O Shinobi do Novo Mundo escrita por AlucardDeCredito


Capítulo 10
Recompensa


Notas iniciais do capítulo

Aproveitando a época do natal eu decidi escrever um capítulo especial.
É um capítulo filler, então se quiser pular vá em frente.
O ideal era ser lançado ontem, mas hoje ainda não atrasou tanto.
Como sempre o motivo é que ficou muito maior que eu esperava.
Enfim, espero que gostem.
Boa leitura.



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Alguns dias se passaram desde a perturbação na família Uzumaki. Por um breve período, a vila estava novamente em paz. Ainda era época de Exame Chunnin, mais precisamente entre a primeira e a segunda fase do exame, por isso muitos ninjas resolveram ficar por lá, para aproveitar o clima de final de ano de Konoha.

Naquele momento Himawari já estava recuperada e aproveitava para cobrar de Boruto todo o tempo de perdeu ao lado do irmão enquanto ficou de cama. Eram ótimos dias para passar ao lado da família. Estava frio, a neve não parava de cair e não havia nada melhor que passar o dia com a mãe, que deixara de aceitar missões para cuidar das crianças, visto que Orochimaru poderia atacar a qualquer brecha. Já Naruto, sendo o Hokage, não podia fazer o mesmo. O pobre coitado passava a maior parte de seus dias longe da família, resolvendo os problemas da vila... na realidade, a maior parte do dia ele passava matando o tempo na sala do Hokage, até porque com o Kage Bunshin ele resolvia todos os problemas simultaneamente. Sua presença naquela sala servia apenas para garantir que ele estaria pronto para resolver qualquer emergência.

Naquele dia a superfície da vila estava calma, mas embaixo de Konoha alguns homens se moviam nas sombras, criando planos diabólicos contra o Hokage. Em uma sala escura, três ninjas conversavam.

Há muito tempo eu iniciei meu plano envolvendo Naruto e até ele virar Hokage tudo estava indo muito bem. – afirmou um homem, sentado entre os outros dois, passando a sensação de que ele era o líder daquele grupo.

Outro se pronunciou, desta vez o que sentava a direita.

Como todos nós sabemos, está muito difícil atingir nossos objetivos agora que Naruto se tornou o Hokage. Por isso hoje nós vamos lhe passar uma missão especial, para que possamos colocar o Uzumaki no eixo novamente. – apontou para o outro homem que sentava do lado esquerdo.

Pois bem. – novamente o que estava no meio se pronunciava. – Desde que Naruto se tornou Hokage, nós notamos uma queda de 0,08% na quantidade de atenção que ele dá para a ninja Hyuuga Hinata durante as festas de final de ano. Nosso objetivo é não permitir que esse número caia novamente. Por isso nós contratamos você para esta missão de alto nível. – acendeu as luzes da sala – Compreendeu sua missão, Rock Lee? – perguntou Kakashi, junto de Maito Gai.

Sim, Kakashi-sensei... Gai-sensei... garanto não vou decepcionar!

Lee... nós esperamos muito de você. Como um ninja da Anbu Ne, você está oficialmente em uma missão seguindo as ordens de Kakashi, nosso verdadeiro líder, que levará o mundo na direção da juventude e da paixão. – os olhos brilhavam enquanto falava de Kakashi – Agora vá... e volte assim que terminar sua missão. – finalizou Gai, de costas para o aluno, com duas cachoeiras escorrendo por seus olhos. – Oh Kakashi, eles crescem tão rápido! – tentava segurar o choro.

Me poupe disso, Gai... – suspirou Kakashi.

Rock Lee vestia o uniforme padrão da nova Anbu Ne, também conhecida como Anbu do Amor devido a recentes mudanças. O uniforme era composto por um terno, um bigode postiço e óculos escuros. Como a abaixo da barriga era opcional no uniforme, Rock Lee optou por combinar com o resto. Ele escolheu um chinelo e uma bermuda que remetiam ao verão, para criar um contraste estiloso com o inverno que afligia Konoha. Pode não parecer, mas Rock Lee entendia muito de moda.

Para concluir sua missão com sucesso, antes Rock Lee precisava se infiltrar no núcleo da família Uzumaki sem que Naruto e Hinata soubessem das suas intenções. Só havia um jeito de afetar aquela família dessa forma, e era fazendo o que a Anbu Ne fazia de melhor: agir nas sombras. Para isso, ele teria que afetar o relacionamento dos pais, usando os filhos. Era o plano perfeito, afinal Gai e Kakashi estavam o ajudando estratégicamente.

[…]

A campainha da mansão Uzumaki foi tocada e, como de costume, Boruto foi o responsável por atender. Não havia ninguém lá, exceto um homem do outro lado da rua que sentava em uma barraquinha fazendo propaganda de alguma coisa. Boruto cerrou os olhos tentando ler o que estava escrito na propaganda da barraquinha. Lá dizia: “Aumente seu chakra! Fique mais forte que o Hokage em menos de 24 horas e sem pagar nada! A técnica secreta para ficar forte sem sair de casa foi descoberta! Os senseis da acadêmia estão desesperados! Quer aumentar seu chakra? Pergunte-me como...”

Boruto olhou desconfiado para o homem e resolveu tirar suas próprias conclusões. Se aquele método realmente funcionava, porque não havia mais ninguém interessado em falar com ele? Bem, talvez ele fosse um pouco estranho e o clima também não ajudava... sim, o clima. Toda aquela neve afastava a freguesia com certeza. Pensando por esse lado tudo começava a fazer sentido, aquela era a sua oportunidade dos sonhos para superar seu pai. O pequeno já conseguia imaginar seu rosto sendo gravado na montanha. Ele não pensou duas vezes, olhou para trás vendo se sua mãe estava o observando e foi falar com o homem.

Como vai, tio? Vem cá, tudo isso é de graça mesmo? – perguntou Boruto passando frio.

Rock Lee imediatamente fez uma pose estranha. – Ho Ho Ho, você é um garoto muito esperto mesmo, sempre soube disso. Na verdade eu sou o Papai Noel! – apontou para Boruto.

Ele ficou sem reação observando aquele bigode falso, aquele cabelinho de tigela, os óculos escuros, a bermuda de praia e aquele chinelo sem sentido que o homem usava. – Ahn? Eu nunca disse que você era o papai noel. – replicou desconfiado – Aliás, você nem ao menos se parece com ele! – gritou com o homem.

Isso é porque eu sou o Papai Noel dos ninjas. Você achava mesmo que eu era um homem velho e gordo? – gargalhou.

Faz sentido! Você deve ser tão conhecido como o Rikudou Sennin, talvez até mais. Pensando assim, você deve ser tão forte quanto ele! – disse entusiasmado.

HO HO HO, é óbvio que sim! Eu entro na casa de todas as crianças e dou presente a elas sem que ninguém note minha presença. Tudo isso é resultado de muito treinamento, todos os dias eu faço mais de dez mil flexões... – começara a se empolgar, iniciando seu treinamento na frente do garoto, mas parou antes de seu disfarce perfeito fosse por água abaixo. – ...bem, o importante é que eu sou o Papai Noel.

QUE DEMAIS! Eu sou o único ninja que conseguiu te encontrar?! Você pode me ensinar a ficar mais forte que o meu pai?

Eu posso, mas antes preciso decidir se você foi um bom garoto. Vejamos essa lista que eu roubei do Kaka... digo, minha lista mágica ultrassecreta. – começou a ler um caderno que era claramente dos registros da vila, provavelmente um documento que continha todas as travessuras de Boruto. – É... a situação não está nada boa para você, dessa forma eu não sei se consigo te ajudar!

Qual é, Papai Noel. – segurou a bermuda de Rock Lee – Você viu que eu tenho potencial, eu acredito em você... ME AJUDA POR FAVOR! – Boruto insistia como se sua vida dependesse daquilo.

Com certeza você não foi um bom garoto, mas acho que ainda podemos mudar isso... – fez uma pose ainda mais estranha – Se você provar o valor da sua juven... bondade, eu vou pensar no seu caso.

Certo! Só me diga o que fazer. – disse pulando de alegria.

Me encontre com sua irmã no quintal da sua casa, eu vou te esperar lá com uma missão. – disse desmontando sua barraquinha, que por sinal era toda feita de papelão. – Ah e mais uma coisa, não deixe sua mãe descobrir sobre isso, caso contrário eu vou ter que ensinar o Naruto a ficar mais forte do que ele já é.

Pode deixar, Noel-sensei!

Boruto voltou correndo para casa, trancou a porta e foi em direção a Himawari.

Quem era na porta, filho? – perguntou Hinata enquanto brincava com a pequena.

Era só um boneco de neve, ele perguntou se a gente tinha um chapéu pra emprestar. – respondeu naturalmente.

Ah, entendi... espera... o que? – ficou confusa.

Foi isso que eu disse. – garantiu – Ei Himawari, você pode vir comigo eu quero te mostrar uma coisa urgente.

O que é? – se levantou indo atrás do irmão.

É surpresa, não posso falar.

Surpresa! – disse abrindo os braços correndo atrás do irmão.

Hinata foi atrás pois também ficou curiosa, mas Boruto pensou rápido.

Caramba, que frio tá aqui fora! Seria muito bom comer algo quente... – passou a mão na barriga.

Vou preparar algo... – A mãe deu meia volta parcialmente triste por não conseguir ver o que era, mas também ficou feliz pensando em como seus filhos ficariam quentinhos depois de comer algo preparado por ela.

Boruto e Himawari saíram no quintal, mas o garoto não avistava Rock Lee, ou como o garoto pensava, o Papai Noel dos Ninjas.

Ei, vocês. Estou aqui. – sussurrou um homem vestido de papai noel clássico, que estava pendurado no muro.

Aí está você! – apontou para ele – Ei! Porque você não usou essa roupa desde o começo? Isso facilitaria muito pra mim.

Papai Noel! – dizia Himawari tentando escalar o muro ergendo as mãos pra cima.

Eu estava disfarçado, mas escute... não tenho muito tempo. Vocês precisam receber a missão rápido.

Missão? Vou ganhar presente? – questionou Himawari colocando o dedo na boca.

Isso, vocês vão ter que fazer uma missão. Peguem essas duas cartas, deixem a carta laranja com a mãe de vocês e a carta lilás vocês têm que entregar para o seu pai. – jogou as duas cartas.

Ei espera! Nós não podemos sair de ca... – foi interrompido.

Vocês precisam dar um jeito. Se não a missão vai fracassar. – jogou alguns acessórios para as crianças – Usem esses disfarces e me encontrem na frente do prédio do Hokage.

Em instantes ele desapareceu, deixando os dois com uma missão bem direta. Os irmãos vestiram o equipamento que o Papai Noel havia lhes dado. Eram dois pares de óculos escuros, dois narizes de rena de brinquedo e dois gorros de duende. Dessa forma eles ficavam combinando com o clima natalino.

Vamos, temos que fazer isso rápido antes que a mamãe termine de cozinhar. – disse Boruto, pegando na mão de Himawari.

Eles saíram correndo, deixando a carta laranja em cima da mesa e foram rumo ao prédio do Hokage. Hinata notou o barulho da porta fechando e foi direto ver o que tinha acontecido. A carta, largada em cima da mesa, despertou sua atenção. A mãe estava preocupada por não ver seus filhos em nenhum lugar, seria aquela carta uma mensagem de sequestro ou algo do tipo? Elas estava muito assustada, mas ao ler o conteúdo, ela ficou extremamente corada e também relaxada por seus filhos.

Mesmo não sendo típico do Naruto escrever aquele tipo de carta, talvez fosse uma brincadeira devido a data. Provavelmente fora ele que deixou a carta ali e levou os filhos para que ela tivesse tempo de se preparar para a surpresa dele. Mal sabia ela quem era o autor de tamanha ousadia.

[…]

Kakashi, você não acha que essa frase ficou um pouco suja demais? – perguntou Gai, coçando a cabeça. – Não consigo imaginar o Naruto escrevendo algo do tipo.

Não vai demorar muito para você me fazer rir, Gai. – sorriu para o amigo – Imaginar o Naruto escrevendo... seu humor está ficando cada vez mais sofisticado.

Você tem razão, o lápis e o papel são os piores inimigos dele. – riu de modo escandaloso, mas voltando a ficar sério logo em seguida – Afinal como você consegue copiar a caligrafia dele sem o Sharingan?

Bem, foram anos copiando esse tipo de cosia. É óbvio que não é tão preciso como quando ainda tinha o Sharingan, mas eu consigo ser o suficiente para enganar. Eu duvido que a Hinata pense em analisar a caligrafia depois de ler esse tipo de sujeira vindo do admirável “Naruto-kun”. – finalizou imitando Hinata.

E o Naruto, você acha que ele não vai notar a diferença na caligrafia da esposa?

Você está quase lá, Gai, continue assim. – sorriu novamente. – Mas sem brincadeiras, vendo como Hinata é delicada, eu não tenho dificuldade de imaginar ela escrevendo cartinhas para o Naruto. E o pior de tudo isso é que do jeito que ele é bobo, deve ficar lendo mil vezes todas elas. Mas nessa eu vou caprichar. Vou garantir que ele só consiga ler uma única vez.

Sabe, Kakashi, as vezes esse seu rosto sério e sem emoções me faz esquecer quem você foi enquanto governou Konoha, certo Sexto... – começava a abrir um sorriso.

Por favor, não me chame assim... – implorou num tom de desânimo.

Hokage... – pausa dramática – do Amor. – provocou com um grande sorriso estampado no rosto.

[…]

Boruto e Himawari finalmente chegaram no prédio do Hokage e encontraram o Papai Noel fazendo algumas flexões.

Aí está você! – apontou para ele.

Papai Noel! – disse a garota, entusiasmada ao ver o bom velhinho novamente.

Ho Ho Ho! Eu não sei do que vocês estão falando, sou apenas um ninja normal de Konoha prestando serviços ao Hokage. – tentava fazer outra voz.

Então porque você está vestindo a roupa do Papai Noel? – perguntou confuso.

Vocês me descobriram! Sim, eu sou o Papai Noel, isso foi apenas um teste. – fez mais uma pose estranha.

Ahn?! Esses testes não fazem o menor sentido! – respondeu nervoso.

Mas é claro que servem, ninjas que não podem perceber que eu sou o Papai Noel não merecem receber minhas missões.

MAS TODO MUNDO CONSEGUE VER QUE VOCÊ É O PAPAI NOEL! – gritou.

Papai Noel! – Himawari se agarrou na perna dele, abraçando.

Exatamente! – fez um sinal de positivo.

O quê? – Cada vez Boruto ficava mais confuso.

Venham mais perto... – pediu com as mãos – vou explicar o plano. – retirou Himawari da sua perna e a colocou ao lado do irmão e ficando agachado na frente dos dois, dando início a explicação. – Vai funcionar assim...

[...]

Naruto estava como sempre “trabalhando” no computador, quase deitado na cadeira e com os pés em cima da mesa. Como de costume uma mão estava no computador e a outra no... ramen instantâneo que ficava no colo. A porta da sua sala abriu e fechou com força, porém ele não conseguiu ver quem era pois a tela do seu notebook bloqueava a visão da porta naquela posição. Esticou o pescoço para cima tentando descobrir quem era.

Lá estavam eles, Boruto e Himawari, ambos com óculos escuros, um nariz de rena de plástico e dois gorros de duende. Eles estavam de braços cruzados e encostados na parede, cada um de um lado da porta. Encarou os dois filhos por alguns segundos. Vendo aquela imagem, o Hokage preferiu nem perguntar o que estava acontecendo, ao invés disso voltou a olhar para o computador.

Cada vez que ele esticava o pescoço para observar as crianças, elas estavam numa posição diferente e cada vez mais perto de sua mesa. Não demorou muito para que eles chegassem no seu objetivo final. Chegou num ponto onde Himawari estava sentada em cima da mesa do pai e Boruto estava ao lado dele. Ninguém falava uma palavra, eles apenas ficavam se entreolhando. Naruto finalmente sentou corretamente e tentou entender aquela situação.

Tá certo, o que vocês querem? Aliás, quem trouxe vocês aqui? Cade sua... – foi interrompido com a filha colocando o dedo nos seus lábios.

Boruto colocou uma carta lentamente em cima da mesa, fazendo o pai ficar curioso. Para que a filha tirasse o dedo indicador dos seus lábios, ele fingiu que iria mordê-lo, tirando alguns risos da pequena. Ele riu junto da filha e perguntou:

O que é isso? – colocando a mão em cima da carta.

Boruto imediatamente deu um tapa, colocando a mão sobre a carta e não permitindo que o pai a abrisse.

Qual é, você não quer que eu leia?

Himawari pegou uma caneta e um papel e começou a fazer uns desenhos, entregando ao pai. O primeiro desenho era uma carta com um xis sobre ela.

Certo, eu não posso ler agora então? – ela fez sinal de positivo com a cabeça enquanto desenhava outra coisa.

Essa carta é da sua mãe? – perguntou olhando para o outro desenho de Himawari que mostrava Hinata segurando um presente. – Então o que eu devo fazer?

A filha desenhou um presente. E ao lado desenhou ela junto de Boruto e fez um xis em cima dos dois.

Eu tenho que ler quando vocês não estiverem aqui? – perguntou interpretando o desenho.

Himawari acenou com a cabeça novamente, confirmando a interpretação do pai. Logo após, a garota desceu da mesa, mostrando que sairia. Boruto soltou a mão da carta, mas ao ver que o pai já pensava em abri-la sem esperar, imediatamente ele voltou a segurá-la, apontando para o último desenho da irmã.

Já entendi, Boruto! Eu só ia pegar a carta. – resmungou fazendo cara de criança que não ganhou doce. – Não vou ler até vocês saírem, pode ficar tranquilo.

O garoto foi tirando a mão lentamente, sem tirar os olhos do pai por um segundo. Boruto subitamente jogou uma bomba de fumaça no chão e junto da irmã, desapareceram sem deixar rastros.

O Hokage tossiu durante um tempo devido à fumaça. – Que merda de fantasia era aquela, afinal? – se questionou rindo enquanto segurava a carta após a fumaça ter se dissipado.

Naruto finalmente poderia ler e matar sua curiosidade. Ele lentamente abriu a carta, retirando uma folha de papel de dentro. Em seguida, começou a ler. Seu rosto foi ficando cada vez mais avermelhado conforme ia avançando no texto que achava ser de sua esposa. Ele não conseguia mais se conter, assim que chegou no final seu nariz explodiu em sangue, machado toda a mensagem. O plano de Kakashi funcionou com perfeição, o Hokage não teria a oportunidade de checar a caligrafia.

[...]

Assim que saíram do prédio do Hokage, Boruto e Himawari encontraram apenas um recado deixado pelo Papai Noel: “Ótimo trabalho, me encontrem de noite na sua casa. Vamos verificar se vocês obtiveram sucesso em sua missão”. Sendo assim, elas correram para casa, pois sua mãe deveria estar preocupada com eles.

Diferente do que imaginavam, quando chegaram em casa, Hinata estava calma preparando a comida. Eles tentaram ser furtivos, mas falharam miseravelmente.

Na onde vocês estavam? – perguntou enquanto cozinhava.

Com o papai. – respondeu Himawari.

Hinata ficou um pouco corada ao confirmar sua teoria de que a carta era mesmo do marido. Ela ofereceu para as crianças o chocolate quente que eles largaram mais cedo e lá ficaram. A família ficou matando o tempo até que Naruto chegasse para comemorar o natal com todos.

[...]

Assim que o Hokage finalmente terminou seu serviço com a vila, ele foi imediatamente para casa. Ao chegar, trocou imediatamente olhares com a esposa, ambos ficaram envergonhados pensando no conteúdo das cartas falsas. Naruto resolveu ajudar a mulher a preparar tudo, mas ele ficava em silêncio, tinha algo muito errado naquele clima. Ele não se conformava em como poderia ficar tão envergonhado depois de tantos anos casado com ela. O ar daquela noite era como se eles tivessem acabado de se conhecer, o mesmo clima que gerou um dos pestinhas.

Hinata chamou todos para se servirem, dando início a ceia.

O Papai Noel vai aparecer? – perguntou Himawari.

Só quando você estiver dormindo, minha filha. – respondeu a mãe, sorrindo para Himawari que se esforçava para comer sem causar desastres.

Obviamente os pais não entenderam qual era a real pergunta dela, sendo assim, Boruto tentou mudar de assunto pois seus pais não poderiam saber do Papai Noel, caso contrário sua missão falharia e ele não ficaria mais forte que seu pai.

Preciso comer muito! Eu vou precisar ter muita energia pra ficar muito forte DATTEBASA! – afirmou ele enchendo a boca de comida. – É melhor você se preparar, porque amanhã eu vou lutar com você e provar que sou o mais forte! – apontou para o pai.

Naruto sorriu com o entusiasmo do garoto. Por um momento ele desviou o olhar para a esposa, novamente ficando constrangido. Hinata estava na mesma situação e decidiu que era hora de se pronunciar.

Na-Naruto, so-sobre a carta... – disse corada, batendo os dedos – eu es-espero qu-que você goste de hoje a noite! – finalizou quase gritando, colocando a mão logo após perceber o quão alto havia falado. Ela estava realmente muito envergonhada com o que ele escreveu.

Naruto imediatamente tampou o nariz antes que estragasse o jantar da família inteira, assim como fez com a carta de Hinata. – Eu também espero que você goste, Hina. – disse com a voz abafada devido a mão que tampava consequentemente sua boca.

Hinata também foi obrigada a tampar o nariz. As crianças por sua vez não entendiam nada do que estava acontecendo. Aquela situação era tão estranha, eles sabiam que tinha algo secreto sendo conversado pelos pais, mas a inocência não os permitia entender sobre o que era. Os pobrezinhos não tinham ideia do quanto estavam envolvidos em tudo aquilo.

Para fugir daquele clima estranho, Boruto e Himawari decidiram apostar com os pais quem conseguiria comer mais. Naruto e Hinata aceitaram, pelo menos isso diminuiria um pouco aquele ar de casal em primeiro encontro que dominava o lar dos Uzumakis. A competição começava, mas as crianças estavam ganhando de lavada dos pais, era só os dois se entreolharem que eles esqueciam da competição e ficavam igual dois bobos envergonhados.

Foi assim até acabar com toda a comida. Naruto estava um pouco deprimido por não conseguir ganhar dos filhos numa competição que avaliava o seu principal talento: comer. Bem, pelo menos ele sabia que o prato principal ainda estava por vir, assim que as crianças fossem dormir.

A ansiedade do Hokage para ficar a sós com a esposa só aumentava. Suas ações já começavam a ser influenciadas.

Vocês não querem ir dormir, não? Até onde eu sei o Papai Noel só entrega os presentes quando as crianças estão dormindo. – sugeriu Naruto sem dar a entender suas reais intenções.

Não, eu tô bem. Comi tanto que tenho energia para ficar uns dois dias sem dormir. – afirmou Boruto orgulhoso de si mesmo.

Ouvir aquilo matou Naruto por dentro, fazendo ele olhar como se quissese matar o garoto. Só faltava sair fogo por sua boca. Por sua vez, Himawari notou algo diferente chamando sua atenção em outro cômodo. Era o Papai Noel. A pequena segurou a mão do irmão e começou a puxá-lo até onde o bom velhinho dos ninjas estava.

O que você está... – percebeu a presença daquele Papai Noel fajuto em seu quarto, agora seguindo a irmã por vontade própria.

Finalmente os pais puderam ficar sozinhos. As crianças haviam entrado no quarto e provavelmente não sairiam mais.

E então, nós conseguimos cumprir a missão? – perguntou Boruto.

Nós precisamo esperar mais um pouco...

Mais um pouco?! – disse nervoso – Você me fez andar por Konoha inteira fazendo suas maluquices, você não pode dizer que eu não me esforcei!

Boruto vem cá! – Himawari estava espiando os pais pelo vão da porta. O garoto foi até a irmã e viu Naruto dando um beijo em Hinata. Aquilo fez o garoto ficar calado por alguns segundos. De repente, as duas crianças foram puxadas para trás e a porta se trancou.

Parabéns, vocês cumpriram sua missão. – disse o Papai Noel escapando por uma das janelas.

EI VOLTA AQUI, VOCÊ PROMETEU QUE EU IA FICAR MAIS FORTE QUE O HOKAGE! – disse tentando perseguir Rock Lee.

Xiu, você vai atrapalhar eles. – pediu Himawari ao irmão, antes que ele causasse um tumulto.

Mas que droga! Eu nunca mais acredito nas palavras desse vovô ridículo. – resmungou silenciosamente.

Infelizmente, eles ficaram presos no quarto pelo resto da noite e foram obrigados a dormir ali mesmo.

Ainda naquela noite, várias peças de roupa caiam do céu. Rock Lee finalmente poderia tirar sua fantasia e voltar ao seu traje original de membro da Anbu Ne. Ele se dirigia para o núcleo de operações a fim de informar o seu sucesso na missão.

[…]

No dia seguinte Naruto acordou abraçado com a esposa, se recordando da noite anterior e da madrugada que passou junto de Hinata. Aquilo com certeza iria ser lembrado por muito tempo.

Imaginando que os filhos estariam se divertindo com os presentes deixados pelo “Papai Noel”, ele colocou uma roupa e foi conferir como as crianças estavam.

Bem, de fato eles estavam aproveitando o presente dado pelo bom velhinho, mas não pelo Papai Noel que Naruto fingia existir. As crianças estavam no quintal treinando junto com Rock Lee.

Yo Naruto! Meu amigo me contou que o Boruto queria ficar mais forte. – dizia lutando com as crianças – É melhor você vir treinar também, antes que o desejo dele vire realidade e ele se torne mais poderoso que você.

Naruto sorriu olhando para os presentes ainda fechados e respondeu – Talvez outra hora, eu ainda estou cansado... foi uma longa noite. – disse esticando os braços enquanto voltava para o quarto.

Ele deitou ao lado da esposa, acordando ela.

Bom dia Na... – disse ainda sonolenta.

Hinata, oportunidade única. O Lee está treinando as crianças, vamos repetir o lance da carta! – disse determinado.

Ahn? – disse corada.

A carta que você me escreveu... você não lembra? – respondeu confuso.

Pera aí, você escreveu a carta, não?

Claro que não, foi você... – pensou um pouco – se bem que aquela carta era realmente atrevida demais pra ser sua.

Não foi você que escreveu isso? – pegou a carta laranja, que ela havia guardado, e deu ao marido.

Ahn? Não... Pera aí, você não escreveu uma carta parecida com essa pra mim? – perguntou confuso.

Não... quem pode. – Hinata acabara de descobrir o culpado.

Pois é... Ele não parou... MALDITO KAKASHI-SENSEI! – gritou para o além.

Me-mesmo a-assim, se vo-você a-ainda quiser, nós po-podemos...

Naruto abriu um sorriso.

VALEU KAKASHI-SENSEI! – gritou novamente para o além.

Lá de fora eles só puderam escutar Boruto gritando para Konoha inteira ouvir.

ISSO SIM É NATAL! EU VOU SER O NINJA MAIS FORTE! SE PREPARE MUNDO NINJA! PAPAI NOEL EU TE AMO!

O grito foi seguido pelo de Himwari.

Eu também te amo Papai Noel, eu quero ter uma barba igual à sua quando eu crescer.


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Notas finais do capítulo

Fonte da imagem: http://41.media.tumblr.com/ccbe592b2f1c4031688f6628b5010b08/tumblr_ng36virAUN1rk37vko1_1280.jpg

O próximo capítulo vai demorar um pouco porque eu quero pensar bastante em como a história vai seguir daqui pra frente.

Mas enfim, espero que tenham curtido.

Críticas, sugestões, correções e qualquer outra coisa que vocês queiram que eu leia, basta comentar.

FALOUS.