Procura-se Namorado Para Granger escrita por they call me hell


Capítulo 6
Desencontros


Notas iniciais do capítulo

Ah, a confusão está no ar! haha. Agradeço aos comentários de vocês, pessoal. São os melhores leitores ever! ♥



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— 6 —

DESENCONTROS

Quando Ginevra Weasley questionou Hermione – através de uma coruja – sobre como havia sido o almoço no Abóbora de Ouro, ela logo inventou uma desculpa para que não conversassem pessoalmente sobre aquilo no momento. Isso se deu, principalmente, pelo fato de que Fred tomara uma poção para dor e dormira em seu sofá com um saco de gelo no rosto. A poção era conhecida por realmente causar muito sono e, desse modo, não seria nada seguro aparatá-lo para o seu apartamento.

Enquanto dizia a amiga que tudo estava delicioso e que a data fora acertada, ocultando o alvoroço, Hermione olhava o ruivo em seu sofá com verdadeira admiração. Eles não eram tão amigos assim, afinal, mas Hermione sempre estivera por perto nos últimos anos, convivendo dia após dia com a família Weasley, e ver que Fred fora capaz de tal coisa para protegê-la – ainda que houvesse modos muito mais delicados e pacíficos de fazê-lo –, seu coração se alegrou.

Ele dormia um sono calmo, muito profundo e Hermione decidiu por não incomodá-lo até que acordasse por conta própria, independente da hora que fosse. Quando Fred acordasse, ela poderia analisar o corte em sua testa e escolher, assim, o feitiço que melhor servisse para ajudá-lo. Após tantos perigos ao lado de Harry e Ron, e trabalhando na Maternidade de Salém agora em sua fase adulta, Hermione desenvolvera uma capacidade excepcional para feitiços de cura e reabilitação.

Com um tempo indeterminado de espera, já tendo concluído sua conversa com Gina, ela pegou o cobertor em sua cama e o utilizou para aquecer Fred, rumando em seguida para o seu quarto. Ainda havia muitas horas até o término do dia e um grande livro para concluir a leitura.

* * *

No Ministério da Magia, Ron e Harry conversavam animadamente sobre os preparativos para a Copa Mundial de Quadribol. Em meio as idéias e opiniões trocadas, Harry pegara uma porção de papéis que separara previamente como lixo – incluindo entre eles, sem perceber, o pergaminho intocado de Hermione sobre sua mesa – e os descartara sem muita atenção. Jamais descobriria, através dele, que houvera toda a confusão de compromissos e que ela não fora a cafeteria com George, como esperado.

— Eu aposto na Seleção da Itália esse ano – Ron comentou, bebendo um gole de sua xícara de café. – Tachinardi, o apanhador dessa temporada, esteve muito bem nos últimos jogos.

Harry precisou aceitar que aquela era uma excelente observação.

— Mas não devemos esquecer que a Bulgária tem Krum e que ele continua sendo um dos melhores apanhadores do século.

A menção de Viktor Krum sempre era um fator capaz de irritar Ronald profundamente. Ele detestava o campeão de Durmstrang por muitos motivos, mas os principais eram o baile de inverno em Hogwarts – quando ele convidara Hermione – e toda a gente que parecia vangloriá-lo sem motivo. Afinal, para o orgulho cego do ruivo, ele nem era tão bom assim.

— A Itália vai massacrá-lo em poucos minutos de jogo – Ron findou a conversa. – Você verá, Harry.

Ele deu de ombros. Gostaria de debater esse ponto de vista, mas sabia que o amigo detestava falar sobre Krum e, oportunamente, a coruja que esperava acabara de chegar com as notícias tão ansiadas.

— Obrigado, Edwiges – Harry disse, demonstrando alegria.

Ron espichou o pescoço na direção do pergaminho, conseguindo apenas identificar a horrorosa caligrafia de seu irmão George. Isso atraiu sua atenção de um modo particular.

— Desde quando você e George trocam correspondência? – ele perguntou um tanto enciumado.

Harry não pareceu percebê-lo, todavia, correndo os olhos pelas linhas rabiscadas.

— Desde hoje – ele se limitou a dizer.

Ron se permitiu vencer, a contragosto, bebendo mais do seu café.

O pergaminho, como Harry percebeu, era muito otimista. Nele, George dizia-se feliz em ter descoberto definitivamente quem era a sua admiradora secreta e que Harry realmente acertara em sua descrição sobre ela. O encontro parecera ter sido agradável, sem maiores surpresas ou acontecimentos, mas a conversa fluíra bem e um novo encontro estava marcado para a próxima semana. Ao terminar de ler, Harry comemorou o sucesso de seu plano com um sorriso triunfal, sem saber que, na verdade, George saíra com Angelina Johnson, acreditando que ela era a sua garota.

* * *

  

Gina estava extremamente cansada devido ao treino puxado que tivera pela manhã, mas isso não fora capaz de impedi-la de dirigir-se a casa de Hermione depois do almoço, por mais que a amiga tivesse lhe explicado tudo através de sua coruja e dado a entender que também descansaria durante a tarde.

Quando ela aparatou em frente a porta da amiga, pegou a chave em seu bolso e a abriu sem fazer muito barulho. Hermione, afinal, era uma nascida-trouxa e procurava manter algumas coisas em sua rotina como o tradicional, utilizando fechaduras comuns ao invés de feitiços, por exemplo, e garantindo a Gina que era importante alguém ter uma cópia da chave principal por questões de segurança.

Assim, a morena não percebeu que alguém entrara em sua casa durante bons minutos, até que a garota Weasley berrasse seu nome pelos quatro cantos. Ao ouvi-lo Hermione sentiu o sangue correr pelas veias. Antes que Gina pudesse encontrar o irmão em seu lastimável estado no sofá, Hermione se adiantou por um corredor alternativo e removeu o saco de gelo de sua testa, utilizando uma ponta do cobertor para cobrir o corte inchado que havia ali.

— Olá Gina! – ela sorriu nervosa ao ver a garota ali.

Ambas se aproximaram e trocaram um abraço cheio do calor da sua amizade.

— Olá – ela respondeu alegremente. – Sei que você deve estar cansada, mas não podia esperar mais para saber como foram as coisas. Vamos a sala para que possa me contar, sim?

Hermione vacilou alguns segundos, sem saber o que dizer.

— Que tal irmos para a cozinha? – sugeriu ela, segurando a amiga pelos ombros e a levando até lá antes que pudesse protestar. – Farei um suco de abóbora para nós e então te contarei tudo o que quiser saber.

Diante desse ponto de vista, Gina não teve qualquer resistência. Acomodando-se em uma das cadeiras ao redor da mesa, ela viu Hermione pegar algumas abóboras, açúcar e gelo.

— Por que está colocando um feitiço silenciador no liquidificador? – Gina riu.

— Para que não atrapalhe nossa conversa – ela deu de ombros com a maior naturalidade.

Estava certa, afinal.

— Bem, então... – Gina começou. – Tudo já foi acertado com o restaurante, certo?

Hermione balançou a cabeça positivamente, pegando alguns copos no armário.

— Sim. Fred adorou a comida, tal como eu. Então não perdi tempo em acertar os detalhes – ela deu um sorriso enquanto desligava o eletrodoméstico e servia os copos. – Eles lhe mandarão uma coruja durante a semana para confirmar o contrato e dar as demais informações.

— Ótimo! – Gina gritou animada, fazendo Hermione torcer para que Fred não acordasse. – Isso me deixa tão mais tranqüila... Obrigada Hermione.

— Não há de quê.

Sentando-se a mesa, ela pousou ambos os copos sobre ela, empurrando o da amiga em sua direção. Tudo parecia estar indo muito bem, até o momento em que um barulho surgiu do cômodo ao lado.

— O que é isso?

A pergunta de Gina fez Hermione estremecer.

— Bichento – ela disse para contornar a situação. Aquela não era uma boa hora para Fred resolver roncar, definitivamente. – Ele costuma ronronar quando brinca com sua bola de lã.

— É um ronronar bem estranho. Deveria levá-lo ao veterinário, Hermione.

Ela riu para si mesma.

— Acho que tem razão.

O barulho, porém, foi ficando mais e mais alto, até o ponto em que Gina se levantou bruscamente e dirigiu-se a porta da sala. Hermione não teve tempo de impedi-la e a pergunta a seguir foi desastrosa:

— Hermione, por que meu irmão está dormindo no seu sofá?

* * *

George estava quase a flutuar quando chegou em sua loja depois do almoço. Isso fez Verity rir, enquanto arrumava algumas caixas sobre o balcão. Seus patrões eram dois homens com excelente senso de humor, mas o que mais lhe causava risos eram as suas reações naturais diante das coisas.

— Então, como foi o encontro? – ela questionou.

— Fantástico! Magnífico! Estupendo! – respondeu George com um sorriso que ia de uma orelha à outra.

— Vejo que essa é uma garota de sorte.

George franziu o cenho ao ouvir aquilo.

— Claro que sim – ele respondeu. – Afinal, ela saiu comigo.

Verity riu ainda mais.

— Duvido que ela esteja andando pelo Ministério com um sorriso bobo igual ao seu – provocou ela. – Afinal, foi apenas um café durante o almoço, não?

Isso fez George repreender a si mesmo. Sim, havia sido apenas um almoço e ele não deveria estar feito um idiota daquele jeito. Porém, o encontro fora ótimo e não havia um modo de negar isso.

— O sorriso dela certamente está muito mais bobo, para sua informação.

— Vamos fingir que sim, George.

— Onde está Fred, afinal?

A ajudante guardou a pesada caixa embaixo do balcão outra vez, limpando as mãos no avental.

— Agora que você perguntou, percebi que ele ainda não chegou do almoço.

Isso fez George se sentir incomodado.

— Não? – questionou. – Ele disse algo sobre ir ao Gringotts em seguida ou coisa parecida?

Verity negou com um gesto, vendo novos clientes chegarem e dizendo-lhes bom dia. George achou tudo aquilo bem estranho, mas limitou-se a passar para o lado de dentro do balcão e rumar ao seu apartamento.

— Bem, me avise quando ele chegar.

Quando a porta do andar superior apareceu diante de si, George a abriu e deixou seu corpo cair no grande sofá próximo. Em sua mente ainda se passavam os últimos detalhes sobre o almoço que tivera com Angelina e a conversa agradável que haviam tido.

— Já fazia um bom tempo que eu não vinha a esse lugar – ela dissera, ao chegarem.

Não demorou muito para que escolhessem uma mesa e se sentassem, observando o cardápio com atenção. Quando os pedidos foram feitos, eles voltaram a se olhar nitidamente.

— Então Angie – ele disse, lembrando-se do apelido que ela possuía nos tempos de Hogwarts. – O que você faz no Ministério, exatamente?

Ela achou aquela uma ótima pergunta. Se situarem quanto ao presente de ambos era uma ótima forma de começar, após tanto tempo sem se falarem.

— Eu trabalho no departamento referente a esportes mágicos – ela explicou. – No momento estou encarregada de alguns detalhes sobre a preparação da Copa de Quadribol. Gina jogará, não? Leio os artigos dela no Profeta Diário, são muito bons.

— Por mais que eu evite elogiar meus irmãos, principalmente em público, devo confessar que são bons mesmo. Gina puxou meu excelente dom para o quadribol – ambos riram. – Ela jogará, creio eu. Hoje de manhã houve um treino muito importante das Harpies, mas isso é tudo o que sei com certeza.

Angie sorriu.

— E você, o que tem feito ultimamente?

— Eu e Fred continuamos com os logros. Aprimoramos os que utilizávamos antigamente e passamos a criá-los em série em forma de diversos produtos, os quais vendemos em nossa loja.

A garota não pôde acreditar no que ouvira.

— Vocês abriram uma loja como a Zonko’s? Isso é maravilhoso, George!

— Na verdade – ele disse com um misto de alegria e orgulho. – Não só abrimos nossa loja, como estamos considerando comprar a Zonko’s para expandi-la. Mas isso ainda é um projeto e, eventualmente, um segredo.

— Estará bem guardado – ela disse. – Não posso acreditar que você e Fred sejam donos da loja sobre a qual meu sobrinho tanto fala!

— É mesmo? Leve-o lá qualquer dia desses. Ficarei satisfeito em conhecê-lo.

Angelina concordou, agradecida. Quando os cafés chegaram com os bolinhos de caldeirão, tanto ela quanto George passaram a comer e bebericar devagar entre as frases.

— Sabe, está sendo muito bom te ver de novo, George. Achei que pudesse acabar indo para longe como seu irmão Charlie ou sei lá o que.

— Londres é o meu lar – ele sintetizou, bebendo um pouco do seu café. – Por mais que almeje abrir outras filiais da loja, quem sabe até mesmo em outros países, não me vejo longe daqui. Não por muito mais tempo além de um passeio.

— Entendo o que queira dizer. Eu tinha o desejo de conhecer o mundo, mas desde que minha irmã teve seu filho não consigo me imaginar longe dele – riu. – Crianças mudam a nossa vida, para melhor.

Ele concordava com aquilo, é claro. George não era do tipo que gostasse de expor seus sentimentos e desejos mais íntimos, mas construir uma bela família estava em seus planos futuros. Bastava encontrar uma garota certa e, talvez, Angelina fosse essa garota.

— Espero que Gui me dê sobrinhos logo para que possa atestar isso – ele riu.

— Logo você poderá ter os seus também, não se preocupe.

O fim da conversa chegara não muito depois, como ele se lembrava amargamente. O horário estava acabando para Angelina e, apesar da conversa agradável, ela precisava retornar ao trabalho. Não sem combinar um próximo encontro, é claro.

* * *

Hermione pensou em diversas desculpas para dar a Gina sobre a razão do irmão dela estar a dormir em seu sofá enquanto a noite se aproximava, mas nenhuma parecera muito adequada. Ela não poderia simplesmente explicar que Fred batera em um funcionário do restaurante e tomara uma poção para a dor que lhe daria sono por boas horas, ainda que a história tivesse seu fundo de concordância, mas o que poderia dizer em seu lugar?

— Hermione? – ela dissera mais uma vez, pressionando a amiga.

— Fred disse estar se sentindo cansado depois do almoço – ela começou a dizer – E acabou pegando no sono aí mesmo, no sofá. Estou com pena de acordá-lo, então resolvi deixá-lo dormir até que se sinta disposto.

Gina forçou um sorriso, o qual Hermione achou ser por conta de sua reprovação. Enquanto a morena se martirizava por deixar um homem dormir em seu sofá, a ruiva se sentia decepcionada, de certa forma. Era um grande passo que Fred estivesse dormindo no sofá de Hermione – ainda que ele pudesse tê-lo aproveitado muito melhor – e isso, diante do seu plano secreto, era maravilhoso, ainda que não suficiente.

— Que bom que não permitiu que ele fizesse a bobagem de aparatar dessa forma – ela disse, deixando Hermione mais tranqüila.

— Seria demasiado perigoso, eu sei – a morena concordou. – Vejo pessoas indo a Saint Mungus com frequência por más aparatações. É uma situação realmente perigosa.

— Tem razão – Gina sorriu pela preocupação da amiga, ainda que fosse natural de uma curandeira de Salém. – Bem, acho que não devemos importuná-lo e eu também não planejava demorar muito, afinal, você deve estar cansada das agitações do dia.

Hermione poderia rebater dizendo que apenas fora ao almoço com Fred, mas temia que ele acordasse ou se virasse no sofá enquanto Gina estivesse ali. Se ela visse o corte acima de sua sobrancelha e o inchaço em seu rosto, haveria muito mais o que explicar.

— Tudo bem – disse ela. – Nos falamos amanhã. Agora que o local, a data e o Buffet do casamento já estão certos, nos faltam poucas coisas a organizar.

Gina assentiu, beijando a bochecha da amiga antes de partir.

— Cuide-se Hermione – ela sorriu, indo em direção a porta. – E, qualquer coisa, me mande uma coruja.

— Cuide-se também, Gina – respondeu ela. – Mande um olá ao Harry quando o vir.

E, assim, Gina aparatou de volta a casa dos pais com a certeza de que as coisas entre Fred e Hermione estavam indo muito bem.


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Notas finais do capítulo

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