Procura-se Namorado Para Granger escrita por they call me hell


Capítulo 7
Hogwarts Outra Vez


Notas iniciais do capítulo

Que acha de presentear a história com um review e/ou recomendação? ♥



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— 7 —

HOGWARTS OUTRA VEZ

Como acontecia tradicionalmente todos os anos, mais uma vez chegou a data em que Hogwarts abria suas portas para os ex-alunos lhe visitarem a fim de prestarem suas homenagens aos tantos mortos durante a batalha que ocorrera no passado, dando um fim ao terror de Voldemort. Esse era, como esperado, um dia marcado profundamente pela emoção. Não só muitos alunos e seus familiares haviam morrido ali, como também o próprio Albus Dumbledore, um bruxo magnífico que também fora um professor e diretor muito admirado, cuja lápide ali estaria pelo resto dos tempos.

Naquela manhã, como em todas as outras do tipo, Hermione se encontrara com Harry, Ron e os demais membros da família Weasley na plataforma 9¾, tal como fazia em sua infância. Molly e Arthur infelizmente nunca mais compareceram após a primeira vez, quando a Sra. Weasley teve um grande mal estar ao deparar-se com o mesmo local no qual enfrentara Bellatrix Lestrange. Por mais que ela soubesse que fora em extrema defesa e em um caso necessário, não havia como se perdoar por isso, até mesmo quando essa lembrança se misturava com as de Bellatrix no passado, ainda uma aluna da Sonserina, passando pelos corredores ao mesmo tempo em que Molly.

As primeiras horas da viagem eram recheadas de nostalgia. Apesar de ser um dia em que apenas adultos enchiam os vagões, sem seus uniformes coloridos e conversas agitadas, tudo parecia igual e a paisagem pela janela em nada deixara de ser encantadora. Aquele era um momento puro, com sabor de infância, e antecedia toda a qualquer aflição que pudesse surgir diante das cenas posteriores. Assim, quando Hermione se viu dentro de um dos vagões com seus melhores amigos, não pôde deixar de se sentir a velha sabe-tudo.

— Será que o carrinho de doces vai demorar para passar? – questionou Ronald, visivelmente preocupado.

Gina lhe deu um olhar de advertência, mas ele não pareceu perceber.

— Acho que não – Harry respondeu.

Hermione, porém, não prestava atenção em nada do que era dito ali. Seu pensamento estava longe enquanto folheava as páginas do livro que trouxera para a viagem. Antigamente, ela poderia sentir-se incomodada com as vozes durante a sua leitura, mas acabara por adquirir a capacidade de se concentrar apenas nas letras e esquecer tudo ao seu redor. Isso, inclusive, foi o motivo de Ginevra quase chacoalhá-la pelos ombros. Quando a morena ergueu os olhos, assustada, a amiga lhe sussurrou: “Vamos ao banheiro?”, o que ela prontamente atendeu.

Assim que a porta da cabine foi fechada atrás de si, Gina começou a questionar a si mesma sobre onde é que Fred poderia ter se metido.

* * *

Sozinhos, Ron e Harry começaram uma conversa sobre coisas triviais como quadribol e seus trabalhos tão similares, mas essa calmaria, infelizmente, não durou muito. Retrocedendo um bom número de dias, o ruivo lembrou-se de quando o amigo lhe contara sobre a idéia de casar-se com a sua irmã. Quando Harry percebeu que ele se lembrara disso, tentou contornar a situação de todas as formas possíveis, mas nenhuma delas fez efeito.

— Agora que Gina e Hermione foram sabe-se lá onde, podemos retomar aquela conversa – disse Ron, ajeitando-se no acento da cabine.

Harry sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— O que exatamente você quer me dizer, Ron?

— Na verdade, podemos começar com você me dizendo que desistiu de toda essa loucura, não é?

— Você sabe que eu não desistirei disso – o outro rebateu, sentindo-se acuado. – Achei que você apoiasse meu relacionamento com a sua irmã, Ron. Achei que seria o primeiro a nos dar parabéns e desejar felicidades.

Aquilo fez o Weasley fraquejar um pouco. É claro que ele achava que ninguém cuidaria melhor da sua irmãzinha do que seu melhor amigo, mas casamento era algo muito sério. Suas reclamações, no fundo, eram motivadas pelos seus próprios receios quanto ao que aconteceria depois daquilo.

— Eu apoio, Harry. Só entenda que...

Harry franziu o cenho diante da pausa do amigo. Havia algo entalado em sua garganta, percebeu, mas não tinha tanta certeza se queria ouvi-lo. Assumindo uma postura mais rigorosa e ao mesmo tempo sensata, ele decidiu que diria as suas últimas palavras antes de dar o assunto por encerrado.

— Ron, você é o meu melhor amigo e eu não quero que isso mude, assim como também não quero perder a sua irmã, que eu amo mais do que a minha própria vida – disse ele, sério. – Eu gostaria que você apoiasse a nossa decisão, mas, se não pôde fazê-lo, ao menos terá que respeitá-la. Eu não vou desistir do meu casamento com Gina, porque sei que estamos prontos para isso e que não há nenhum outro momento melhor do que o agora. Então, por favor, não toque mais nesse assunto a menos que mude de idéia.

Com isso, Harry levantou-se de onde estivera até então e olhou Ron por alguns breves minutos. O ruivo estava completamente desarmado depois do que escutara e apenas sustentou o olhar, sem qualquer intenção de dar o braço a torcer. Pela primeira vez em todos aqueles anos, os dois julgaram que aquela amizade havia chegado ao fim e isso pareceu muito mais doloroso do que poderia ser. Ambos poderiam ter dito muitas coisas para consertar o momento, mas nada fizeram até o momento em que Harry abriu as portas da cabine e saiu para o corredor, deixando Ronald sozinho com os seus pensamentos.

* * *

 

Como se poderia imaginar, Fred e George estavam aprontando naquela bela manhã. Aquele era um dia de luto, de tristeza e belas homenagens, e, portanto, eles sentiam que precisavam alegrar as pessoas de algum modo. Não que fossem sádicos ou que menosprezassem os acontecimentos do passado – Fred mesmo havia dado um grande susto em sua família, ficando um longo tempo no hospital para recuperar-se do que haviam imaginado ser a sua fatídica morte –, mas ninguém sabia melhor do que os gêmeos Weasley que a vida era feita para se viver. Se tantos haviam morrido para garantir a felicidade dos que haviam sobrevivido, então seriam felizes todos os dias para fazer tal perda valer a pena.

Então, em um dia onde tantos ex-alunos de Hogwarts se reuniam, os dois trataram de preparar suas armadilhas logo cedo. Uma delas seria destinada a Draco Malfoy, é claro, e era por esse mesmo motivo que os ruivos haviam decidido se separar e esconder. Afinal, já eram suficientemente grandes para se meter em problemas por isso.

— Fred? – uma voz chamou alto pelo corredor, enquanto o ruivo segurava as portas de uma cabine vazia onde pretendia esconder-se.

Inicialmente assustado, ele olhou para trás esperando ter sido pego, mas logo sorriu ao ver que eram Gina e Hermione a se aproximar. “Entrem, entrem logo”, ele disse ao abrir a passagem diante de si, o que fez ambas as garotas ficarem intrigadas.

— O que houve? – questionou Hermione, sentando-se ao lado da amiga.

— George e eu preparamos uma coisa especial para o Malfoy – Fred sorriu satisfeito. – Agora eu estou me escondendo para que não me peguem. Portanto, fiquem aqui para que eu possa usá-las como testemunhas da minha inocência, caso seja necessário.

— E onde está o George? – foi a vez de Gina se manifestar.

— Por aí. Decidimos nos separar.

Hermione riu, por mais que achasse as brincadeiras dos gêmeos muito imprudentes. Trabalhando na área médica ela passara a conhecer Draco Malfoy melhor, visto que ele era um curandeiro em Saint Mungus, portanto, Hermione sabia que ele se sairia bem independente do que os Weasley pudessem lhe destinar. Isso a deixou mais tranqüila.

— Bem, temos algo a conversar – a ruiva disse outra vez, atraindo a atenção para si.

Isso fez Hermione paralisar no seu lugar. Ela não esperava que Gina fosse conversar com Fred sobre o fato dele ter dormido no seu sofá e o ruivo parecia tão surpreso quanto, imaginando que Hermione o dedurara sobre ter participado de uma briga no restaurante. Talvez ela nem tivesse feito tal coisa, concluiu ele, já que Gina poderia muito bem ter ido até lá resolver algo a cerca do buffet.

— O que foi? – ela disse entre risos. – Parece até que viram uma mortalha.

Antes fosse, pensou Hermione. Neste caso a sua varinha seria útil.

— Eu... eu também queria falar sobre o casamento – a morena se adiantou, fingido naturalidade. – Creio que Fred já nos tenha ajudado o suficiente, já que agora só nos falta o vestido. Você não quer que ele veja o vestido, é claro.

Fred concordou prontamente.

— De modo algum! – Gina exclamou.

O que quer que ela estivesse pensando em dizer, pareceu morrer ali mesmo e isso fez o baderneiro e a sabichona se sentirem aliviados.

* * *

 

— Ei Harry – disse o rapaz diante de si. – Aconteceu algo?

Aquele não era o melhor momento para conversar sobre tal coisa, mas ele concordou em fazê-lo. Preocupado, George o levou até a sala dos monitores no fim do corredor, onde estava planejando se esconder. A companhia do amigo seria muito bem vinda, afinal.

— Ande, me diga o que está a incomodá-lo.

— Antes de tudo, você...

— George. Eu sou o George – riu ele.

— Ótimo – Harry curvou os lábios brevemente. – Escute George, esse é um assunto muito importante para mim. Espero que você reaja bem a ele e, principalmente, saiba guardar segredo. Eu não deveria, mas... Preciso falar com alguém sobre isso.

A seriedade naquele início de desabafo tornou o ruivo sério. Por mais que gostasse de brincadeiras, ele sabia estender a mão ou oferecer o ombro a um amigo e aquele se mostrava um momento para tal.

— Seja lá o que for, pode confiar em mim, Harry.

— Obrigado – suspirou o moreno. – Bem, eu e Gina decidimos nos casar na primavera.

George franziu o cenho e permaneceu calado por alguns instantes, deixando Harry tenso. Por fim, ele abriu um enorme sorriso que afastou qualquer tensão da conversa.

— Isso é ótimo! – disse ele, realmente satisfeito. – Meus parabéns, Harry. Tenho certeza de que cuidará bem da Gina.

Outro suspiro escapou dos lábios secos de Potter. Por que seu melhor amigo não podia simplesmente agir daquele modo também?

— Obrigado, George – repetiu ele.

— Por nada – o ruivo deu de ombros. – Mas onde está o problema nisso? Ainda não entendi.

— Gina quer fazer uma surpresa para todos, principalmente para os seus pais. Então decidimos que, inicialmente, apenas contaríamos a notícia para Ron e Hermione, assim poderíamos ter alguma ajuda e apoio. Porém, apoio não foi exatamente o que recebi do seu irmão.

Ah sim, pensou George. Isso era um grande problema.

— Roniquinho realmente tem o dom de estragar as coisas – George balançou a cabeça negativamente. – Acha que ele abrirá a boca?

— Isso já não me importa tanto, sinceramente – os ombros de Harry caíram em desmotivação. – Acabamos de ter uma discussão sobre isso e realmente não sei se continuaremos a ser amigos.

Ron, ainda sentado sozinho em sua cabine, pensava a mesma coisa.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler! ♥