Como dizer adeus em robô escrita por nmsm


Capítulo 5
Uma conta alta demais até para um Malfoy




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Aquele dia começou atrasado.

 

— Acorda, Bela Adormecia.

 

— Zabini?

 

— Sim?

 

— Por que você não se mata?

 

— Não, obrigado.

 

Voltei a me deitar no meu relaxante travesseiro, ignorando Zabini e o despertador no criado-mudo que não parava de apitar apitar apitar apitar apitar.

 

— A SALA COMUNAL ESTÁ PEGANDO FOGO – Blaise gritou jogando um balde de água (fria) em mim.

 

— Zabini?

 

— Sim?

 

— Eu odeio você – falei. Arrisquei olhar para o despertador antes de joga-lo na parede e descobri que estaria muito ferrado se não levantasse logo. Me levantei rapidamente – Mas se não fosse por você, eu estaria atrasado. Valeu, cara.

 

— Preciso do seu trabalho de História da Magia – ele disse na maior cara de pau e me passando uma toalha.

 

— Que trabalho de História da Magia? Tinha trabalho?

 

— Sabe, um de nós deveria prestar atenção nas aulas de História da Magia.

 

— Eu achei que você tinha feito as anotações.

 

— Eu achei que você tinha feito as anotações – Blaise disse.

 

— Alec? Mark? – propus.

 

— Só uma pessoa pode nos ajudar — ele disse me olhando sério.

 

— Isso vai sair muito caro pra mim – cocei a nuca. Blaise riu.

 

— Eu sei que você está doido para ir falar com a Hermione.

 

— "Hermione"? Vocês estão tão íntimos assim?

 

— Colabora, Draco – ele dissera fechando a porta do dormitório. Tive tempo de mostrar o dedo do meio para ele, mas fui ignorado.

 

Me troquei rapidamente, fui para a Sala Comunal, onde sabia que alguns quadros já estavam acordados e, talvez, eu tivesse sorte naquela manhã.

 

Fui até Septimus Malfoy, avô de Lúcio Malfoy.

 

— Septimus, o que você sabe sobre as revoluções bruxas? – perguntei.

 

— Não vou te ajudar — ele respondeu.

 

— Você não sabe, né?

 

— Não – Septimus confessou. – Mas mesmo se soubesse, não te ajudaria. Zabini já falou. Vai pedir ajuda pra Hermione.

 

— Eu não posso pedir ajuda para a Granger.

 

— E por que não?

 

Septimus nessa tapeçaria devia ter 20 anos, não fazia muito tempo desde que tinha se formado em Hogwarts e entrado no Ministério, o que quer dizer que, por ser um Malfoy, ele ainda era arrogante, mas não tanto.

 

E menos corrupto.

 

— Isso vai contra meus princípios morais – dei de ombros.

 

Septimus riu: – Você tem princípios morais?!

 

— Qual é, Septimus?!

 

— Maria pode te ajudar – Septimus apontou para um quadro de uma mulher loira. Bonita, usava aquelas roupas típicas do século XVIII e estava sentada em um sofá roxo, prestando mais atenção em um jogo de xadrez do que na Sala Comunal – Descendente de Hécate. Maria Antonieta. Seja simpático, é uma rainha e é uma desgraçada.

 

— Eu sou simpático – respondi – E eu sei quem foi Maria Antonieta. É da Revolução Trouxa.

 

— Eu ouvi isso, Malfoy — Maria respondeu sem nos olhar.

 

— Falando no diabo – Septimus murmurou.

 

— Excusez-mói? – ela franziu o cenho e respondeu sarcástica: — Não fale assim, Malfoy, ou vai me deixar magoada.

 

— Esse é meu bisneto — Septimus apontou para mim – E precisa de ajuda com As Revoluções Bruxas. Todos sabemos que você gosta muito de exibir esse seu conhecimento...

 

— Que absurdo! Eu não vou falar sobre a Revolução que me fez perder o pescoço!

 

— Acho que você é a pessoa mais indicada nessa sala para falar disso, oras! — Septimus discutiu.

 

Enquanto os dois discutiam e Maria se recusava falar da revolução, de repente a voz dela e as risadas de Septimus começaram a sumir e eu me vi lembrando de noite passada, o que não era nada bom.

 

Eu estava ferrado. Ter ido atrás de Hermione Grabger tinha sido uma péssima ideia.

 

Pare para absorver a informação.

 

Quando eu voltei para a Sala Comunal da Sonserina nem eu acreditava no que tinha acabado de acontecer e como eu tinha chegado vivo, visto que Hermione não usou nenhum feitiço de ataque contra mim.

 

Eu contei para Septimus que tinha beijado Hermione Granger e a reação do meu bisavô foi a seguinte: HÁ! ATÉ PARECE. E quando viu que eu não comecei rir com ele, Septimus se inclinou e me olhou com uma sobrancelha arqueada, perguntando se aquilo era verdade.

 

— Duvido, Malfoy – ele disse.

 

— Ah, qual a grande surpresa?! – eu revirara os olhos. Tudo bem, eu também duvidaria, mas eu preferia que isso viesse de outra pessoa, porque até eu não acreditava no que tinha feito.

 

Queria poder gritar para ela: EU SEI QUE É VOCÊ. TEM QUE SER VOCÊ. AGORA PARA DE SE FAZER DE DIFÍCIL E ACABE COM TODAS AS MINHAS DÚVIDAS.

 

— Ela te odeia e você odeia ela? Você fez a vida dessa garota e dos amigos dela um inferno nos últimos anos? — Septimus dissera, retoricamente — Precisa de motivos melhores?

 

— É, olhando por esse lado... – me apoiei na grande mesa de madeira perto da Tapeçaria do Septimus, que me olhava com aquele sorriso maroto dele. – Foi um impulso, Septimus! Não comece com suas ideias...

 

— É mesmo, é? – ele zombou – E como se sente, pequeno gafanhoto?

 

Bufei. Como eu me sentia? Não tinha tido a oportunidade de digerir a informação ainda. Quer dizer, ao mesmo tempo que queria que fosse ela a garota que eu estive procurando esse tempo todo, eu também não gostaria que fosse ela.

 

— Todo o autocontrole que exerci nas últimas semanas foi como uma água batendo em uma represa quebrada. Uma grande quantidade de água – respondi por fim.

 

— Soou profundo – senti que estava sendo zombado novamente. Eu revirei os olhos e Septimus ficou sério – O que vai fazer agora, Malfoy?

 

— Não faço ideia – admiti – Talvez…

 

— Não, seu panaca. Pare com esses seus talvez. – Septimus me interrompeu, revirando os olhos. Queria lembra-lo de todos os corações partidos que deixou em Hogwarts nos últimos séculos e que ele mal deixou eu completar minha linha de raciocínio, mas não tive oportunidade de me defender – Continue idiota assim e vai ficar sem a garota.

 

— Qual é, Septimus?! Hogwarts inteira me ama.

 

— A Granger não ama.

 

— Sorte a minha.

 

— E é ela que você quer.

 

— Não é ela que eu quero.

 

— É mesmo? E esse beijo?

 

— Não significou absolutamente nada.

 

Septimus balançou a cabeça.

 

— Eu estou te avisando, Malfoy. Nada disso funciona com a Granger. Ela é bem diferente do que você está acostumado.

 

— Você já foi mais legal – me joguei num sofá deixando a voz da sabedoria e seus conselhos que não servem pra nada de lado. É uma pura mentira essa história de que os mais velhos são mais sábios. Septimus era um idiota.

 

Tudo bem, eu sou mais. Deve correr pelo nosso sangue.

 

Eu sei que com Hermione Granger as coisas não funcionavam daquele jeito e só a afastava agir daquela forma, o que não era o que eu queria que acontecesse. Eu a queria perto, a queria próxima, queria comigo.

 

Primeiro, achei que ela me daria uma surra e já me preparei para o pior.

 

Mas, muito longe disso, ela simplesmente correspondeu.

 

E quando terminou e eu achei que a surra viria, nós ficamos nos encarando, estupidamente sem ar. E foi assim que eu percebia que estava fodido, por dois simples motivos: primeiro porque eu queria beija-la mais mas não queria beija-la ali no meio do corredor, e já estava arrastando-a direto para as Masmorras quando me dei conta do segundo motivo; Hermione estava me olhando furiosa, como se fosse me dar um soco.

 

Aquela sim, era a reação que eu esperava. Digna da Granger.

 

— Você não devia ter feito isso — ela simplismente disse.

 

— Eu sei — concordei.

 

Vi sua boca se abrir uma três vezes e ela não dizer nada. Pensei que aquele seria o momento que tomaria a bendita surra, mas Granger me puxou pela minha gravata e foi naquela hora que pensei que finalmente iríamos para as Marmorras... Eu não estava conseguindo parar de beijá-la e não conseguia tirar as mãos dela. Granger era convidativa, era quente, era como beber hidromel.

 

E, sim, eu tinha ido até o sétimo andar exatamente para vê-la. Exatamente para acabar com aquela vontade absurda de beijá-la.

 

E eu estava sendo correspondido. Surpreendentemente.

 

Quando para, ela me olha. Parece confusa, mas não parece que vai me bater.

 

— Isso foi muito errado — ela disse.

 

— Eu faria de novo — dei de ombros. Ela revira os olhos.

 

— Está feliz? — ela fala, irritada.

 

— Vamos para outro lugar — convidei, afastando os cachos e dando um beijo no seu pescoço. Ela deu risada, sarcástica.

 

—  Nós nos falamos amanhã, Draco – ela disse trincando os dentes.

 

— Tudo bem – respondi, mas continuei parado, encarando- sem perceber. Hermione balançou a cabeça, ela queria me matar... Quando me dei conta, ela já tinha entrado na Grifinória após discutir com o quadro da Mulher Gorda.

 

Hermione Granger zombava de mim.

 

Olhando agora, Septimus e Maria Antonieta bem que lembravam Granger e eu brigando casualmente.

 

— Malfoys – Maria disse levando as mãos a cintura, o que me fez trazer de volta a sala Comunal – Uma raça difícil de trabalhar. Que peça rara você me trouxe, hein, Septimus?

 

— Ele é só um garoto.

 

— Poderia não falar de mim como se eu não estivesse aqui? — falei.

 

Maria ficou me analisando, sem dizer nada e de repente, riu.

 

— Qual o nome dela? — ela perguntou de braços cruzados. Franzi o cenho e Septimus deu risada.

 

— Ela é da Grifinória — Septimus respondeu. Maria me olhou de olhos arregalados.

 

— Não sabe onde está se metendo — Maria respondeu.

 

— Não tem ela! Não tem ninguém — discuti, visivelmente irritado.

 

— Eu não estava falando de você. Ela não sabe onde está se metendo — Maria corrigiu.

 

Então mais uma vez no dia, eu descubro que preciso ver Hermione Granger com mais urgência que gostaria e que Septimus e Blaise nunca estiveram tão certos na vida quando hoje. E ainda nem era meio-dia.

 

— Não fale assim com ele, Maria — Septimus falou, sarcástico.

 

— Bom, acho que se você gosta dessa garota, você deveria ir atrás dela — Maria deu de ombros.

 

— É complicado — falei.

 

— Não é complicado, vocês jovens que complicam — ela respondeu — O amor pode ser muito mais fácil do que você pensa.

 

— Ela é uma grifinória — lembrei.

 

— E você é um sonserino. Ambicioso, determinado. E ainda é um Malfoy... naturalmente, tem um desprezo pelas regras — Maria respondeu, quase que orgulhosa.

 

Bom, ela tinha um ponto. Maria não falou mais nada e nos deu as costas. Mesmo que ela não tenha me ajudado, ainda me ajudou.

 

Septimus ficou me olhando, com um sorriso convencido, como quem fala “eu avisei, babaca”.

 

— Às vezes eu te odeio, Septimus – respondi olhando para a Tapeçaria do meu bisavô –, do fundo do meu coração.

 

— Sério? E às vezes eu te acho um panaca – Septimus disse. Esse filho da mãe estava zombando de mim –, e é do fundo do meu coração.

 

Septimus Malfoy era um cara legal na maior parte do tempo. Meio metido e prepotente, se acha superior, mas que Malfoy não é assim? Depois de anos na mansão Malfoy e na Sala Comunal da Sonserina descobri que o Septimus era o único que quebrava todas as regras e ultrapassava todos os limites, pouco se importando com o tradicionalismo e o conservadorismo da família Malfoy. Mas isso foi antes de se tornar um dos manés do Ministério e agir como qualquer outro Malfoy: ofendendo trouxas, nascidos-trouxas e Weasleys.

 

Está estampado nas paredes da Sonserina porque ninguém é mais sonserino que ele. E me lembra que ser um sonserino é ser audacioso, ambicioso, orgulhoso e não apenas puro-sangue.

 

Você tem que ter mais o que oferecer no mundo mágico além das suas raízes. E, bem, ele estava certo. Sempre esteve.

 

Mas eu não sei bem por quais motivos eu resolvi seguir aquele conselho e fui atrás de Hermione Granger para pedir ajuda no trabalho de história, simplesmente porque Septimus não teve a decência de fazer isso e também porque me ver irritado era o passatempo favorito dele. Acho que ele e a Granger poderiam se encontrar um dia desses para colocar o papo em dia.

 

E falando na maldita, fui encontrá-la na sala de Feitiços. E eu tinha um desafio: como fazer Hermione Granger sair daquela sala de aula.

 

Depois de repassar planos quase que impossíveis, tirei da minha mochila um pedaço de pergaminho, escrevi, fiz o origami e mandei por debaixo da porta.

 

Saia imediatamente desse presídio.

 

É claro que eu não assinei e não demorou muito para Hermione olhar para trás com o cenho franzido, procurando por mim. E foi me encontrar pelo vidro da porta, acenado na maior cara-de-pau.

 

O que foi? Hogwarts está sendo atacada? Dumbledore foi sequestrado? Roubaram a chapinha da Pansy? Os elfos? Eles estão bem?

 

Eu revirei os olhos ao ler. Da sala, ela sorriu sarcástica.


Não, engraçadinha, preciso do seu trabalho de História da Magia.

 

Ela fuzilou o olhar pra mim e amassou meu origami. Nenhuma resposta veio, então tentei de novo.

 
Preciso da sua ajuda.

 

A resposta chegou no origami amassado:


Eu li bem? Draco Malfoy pedindo minha ajuda? E de novo?


Eu realmente estou fodido.

 
Sim, estou muito preocupada.

 
Qual é, Granger?! Faço qualquer coisa.

 

Ao ler meu último pergaminho, Granger olhou para porta de sobrancelhas arqueadas. Revirei os olhos e assenti.

 

Eu não imaginei que algumas palavras fariam minha felicidade aquele dia:

 

Estou saindo.

Vá para a Ala-hospitalar.

 

Me perguntei como Granger sabia que madame Pomfrey não estava na ala-hospital aquele dia e como ela saiu da sala com tanta facilidade, porque não demorou muito para Granger aparecer no corredor carregando suas coisas com cara de poucos amigos. Mas quando mesmo que ela me olhou sem parecer irritada?

 

— Espero que seja muito importante – ela disse jogando a bolsa em mim – porque eu ia apresentar um trabalho.

 

— Eu não fiz o trabalho, eu esqueci, você acha que eu presto atenção no que aquele fantasma fala?– repeti. Tinha pego a bolsa dela e colocado nas costas, mas, sutil como ela é, Granger pegou a bolsa de volta só para jogar novamente em mim.

 

— Não acredito! Você me fez sair da sala de aula e inventar uma doença só para te ajudar em um trabalho que você teve semanas para fazer? – ela bufou – Não faço ideia de como vou conseguir um atestado.

 

— Eu consigo um pra você, que seja – paramos em frente a ala-hospitalar e dei espaço para a Granger entrar primeiro.

 

— E que fique claro que eu vou cobrar depois – ela disse ao entrar na sala de Madame Pomfrey. Eu fui atrás dela, só escutando suas reclamações matinais – Isso que dá… sair por aí procurando garotas com neurônios a menos.

 

— É a segunda vez que sou humilhado hoje – murmurei deixando as minhas coisas e da Granger na mesa da Pomfrey. A pequena sala da curandeira não tinha se quer uma cadeira livre além da que a Madame Pomfrey usa, então me sentei lá e observei Granger se empoleirar na mesa.

 

Pode parecer que não, mas o tempo que dividimos aquela sala estava me deixando irritado. Eu queria, acredite, dizer que sabia que ela era a garota da música. Ou eu queria beber umas cervejas antes para fazer isso, porque simplesmente não encontrava coragem – ou canalhice suficiente – para isso. Minha vontade era de rir da cara dela quando dissesse isso, mas então descobri que quem riria de quem ali era ela de mim.

 

Tudo bem, eu não sei absolutamente. As tendências que confirmam que pode ser ela a garota que eu ouvi naquele noite são mais improváveis que as tendências que confirmam que não pode se ela, de qualquer jeito. E Granger andava estranha... mais que o normal. A música até pode não ser dela, mas que a criatura estava armando alguma com a Pansy, eu não era idiota para não perceber. E Pansy quase nunca consegue guardar segredo por muito tempo. E também tinha o Zabini, aquele traidor filho da puta ficava mandando origâmis para a Granger em toda santa refeição!

 

Não que eu me importe, claro. Blaise pode mandar origâmis até pra Rainha se quiser, mas, caraca, como a garota me irritava. Grifinória maldita, por que tinha que entrar na minha vida justo agora? Como eu odeio ela! Como eu odeio essa garota! Como ela consegue fazer isso? Garota prejudicial à saúde.

 

Está vendo? Eu era normal antes dela aparecer.

 

Mas, acredite, passar um tempo com a Granger me levava a querer passar mais tempo com ela. Tê-la por perto, deixar ela falando sobre trabalhos, sobre a bibloteca e ouvir que eu era um idiota... Olhava para aquela garota e sabia que queria ouvi-la o dia inteiro.

 

E o pior que é que tem uma maldita parte de mim que espera que seja mesmo ela.

 

Estou tentando ignorar essa parte sensível.

 

Por que eu beijei ela, oras? Porque eu quis. Eu sou um Malfoy. Um sonserino. Sonserinos não ligam para as consequências; eles são as consequências.

 

E eu sei que estou sendo egoísta. Septimus vive dizendo para eu parar de ser egoísta. A Granger estava me ajudando enquanto eu ficava xingamento ela mentalmente… isso aí é egoísmo. Eu deveria parar com isso.

 

Mas às vezes Hermione pedia para ser xingada.

 

Ou acho que sou eu quem pede para odiá-la.

 

— Você nem está prestando atenção — a Granger bufou do meu lado, me fazendo voltar para a realidade.

 

Sem falar mais nada, ela pegou um rolo de pergaminhos e bateu na minha cabeça. Eu a olhei irritado.

 

— Desculpe... ei! — reclamei. Outro tabefe – Para… Hermione!… Granger… PARA COM ISSO!

 

Ela se desequilibrou quando eu puxei o rolo da suas mãos e caiu no chão, levando metade dos papéis da Pomfrey que estavam em cima da mesa. Ah, e um vaso de flor.

 

Granger me xingou, óbvio. Eu comecei a rir e isso fez com que ela ficasse mais vermelha que o cabelo da Weasley Fêmea.

 

— VOCÊ – ela respirou fundo. Ainda estava jogada no chão, apoiada sobre os braços – NÃO PASSA DE EGOÍSTA QUE ACHA QUE O MUNDO GIRA EM TORNO DE VOCÊ.

 

— Você que com… – mas eu parei de falar e comecei a rir de novo.

 

— Estou tentando te ajudar! Perdi uma aula por você.

 

— Nossa, que gratificante – zombei.

 

— Vai se danar, Malfoy.

 

EU DISSE, ZABINI, EU DISSE. IA SAIR CARO PRA MIM.

 

Fui até ela, xingando-a mentalmente – e evitando rir – porque talvez se eu gritasse tudo que estava pensando, Granger nunca mais iria querer me ver cruzar o mesmo corredor que ela.

 

Não sei por que me importava com sua opinião, mas me senti um pouco mal por aquilo.

 

Estiquei a mão para ajudá-la e ela revirou os olhos, se levantando sozinha. De nariz empinado, ela saiu da sala.

 

Pensei, por um momento, em ir atrás dela, mas tinha quase certeza de que ela voltaria. E eu estava certo.

 

Granger acabou voltando para a sala da Pomfrey, um pouco mais emburrada do que noite passada e eu tive vontade de pedir desculpas. Mas não falei nada.

 

— Filch está no corredor – ela disse entrando na sala – e com a Norra.

 

Ainda irritada, ela voltou a me ajudar com História da Magia, mesmo eu sabendo que não merecia porque era um idiota, mas dessa vez ela não discutiu comigo.

 

Mas, ainda sim, Hermione se vingou de mim. E, só para você ver uma ideia de como eu odeio essa garota e tenho vontade de prendê-la no alto da Torre de Astronomia segundado uma plaquinha escrito "PODE LEVAR" –, a Granger me ignorou o dia todo.

 

Joguei aviões de pergaminho nela durante as aulas e fiz origâmis que ela gentilmente amassava e colocava fogo antes de ler. Eu perdi vinte pontos nas aulas de Transfiguração por causa daqueles origâmis.

 

Tudo bem, estou exagerando.

 

Eu só estava puto porque ela tinha dito claramente noite passada: "nos falamos amanhã” e não falou absolutamente nada. Serei obrigado a fazer um curso de mensagens subliminares para entendê-la?

 

Por isso, resolvi irritá-la um pouco mais naquela tarde.

 

Mais do que já tinha irritado.

 

Danielle, uma corvina bonitinha, estava cantando uma música que repetia várias vezes "Hey Draco" e dizia alguma coisa sobre anjos. Eu sinceramente não estava prestando muito atenção. Os rabiscos no meu pergaminho pareciam mais emocionantes quando a Granger apareceu por lá.

 

— Nossa, isso foi… – Kim começou quando Danielle terminou a música – Foi… Hermione dá uma ajuda aqui.

 

All those other girls, well they're beautiful but would they write a song for you?/ Todas as outras garotas, bem, ela são lindas, mas iriam escrever uma música para você?— Hermione leu no pergaminho de Danielle – Uau, isso foi… PANSY!

 

Pansy, como sempre, sentada na poltrona no fundo da tenda – ou jogada, entenda como quiser –, se levantou determinada a dizer alguma coisa que faria Danielle sair de lá chorando.

 

— Desculpe, mas não…

 

— Eu gostei – interrompi. Pensei que se olhar matasse eu já estaria enterrado, me decompondo e servindo de alimento para as bactérias e fungos, porque Kim, Pansy e Granger se viraram para mim no mesmo momento em que eu abri a boca.

 

— Você o quê? – Pansy perguntou ameaçadoramente. Aquela era a minha chance de dizer que nem prestei atenção e deixar a bonitinha livre para chorar no ombro de qualquer CDF na biblioteca, e eu poderia ter feito isso, mas estava cansado de não ver resultado nenhum nesses últimos dias e estava puto da vida com a Granger, que também me olhava mortalmente. E Danielle era uma garota legal. Saí com ela no quarto ano e dei uma mancada no fim de semana seguinte… Fui um canalha e me desculpei. Ela me xingou, mas… águas passadas.

 

— Eu gostei – voltei a dizer.

 

— Ele gostou – Granger disse sarcástica. Pela cara da Granger, alguém ia morrer hoje. Isso, consegui tirar aquele sorriso sabe-tudo da cara dela. Ponto pra mim!

 

— Tem certeza, Draco? – Kim se inclinou para falar. Aquilo parecia mesmo uma ameaça.

 

— É… – falei – Gostei de você, Danielle – vi Pansy revirar os olhos – Vai estar livre amanhã?

 

— Espera aí… quê? – Pansy disse.

 

Estava rezando para Merlin para que aquele sábado valesse a pena porque provocar aquelas três está saindo muito caro.

 

Iria, sem dúvidas, custar meu pescoço.

 

Danielle não parava de me olhar sorrindo. Eu sei, causo isso nas pessoas. Efeito colateral de me amar. Ela sorriu mais ainda e disse um animado "SIM" e Pansy, grosseiramente educada, mandou ela sair da fila para dar espaço para uma próxima sonserina. Mas quando a garota se aproximou para cantar sua música, Pansy acenou para ela parar e se virou pra mim com os olhos fuzilados.

 

— Você enlouqueceu? – ela murmurou ameaçadoramente.

 

— Esses dias tem que ter algum resultado, né? Estou cansado de ficar ouvindo músicas, prestando atenção em histórias sem poder…

 

— Sem poder tirar proveito disso tudo – Granger completou, entediada. Garota inteligente ela.

 

— Não é bem assim – respondi voltando olhar para Pansy. A verdade era que eu estava evitando olhar para Hermione o máximo possível e parecia que ela tinha pensado a mesma coisa, falando comigo sem parecer se importar muito. Era como um soco no estômago.

 

Só que naquela hora, ela se virou para me encarar e eu senti, eu juro que senti Hermione Granger amaldiçoando toda a linhagem Malfoy.

 

E Kim, que se inclinava para falar comigo, se enfiou entre Hermione e eu por trás.

 

— O que está acontecendo entre vocês dois?

 

— Nada – respondemos juntos. Que mentira! Acredite, cara Kim, estava acontecendo tudo, menos nada.

 

— Não parece nada — ela insistiu.

 

Granger bufou: — Malfoy é insuportável.

 

— E mesmo assim Hermione não consegue ficar longe de mim — Eu respondi, provocando-a.

 

Granger olhou feio; ela não iria se entregar, ainda mais ali no meio de Kim e Pansy.

 

— Tudo bem… – Kim voltou para seu lugar.

 

Logo em seguida, Pansy bufou e saiu da tenda batendo o pé. Kim foi na direção oposta e a Granger se levantou com sua mochila e foi para o castelo, sem dizer nada.

 

Respirei fundo, agradeci todas as garotas que estavam no campo e decidi ir atrás de Pamela Parkinson.

 

— O que você quer, Malfoy? — ela perguntou no caminho das Masmorras.

 

— O que está acontecendo, Pamela? O que você sabe? — perguntei, irritado. Pansy se virou para mim bufando.

 

Pansy sabia de algo.

 

Ela parou no meio do corredor vazio e pareceu pensar por um instante antes de falar, mas para ser sincero eu não estava preparado para o que ia ouvir logo em seguida:

 

— O que você acha do Blaise? — ela pergunta, sincera.

 

— Blaise Zabini? — pergunto confuso. Ela revira os olhos.

 

— Claro, Draco, quem mais seria? Conhece outro?

 

Fico parado, tentando entender, e quando me dou conta do que ela quer dizer, eu dou risada e Pansy me olha mal humorada.

 

— Ele é um partidão.

 

— Malfoy...

 

— O que foi? Vocês dois são meus melhores amigos.

 

— Eu sei, mas o que você acha dele comigo? — ela pergunta lentamente.

 

Namoramos há muito tempo e obviamente não demos certo, mas descobrimos que éramos melhores sendo outra coisa: melhores amigos.

 

— Eu acho adorável — respondi.

 

— Eu estou falando sério!

 

— Desde quando isso está acontecendo? — eu perguntei.

 

— Há algumas semanas.

 

— Acho que você encontrou alguém a altura, Parkinson — eu falo, sincero. Pansy dá risada.

 

— E se não der certo? Sabe, nós vamos namorar, vamos terminar e vai ficar esse clima horrível nas refeições...

 

— Vocês vão dar certo! Vocês são perfeitos um para o outro... E vão ter filhos lindos — eu respondi abraçando Pansy. De repente, estou feliz pelos meus amigos.

 

— Draco, não força a barra.

 

— Por que não me contou antes?

 

— Porque é o Zabini.

 

— O melhor cara que eu conheço — completei. Pansy sorriu. — Estou feliz por você, Parkinson.

 

— Urgh, estamos parecendo grifinórios! — ela resmunga e dou risada.

 

Voltei para a sala comunal naquela noite e contei tudo para Septimus, que ouvia a história divertido.

 

— Nem todo moleque tem cacife para aguentar a dolorosa verdade da vida: amar dói. Amar uma pessoa que você não pode ter dói mil vezes mais. – Septimus dissera.

 

— O que eu faço?

 

— Cancele com Danielle. Vá se resolver com a Granger.

 

— Fora de cogitação.

 

— Por que não? Está cumprido segunda ordem?

 

Às vezes é difícil imaginar que um dos meus amigos é um homem que já morreu há anos estampado em uma Tapeçaria. Me sinto tão Potter quando as coisas acontecem e eu chego contando para Septimus. E ainda peço conselhos. Conselhos que não servem pra nada, aliás.

 

Então eu pensei: "que se dane o Septimus. Não vou atrás da Granger", mas eu fui, porque tem vezes na vida em que nós fazemos algumas canalhices e temos que ir consertar. Hermione Granger era minha maior canalhice e embora eu não estivesse com nenhuma vontade de consertar aquela canalhice, acabei indo parar no sétimo andar por uma ironia do destino, bem na hora da monitoração da Granger.

 

Eu sei, eu sei o que está passando por essa sua cabecinha pervertida e maliciosa: "Hã, Draco Malfoy nunca faria isso". Verdade, eu nunca faria isso… sóbrio. Admito que ficar esperando até que a monitoração terminasse era meio entediante, ficar na Sala Comunal encarando a Tapeçaria de Septimus me fez pensar na vida e em como eu merecia uma ou duas garrafas de cerveja amanteigada naquela sexta-feira… E então dei de cara com Hermione Granger.

 

— E-ei – eu falei abrindo os braços.

 

— Você bebeu? – ela perguntou de cenho frangido.

 

— Só um pouco – respondi. Eu tinha perdido as contas na terceira garrafa – Me acompanha? Só um copo.

 

Essa é a parte da história que eu me arrependo de várias coisas. Como, por exemplo, ser um idiota e fazer idiotices. E, pior de todos eles, ser um idiota que só faz idiotices e é um apaixonado. Um idiota que só faz idiotices e é um apaixonado por uma garota que nem conhece.

 

Mas não estou contando o meu lado da história só para você ter pena de mim. É sério, pena nem é uma palavra que não faz parte do meu vocabulário. Também não estou aqui, abrindo meu coração, para poder me justificar, estou aqui porque é como Septimus falou: amar dói.

 

Vai por mim, existe um limiar entre a paixão passageira e a paixão permanente: o primeiro, você ainda consegue se livrar como um resfriado e o segundo, o consome feito um câncer. E, vai por mim, posso estar bêbado, mas sei do que estou falando. Amor é uma merda.

 

Nós ficamos sentados no parapeito da janela do sétimo andar, tomando aquelas cervejas, e com as pernas para fora da torre. Mais ou menos assim eu descobri que Septimus estava certo esse tempo todo e que eu era um perfeito egoísta e não conseguia, de jeito nenhum, ser sincero com ela. Não conseguia não ofendê-la.

 

— Eu gosto daqui... Eu gosto da Torre de Grifinória, gosto da vista — ela disse quebrando o silêncio, sem me olhar.

 

— Não é a Torre mais alta — eu lembrei.

 

— Mas nenhuma é igual a Grifinória — ela disse olhando para o céu — Eu venho bastante aqui.

 

— Eu gosto de ficar nas Masmorras. Com a Lula Gigante batendo nas janelas — admiti. Hermione riu.

 

— Eu não conseguiria dormir — ela disse — Como você consegue? É tão tenebroso.

 

— Você acostuma — respondo, bebendo.

 

— Acho que nunca vamos saber — ela fala, me olhando.

 

— É só pedir, Granger — falei, provocando-a

 

— Você sabe que eu ainda te odeio, não sabe?

 

Eu sei risada: — Acredite, é bastante divertido ser odiado por você.

 

Granger me encarou.

 

Queria saber o que ela estava pensando – se estava me matando mentalmente ou me torturando mentalmente.

 

— Por que me beijou? – ela finalmente perguntou.

 

— Porque eu quis – dei de ombros. Acho que beijaria de novo ali. Granger arqueou as sobrancelhas. Suspirei e apoiei o queixo na perna – Tá legal, eu realmente vim atrás de você ontem. Eu queria te ver. E eu sei que eu fui um idiota nesses últimos anos, e que também fui um idiota noite passada, mas… Por que você está me olhando assim?

 

— Nada – ela riu. – Só achei que você tinha nojo do povo oprimido.

 

— Eu queria pedir desculpas, só isso – eu respondi.

 

— Veio noite passada só para pedir desculpas? — ela pergunta, me provocando. Ela sabe que quer ouvir e sabe que vou falar.

 

— Não, eu vim para te ver. Estou passando muito tempo do meu dia pensando em você — admiti.

 

— E ajudou?

 

— Não — eu dei risada. Hermione, ao meu lado, ficou calada. Eu respirei fundo antes de perguntar: – E você? Por que correspondeu?

 

— Porque eu quis – ela dissera bebendo mais uma dose da sua cerveja. Então ela encheu seu copo e o meu com a última garrafa de cerveja que tinha. – Desculpas aceitas, mas vai ter que ser melhor que isso.

 

— Vou fazer o possível.

 

— Quer dizer, em uma noite você me beija, mas no outro dia marca um encontro com uma garota bem na minha frente... Parece difícil acompanhar, sabe?

 

— Me desculpa... essa história está me irritando um pouco, já estou cansando. Ela não vai aparecer, ela não quer aparecer... E também foi o que você disse aquele dia.

 

— O que eu disse? — ela me olha de olhos aregalados.

 

— Se eu der uma chance, vou encontrar alguém legal. Bem de baixo do meu nariz.

 

— É realmente um ótimo conselho, devia me ouvir mais vezes — ela respondeu, quase que sarcástica.

 

— E eu sei que você gostou de me beijar e não quero fazer você se apaixonar por mim — eu brinquei com ela. Hermione riu.

 

— Não precisa se preocupar — ela disse, dando risada.

 

Hermione Granger me olhou, séria. Ela era apaixonante demais, atraente demais, sem fazer o minímo esforço. Era como se ela me chamasse, o tempo todo.

 

Eu me inclino, cuidadosamente. Afasto os cachos e dou um beijo no seu pescoço, a puxando pela cintura. Hermione não hesita e fecha os olhos. Eu só queria beijá-la, a noite toda, todo dia. Esperava que aquilo a consumisse tanto quanto me consumia e a vontade que eu tinha de fazer absurdos com aquela garota em qualquer lugar daquele castelo já estava me deixando louco.

 

She (she), she lives in daydreams with me (she)

Ela (ela), ela vive devaneios comigo (ela)

She’s the first one that I see, and I don’t know why

Ela é a primeira que vejo, e não sei porque

I don’t know who she is (she)

Eu não sei quem ela é (ela)

 

— Vem comigo... Tem muitos lugares vazios nesse castelo — sussurrei em seu ouvido.

 

Hermione balançou a cabeça, abrindo os olhos — Não posso, Draco.

 

— A gente acaba o que começou — insisto.

 

— Eu preciso ir — ela responde, com a voz fraca, se levantando.

 

Eu queria poder dizer umas verdades para ela, mas eu não tinha bebido tanto assim. Eu pelo menos tinha aquela desculpa boa caso Granger resolvesse me perguntar alguma coisa manhã: "eu estava bêbado". Eu queria poder dizer que seria ela, só ela, se ela quisesse. Mas não tinha coragem de deixar Hermione Granger entrar na minha vida.

 

Vejo ela se afastar e percebo que estava encrencado.

 

She (she), she is the first I see (she)

Ela (ela), ela é a primeira que eu vejo (ela)

She lives in daydreams with me, and I don’t know why

Ela vive em devaneios comigo, e eu não sei por que

I don’t know where she is (she, she)

Eu não sei onde ela está (ela, ela)

 

— Malfoy – Granger chamou da escada da Grifinória. Eu ainda estava na janela e me virei para olhá-la –, eu não te odeio. Não hoje.

 

Sorri, mas quando fui responder, Hermione já tinha entrado na Grifinória, após discutir com o quadro da Mulher Gorda.

 

Quando cheguei na Sonserina, Septimus não estava na Tapeçaria. Nem Maria Antonieta, o que me levou a crer que eles estavam resolvendo as diferenças da forma mais amigável que encontraram.

 

— Como foi com a Granger? — Zabini perguntou quando entrei no quarto.

 

— Ela está puta da vida comigo – respondi. — Pansy me contou... Estou feliz por você, cara.

 

Zabini deu risada: — Isso é muito grifinório.

 

— Eu sei.

 

— Mas, obrigado. Eu também estou.

 

— E se você a magoar... eu sei onde você mora!

 

Zabini riu junto e colocou a mão no meu ombro: – Cara, você tá chapado?

 

— Eu não diria que chapado é a melhor expressão – admiti fechando os olhos – Um pouco… embriagado.

 

— Estava bebendo com quem, Malfoy? – Blaise perguntou, segurando a risada. Eu deitei na cama e cobri o rosto, sentindo tudo rodar.

 

— Amanhã — respondi — Amanhã eu conto.


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