A semana passou rapidamente, para a felicidade de uns e a infelicidade de outros. Já era terça-feira, o pai de Aoi chegaria na quarta - segundo Neji - , aquilo estava realmente deixando ela mal.

– Preciso relaxar. Vamos Hinata, você é a pessoa mais calma desse planeta o que está acontecendo? O que devo fazer?- A Hyuuga falava alto para si mesma.
– Hinata, tem um processo aqui que... - "Já sei", pensou a morena. Naruto foi interrompido pela secretária.
– Naruto, desculpe te cortar, mas será que podemos ir ao café hoje? - O loiro jogou os papéis em qualquer canto e respondeu imediatamente.
– É claro! - Estava bem estampado na testa dele que estava feliz com o convite. Ele sabia que tinha suas responsabilidades, mas tinha um outro assistente para isso, ele não iria recusar uma oportunidade dessa, queria conhecer mais sobre a moça que estava atormentado seus pensamentos por dias.
– Tudo bem, termine seu trabalho primeiro, logo saímos. - Tá, ela realmente não ia deixar tão fácil assim.

(...)

~*Ichiraku Coffee Shop*~

Pouco mais de 16:00 Hinata e Naruto já tinham acabado o serviço, os dois eram realmente eficientes! Os dois saíram para uma cafetaria ali nas redondezas do ministério, ficava em uma viela um pouco escondida, mas o local era refinado e aconchegante.

– Ora se não é o Naruto.
– Yo, como vai Teuchi-san!
– Vou bem e você? Muito trabalho?
– Ô, nem me fale. Ainda mais quando se tem uma assistente que não pega muito leve. - Brincou com Hinata que riu.
– O serviço público não é brincadeira.- Hinata retrucou. Naruto riu e coçou a nuca como sempre faz.
– Tem mesa para dois?
– Claro, vou acompanhar os dois. - Teuchi levou os dois para uma mesa um pouco afastada da frente, ele pensou que seria conversa de negócios, mas se falando de Naruto, o assunto seria outro.

Hinata pediu um pedaço de cheesecake com chocolate e um chá de maçã, já Naruto pediu um café com pouco açúcar e um salgado. Enquanto o pedido não chegava, Hinata decidia se contava sobre seu problema ou não, mas ela sentia que Naruto era confiável e poderia ajudar em algo, afinal, ele disse que poderia contar com ele. A Hyuuga por fim decidiu que conversaria.

– Naruto-kun?
– Sim? - respondeu o loiro.
– Lembra que eu disse quando estivesse à vontade lhe contaria sobre meus momentos aéreos? - O Uzumaki assentiu. - Pois então, vou lhe contar como começou.

Desde sempre eu estudei em um colégio para mulheres, meu pai acreditava que era o melhor para mim, mas minha mãe sempre foi contra e com isso eu acabei mudando para um colégio misto quando estava ingressando no ensino médio. Lá eu conheci inúmeras pessoas bacanas e também o pai do meu filho. Ele era o cara mais cobiçado pelas meninas e invejado pelos meninos, porém uma coisa fazia com que ele não fosse o príncipe encantado, sua personalidade. Não se espera menos de um Uchiha. Ele era muito frio com as pessoas e não permitia que nenhuma menina chegasse perto, ele achava todas escandalosas e frescas. Eu não gostava dele, sabe aquela coisa de se deixar levar pela aparência? Pois então, aconteceu isso, mas só até o final do segundo ano.

Quando fomos para o último ano do ensino médio que as coisas mudaram, minha mãe e a mãe dele tornaram-se amigas inseparáveis e nós dois acabávamos arrastados por elas para qualquer canto e nisso conversávamos de vez em quando, até eu descobrir que ele não era uma pessoa ruim, foi aí que me apaixonei. Um tempo passou e começamos a namorar e quatro meses depois eu acabei engravidando. Claro que no início foi um choque, mas eu fiquei muito feliz com tudo, eu teria um bebê do homem que eu amei!

Quando nossos pais descobriram ele teve que imediatamente arrumar um emprego, então ele foi trabalhar com o pai e ao mesmo tempo fazia faculdade. Eu ingressei na faculdade de direito e cursei até o nascimento de Aoi, depois eu fiquei uns meses em casa cuidando dele, mas logo voltei e enfim me formei com 22 anos. Como o meu ex-marido conseguia garantir uma estabilidade em casa eu não trabalhava muito, mas quando Aoi estava com 6 anos de idade as coisas complicaram, meu casamento já estava em crise antes porque ele não parava em casa e trabalhava dia e noite, eu o questionava e dizia que eu poderia trabalhar, mas teimoso do jeito que era sempre dizia que estava tudo tranquilo.

– Quando completei 23 anos, eu pedi o divórcio e bom, eu pedi a guarda do meu filho, meu ex aceitou e hoje estamos cada um em um canto. Só que semana que vem ele volta para ver como Aoi está e eu estou com receio de vê-lo novamente, porque sempre que nos encontramos o clima fica muito pesado. – Naruto apenas ouvia a história um pouco espantado, aquela mulher aparentemente forte já sofreu um bocado. O celular da Hyuuga apitou. – Ah, ainda tem minha avó perturbando querendo que eu case logo, ela acaba de dizer que eu tenho um prazo de UM ANO! – Hinata revirou os olhos perolados.

– Puxa Hina, sua vida está bem complexa não? – Naruto não sabia o que fazer direito diante daquela situação, ele realmente queria ajudar a jovem secretária. – Olha, eu realmente não sei o que dizer diante disso tudo, mas sabia que você pode contar comigo. – Quando Hinata ouviu isso, um pensamento muito, diga-se MUITO insano passou em sua mente.

– Eu preciso arrumar um marido em no máximo um ano... você disse que pode me ajudar... Hm. - Hinata parecia analisar os fato e chegou em uma conclusão– Naruto-kun, você quer casar comigo?! – Naquele momento, Naruto engasgou com seu café amargo.

– O quê?!