Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 24
Meus Velhos Amigos


Notas iniciais do capítulo

Mia e Mary, mais fantasmas do passado de nossa pequena heroína ressurgem das cinzas.



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Com sua shuriken em mãos, Sayo também avistava a aproximação dos shikõs.

―então vocês mandaram os cachorros na frente, não é mesmo?

A guerreira dizia enquanto erguia sua arma. Em um movimento rápido ela então lançou a shuriken na direção dos inimigos. A shuriken seguia seu percurso com uma velocidade surpreendente até que foi parada por um homem.

Sem muito esforço, e utilizando apenas uma mão Erii segurava firme a arma da guerreira.

― patético...

O homem sussurrava. Sem demonstrar muito esforço, o shikõ lançou a shuriken de volta para a garota, a arma estava em chamas.

― lascou-se.

Sayo exclamava surpresa. Antes que a arma pudesse alcançar a garota do oeste, um campo de força surgiu em sua defesa.

― para trás Sayo!

Raque puxava o ombro da guerreira. Naquele mesmo momento uma grande bola de energia atingiu o campo de força, fazendo com que o mesmo se rachasse.

―Mary...

Raque encarava a garota que havia acabado de chegar. Sem que a jovem maga tivesse tempo para reconstruir o campo de força danificado, foi surpreendida por um soco, desferido com tanta força que destruiu por completo o campo e atingiu a menina, fazendo com que a mesma fosse lançada a metros de distancia.

―VOCÊ É A SHIKÕ QUE ATACOU A SOCIEDADE!

Nael gritava ao longe. A mulher sorria enquanto retirava uma mecha de seus longos cabelos ruivos do rosto.

― e você ainda está vivo... falha minha.

― dessa vez não será tão fácil como da ultima...

Sem perder tempo, Sayo lançou sua shuriken na direção da shikõ, que desviou com facilidade.

―ei garota! Você não... eu... não atrapalhe o meu momento!

Nael dizia com desânimo.

Sem dar atenção para o garoto as duas prosseguiram para a batalha.

Ainda um pouco zonza Raque se levantava lentamente. Com a visão um pouco embaçada ela poder ver Jack lutando contra Mary.

― segura essa, maldita!

Jack dizia enquanto atirava incessantemente na adversária.

Os tiros vindos da metralhadora da shikõ, eram facilmente rebatidos pelo cetro de Mary.

― você pediu por isso.

Jack fez surgir dois canhões gigantescos no lugar de seus braços e atirou. Sem hesitar, Mary fez surgir um campo de energia que aguentou com louvor o forte ataque por parte da shikõ.

― qual o problema dessa vadia?

Jack havia perdido a paciência.

Foi então que ela sentiu uma forte quantidade energia passar perto de seu corpo e cercar a maga inimiga.

― esmagar!

Um comando vindo por parte de Raque fez com que as duas paredes de energia ao redor de Mary se fechassem. Mary pronunciou algumas palavras em uma língua antiga e fez com que outro campo de força surgisse ao seu redor, com as mãos posicionadas ao lado do corpo, parecia resisti ao ataque especial de Raque.

Um pouco distante dali, Sayo e Mia prosseguiam com a batalha de força bruta. Um minuto de distração por parte de Mia ao ver sua irmã em apuros, foi o suficiente para receber um belo soco de sua adversária.

― maldita...

Caída, Mia resmungava enquanto limpava um pouco de sangue que escorria de sua boca. Apoiando as mãos no chão a shikõ impulsionou o corpo com toda sua força e atingiu a guerreira, que foi lançada longe.

Sem perder tempo Mia se dirigia ao socorro de Mary, mas antes que pudesse atingir uma distancia considerável, sentiu uma terrível dor em suas costas.

― mas o que...

Mia tentava alcança o que havia lhe ferido. Aquela coisa afiada que quase havia lhe atingido o coração.

―sentiu o gosto da minha peixeira?

Ao longe Sayo dizia com um sorriso psicopata no rosto. Com muita dor, Mia havia caído de joelhos. Sayo ia em direção a sua shuriken. Abaixando-se, ela então a pegou.

― agora é hora de acabar com isso.

A guerreira dizia enquanto erguia sua arma.

― SAYO PAAAARA.

A guerreira parou ao ouvir aquela voz fina e familiar. Lily passou tão rapidamente ao lado da guerreira, que tudo que ela pôde ver foi um vulto. Chegando até a shikõ caída, Lily se ajoelhava.

― Mia! Mia! Você está bem Mia?

A garota perguntava desesperada.

Com os olhos arregalados, Mia não entendia bem o que estava acontecendo. Sem hesitar Lily tirou a enorme faca que estava presa nas costas da garota. Pouco a pouco o enorme buraco ia se fechando, sobrando apenas um rasgo na roupa. Ainda desnorteada Mia se levantou rapidamente.

― Mary...

A garota sussurrava. Com dificuldades ela se dirigia até a sua irmã, que naquele momento já estava no limite.

― RAQUE JÁ CHEGA!

Lily gritava para a companheira.

― NÃO!

Raque fazia sinais com as mãos, fazendo com que o campo ao redor de Mary reduzisse o tamanho.

―TORIKOWASE.

Lily lançava um ataque contra Raque. Em um movimento rápido a garota então fez um segundo campo de força para se proteger, o que não foi o suficiente para o poderoso torikowase. O campo se quebrou e Raque foi arremessada longe, já inconsciente.

O campo que cercava Mary se desfez. Mia correu em direção a sua irmã, parada por alguns segundos as duas encararam Lily. Mary fez um sinal com as mãos, e uma grande luz resplandeceu, quando a luz se foi não havia mais sinal das duas.

Um olhar triste estampava o rosto da pequena maga.

―RAQUE!

Jack corria em direção à garota.

― eu sinto... eu sinto muito.

Lily não continha seu arrependimento.

― que tocante!

Erii se aproximava com aplausos. Virando-se rapidamente Lily o avistou em sua frente.

― está na hora de voltar pequena... o mestre me pediu as duas, mas como você matou sua amiguinha, vem sozinha mesmo.

Ao ouvir aquelas coisas, Lily deixou escapar uma lágrima.

― Erii... por que você ta fazendo isso?

A menina lamentava. O shikõ permanecia em silêncio. Sem hesitar Lily o abraçou, com tanta força que o fez dar alguns passos para trás.

― você não é assim... eu quero o meu Erii de volta!

Lily chorava desesperadamente. Os gemidos da garota faziam Erii tremer. Sentia uma dor enorme em seu coração, mas não tinha ideia do motivo.

**

Um pouco distante da batalha, Mia e Mary estavam em segurança.

― MARY!

Mia gritava ao ver sua irmã caindo.

― eu usei energia demais...

A garota falava em voz baixa, enquanto se levantava com dificuldades.

― aquela garota...

Mia refletia.

― sim... Lily.

Mary confirmava.

― como...

― eu não sei, mas as minhas lembranças...

Mary levava a mão à cabeça ―eles não podem arrancar as minhas lembranças!

Um vento forte vindo do norte, fez as garotas tremerem, o ar havia ficado pesado, e uma tensa nuvem de escuridão acompanhava a sombra de um homem que se aproximava. O medo tomou conta das shikõs. Sem dar atenção a elas Jon prosseguiu.

― ali está havendo uma batalha?

O homem havia parado.

―s-sim.

Mia respondia assustada. Sem dizer mais nenhuma palavra, ele foi em direção ao campo de batalha.

― quem... quem era aquele cara?

Mia perguntava em choque.

― eu não sei... mas aquelas roupas... deve ser da sociedade e levando em conta o ódio que expressava em seu rosto, o Erii está em maus lençóis!

Mary parecia preocupada. Mia parecia não se importar.

― azar o dele!

**

― afaste-se!

Erii empurrou a garota.

― NÃO!

Lily mais uma vez o abraçava. Erii suava.

― mate ela comandante!

Uma voz vinda da multidão que o seguia fez Erii se irritar.

― CALADO!

Naquele momento todos os Kotonarus haviam sido eliminados e a batalha prosseguia apenas com poucos shikõs. Erii empurrou Lily com mais força e se virou para ir embora.

― ERII!

Lily puxou o braço do shikõ. Erii parou. Aquelas mãos... aquele toque... era tão familiar.

―AFASTE-SE DE MIM!

O shikõ lançou uma forte energia contra a garota, o chão tremeu e Lily foi arremessada contra uma rocha.

―vamos embora...

O shikõ falava em voz baixa.

― mas a missão não é levar a garota de volta?

Um outro shikõ retrucava.

― não a quero perto de mim! Se quiser prosseguir fique a vontade.

Um pouco distante dali, Jon se aproximava do campo de batalha.

―vocês...

Jon se referia a Jack, Andy, Nael e Butcher. Jack tremeu.

―se-se-senpai... ELES ME OBRIGARAM!

A garota dizia enquanto apontava para os garotos.

― sua maturidade me comove.

Andy resmungava.

Jon se abaixava até Raque, que estava desacordada.

― ela esta bem?

― sim, só desmaiada.

Nael informou.

― Jon...

Raque recuperava os sentidos. Jon sorriu.

― soube que havia caído de um precipício... essa cara de sonsa é só disfarce, você é difícil de matar.

―olha quem fala... você já se perdeu nos corredores do palácio... duas vezes.

A garota retrucava.

―eu estava sobre efeito de feitiço!

― não estava.

― calada!

Naquele momento Raque se levantou.

― estou feliz em te ver.

A menina dizia com um sorriso.

― eu também estou.

Jon dizia com carinho.

― e como está o vovô?

Naquele momento, Jon sentiu seu mudo desabar. Assim como, ou até mais que ele, aquela garota amava Kannot. Dar aquela noticia, seria algo trágico para o shikõ.

― vocês ainda não contaram a ela?

Nael respondeu negativamente com a cabeça.

― contaram o que?

Raque perguntava confusa.

― eu não acredito nisso...

Jon resmungava.

― CONTARAM O QUE?

Raque já havia ficado preocupada ― ONDE ESTÁ O MEU AVÔ????

Jon se silenciou.

― Jon...

A menina esticava a manga do sobretudo que o shikõ usava. Jon acariciou a cabeça de Raque.

― ele está morto Raque.

Ele usou apenas essas palavras. Ele sabia o quanto seria doloroso para ela, mas apesar do carinho que sentia pela garota, nunca havia sido bom com situações desse tipo.

Com os olhos arregalados, Raque levava as mãos ao rosto. Ela deu alguns passos para trás, estava desnorteada, ela sabia que seu avô havia ficado muito ferido, mas morto? Não! Ela nunca imaginaria, que aquele bom velho que a acolheu e amparou havia partido. Sentiu suas pernas falharem, caiu de joelhos.

― não, não, não...

A garota chorava com o rosto no chão. Jon se manteve imóvel. Não esboçou reação, nem ao menos de compaixão.

Nael se aproximava.

― não.

Jon o repreendeu ― deixe-a aprender com a dor.

Naquele momento Raque se silenciou.

― MALDITO!

A garota gritava com uma fúria incomparável ― ERII!

― Erii?

Jon sussurrava.

― alguém me chamou?

O cínico shikõ perguntava com ironia.

― VOCÊ MATOU O MEU AVÔ!

Raque gritava com lágrimas nós olhos.

― ahh! Então o velho morreu? Ufah! Ainda bem... deu um trabalho danado!

Uma forte luz vinda das mãos de Raque fez com que surgisse seu bastão.

― EU VOU MATAR VOC...

― não.

Jon usou o braço como barreira, fazendo com que a menina parasse ― a parte suja fica pra mim.

**

― Lily! Lily! Fala comigo!

Sayo chacoalhava a amiga inconsciente. Pouco a pouco a garota recuperava os sentidos.

― o que aconteceu?

A menina perguntava confusa.

― Erii aconteceu, só isso.

Sayo parecia irritada.

― eu sinto muito por antes e...

― pare de pedir desculpas Lily. Preocupe-se com o seu “amigo”! O “arqui-inimigo” da Val chegou e eu acho que ele ta atrás do Erii!

Lily não conseguia entender bem o que estava acontecendo. Não entendia o motivo pelo qual Jon estaria atrás de Erii.

“ quem me dera... a sociedade foi atacada por vários shikõs cruéis e meu avô foi ferido por um comandante maldito... Erii!”

Lily havia se lembrado de sua conversa com Raque nas masmorras.

“garota, ele enfiou uma espada no peito do meu avô! Se você o conhecesse, entenderia que ele não merecia aquilo!”

Lembrou-se das lágrimas no rosto da garota, e de como ela havia sofrido.

―então é isso...

Lily cochichava.

Sem perder tempo, a garota se levantou.

**

― Erii...

Jon dizia em voz baixa, porém audível. Erii que se encontrava a alguns metros dali, o encarou.

― quem é você?

― meu nome é Jon, filho de Kannot, líder dos shikõs. Pertenço à classe mais alta de todos os shikõs desse planeta... e vim aqui para acabar com a sua vida.

Jon dizia com semblante sério.

―que comovente.

Erii ironizava.

― EI! JON!

Uma pequena garota de cabelos castanhos se aproximava do shikõ enfurecido.

― por favor... ele não está em seu estado normal... ele... não é assim.

Lily implorava.

― ele matou o meu pai, não me importo em que estado ele esteja!

Jon dizia enquanto caminhava em direção a Erii.

― JOOON!

O shikõ a ignorava.

― Raque por favor, faça alguma coisa!

Lily chorava. Ao ouvir aquelas palavras Jon parou, esperava uma resposta de Raque. A menina por sua vez, não esboçou compaixão.

― Raque...

Lily tentava mais uma vez.

― você sabe qual é a dor perder aquilo que mais ama em todo o mundo, não só uma, mas duas vezes?

Raque dizia em voz baixa.

― eu perdi minha cidade e todos os meus amigos...

Lily explicava na tentativa de convencer a garota.

― então sabe os meus motivos.

Com essas palavras, Raque se virou.

Lily se silenciou.

Ao ouvir aquelas palavras Jon continuou.

― espero que não tome muito o meu tempo... tenho compromissos.

Erii mais uma vez usava o sarcasmo.

―não se preocupe, será rápido.

Jon sorriu.

―tenho certeza disso!

Erii mantinha um olhar confiante.

Estava prestes a começar, uma batalha entre dois shikõs de classe alta, uma batalha que jamais seria esquecida.


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