Somos um caso perdido. escrita por gabbecarruthers


Capítulo 5
Saudades


Notas iniciais do capítulo

oooi, demorei? claro. mas valeu a pena? isso vocês que vão me dizer.



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–não saio. – ele disse. Tento fechar a porta, mas ele põe o pé no meio e me empurra, entra e fecha a porta atrás de si.

–o que você quer ,Damien? – pergunto. – que bosta. – digo.

–eu... Queria te ver. – ele diz. – queria pedir desculpas pelo que disse.

–como sabe onde eu moro? – pergunto confusa.

–eu te segui. – ele disse como se tivesse dito ‘’oi, tudo bem? ‘’

–me seguiu? –pergunto com raiva. – caramba, Damien!

–eu não tive escolha! –gritou. – eu me arrependi do que disse, bosta! Eu não sei o que deu em mim, eu fiquei com ciúmes porque até agora eu tinha sido seu único amigo, mas eu nem sei seu nome! Então, o que eu estou fazendo aqui? – ele pergunta mais pra si mesmo do que pra mim. – porque eu me preocuparia em vir aqui, se eu nem te conheço?

– e eu que sei? – grito de volta. – você me chama de vadia e depois aparece na minha porta com um monte de perguntas que eu não posso responder, e ainda espera que eu entenda? Olha, acho que é melhor você ir embora, porque, se você quer saber, eu não me importo se você está arrependido ou não, e também não me importo com o que você pensa de mim.

–está mentindo. – ele diz. – se você não se importasse, não teria chorado.

–e o que te faz pensar que eu chorei? – digo, mas, ironicamente, estou com os olhos cheios de lágrimas.

–você está com a maquiagem borrada. – ele diz. – e seus olhos estão fundos. –continua. – e você está quase chorando de novo. – ele completa. Perco as palavras, tudo o que eu poderia dizer agora pareceria patético. Tentar esconder as lágrimas não funcionaria, até porque algumas começaram a descer sem meu consentimento, e mentir também não adiantaria.

–vá embora. – eu disse. – não acha injusto você vir aqui depois de tudo o que me disse? Eu já tinha parado de chorar, já tinha até conseguido me distrair, e você aparece aqui e me diz que está arrependido, mas que não sabe o por que, já que nem sabe meu nome. Então, agora é minha vez de perguntar. Se você me conhecesse, se você soubesse o meu nome, se você soubesse quem eu era antes, mudaria o fato de você estar arrependido? Se você soubesse o que passei, se tivesse pena da minha historia, se tivesse pena de quem eu fui, você teria me dito aquelas coisas? Se você soubesse o que eu fiz, se conhecesse meus pecados, você teria falado comigo?

–como eu vou saber , se você não me deixa conhece-la, se não me diz seu nome? – ele grita.

–meu nome não importa, e aquela garota não existe mais. Aquela garota tinha amigos, tinha uma vida e tinha um pai. Essa não tem nenhuma dessas coisas, é a única coisa que você precisa saber. Já é o suficiente. – digo calmamente.

–não é o suficiente. – ele diz no mesmo tom. – e não é verdade. Você está começando uma nova vida. E... Você tem um amigo. – ele diz e se aproxima de mim. – se você ainda quiser ser minha amiga. – completa. Ele estende a mão e apega uma mexa do meu cabelo.

–eu não sei, Damien. – disse. Peguei a mão dele, fazendo com que ele largasse meu cabelo, e a segurei. – não sei se podemos voltar a ser amigos, se é que um dia fomos amigos. – deu um sorriso sem graça. Ele retribui o sorriso e enxuga uma lagrima que escorreu sem permissão. Meu rosto ainda estava um pouco húmido. Forcei-me a parar de chorar e engoli o nó que estava formando em minha garganta.

–senti sua falta, fadinha. Mesmo que tenha sido só por algumas horas, pareceu a eternidade. – ele diz. – então eu acho que somos amigos, eu não me arrependeria dessa forma se não fossemos, e eu sou bem orgulhoso. – completa com um sorriso de lado.

–eu não disse que te perdoei. – digo e seu sorriso morre no rosto, sua face agora não expressava expressão nenhuma. – eu não sei se devo te perdoar. – completo. Algo cruza a expressão dele, mas desaparece com a mesma rapidez que surgiu.

–então, você poderia abrir a porta pra mim? – ele pergunta com um timbre ríspido na voz. Eu ando até a porta e a destranco, Damien passa por mim e me olha antes de se virar para sair. Meu coração se encolhe no peito e eu percebo que não posso fazer isso. Não posso deixar que ele vá embora, não ele. Não meu único amigo, não o único resquício de felicidade na minha vida.

–Damien. – o chamo e ele se vira pra mim. Eu o encaro e pulo em seu pescoço, enlaçando-o com meus braços, afundo o rosto na curvatura de seu ombro e ele me abraça pela cintura. – me perdoe. – eu digo com a voz embargada, o nó na minha garganta volta e é quase impossível segurar o choro. –por favor, não vá embora. – digo.

–não há outro lugar aonde eu deseje estar, fadinha. – ele diz – não mesmo. – solto uma gargalhada curta e me afasto um pouco apenas para olha-lo.

–toda vez que brigarmos vai ser assim? – pergunto.

–na verdade estou torcendo para que não briguemos nunca mais, eu nunca me senti tão mal quanto nesses ultimas horas, e a simples ideia de você bater a porta na minha cara me fez ter vontade de voltar pra casa e me esconder embaixo da cama. – sorrio com esse pensamento.

–eu acho que se você não tivesse me impedido, seria isso que eu teria feito. – disse sorrindo. –vamos entrar? Dessa vez eu juro que não vai ter gritaria. Você disse que não me conhecia, está na hora de mudar isso. – um sorriso nasce em seu rosto e ele me segue pra dentro de casa.

Nós entramos e eu o levo em direção ao meu quarto.

–onde estamos indo? – ele pergunta.

–ao meu quarto. – digo. – onde mais pode-se encontrar os segredos das pessoas, se não nos seus quartos? – ele da uma gargalhada. Abro a porta e o puxo pra dentro e gesticulo com os braços abertos. – essa sou eu. – digo. Ele passa os olhos por cada canto, como se quisesse memorizar cada centímetro dele, até que seu olhar para no meu violão, em um canto largado do quarto.

–você toca? – ele pergunta e anda em direção a ele.

–eu tinha a intenção de aprender, eu juro. Mas musicista não é a minha vocação. – digo sorrindo. Sorri e pega o violão. Começa a tocar uma musica e depois começa a cantar. E a escolha da musica faz meu rosto ficar vermelho.

Ela achou meu cabelo engraçado

Proibida pra mim no way

Disse que não podia ficar

Mas levou à sério o que eu falei

Eu vou fazer de tudo que eu puder

Eu vou roubar essa mulher pra mim

Eu posso te ligar a qualquer hora

Mas eu nem sei seu nome!

Se não é eu, quem vai fazer você feliz?

Se não é eu, quem vai fazer você feliz? ...Guerra!

Eu me flagrei pensando em você

Em tudo que eu queria te dizer

Numa noite especialmente boa

Não há nada mais que a gente possa fazer

Eu vou fazer tudo o que eu puder

Eu vou roubar essa mulher pra mim

Eu posso te ligar a qualquer hora

Mas eu nem sei seu nome!

Se não é eu, quem vai fazer você feliz?

Se não é eu, quem vai fazer você feliz?

Ele para de cantar e olha pra mim. A uma emoção que não consigo decifrar no fundo dos seus olhos. Eu recebi a mensagem oculta, e ele sabe disso, mas apenas sorri e apoia o violão na parede aonde estava instantes antes. Ainda estou olhando-o fixamente quando ele diz:

–te vejo amanha, fadinha? – e anda até mim, depositando um beijo na minha bochecha, apenas faço que sim com a cabeça. Vou com ele até a porta e nos despedimos. Fecho a porta e a tranco, volto para o quarto sabendo que não conseguiria dormir mais e ligo o computador. O Windows continua de onde parei e abre automaticamente na pagina de e-mails. E lá está ele. E não sei se devo ficar feliz ou me jogar de um precipício.

De : Jonathan Morgans

Para: Keyla Morgans

Assunto: saudades.


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