Aquele homem de cabelos ruivos e olhar intimidador marcado por profundas olheiras, uma tatuagem na testa e uma voz grave estava parado na sua frente.

– O que está fazendo aqui? - Repetiu a pergunta anterior já que o adolescente não respondeu.
– E-Eu vim fazer um trabalho c-com a Minako - Apesar de ter seus 175 cm, Aoi sabia muito bem que uma surra daquele homem faria um enorme estrago. Além de tudo estava gaguejando um pouco, mania que pegou de sua mãe.
– Não quero nenhum marmanjo no mesmo ambiente que minha filha. Agora saia.
– Pai, pare com isso, está me envergonhando! - Minako surgiu atrás do homem ruivo.

A adolescente vestia uma blusa turquesa de alças finas, que realçava seus seios medianos, e um short preto estilo social, porém estava bem colado às coxas e calçava uma rasteirinha. Isso de fato estava sendo um colírio para os olhos do Hyuuga.

– Pode entrar Aoi, só tome cuidado com o Akira, ele costuma sujar as pessoas de terra. - Minako abriu o portãozinho e deu passagem para o colega de classe. O pai da ruiva não estava nem um pouco satisfeito com aquilo e apenas fuzilava o jovem com os olhos.– Pai, vamos fazer um trabalho de sociologia, não nos atrapalhe, por favor.
– Onde vocês vão ficar? - perguntou o mais velho.
– No meu quarto oras! - Aoi corou com aquilo, iria ficar sozinho com uma menina em um quarto? Kami, aquilo era muito perigoso.
– Não mesmo! - Gritou o ruivo.– Vocês ficarão na sala e se passar disso terríveis consequências virão. - Minako suspirou, era óbvio que não ia rolar nada demais, quer dizer, ela pensava. A menina sempre achou que não tinha muitos atrativos ou que fosse muito bonita, as pessoas só elogiavam sua inteligência e seus olhos, que tem um tom azul com traços verdes. E falando do Aoi, com certeza ele não estaria nem aí para ela.
– Tudo bem. Sente-se em qualquer lugar, vou buscar meu material. - Aoi sentou no sofá, muito confortável por sinal, mas estava tão tenso que nem percebeu isso.
– Ei garoto, qual seu nome?
– Aoi... Aoi Hyuuga.
– Hyuuga? Você é filho do Neji ou algo assim?
– Não, ele é meu tio. Sou filho da Hinata, prima dele.
– Quem diria. Sua mãe é uma das melhores amigas da minha esposa. - Aoi manteve-se calado.– Talvez já tenha visto, Ino Yamanaka, a top model internacional.
– Sim, ela sempre aparece na televisão.
– É... - O silêncio perdurou por mais alguns minutos, até Minako descer correndo pelas escadas.– Minako, o que eu já disse sobre correr as escadas hein?
– Desculpa papai, eu estou com pressa, quero acabar esse trabalho logo. Agora, vá fazer suas coisas, o senhor tem muito o que fazer pelo que sei. Gaara no Sabaku está sempre ocupado não é mesmo?
– Tudo bem, estou indo. Olha garoto, não tente fazer nada estranho com ela, ou você vai se ver comigo. - Aoi assentiu imediatamente e Minako revirou os olhos. Gaara saiu da sala e seguiu ao escritório.
– Bom, acho que seria melhor ficarmos próximo à mesa. - Falou Minako. Aoi concordou e sentou próximo da ruiva, ele previa que não iria se concentrar muito naquilo.

(...)

No caminho de volta ao trabalho, Hinata repassava em sua mente como seria a próxima semana, ela faria de tudo para evitar encontrar o ex-marido. Talvez ela ficasse trancafiada no quarto e mandasse Aoi avisar que ela estava doente ou talvez ficasse ajudando a vizinha velinha que sempre lhe oferecia chá e biscoitos.

A perolada estava tão aérea que nem percebeu o sinal, mas por sorte Naruto impediu que acontecesse algo com a assistente pessoal.

– Terra chamando Hina!
– Ah meu Kami, perdão Naruto-kun!
– Hinata, Hinata, tome cuidado, você poderia ter sido atropelada.

Hinata encarou o chefe e sentiu um calor subir pelo corpo, ele estava tão perto e ainda estava com os braços em volta de seus ombros. O perfume masculino invadiu suas narinas e causou uma sensação esquisita. O calor do corpo logo foi parar em suas bochechas, fazendo parecer duas maçãs. Essa reação atraiu Naruto e achou a mulher muito fofa, queria apertar ou até mesmo acariciar seu rosto... espera, esse pensamento estava soando muito indecente!

– Eer, s-sinto muito, eu sou muito distraída mesmo. - O loiro tirou a mão em volta dos ombros da morena e acabou ficando envergonhado também. Oras, se o vissem assim o que iriam pensar? Ele havia chegado no ministério a pouco mais de um mês e já estava de caso com a secretária?
– Acho melhor voltarmos para o trabalho não é mesmo? - falou um pouco alto demais e deu uma risada um tanto desajeitada.

Os dois chegaram ao ministério de ciência e tecnologia e então cada um seguiu para sua respectiva sala, ainda tinham muitos processo para analisarem até o fim do dia. Mas eles com certeza estariam presos nos próprios pensamentos.

(...)

Três horas haviam se passado. O trabalho de sociologia já estava quase pronto, pudera, os dois são os melhores alunos da classe.

– Estou com fome. - Falou Minako.– Tá afim de comer algo?
– Tô de boa - Falou o Hyuuga, mas a barriga acusou que não estava tão de boa assim. A ruiva riu com a situação.
– Vou fazer um café e trazer um pedaço de torta, espere um pouco. - Minako levantou, mas não percebeu uma folha de papel ao lado e acabou escorregando... em cima do colega.

A posição que ambos estavam era um tanto constrangedora, pois Aoi tinha uma visão privilegiada da parte frontal da menina e as mãos dele estavam em volta da cintura dela. O óculos da Sabaku tinha caído e quando ela encarou Aoi, o menino ficou um tanto desconcertado.

Minako arregalou os olhos e tratou de levantar imediatamente, por Kami! Aquele menino tem namorada, o que estava acontecendo ali?!

– Desculpa! - Ela gritou e saiu correndo em direção a cozinha, os dois estavam extremamente corados e com o coração muito acelerado.

Aoi então levantou e foi para o lado de fora, talvez pegar um ar acalmaria as emoções. Akira, um enorme pastor alemão, pulou no Hyuuga e ele começou a fazer carinho no cão.

Na cozinha, Minako estava apoiada no balcão com a cabeça baixa. "Droga, por que tinha que ser justo você?!", pensou. Respirou fundo e deixou os pensamentos de lado e asim foi preparar o café.

Após terminar tudo e colocar a torta nos pratinhos, Minako seguiu de volta à sala com todo o auto controle do mundo, repousou a chaleira e os pratos na mesinha de centro. Aoi já estava de volta para a sala e já havia lavado as mãos. O silêncio estava pesado, mas só foi o Hyuuga provar a troca de amora que o climão tenso foi quebrado.

– Essa torta está deliciosa! - Minako olhou um pouco surpresa.
– Você acha?
– Sim, posso até dizer que esta melhor que a da minha mãe. - É, Hinata cozinha muito bem, então de fato a torta estava divina.
– Ora, Hinata-sama cozinha muito melhor que eu!
– Foi você quem fez?
– S-Sim.
– Uau, parabéns, está realmente deliciosa.
– O-Obrigada, essa receita foi minha mãe quem ensinou, aliás, é a única comida que ela faz com perfeição. As amoras eu colhi no quintal mesmo, mamãe tem um hobby para jardinagem e ela costuma plantar muitas árvores frutíferas quando não está trabalhando.
– Dê os parabéns à ela também.
– Irei. - Ambos continuaram comendo em silêncio e logo em seguida foram terminar o trabalho.

(...)

O relógio já marcava 18:00 h, o dia foi proveitoso, conseguiu terminar o trabalho acumulado e fazer um novo relatório de uma investigação não tão importante, rapidamente conseguiu resolver. Hinata arrumou a bolsa e pegou as chaves do carro, era hora de buscar Aoi, iria pedir desculpas ao Sabaku pela demora e compensaria com algo para Ino depois.

Hinata passou na sala do chefe antes e viu que ele estava dormindo sobre os papeis, ela riu com a cena, o loirinho era realmente preguiçoso.

– Naruto-kun? - Chamou o chefe, mas sem sucesso. Aproximou-se um pouco da mesa e o cutucou, nada.– Mas gente, esse homem tem um sono pesado. - Aproximou o rosto para perto dele para ver se ele estava realmente dormindo, o loiro acabou acordando imediatamente, pois estava tendo um sonho nada puro com ninguém menos que...

– Hinata?! - Ele gritou. As safiras encontraram as pérolas de um modo muito, muito profundo.
– Naruto-kun, está na hora de ir. Você está bem cansado pelo visto. Sinto muito não poder ajudar agora, mas tenho que buscar meu filho em um lugar. Boa noite, até amanhã! - Hinata saiu apressada do escritório do chefe, aquela era a segunda situação constrangedora do dia!

Kami, aquele homem era realmente charmoso, mesmo dormindo!