O casamento aconteceu no dia seguinte como previsto, não programamos nada de especial para a cerimônia. Algumas pessoas haviam vindo, mas sabíamos que eram por causa da ajuda que Gordon havia pedido e não pelo casamento.

         A cerimônia foi realizada no salão do castelo e qualquer um que quisesse ver estava convidado, até mesmo a população do vilarejo perto de Carleon.

         Os votos foram rápidos e sinceros a festa não durou até tarde da noite e a cerveja foi misturada com água, como era feito em mosteiros, para que os homens não estivessem indispostos no dia seguinte para discutir sobre batalhas.

         Camille ajudou-me com os preparativos e o vestido, coloquei um traje de coloração azul que eu mesma havia tingido no verão.

         Gordon se sentiu indisposto após muito tempo no salão, onde muitos trouxeram presentes, catavam e dançavam como forma de agradecimento pelo convite. Ele subiu para o quarto que antes era de Willian e Andrea puxando-me pela mão, algo que fazíamos quando criança e dura até a fase adulta, um gesto de carinho penso eu.

         - Se cansou do barulho lá embaixo? – perguntou a mim.

         - Um pouco – respondi risonha.

         - Estou cansado da viajem também, quero apenas deitar na cama e conversar longas horas com a minha amada, pois é isso que me relaxa.

         Após ele dizer tais palavras, eu o abracei colocando meus braços em sua cintura. Gordon se assustou com o meu gesto, mas retribuiu meu carinho. Passou a mãos em meus cabelos e soltou a trança que Meagan havia feito pela manhã e depois completou com um beijo em minha testa.

         - Eu te amo – disse ele.

         Mas não deixou-me dizer o mesmo, pois seus lábios se encostaram aos meus e sua língua percorreu a minha boca delicadamente.

         Gordon não quis prolongar o beijo e logo se afastou de meu corpo, dando meia volta e abrindo a porta do quarto, que agora era nosso.

         - Tenho algo a te falar – falei, fechando a porta atrás de mim.

         - O que foi? Perguntou ele, curioso.

         _ estou preocupada com o povo que invade nosso país e com o povo que mora em nossas terras, principalmente perto de nossa propriedade.

         - Por que principalmente com o povo aqui perto?

         - Não é óbvio? – completei – Os Reis da Grã-Bretanha morreram e a notícia já deve ter se espalhado, e duas pessoas ocupam seus lugares no mesmo castelo com a mesma corte e esses não são seus filhos, é óbvio que estão vindo para cá.

         Gordon fez uma expressão de preocupação como se ainda não tivesse pensado na possibilidade.

         - Por isso te digo, meu primo... meu amor, você tem que tirar o povo dessas terras.

         - E como?

         Sentei pensativa na cama, éramos principiantes m dar ordens e a corte nos obedecer, Gordon estava preocupado e não sabia o que fazer e foi assim durante muito tempo e ele sempre me pedia ajuda quando íamos dormir em nosso leito.

         _ leve-os para as terras de meu pai, seu tio, ao leste. Envie uma carta explicando que o caminho percorrido pelos bárbaros nesses dez dias de paz se concluirá no castelo de Carleon – fiz uma pausa para que ele pensasse na situação e logo continuei - E o único jeito de salvar o povo é enviando-o para as terras de Tebruck.

         - Farei isso pela manhã e determinarei para que estiver interessado que arrume suas coisas para saírem no próximo dia pela manhã.

         - Grande idéia – sorri, animada com a decisão dele.

         - O que eu faria sem você, Elaine?

         Ri com a brincadeira e ele deu uma ótima gargalhada também. Gordon se aproximou de mim, quebrando aquele momento agitado com um beijo apaixonado. Ô como eu o amava!

         - Você já teve algo mais íntimo com um homem? – perguntou ele entre um beijo e outro.

         Eu balancei a cabeça negativamente e algo dentro de mim me dizia que a minha resposta o deixara feliz com a resposta. Devagar Gordon desfez o laço de meu vestido em minhas costas, ele foi se debruçando sobre meu corpo e pude sentir a lã deslizando sobre o meu corpo.

         - Gostei que vestiu sua roupa de festas – sussurrei em seu ouvido.

         - Foi você que fez, lembra-se?

         - Como poderia esquecer.

         Gordon deitou-me na cama delicadamente e depois tirou a sua roupa, no começo não me senti confortável com a situação, mas ele sabia como agradar uma mulher. Eu sabia que não era a primeira vez dele com uma mulher, pois algumas acompanhavam as viagens e batalhas e alguns acabavam se relacionando com elas. Mas a relação ali, entre as quatro paredes daquele quarto era diferente, era cheia de amor, um sentimento que eu nunca havia presenciado até aquele momento.