a área a ser atingida, sendo esta a de um raio de 10 metros. As diversas pessoas que há pouco estavam em profundo estado de exasperação tremeram violentamentos antes de caírem de mal jeito, sem forças para sustentar o próprio corpo. As tornozeleiras eletrônicas que usavam haviam disparado uma sequência de choques fracos por seus corpos. Suspirei novamente, aquilo era desprezível da minha parte. Marteleto bateu palmas, gargalhando.

— Boa garota! - Ele parabenizou, risonho. Revirei os olhos, desgostosa, enquanto Lomba se aproximou de mim, os internos andando de forma assustada.

— Agora venha aqui.

O loiro me chamou, e sentei-me ao seu lado. Tola Gaya. Ele me olhou, firme, a mão discretamente deslizando por meu pescoço, de forma assassina e ao mesmo tempo deliciosa. Talvez até amável.

— Está tudo pronto para hoje? Não está tão nublado assim. Se você estiver mentindo para mim, Gaya... - senti o aperto ficar um pouco mais forte, quase imperceptivelmente. Engoli em seco.

— Não devia pensar essas coisas de mim, Neto. A previsão pode falhar. Embora seja praticamente impossível. Está bem abafado lá fora. Quase certeza que vá chover.

— Tsc tsc. - Riko estalou a língua. - Quase é uma palavra perigosa, Ya. Tome cuidado.

Ele realmente me assustava às vezes. Logo tornou a rir de maneira até ingênua. Seria Harley Quinn seu alter ego? Ri, quando de repente Lomba deu um forte tapa em suas costas, o que fez o amigo (?) revirar os olhos.

— Vai se foder, Neto.

— Vai você, Marteleto.

— Independente disso... - Riko me olhou. - Você trouxe o que nós queríamos?

— Como assim?

— Você não trouxe?! - berrou, confuso com o olhar entediado de Neto. O loiro bufou e desferiu mais um tapa em suas costas.

— O dispositivo de PEM está comigo há uma semana, idiota.

— Ah, é. Foi mal, Ya.

— Vai à merda. - rebati, impaciente. - Está tudo certo para hoje então, certo?

— Certo. Lembre-se... A culpa é da tempestade. Agora vai, já passou tempo demais aqui e os internos estão nos vendo.

— Ok, até.

Levantei-me e voltei a escrever meu relatório, ainda que o livro me chamasse.

[x]

Enquanto saboreava o mil folhas, pensava na noite que terei hoje. Vai ser uma noite e tanto... Dei mais uma mordida, balançado levemente a cabeça no ritmo da música que tocava no estabelecimento.

— Ei, garota perdida. - Uma voz conhecida me chamou.

Era Louise, a dona e doceira do lugar em que eu me encontrava e também minha melhor amiga. Ela sentou no banco atrás do balcão, me observando minuciosamente.

— Você parece meio aérea. É aquele interno de novo?

— Deixa de ser rancorosa, Lou. O homem nunca te fez nada. - Comentei, quase sentindo a vontade de comer ir embora.

— É só que é errado você se interessar romanticamente por praticamente um paciente e ainda mais nessas condições. Ele me parece perigoso.

— Não é errado e olha... não é romanticamente, ok? Eu gosto da companhia dele e o admiro, é só isso. - afirmei, vendo-a repuxar os lábios para baixo levemente, desgostosa.

— Admiração, vai dizer que aquela história era admiração?

Aquela história.



Flash Back On

Eu estou acabada, pensei com escárnio, quase rindo do meu estado. Olheiras marcavam minha região ocular, a atmosfera ao meu redor certamente parecia pesada, eu andava lentamente e com fraqueza, tentando sustentar meu corpo.

— Qual é o seu problema, Maluf? - Amanda, outra estagiária, questionou.

— Nada, só cansada.

— Olha. Preciso fazer meu monitoramento na ala Oeste, quero adicionar algumas coisas no meu relatório. Se puder ir para a Norte dessa vez... - Era um pedido.

— Então eu estou te cobrindo? E o que eu ganho em troca?

— Eu te cubro na próxima. - A morena sorriu torto e se afastou.

Revirei os olhos e segui para a ala determinada. Caminhei entre os internos, entendiada, algumas vezes fazendo alguma anotação. Por um segundo, minha cabeça pareceu girar e perdi a força das pernas, tendo que me apoiar em uma porta. Estava prestes a ter um desmaio, minha mão forçando a maçaneta. A porta se abriu com meu peso, e senti meu corpo bater no chão frio. Meus olhos mal conseguiram focar em algo, quando vi um interno me olhando sem expressão alguma, dentro do quarto. Tudo escureceu.

Quando acordei novamente, estava deitada em uma das camas duras do quarto, minhas pernas sobre dois travesseiros, de forma a melhorar minha circulação onde deveria. Abri os olhos, observando a pessoa que me encarava. Era Lomba Neto, dizia-se que era problemático. Eu já tinha o observado algumas vezes, tinha algo de interessante nele e em como parecia muitas vezes mentalmente saudável, o que já se provou um engano. Virando a cabeça, vi seu colega de quarto, Riko Marteleto, roncando em sua cama.

— Uma médica desmaiando traz sérias dúvidas sobre seu conhecimento e competência. - comentou, ácido.

— E o que você sabe?

Levantei lentamente.

— O que você tem? - A pergunta me pegou desprevenida e logo me peguei olhando fixamente para seus olhos azuis. Eram bonitos.

— Problemas. Nada que lhe interesse.

— Pelo contrário. Eu perguntei porque quero mesmo saber. - E então soltou um riso pelo nariz. - Isso foi patético.

Pressionei minhas têmporas e levantei, irritada e sentida. Quando minha mão tocou a maçaneta, senti sua mão – grande e morna, devo dizer – em minha cintura.

— Não seja infantil. Eu só estava–

— Brincando?! É, eu sei, Neto, mas não posso com isso... - senti meus olhos lacrimejaram. Merda.

Ele sentou na cama e me fitou, esperando que eu falasse. Acabei sentando também e não pude me controlar antes das palavras saírem:

— Minha mãe apareceu na minha casa na última noite. Meu pai bateu nela. Ela passou um bom tempo chorando e eu não consegui pregar o olho.

Ele nada falou.

— Eu só penso que... eu quis fugir disso. E mesmo assim não posso. E eu amo minha mãe, como vou deixá-la nessa situação? Eu só estou cansada. Como eu vou cuidar dos outros se não consigo cuidar de mim?

— É lógico que consegue. Olhe para isso aqui.

O fitei, sendo correspondida. E nada mais falamos. Eu sorri e saí do quarto, secando uma lágrima e com um pequeno sorriso no rosto.

Flash Back Off



— “Aquela história” me fez gostar de estar perto dele, Louise. Acabou.

Não. Não tinha acabado. Eu estava prestes a ajudar dois lunáticos a realizarem uma fuga, então como poderia ter acabado? Um homem adentrou no estabelecimento, fechando um luxuoso guarda-chuva preto, este encharcado. Me surpreendi, quando começou a chover?

— Boa tarde, Louise. Um brownie, por favor.

O brownie da senhorita Barros era muito famoso, sua especialidade. Sorri para ela, me obrigando a comer o que sobrou do meu mil folhas, já sem apetite depois de perceber o que eu faria. Suspirei e paguei a conta, dando um abraço nela antes de ir. Abri minha sombrinha, afinal já aguardava a chuva. Eu disse chuva? Tempestade. O vento forte impulsionou minha sombrinha para trás, enquanto eu fazia força para mantê-la me protegendo. Independente dela, diversas gotas já me acertavam e até senti certo frio.

Fui para casa para tomar um banho e ler um pouco, tentando descansar antes da aventura que eu teria. Às 19h estava chegando no Alvorada, de ônibus. Agora estava com um guarda-chuva, uma capa de chuva, mais preparada, e calçava um par de Swims – sapatos de borracha e discretos – para me proteger. Tinha me voluntariado para o turno da noite.

Eu estava assustada, trovejava muito do lado de fora. Às 20h30 em ponto, servimos as refeições nos salões de cada ala. Depois de alimentarmos os internos, fomos fazer uma limpeza. Seis minutos se passaram.

As luzes se apagaram.

No mesmo momento, um trovão ensurdecedor se fez ouvido. Um leve ranger e eu soube que as grades que fechavam todas as alas – pelo alcance do pulso eletromagnético – foram abertas. Com sorte, a maior parte dos internos não tinha noção disso.

As pessoas da equipe começaram a sussurrar, surpresas. A energia aqui era muito potente. Como o sistema teria sido desarmado tão facilmente? Um vendaval entrou, derrubando algumas coisas, assim como um barulho de vidro quebrando. Isso sanou a dúvida de muitos, que se preocupavam em como se organizar.

— Vamos acionar o gerador! - Marcelo exclamou.

Sabia que não sentiriam minha falta. No entanto, Amanda segurou meu braço enquanto eu me afastava.

— Onde você vai?

— Ao banheiro. - falei, a voz trêmula. - Eu tenho muito medo de tempestades... - Ela queria rir, eu sabia.

— Você vai se mijar?

— Se não for logo, sim. - Um novo raio desceu e logo veio o estrondo. Abracei-a no mesmo instante, buscando parecer apavorada. Tremi, apertando seus ombros.

— Ei, ei, calma. - A morena tentou me acalmar e logo me afastou. - Não mija em mim, vai logo ao banheiro.

Assenti e me afastei. Fui para a copa, onde os dois me esperavam. Entreguei a modesta quantia de R$120,00 a eles e fitei Lomba longamente. Riko nos encarava com agitação, quase pulando de tanta adrenalina.

— Andem, vocês dois. Logo vão acionar o gerador.

E subitamente, o loiro me agarrou, beijando-me de forma necessitada e agressiva. Não que eu não estivesse gostando. Arfei, tomando seus lábios para mim mais uma vez, quando Marteleto bateu o pé.

— A gente se vê por aí, Gaya. - Lomba riu baixo.

— Valeu pela ajuda, Ya. Se você cruzar nosso caminho de novo, juro que te poupo. - Riko disse e bagunçou meu cabelo.

E então eles correram, me deixando a fitar o nada, tocando meus lábios. Eu queria sorrir e ao mesmo tempo não sabia como reagir. O que diabos tinha sido isso...?

Fui até o banheiro, realmente o usando, iluminando o caminho com meu celular. Depois, ao me olhar no espelho, arrumei meu cabelo como pude e então as luzes “voltaram”. Temi que eles não tivessem conseguido sair a tempo. Pensando bem, todos estavam ocupados, ninguém ficaria de vigia ou na entrada. Eles com certeza conseguiram fugir. E pegar um táxi.

Haviam marcas avermelhadas em minha pele por baixo do jaleco, já desaparecendo. Por um instante desejei que ficassem, pois não doeram e eram uma preciosa recordação. A voz de Louise ressoou em minha cabeça.

É só que é errado você se interessar romanticamente por praticamente um paciente e ainda mais nessas condições. Ele me parece perigoso.”. Parei e pensei nisso por um segundo. Ah, quer saber? Foda-se. Isso não é da conta dela.

Esfreguei meu rosto com força, deixando que ficasse vermelho, e molhei meu rosto, tomando o cuidado de deixar meus cílios extremamente molhados. Saí, finalmente, apertando meu corpo enquanto mais uma sequência de trovões se passava. Amanda viu meu retorno assustado, me olhando com uma preocupação escondida.

— Demorou, hein?

Antes que eu pudesse responder, ouvi gritos. Assustei-me imediatamente, e quando ia perguntar a ela o que era, Amanda me respondeu.

— Alguns internos de várias alas perceberam que as grades se abriram com a queda de energia e tentaram fugir. Por sorte, percebemos logo e os rapazes foram contê-los. Me surpreende que você não tenha ouvido antes.

— Ah... bem... - tentei parecer desconcertada.

— Por céus, você estava chorando?

Desviei o olhar.

— Você parece um gatinho assustado, mulher. Tem que perder esse medo de raios, está bem? - assenti, o lábio parecendo trêmulo. - Quer esperar a listagem ou quer ir embora? Me sinto exausta e eles nos liberaram.

— Nos?

— Somos as únicas estagiárias, não? - A mulher revirou os olhos.

— Espera... Que listagem? - Eles nunca faziam listagens. Senti um arrepio passar por meu corpo, em meio ao pavor.

— Como tivemos tentativas de fuga, eles querem conferir se ninguém conseguiu fugir. É uma possibilidade nem tão pequena, infelizmente. Isso é realmente um problema.

— Não faz sentido esperarmos, faz?

Nah. - Ela negou. - Estaremos aqui amanhã, mesmo.

Tirei meu jaleco e o dobrei, prestes a colocar no armário velho que se localizava na entrada, quando a morena cruzou os braços.

— Depois dessa tempestade toda, quase se mijar nas calças e uma semana sem lavar o jaleco, você pretende deixá-lo aqui? Que nojo, Maluf.

— 'Tá, 'tá. - Coloquei o jaleco dentro da minha bolsa.

Quando estávamos saindo, ouvimos um grito de Nicolas, o encarregado de Amanda, para todos os outros:

— Temos dois fugitivos!

— Opa, isso com certeza vai para o meu relatório. - Amanda comentou, e antes que pudesse dar outro passo ouvimos mais um.

— Foram aqueles malditos do Marteleto e do Neto, puta merda!

Amanda me encarou, os olhos de íris mel arregalados. Os meus encontravam-se no mesmo estado, apesar dos motivos diferentes. Ela pôs a cabeça entre as mãos, balançando-a em movimento de negação.

— Justo aqueles dois... Não.

— Eles... eles eram tão perigosos assim? - questionei.

— Eu era a responsável da ala deles, Gaya. Eram mais perigosos do que você pode imaginar. E inteligentes. Mas certas vezes parecem idiotas. Então você pode esperar... ou eles vão sumir, ou fazer algo muito sério, ou alguma idiotice sem sentido.

— Você os analisou tão bem assim? - Por que a descrição dela me assustava e causava uma aversão tão grande? Esse era Riko. Não Lomba. Não o Lomba que me beijou.

— Lembre-se que eu estou aqui há seis meses. E em todos eles, eu me ocupei pessoalmente de observá-los, sendo ou não notada. Agora sim, eu estou com medo...

Balançou a cabeça novamente e saímos, cada uma perdida nos próprios pensamentos.

[x]

Quando entrei no meu quarto, mais do que cansada, joguei o jaleco na cama, prestes a entrar no banheiro e tomar o banho mais relaxante da minha vida. Um som mínimo de impacto quase passou despercebido. Olhei para o chão, tentando achar o que causou o tal som, quando focalizei o objeto e arregalei meus olhos.

Filho da puta.

Só podia ter sido na hora do beijo. Lomba Neto colocara o dispositivo de pulso eletromagnético no enorme bolso do meu jaleco enquanto nos beijávamos. E ele sabe... quase nunca eu levo o jaleco para casa. Aquele desgraçado queria me incriminar.

— Eu o odeio! Odeio! Odeio!!! - lancei uma almofada na parede, para então cair na cama e chorar.

A quem eu queria enganar? Eu estava apaixonada pelo lunático Lomba Neto. Lunático. E cavei minha própria cova.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas (duvido que tenham sentido minha fal- cof) pelo sumiço, já que o último capítulo deveria ser meu e o Jr chuchuzento quem escreveu. Apenas duas palavras podem explicar: provas finais.
Não se estressem, logo mais (possivelmente no próximo capítulo), vocês conhecerão nosso parceiro, Ed.
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