Estou a morrendo de tédio! Como é que uma criança como eu de apenas dois anos e meio, consegue ficar entediada dessa maneira? Pois bem, experimentem assistir a um jogo de xadrez do vovô e tio! Claro que não é o Emmett, se fosse estava me matando de rir e não com uma cara de aborrecimento e confusão…teria de pedir mais tarde ao tio Jasper o fundamento do raio do tabuleiro axadrezado. O Pai e a Mãe tinham ido caçar os dois juntos e ainda faltava um bom tempo para chegarem. Dei por mim a pensar se não seria bom arranjar companhia…

- Nessie, vamos ás compras?

- Não tia, muito obrigada, agente foi ontem! – Disse torcendo o nariz á oferta que ela sabia tão bem como eu que iria ser recusada.

-Você e sua mãe são igualzinhas!-disse tia Rose
-Oh Rosalie…e…esquece! Como estão todos muito ocupados, vou dar o lanche á minha sobrinha!

- Mas eu… - ia a contestar mas a minha barriga roncou -...lanche misto com suco de laranja.

- E um sorvetinho para a sobremesa! – Completou piscando-me o olho indo para a cozinha.

Sentei-me no chão, cruzando as pernas á chinesa, colocando um cotovelo em cima do joelho e pousando a cabeça na mão. Olhava para o tabuleiro com as peças monótonas e bocejei bem alto. Brinquei com os folhos do vestido branco e com um caracol do meu cabelo. Mas as peças continuavam imóveis. O vovô Carlisle estava olhando para um cavalo e o tio Jasper para uma torre.

Hã?!

- Pega linda. – disse a tia sentando-se do meu lado com uma bandeja. –O jogo é interessante para quem sabe!

- Eu acho entediante. – Comentei comendo a meu lanche e bebendo meu suco. – A vovó Esme?

- Está lá fora no jardim. Quer brincar lá fora?

Os meus olhos começaram a brilhar como nunca e concordei com a cabeça terminando de comer rapidamente. Ela desapareceu com a bandeja e rapidamente apareceu puxando-me para o colo dela.Saimos pela porta dos fundos para o jardim. A vovó cuidadosamente regava as plantas. A tia Alice fez menção para eu ir para o meio de jardim.

- Oi vovó. – cumprimentei.

- Reneesme querida, cuidado com a água meu amor, não te quero doente!

- Lá dentro ta chato! – resmunguei.

A vovó riu-se e assentiu. Olhei para trás e vi a tia Alice a rodar a torneira da água para o máximo. Naquele instante a mangueira ganhou vida própria começando a girar e a espirrar água por todos os lados, a vovó surpresa apenas olhou Alice com dureza, ao mesmo tempo que os esguichos foram ligados, e Emmett entrou com um riso travesso pegando em mim ao colo girando-me, por esta altura estava encharcada! Eu e todos. O tio pousou-me novamente e eu corri para o meio das flores, sem as pisar encontrando uma borboleta de asas laranjas e azuis que pousou rapidamente no meu nariz. Deixei-me ficar imóvel, sendo banhada pela água e observada pela borboleta! Senti um flash e ela rapidamente voou. Olhei os canteiros de flor da minha Avó apercebendo-me de que existiam imensos caracóis.
Uma jarra apareceu á minha frente.

- Apanha todos os quantos poderes que eu faço o mesmo! – Sussurrou Alice no meu ouvido beijando-me a face e piscando-me o olho.

Enquanto Emmett e Rosalie brincavam que nem duas crianças (pff, e depois sou eu a criança!) em volta dos esguichos e da mangueira mirabolante, a vovó continuava com a sua jardinagem, sorrindo-me ao ver-me, de pés descalços agora enlameados a apanhar com cuidado os caracóis. Se estranhou nada disse. Consegui encher o frasco inteiro.

- Eu também já enchi o meu, depois vai fazer o seguinte: quando estiver quase indo embora vai ao quarto dos seus tios, Emmett e Rosalie e despeja o meu frasco na cama deles e cobre com o lençol…

- E o que faço com os meus?

- Depois você vai saber o que fazer, vou guardá-lo na sua mochila.