Querido Nico,

Você é um soldado ainda mesmo depois de todos esses anos – sempre me ajudou no que podia, ou no que eu necessitava, e fui tão egoísta desde o primeiro momento que cair, e você esteve ao meu lado sempre. Como posso agradecer por isso?

E pensei, porque não uma carta? Talvez eu me sinta melhor com isso.

Nosce te ipsum. O que significa?  “Conhece-te a ti mesmo”, essa frase chegou aos meus conhecimentos quando tinha 12 anos, e entrava num mundo que era o jogos da Thompson, e tal como você passei por todas essas fases e mergulhava na profundidade dos meus questionamentos que surgiram com as muitas suposições, com as ideias, com as novas posições, e chega uma hora em que tentamos criar o mundo perfeito em nossa cabeça. Um mundo sem mentiras. Um mundo ao qual não machuque. E muitas vezes fui machucada.

Eu tenho medo desse mundo. Medo do que posso me tornar. Medo do que eu possa fazer durante a raiva e a felicidade, pois o ser humano é irracional nos ápices de seus sentimentos. E do que diabos eu estou falando? Estou confusa com tudo, e com medo por você.

Medo? Irracional. Eu estou com um medo irracional de você.

Provavelmente quando ler isso vai atrás de mim, não vá.

Não mereço tal atenção, e muito menos o seu perdão, mas te pelo que perdoe por ser tão assim. Eu peço desculpas. Desculpas por ser tão tola ao pensar em você. Sinto muito mesmo, mi Nico. Como eu queria pode te dizer isso tudo? De verdade.

Sou capaz de tudo, e tudo mesmo, mas não posso me perder. Tenho um objetivo, e esse objetivo pode me destruir, mas entenda que não deve se destruir comigo. Lembro quando conhecemos, e isso me deixa com cicatrizes, você foi a luz que surgiu no fim do dia, mas como posso me deixar levar por tais esperanças? Como? Não posso, e não devo, e meus objetivos são os que devo seguir sem pestanejar.

Desculpe, Nico.

E essa talvez seja a ultima carta que te escrevo, e eu te liberto de todas as promessas que criou para mim. Não se preocupe comigo, afinal apenas sou um mero fantasma em sua vida, e não causei grandes estragos, ou causei? Bem, não importa.

Eu te amo, Nico, do fundo da minha alma e sempre serei sua.

Mas não posso ficar com você.

Existe regras, e mesmo eu querendo quebra-las, como fiz com todas as outras – e poderia se quisesse, mas existe algo chamado ética ainda em mim –, e por isso.

Eu não posso mais ficar apaixonada por você.

Com afeto,

Katherine McQueen.