Após Mônica se retirar, Jamille ficou olhando o espaço negro e frio, era o que sentia agora. A solidão que se abatera sobre a garota era incrível, a muito tempo não se sentia assim, desde a morte dos pais não sentia mais como se as coisas não fizessem sentido. Pensava em Cebola, pensava em tudo aquilo que viveram juntos no pouco tempo. Pensar no garoto fez com que um calor se formasse aos poucos em seu coração que estava em conflito agora. Então lembrou-se do dia em que fora pedida em namoro.

FLASH BACK ON

Após a saída de Mônica de repente, Jamille pode ver um misto de dúvidas e sofrimento no olhar de Cebola, não sabia o que dizer e não sabia o que fazer no momento, então resolveu ficar calada. Cebola levou a garota para os fundos da casa dele, onde tinha uma árvore e se sentaram ali, com Jamille encostada no peito do garoto. Ela não aguentou as dúvidas e disse.

Jamille: Você parece confuso na sua decisão, acho melhor eu não me intrometer na sua vida dessa forma, acho que não foi certo o seu pedido de namoro. Dizia um pouco triste, pois gostava de Cebola, mas não queria ser um “premio de consolação”.

“Eu queria que você soubesse que eu adoro o jeito que você sorri”

Cebola: Jamille, eu não te pedi em namoro simplesmente porque me sinto só e iria pedir a primeira pessoa que passasse em namoro, se eu fizesse isso me sentiria um lixo. E seria mesmo. Vendo que Jamille iria falar algo, ele a interrompe e continua. Eu te pedi em namoro, porque você é tão importante pra mim quanto meus amigos, você sabe que não quero ficar afastado deles, mas se eu fizer isso agora, todos podem ter o mesmo destino da MC e eu me sentiria muito mal por isso.

“Eu quero te abraçar bem forte e levar sua dor pra bem longe”

Lembrar da pequena irmã do namorado, fez com que sentisse uma pontada e tristeza, pois foi tudo tão repentino que não conseguia acreditar que estava acontecendo. De repente, Cebola a fez parar com seus pensamentos.

“Eu guardo sua foto, e eu sei que ela me faz bem Quero te abraçar bem forte e roubar sua dor”

Cebola: Eu gosto de você, gosto porque você é uma pessoa alegre, me faz sentir livre, faz com que eu esqueça minhas responsabilidades por um momento e enxergue a vida com outros olhos, faz minha vida ser melhor. Não vou mentir que eu já senti isso antes, mas diferente da primeira vez, eu não quero deixar escapar de novo, dessa vez eu quero ser tão feliz quanto posso ser e sem ter que ficar competindo com ninguém, isso não é vida.

“Porque eu fico em pedaços quando estou solitário E eu não me sinto bem quando você vai embora”

Os dois ficaram ali, trocando carícias, Cebola vez e outra dava um beijo no pescoço da garota fazendo ela se arrepiar. Ela o surpreendeu com um beijo na orelha, chupando e mordiscando o lóbulo da orelha dele, fazendo o mesmo se arrepiar todo. Após isso Cebola ficou sério, ela achando que tinha feito algo errado, se virou toda pra ele com uma expressão preocupada, ele não disse nada, apenas se levantou e ficou de frente a ela, ela estranhando o comportamento dela, levantou-se também e ficou de frente a ele. No momento em que Jamille iria dizer alguma coisa, Cebola dá um sorriso travesso e a derruba com cuidado no chão e começa a fazer cóssegas na garota, fazendo com que a mesma em pouco tempo chorasse de tanto rir.

“O pior já passou e nós podemos respirar de novo Eu quero te abraçar bem forte, você tira a minha dor Há muita coisa deixada de aprender, e ninguém contra quem lutar Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor”

Cebola: Nunca ninguém me fez arrepiar dessa forma, então você vai pagar por isso senhorita. Então, se rende? Jamille que agora entendeu o que ele quis fazer, começou a entrar na brincadeira.

Jamille: Não, nunca me darei por vencida senhor convencido. Dizia por entre as lágrimas sorrindo tão doce, que Cebola queria eternizar aquele momento para sempre.

Cebola continuou com a “tortura” até que ele visse que ela estava cansada. Então parou com as cócegas e ficou admirando a garota deitada, não resistiu e beijou a garota deitada. Começou com um beijo calmo, mas que foi aprofundando e se tornando cada vez mais apaixonado. Jamille enrolou os braços no pescoço do rapaz num gesto como se fosse pra ele se aproximar mais. Pararam para recuperar o fôlego e logo a mãe de Cebola veio chamá-los para um lanche da tarde, ambos nem haviam se tocado do tempo. Cebola ajudou a menina a se levantar, foi logo entrando pois sua mãe pediu para falar com a garota um instante.

Dona Cebola: Eu escutei a conversa de vocês, cuide bem do meu filho, ele precisa de alguém como você sempre por perto. Por favor, não o abandone.

Ouvir aquelas palavras da mãe do Cebola foi uma das maiores felicidades que já experimentara na vida. Ser aceita pela sogrinha assim tão rápido, é sinal de que o namoro dos dois poderia dar muito certo.

“Você se foi, Você não me sente mais aqui.”

FLASH BACK OFF

Lembrar-se do namorado só fez a dor que a garota sentia aumentasse mais ainda. Assim que Mônica saiu, achou que fosse ficar sozinha naquele lugar. Quando se virou para trás, viu Cascão e Magali a olhando com ternura. Os dois não aguentaram e a abraçaram como se fossem velhos amigos.

Cascão: O “careca” não iria gostar de te ver assim, ele gostava muito de você e se te vesse triste assim, não iria gostar nenhum pouco. Dizia Cascão se solidarizando com a situação da garota.

Magali: Eu o conhecia desde criança e sei de uma coisa, se ele te pediu em namoro é porque ele realmente gostava de você. É como o Cascão disse, não fica triste não, pois ele ficaria igualmente triste.

Os três ficaram ali conversando até que cada um pegou um caminho diferente. Jamille se sentia melhor e foi procurar pela tenente Xabéu e Franja, já que eram os únicos que conversavam mais, os dois foram procurar por seus respectivos namorados.

Assim que encontrou Quim, Magali foi com ele para um dos quartos que havia sido reservado para descansarem e ficar a sós. Chegando lá, viram que era um quarto aconchegante, com uma cama de casal confortável. Os dois deitaram com Magali apoiada com a cabeça no peito do namorado. Ficaram ali, trocando carícias até que começaram a conversar.

“Oh! Pensando em nossos tempos de juventude Só tinha eu e você nós éramos jovens, selvagens e livres”

Magali: Estou com medo, tudo parece até um filme de terror. Dizia já com lágrimas nos olhos. Quim a abraçou forte para que se sentisse protegida.

“Agora, nada pode te tirar de mim”

Quim: Estou aqui, vou te proteger, não se preocupe, vai dar tudo certo, afinal, nem temos mesmo certeza que o Cebola esteja morto ou tenha sido capturado pelos inimigos, logo ele vai aparecer e fazer um de seus planos infalíveis e vamos derrotar esses caras, você vai ver só. Dizia tentando demonstrar confiança, mas estava tão abalado quanto.

Magali começou a beijar Quim, o garoto pego de surpresa, foi relaxando aos poucos e se entregando ao beijo da namorada. Passava as mãos pelas costas da Magali, hora acariciando-a, hora apertando a cintura. Pararam um pouco para tomar ar e voltaram a se beijar novamente, dessa vez Quim alternava entre beijos pelo corpo da garota, indo ao rosto, descendo ao pescoço e chegando ao colo. As coisas já estavam esquentando entre os dois, até que Quim não resiste e aperta as nádegas de Magali fazendo a mesma ficar corada pelo gesto.

“Estamos no paraíso E o amor é tudo o que eu preciso”

Quim: Se continuarmos, acho que não irei resistir, não que eu não queira, mas, vou respeitar o seu tempo Maga. Dizia com um olhar que denunciava pura ternura. Magali apenas esboçou um sorriso gentil e disse para dormirem juntinhos, afinal ela também queria, mas ainda tinha um pouco de medo.

“Meu bem, você é tudo o que eu quero Quando você está aqui deitada em meus braços”

Os dois foram pegos pelo sono e dormiram agarradinhos um com o outro. Nem ouviram quando o Astronauta foi ver se eles queriam alguma coisa.

Assim que saiu de perto das amigas, Cascão foi procurar a namorada, afinal também queria curtir um pouco a sós antes das batalhas terem início. Encontrou Cascuda já deitada no quarto reservado aos dois. Parecia estar dormindo, então ele não quis acordá-la. Pegou uma cadeira e sentou-se de frente a ela apenas observando e zelando pelo seu sono. Não resistiu e passou a mão tirando uma mecha de cabelo da garota, gesto esse que a despertou.

“Olhe dentro dos meus olhos Você vai ver, o que você significa para mim”

Cascuda acordara e ficara feliz ao ver o namorado zelando pelo seu sono. Ela o chama para perto de si e ele deita ao seu lado na cama com ela em cima do seu peito.

“Procure em seu coração, procure em sua alma E quando você me encontrar lá, não vai procurar mais”

Cascuda: Tive um pesadelo que você me deixava e não queria mais ficar comigo. Fiquei muito angustiada em te perder assim, quando te vi do meu lado, meu coração se acalmou, mas ainda assim, preciso que você esteja aqui comigo, pra ter certeza que não vou te perder. Dizia com certa aflição na voz.

Cascão: Sussa, se depender de mim, eu não vou te deixar nunca, eu gosto de você, eu te amo. Eu vim para o quarto justamente porque eu preciso de você. Só você me completa, é você quem está la para me dar broncas das coisas que faço de errado, quando acerto está ao meu lado... não tem porque temer acabar tudo entre a gente.

“Não me diga que não vale a pena tentar Você não pode me dizer que não vale a pena morrer por isso Você sabe que é verdade, tudo que faço, eu faço por você”

Cascuda: Eu senti muitos ciúmes de você defendendo aquela tal Jamille. Eu achei que você estivesse gostando dela e deixando de gostar de mim, porque sou muito mandona e chata. Mas eu quero que saiba que farei tudo para melhorar esse meu jeito, mas pra isso, eu quero que você esteja comigo sempre que eu precisar e não precisar está bem?

Cascão: Estarei sempre te protegendo. Desde que eu soube da morte da irmãzinha do “careca” que tenho mudado meu ponto de vista e tentado ficar um pouco mais sério. Eu tenho medo de te perder também, não quero que nada mude entre a gente, quero que você seja essa chata e irritante, porque é assim que eu gosto de você.

“Olhe dentro do seu coração, você vai encontrar Não existe nada lá para esconder Me aceite como sou, fique com minha vida Eu daria tudo, eu me sacrificaria”

Os dois ficaram ali conversando até pegar no sono. A tenente Xabéu foi verificar os dois, mas encontrou ambos dormindo grudados e com um sorriso ameno estampado no rosto. Saiu de fininho para ver como a Mônica estava e os deixou dormir, afinal, ainda teriam uma viagem longa até chegarem ao destino deles.

“Fale comigo suavemente Há algo em seus olhos Não abaixe sua cabeça na tristeza”

Mônica e DC estavam no quarto, o quarto era espaçoso e aconchegante, Mônica ficava olhando os cometas e as estrelas por onde passavam e DC estava na cama deitado e lendo um gibi. A garota ficava pensando que até nisso ele era diferente, parecia não se importar e em seu subconsciente, queria ter Cebola ali para lhe dar um caminho.

De repente, sentiu dois braços envoltos por seu corpo e involuntariamente seus olhos se fecharam apenas curtindo aquela sensação. DC geralmente era recatado, mas sabia ser carinhoso também. Ficaram ali, abraçados, até que ele a puxou para deitar ao lado dele na cama.

“E por favor, não chore Eu sei como você se sente por dentro”

DC: Você não precisa carregar o mundo nas costas sabia, estou aqui para te dar o apoio que você precisa. Ninguém consegue ser forte o tempo inteiro. A garota lhe deu um selinho e apenas falou.

Mônica: Obrigado. Não sei o que seria de mim se você não estivesse aqui. Dizia fechando os olhos.

DC a puxou para perto de si e roubou-lhe um beijo em um gesto que poderia ser descrito como atrevido por parte de Mônica. Logo ela foi correspondendo ao beijo e foi passando a mão pelo peito do rapaz e descendo até a barriga. Isso meio que o tirou um pouco a concentração, já que lhe fez cocegas.

“Não chore esta noite Eu ainda amo você, querida”

DC: Eu te amo Mônica, não chore mais, estarei aqui do seu lado sempre que você precisar de mim. Mesmo sabendo que a garota estava apaixonada por outro (Cebola), ainda sim ele queria fazer com que ela pudesse se apaixonar por ele.

Mônica: Eu sei, e gosto dessa sensação de poder me sentir protegida. Mas você sabe que o Cebola pode morrer tendo ficado para trás né? Não gosto nem de imaginar o que pode ter acontecido a ele nesse momento.

DC: Acho que você preferia estar junto dele agora né? Dizia meio chateado.

Mônica: Não, preferia que ele estivesse aqui com a gente a salvo, junto com a namorada dele. Disse a ultima parte com a voz tremida, mas DC não percebeu.

“E por favor, lembre-se que eu nunca menti E por favor, lembre-se Como eu me senti agora, querida Você tem que fazer seu próprio caminho Mas você se sentirá bem, doçura Você se sentirá melhor amanhã Venha para a luz da manhã agora, querida”

DC abraçou Mônica forte e começou a afagar os cabeços da moça. Naquele momento, ele só queria fazer com que os medos, dúvidas e sentimentos dela, se acalmassem e fazer ela voltar a sorrir. Gostaria de protegê-la de tudo, mas tinha que admitir que o seu maior rival tinha feito um trabalho melhor do que ele mesmo estando longe da garota. Então, ele fez uma promessa a si mesmo que nunca a abandonaria, mas não iria lhe dizer, afinal era o DC.

Na Terra, o laboratório de Franja fora invadido, cinco pessoas estavam lá e uma delas acionava todo o equipamento tentando fazer algo. De repente, a mesma máquina que meses antes, fizera Cebola e os outros ganharem poderes, era novamente acionadado, era possível ouvir uma voz que dizia.

Desconhecido: Finalmente, os cristais da sabedoria. Finalmente teremos o poder necessário para conquistar o universo.

Desconhecido2: Eles chegarão lá primeiro, você nunca dará conta de ativar essa máquina, se você não souber as coordenadas, ela pode te levar para outro lugar.

Desconhecido: É claro que darei conta, afinal, quem irá ativar é você, e só para ter certeza... Tragam-nos. Passados alguns segundos, duas pessoas entraram pela porta e a segunda voz não pode deixar de se sentir mal pela segunda vez.

Desconhecido2: Mãe, pai...

Senhora Cebola: Cebola?...

Continua...