O Reino de Carleon escrita por Meh_Kiryuu


Capítulo 10
Capítulo 10




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           No dia seguinte, parecia que Deus havia preparado ele para uma longa caminhada até Glastumbury, pois fazia sol. Todos os soldados e os que viviam na corte tratavam Gordon como o novo Rei de toda Grã-Bretanha, obedecendo a suas ordens. 

            Camille me ajudará a vestir um vestido simples de lã negra, que eu e Andrea havíamos tingido quando ela havia chegado na corte para se casar com Willian. Ao colocá-lo me lembrei dos tempos que passamos juntas e chorei baixinho. Camille me abraçou, senti-me segura em seus braços. 

            Ela se afastou um pouco depois e segurou minha mão até chegar no pátio onde Gordon e mais alguns soldados estavam montados em seus cavalos e os túmulos de Andrea e Willian estavam em cima de uma carroça de madeira que iria ser carregada por dois jegues. 

            Montei em um corcel de montaria feminina de uma cor avermelhada. Meagan montou em um corcel e se posicionou ao meu lado.

            - Mamãe – disse ela com ternura – eu irei com você! 

            Concordei com a cabeça, animada. Aliás, alguém iria comigo e eu não iria sofrer sozinha. Coloquei o véu de renda negro cobrindo o rosto se por acaso eu chorasse ninguém veria.

           Gordon se aproximou do meu lado direito ainda livre. Saímos cavalgando a trotes sem dizer nenhuma palavra, os camponeses que moravam a beira da estrada não entendiam a caminhada com tanta escolta. 

            - Mamãe, o que está ocorrendo ali? – perguntou uma menina ruiva puxando a saia de sua mãe.

            A mulher pediu para que ficasse em silêncio e foi o que ela fez.

            Não era justo – pensei – Deixar todos sem saber que o Rei e a Rainha haviam morrido e que dentre dois dias haveriam sucessores, mas não era um filho bastardo ou desconhecido do povo, era os melhores amigos dos falecidos.

            Parei o cavalo e todos atrás o fizeram. Desci da montaria e fiz sinal para a garota que havia perguntado a sua mãe. Ela obedeceu, vindo em minha direção. Retirei o véu da cabeça e ela se ajoelhou em minha frente.

            - Não são necessários tais gestos, menina – sorri pela primeira vez desde então.

            A ruiva estava assustada para dirigir palavras para mim ou para qualquer um do grupo.   

            - Queres saber o que ocorre? – perguntei.

Ela apenas concordou com a cabeça. Abaixei, ajoelhando no chão para que ficasse na altura da garota, aproximei-me e cochichei em seu ouvido:

            - Dentre dois dias eu e Gordon, o homem montado ao lado do cavalo vazio e sua montaria tem a cor negra, seremos Rei e Rainha da Inglaterra.

            No princípio a menina ficou espantada e se afastou um pouco, mas continuei:

            - Os dois caixões sendo carregados pelos dois burros, são os corpos do Rei e da Rainha. Rei Willian e Rainha Andrea.

            Ela desmanchou em lágrimas. Aliás, o povo adorava os Reis de seu país, pelo menos na Inglaterra sempre o era. 

            A garota colocou os braços em volta de meu ombro me abraçando firme e fiz o mesmo. Foi, então, que pude ouvir algumas palavras sendo dirigidas a mim.

            - Posso saber o nome da nova Rainha? Porque já me falaste do Rei, Gordon, não?

            - Meu nome é Elaine, e o seu?

            - Aliena.

            Beijei sua testa carinhosamente, Aliena deu meia volta e voltou para junto de sua mãe. Voltei para minha montaria e puxei o véu negro sobre a cabeça novamente.

            Continuamos a caminhada, mas desta vez Gordon segurara a minha mão o tempo todo como forma de consolo. 

            Chegamos a Glastombury alguma horas depois, os monges e freiras do convento providenciaram um quarto para mim e Meagan, os homens montaram algumas barracas do lado de fora do convento, pois não havia quartos suficientes ali.

            O dia foi de reza e pela manhã enterraríamos os corpos e voltaríamos imediatamente para Carleon, onde aconteceria o casamento.

            Meagan acompanhou o marido até uma missa no meio da tarde e eu preferi ficar sentada embaixo de uma árvore, observando as nuvens baixas do outro lado do lago.

            Dormimos mais cedo aquele dia e acordamos cedo também, enterramos os corpos antes de comermos o desjejum, pois os monges desejaram assim. Comemos um pão de casca grossa e cerveja diluída em água e nada mais. E todos já estavam preparados para sair logo após a refeição.

            Não derramei mais lágrima desde então, os dois estavam felizes e ganhariam a vida eterna. Estavam felizes por seus melhores amigos sucederem o trono da Grã-Betanha e continuarem com seus costumes, a única coisa que ainda nos preocupava era os bárbaros em nosso país e Gordon acreditava que eles caminhavam em direção ao nosso reino, por isso a ordem de mandar soldados para lá.

            Desviei os olhos do chão enquanto caminhávamos e percebi que Aaron, filho mais novo do Rei de Arcádia nos acompanhava na caminhada de volta a Carleon, ele devia ter vindo com os homens direto do sudeste e não ter ficado em sua casa.

            - Como está, minha Rainha? – perguntou ele, se aproximando de mim.

            - Melhor, e você?

            - Estou bem, obrigado.

            Percebi que ele não me olhava de um jeito malicioso.

            - Desculpe-me pelo dia que cheguei na corte que era de Willian, devia ter te assustado.

            - Não há problema – ri.

            Continuamos a caminhada conversando alegremente, gostei do que ele fez por mi, pois assim me esquecia do mundo a minha volta e de todos os problemas que iríamos ter ao chegar em Carleon.

Fim do Capítulo 10


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Notas finais do capítulo

n/a: Aqui está mais um capítulo quentinho!

Espero que gostem ! ^



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