Laços escrita por Darlan Ribeiro


Capítulo 11
Capitulo 1 x 11




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Beatriz
Beatriz estava completamente nua, olhando para Dimitry, ali deitado sobre sua cama. Ele a olhava com o olhar de prazer e desejo. Era o segundo dia consecutivo que os dois haviam transado e tanto ele quanto ela estava adorando aquilo. Ela por ser a professora que estava pegando o aluno e ele por ser o aluno a estar pegando a professora. E isso os incitava avidamente.
– Aonde isso vai parar Dimitry? – perguntou ela, deslizando seus dedos pelo abdômen sarado dele.
Ele pegou a mão dela e começou a chupar dedo por dedo, na intenção fazê-la se sentir desejada e instigada a se entregar mais e mais aquilo.
– Beatriz, se você estiver a fim de parar e fingir que nada disso aconteceu... Por mim tudo bem. – falou ele, e dessa vez acariciando seu rosto com a costa das mãos.
– Ai é que está. – ela pegou sua mão e a beijou, antes de voltar a falar. – Eu não quero que isso acabe, pois eu estou gostando.
Dimitry ficou por cima dela, o seu membro viril, roçando sobre a fenda dela. Seus corpos quentes e nus numa, onda de êxtase de desejo carnal, pele a pele.
– Então vamos deixar isso, apenas acontecer. Vamos nos deixar viver esse momento. – sussurrou ele, se aproximando do ouvido direito dela.
Ela sabia que não tinha mais o que falar. Só tinha que aproveitar realmente aquele momento perigoso.
***
Já era quatro da tarde, ela estava deitada sobre a cama envolta de seus lençóis, enquanto Dimitry colocava sua bermuda xadrez e uma camisa preta de manga cumprida. Beatriz não podia nunca deixar de admitir o quanto aquele garoto de dezessete anos, era lindo e como sabia fazer um sexo gostoso.
– Você vai ao teatro com a escola amanhã? – perguntou ele pegando sua mochila que estava jogada em um dos cantos do quarto.
– Sim. – respondeu Beatriz
Ele foi até a cama e lhe deu um beijo caloroso de despedida. Beatriz estava se sentindo como uma menina de dezesseis anos que acaba de ter sua primeira vez com um cafajeste. Que sabe que ele não vale nada, mas que mesmo assim o ama desesperadamente. Beatriz sabia que isso era hipocrisia, afinal aquilo era apenas uma aventura muito bem aventurada por sinal.
Dimitry havia ido embora e agora ela estava ali, sozinha em casa. E por um segundo ela tentou ver aquela situação de outra forma, uma forma em que ela estivesse ali em seu quarto deitada, seu namorado alguém que realmente a amasse estava na cozinha preparando algo para eles comerem, ou que ele estivesse no banho e que daqui a pouco estaria li deitado ao lado dela, a abraçando, a fazendo se sentir segura. Mas essa era uma vida que ela podia apenas imaginar ela jamais conseguiria ter um homem que realmente a amasse, jamais conseguiria constituir uma família. Não daquele jeito, porém esse seu jeito extrovertida, dissimulada. Era isso que a tornava feliz.
Beatriz se levantou da cama e seguiu para o banheiro e decidiu que iria tomar um banho daqueles, ligou o chuveiro e deixou que água quente escorresse por seu corpo a fim de tranquiliza-la. Mais tudo saiu pelo avesso, pois as lágrimas começaram a escorrer de seus olhos se misturando com a água quente e ali mesmo dentro do Box, ela se deixou cair entre lagrimas, dando socos fortes na parede.
Suas lágrimas traspunham um desespero, uma agonia, que nem ela mesma conseguia explicar. Ela não conseguia explicar nem o porquê de estar chorando daquela forma. Beatriz queria encontrar um motivo aceitável para aquelas lágrimas, porém ela não encontrava. Então ela ficou por alguns minutos olhando as gotas de água que escorria pelos azulejos e perdiam no final. E assim ela percebeu que o mesmo era com suas lágrimas. Elas escorriam por seu rosto até se perderem. E o motivo se tornou claro, Beatriz queria alguém que não deixasse aquelas lágrimas se perderem. Ela queria alguém para enxuga-las, alguém para colhê-las.
Quando saiu do banho, escutou alguém gritar seu nome e seu cachorro Bruce estava agitado e latindo muito.
– BEATRIZ!
Ela ouviu gritar novamente. E se perguntando quem poderia ser. Já eram seis da tarde.
– JÁ VOU. – gritou ela de volta em resposta.
Ela apenas colocou o roupão e uma calcinha, e foi até o portão da casa. Era o Alex, quem estava gritando.
– O que você faz aqui garoto? – perguntou Beatriz, um pouco assustada por vê-lo.
– Briguei com Pierre. – pigarreou Alex. – E gostaria de saber se poderia dormir aqui hoje.
Beatriz sabia que Alex e Pierre brigavam às vezes, mas era uma coisa, como ela poderia por assim dizer entre pai e filho. Já que Pierre estava com o pedido de adoção de Alex ainda em aberto. Alex tinha apenas dezesseis anos quando começou a andar com o grupo e a mesma idade quando perdeu os pais. O garoto ficou totalmente desolado... Restando apenas os seus amigos que ele havia conhecido. Como ele tinha mais convivência com Pierre. Pierre então decidiu adota-lo. Todo o grupo deu a maior força. Era inclusive a integrante do Grupo, Helena que era advogada, quem estava cuidando de todo o processo.
_ Claro que pode Alex. – disse Beatriz com um largo sorriso no rosto.
Alex era de meia estatura, nem muito alto e nem muito pequeno, tinha os olhos verdes e um físico não muito atlético. Assim que Beatriz abriu o porão Bruce saiu de encontro a Alex que se agachou para poder brincar com o cão, afagando de uma maneira carinhosa os pelos do cão.
– Bruce, seu cão endiabrado! – disse Alex caindo para trás e deixando o cachorro lamber sua cara. Alex viu Beatriz jogando as mãos pro alto como quem já não sabia o que fazer a não ser deixar o momento acontecer.
– FECHE BEM O PORTÃO QUANDO ENTRAR. – pediu Beatriz aos gritos entrando em casa para vestir uma roupa, adequada.
Quinze minutos depois, Alex entrou em casa, suor escorria pela sua testa, ele jogou a mochila no chão da cozinha e foi direto para a geladeira. Beatriz estava encostada na pia bebendo, pelo saches de chá e pelo aroma que exalava na cozinha, um chá de capim limão. Ela apenas o observava o modo em que ele abria a geladeira e pegava o jarro de água e despejava no copo e bebia, como se nunca mais fosse beber aquilo outra vez.
– Pelo visto Bruce lhe deu uma canseira. – ela comentou.
– Esse cachorro parece ser de outro mundo. – brincou Alex.
Ele colocou a jarra com água de volta na geladeira, e correu para pegar sua mochila que estava no chão, ele então parou por um momento e olhou para Beatriz, ele queria lhe perguntar algo, mas não sabia se devia. No entanto ele ligou o botão do foda-se e decidiu arriscar.
– Beatriz, qual é o problema do Grupo em relação ao André? – perguntou ele sem medo, sem vergonha na cara.
Beatriz de outro modo ficou um pouco intrigada em relação à pergunta dele, porém também achou prudente sua pergunta. Já que o garoto estava vendo a todo, momento praticamente todo o Grupo se opor ao André, sem nem mesmo se preocupar com o que Noah havia escolhido. E ninguém contava a ele o porquê de todo o Grupo se opor ao André. Alex tinha que saber o motivo e tirar suas conclusões.
– Vamos para sala. E lá eu te conto tudo. – disse Beatriz.
Beatriz se sentou no sofá, em posição de Buda. Enquanto Alex se jogou no outro sofá totalmente esparramado. Ela deu outro gole no chá e respirou fundo para começar a contar aquela história.
– Seis meses antes de você entrar para o Grupo, passamos por um momento muito conturbado, em relação ao nosso amigo Noah. Já fazia dois anos que ele e André estavam namorando, era lindo ver aqueles dois juntos. Eles eram o casal gay, mais fofo que o mundo já conheceu. Eles se respeitavam não gostavam de fazer demonstrações de afeto em público, porém qualquer pessoa que os vissem na rua. Sabia que ali ia um casal de gays que sabia impor respeito, sem denegrir ninguém. Eu e Noah estávamos em nosso ultimo ano na faculdade. Ele pretendia pedir André em casamento naquele ano. Até que um dia André, simplesmente sumiu.
– Como assim sumiu? – interrompeu Alex.
– Sumiu. Ele trancou sua matricula na faculdade, o apartamento dele estava vazio, trocou de numero de celular, e-mail... Simplesmente desapareceu sem deixar rastro. Nosso amigo ficou desolado, pois o grande amor de sua vida havia sumido assim do nada. Sem nem mesmo dizer: Adeus ou até breve. Tudo o que restou para Noah a partir daquele dia, foi um vazio que André havia deixado, e esse vazio o foi consumindo. Varias vezes tivemos que ir atrás dele em bar para busca-lo, pois ele estava bêbado demais. Foram noites mal dormidas, porque ele não parava de chorar. Tínhamos que fazer rodízio para dormir na casa dele, porque ficávamos com medo dele fazer alguma besteira. Graças a Deus ele começou a se ajuizar de novo, a por sua vida em dia e conseguiu se formar. E agora três anos depois de tudo isso ter acontecido, o André volta.
– Vocês, tem medo de Noah se decepcionar de novo? – perguntou Alex erguendo uma de suas sobrancelhas.
– Por acaso, você não teria? – retrucou Beatriz.
– Não.
– Não?
Ele bufou antes de responder.
– Bia, o Grupo todo já sofreu por ele. Mas pelo que me parece, ele ainda gosta do André. E se não der certo dessa vez? Vai todo mundo parar sua vida em prol da desilusão amorosa dele de novo?
Beatriz foi pega se perguntando se Alex não estaria certo?
– E olhem, vocês colocaram André na berlinda, sem nem mesmo dar a ele a chance de tentar se explicar. Por acaso algum de vocês, já pararam pra conversar com ele e saber o porquê dele ter partido daquela maneira? – perguntou Alex
– Não. – respondeu Beatriz
_ Ai é que tá o grande x da questão. Nosso Grupo se limitou de algum modo a ouvir a explicação de alguém de fora. Não gostamos quando alguém de fora do nosso Grupo fere alguém de dentro. Mas esquecemos de que ninguém fere a outra simplesmente por ferir. Sempre tem algum motivo.
– O Grupo sempre foi desse jeito Alex. – argumentou Beatriz.
– E ai está o erro. Vivemos a sombra do que éramos e esquecemos de viver sobre a luz do que somos. – disse Alex se levantando.
– E o que somos? – perguntou ela, com certo receio de ouvir a resposta.
– Adultos.
Com a resposta, ela finalmente concluiu que ele estava certo. O Grupo estava querendo comprar uma briga que não era inteiramente deles e sim de uma pessoa. Estávamos querendo viver à vida um do outro. No entanto cada um tinha que viver a sua vida.
– Essa conversa me deixou cansado. – disse Alex. – Bia será que eu posso tomar um banho?
– Claro segunda porta a esquerda e tem toalhas limpas no armário. – disse ela.
Beatriz ficou observando Alex ir em direção ao banheiro. Ela ficou aguardando por alguns minutos até ouvir o som do chuveiro ligado. Ela então foi até seu quarto e pegou seu celular e procurou na agenda o numero de Pierre e ligou para ele. No terceiro toque ele atendeu.
– Oi Bia! – falou Pierre
– Oi Pierre! Estou ligando pra dizer que o Alex está aqui em casa e que ele vai dormir aqui. – explicou ela
– Eu e ele discutimos, mas não foi nada grave.
– Tudo bem. Liguei pra você poder ficar despreocupado. E Pierre, ele é um menino incrível e tem muita sorte de ter como pai.
– Obrigado Bia!
– Vou desligar! Beijos Pierre e pode deixar que vou acorda-lo para ir à faculdade amanhã.



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