A Outra Potter 2 - Onde demônios se escondem escrita por Alice Porto


Capítulo 23
Linha tênue


Notas iniciais do capítulo

Ooooie! Voltei de viagem! Mds, como é bom estar em casa, na minha cama, no meu Rio Grande, céu, sol, sul, terra e cor, onde tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor! Mds, me empolguei um pouquinho demais! Uhueheuheu! Obrigada pelos comentários do último capítulo, agradeço de verdade.

* Obrigada pelos comentários, como já disse, mas senti falta de gente, e muita gente, no cap anterior. A Ruby, a Valerie, Lari Toledo, Priscila Lovegood, nightshade45, e mais gente que se eu citar fica uma linha extensa. Espero que não tenham desistido! Me deixa triste pensar que desistiram porque eu demorei... O que é bem compreensível.

* NÃO, EU NÃO ESTOU DIZENDO QUE VAI ACONTECER, MAAAAS: Vocês preferem Daniel com Carrie ou Daniel com Gina? ^^

* Espero que gostem do cap! Até mais, beijooos!



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– Fidelius. - sussurrou com a varinha empunhada e os olhos fechados, pensando em um lugar escondido e seguro.

Abriu os olhos e olhou em volta. Era a quadragésima vez que tentava, e o feitiço não mostrara nenhum resultado relevante. Ouviu a porta abrindo com um clique, e se virou, vendo Draco entrar com um café e um sorriso acanhado.

– Trouxe café. Pode ajudar. - ele disse com pena da amiga, que se sentara e fechara os olhos, massageando as têmporas. Sorriu singelamente para ele.

– Sempre ajuda. - respondeu pegando a xícara e observando o amigo se sentar na sua frente - Snape não estava errado quando disse que esse feitiço era complexo. - falou suspirando e tomando um grande gole de café.

– Você consegue. - o loiro disse convicto.

– Não sei se consigo. - respondeu a amiga frustrada - Já tentei mil vezes e nada acontece. Acho que isso exige uma concentração enorme de magia.

Draco pressionou os lábios um contra o outro e vidrou os olhos em um ponto fixo por dez segundos. Depois franziu as sobrancelhas como se tivesse tido uma ideia, logo revirando os olhos como se não fosse boa o bastante.

– O que houve? - perguntou a garota.

– Nada. Ideias bobas. - disse sem graça, tomando um gole do próprio café.

– Às vezes as ideias bobas se tornam as melhores se dividí-las com alguém. - filosofou a menina com um sorriso - Eu te conheço, Draco. Nenhuma ideia sua é boba. Você que é bobo pra achar que elas são. - concluiu.

– É que… Quando você usa sua mágica elemental, você não fica mais forte?

– Fico… Por? - perguntou.

– E você não tem que se concentrar? - perguntou.

– Mágica elemental é 90% concentração e 10% mágica. Onde você quer chegar com isso? - perguntou.

– Talvez esteja faltando concentração no seu feitiço. Consequentemente força. Se você pudesse usar sua mágica elemental interligada a varinha, talvez a varinha captasse essa força e concentração e transformasse o seu feitiço em algo mais que uma tentativa mal sucedida. - concluiu.

Lawrence ficou quieta por um instante, como se analisasse a proposta de Draco. Arfou com os olhos brilhando e depois olhou para o amigo.

– Você é brilhante. - disse convicta, se levantando e dando um beijo na testa do amigo antes de correr para a porta - Já volto.

O loiro ficou estático olhando para o lugar de onde a garota correra. Franziu as sobrancelhas e olhou para o relógio na parede. Ouviu passos no andar de cima e uma porta abrindo afobadamente. Logo Daniel estava entrando pela porta da sala de lazer confuso, olhando para Draco com uma sobrancelha arqueada.

– Por que Lawrence passou correndo que nem louca pela sala? - perguntou.

– Pergunte a ela, não a mim. Estou tão confuso quanto você. - respondeu e logo a ruiva entrou com o livro verde e enorme que ganhara de Snape, jogando-o na mesa e se sentando, respirando fundo e olhando para os dois.

– A sua ideia é perfeita, mas eu preciso arranjar uma maneira de interligar minha magia elemental a minha varinha. Não é tão simples, Snape já me falou que é possível, mas tem uma forma específica. Aqui nesse livro deve ter… Ahm… Ele disse que é algo com linhas que se interligam ao núcleo.

– Como se a varinha fosse um fantoche? - perguntou Draco, se levantando e indo para trás da melhor amiga, olhando as páginas do livro com ela.

Daniel se aproximou com mais calma que Draco, e observou de longe o que a garota fazia. A ruiva virava as páginas com pressa, procurando por alguma caricatura ou título em letras maiores que pudesse ajudar. Acabou por achar na página 394 um desenho de uma varinha e suas partes, assim como uma mão e um fio fino e quase imperceptível que ligava o centro da palma da mão até a parte interior da varinha.

– Aqui. - disse com um sorriso de orelha a orelha - Draco, você é brilhante. Eu nunca teria pensado nisso. Podem ir continuar com seus afazeres agora. - completou com um sorrisinho, e os dois loiros arquearam as suas sobrancelhas - Ah, fala sério. Cada um com seu trabalho, não vou conseguir me concentrar com vocês aqui dentro. - concluiu logicamente.

Ambos os garotos suspiraram e deram as costas abanando sem dizer palavra alguma, fechando a porta ao sair. A Potter revirou os olhos quando ouviu o barulho de porta se fechando, e logo depois suspirou e tomou mais um pouco de café ao olhar para o livro e ler a página desde o início.

A manipulação de uma arma pela mágica elemental é uma prática comum aos que aderiram essa modalidade de magia, justamente pela praticidade. Foi inventada por Christopher Peverell no século X, e passou a ser menos utilizada ao passar dos anos, quando a magia elemental passou a ser cada vez mais rara no mundo bruxo. Varinhas, espadas, punhais, não importa a arma, o lema de Christopher era “se pode atacar, pode ser manipulado”. Para que isso acontecesse, o bruxo somente necessitaria três fatores:

Magia elemental;Uma arma;Duas palavras chave;

O processo é simples: o usuário pega a arma na sua mão de escrita e segura com leveza, mas destreza. Concentrando-se no centro da palma de sua mão, a pessoa que usará a arma precisa imaginar um fio tão fino quanto um fio de algodão, quase imperceptível aos olhos, e imaginar esse fio saindo da palma de sua mão até o núcleo, onde se prenderá como uma corda a arma. Se conseguir imaginar isso com precisão o suficiente, o fio sairá realmente da mão do usuário da prática e se “amarrará” com leveza ao núcleo.

Nesse momento a parte final entra em ação. Para que o fio se prenda e não solte de forma alguma, você precisa de uma palavra de amarra e uma palavra de corte. A palavra de amarra nada mais é que uma palavra de comando para que o fio se prenda, e a palavra de corte é para que o fio se corte ao meio e pare de ser interligado a arma.

As palavras escolhidas na primeira vez serão as palavras a serem usadas sempre. É importante que a palavra de corte seja secreta e pessoal, caso contrário, qualquer outra pessoa que diga elas em voz alta pode desativar o feitiço.

É necessário concentração durante todo o processo de feitiço, para que o fio acompanhe e leve a magia necessária até a arma. A partir da pronúncia da palavra de amarra, a magia que sai da arma é elemental e somente isso. Ela fica mais forte, mais rápida, mais precisa.

Lawren suspirou ao terminar de ler a página. Pegou a varinha e esfregou as mãos contra os olhos, terminando de tomar o café e bocejando, olhando o relógio e notando que já eram duas horas da tarde. Arregalou os olhos . Estivera lá por tanto tempo? Nem almoçara! Respirou fundo se levantando e amarrando o cabelo do jeito que conseguia, fechando os olhos.

Fechou a mão contra a varinha, com leveza, mais destreza. Respirou fundo, e concentrou toda sua magia na mão. Soltou o ar, e comprimiu na sua própria mente a magia que tava na mão num único ponto: a palma da mão, bem ao centro. Com precisão e muita concentração, imaginou um fio saindo da mão e como uma linha de costura, passando por dentro da varinha e chegando ao núcleo como se fosse o ponto final. Não se arriscou a abrir os olhos para ver se havia dado certo. Somente respirou fundo mais uma vez e soltou o ar calmamente, e proferiu com calma a sua palavra de amarra.

Ao abrir os olhos, não pôde conter a felicidade e a risada. Uma linha fina, quase invisível, ligava sua mão ao núcleo da varinha, e se surpreendeu ao notar que ela não caía de sua mão mesmo que a soltasse. Sorriu surpreendida e se obrigou a manter a concentração. Fechou os olhos e respirou fundo, orando bem lá no fundo do coração para que desse certo e a ideia de Draco fosse um sucesso.

– Fidelius. - sussurrou, e sentiu uma vibração na varinha. Ao abrir os olhos, não viu nada de diferente, mas sabia que não saberia se tinha funcionado se não desfizesse o feitiço.

Fechou os olhos e franziu as sobrancelhas, movendo a varinha e pensando no contrafeitiço. Assim que abriu os olhos Draco e Daniel entraram quase arrombando a porta, rindo.

– Você conseguiu. Você conseguiu! - disse Daniel animado pegando a ruiva pelos braços e girando animadamente junto com ela - Cara, foi incrível. Uma hora a porta tava lá, na outra… Puf! Sumiu. - falou eufórico.

Lawren sorriu.

– Graças a Draco. - disse para o Malfoy que estava escorado na porta com os braços cruzados e um sorriso singelo no rosto - Obrigada. - falou sincera.

– Eu só dei a ideia, quem deu vida a ela foi você. - disse Draco com calma e simplicidade - Trabalho em equipe.

– Enquanto isso eu não ajudei em nada. - riu Daniel sem se importar muito - O que você tinha que fazer exatamente? - perguntou indo para perto do livro sendo seguido por Draco.

– Está tudo detalhado ali, é só ler. - a ruiva disse, se direcionando para a janela e olhando para a rua.

Estava tudo calmo do lado de fora, tendo somente um menino andando de triciclo no meio do asfalto. Havia uma mulher sentada em uma cadeira de balanço na sacada da casa da frente, mas fora isso, tudo estava calmo, e tinha uma brisa calma de verão percorrendo a rua.

– Qual é sua palavra de amarra? - perguntopu Draco, levantando-se e se escorando na mesa - Digo, você só não pode contar qual é sua palavra de corte, mas a palavra de amarra…

Lawrence sorriu de canto para Draco e deu de ombros timidamente, indo para o lado dele e se escorando na mesma junto dele. Bagunçou os cabelos pensando se deveria falar ou não e, por fim, acabou por decidir que não havia motivos aparentes para esconder. Suspirou olhando para os loiros.

– Minha palavra de amarra é Cokeworth. - disse - É onde minha mãe e Snape nasceram, e ambos têm uma importância considerável na minha vida. Minha mãe morreu para me proteger, e apesar de não amá-la, tenho imensa gratidão pelo que ela fez. E Snape… - deixou o resto no ar, e Draco a olhou curiosamente.

– O que tem Snape? - perguntou o loiro.

– Snape era o melhor amigo dela, e isso é importante. Só isso. - deu por fim o assunto, ficando com uma expressão triste e se lembrando mais uma vez das palavras dele.

Nunca admitira a importância do homem em sua vida, ainda mais para Draco e Daniel que não entendiam muito bem qual era a relação dos dois. Por isso respirou fundo e deu as costas para os amigos, saindo da sala de lazer e levando a pasta com as folhas de Marlene.

– Ahm, você vai ler essas folhas agora? - perguntou Daniel vindo logo atrás da amiga, sendo acompanhado pelo Malfoy.

– Positivo. - disse séria, bocejando e pegando mais café - Já leram tudo? - perguntou.

– Está faltando alguns parafusos na sua cabeça? - retrucou Daniel incrédulo - Óbvio que não, você nos deu umas 80 páginas.

– 30 no máximo, Dan. - disse com um sorrisinho e bebericando o café, cheirando a fumaça e sentindo o corpo de revigorar - Então vamos nos dedicar somente a isso.

Andou com cuidado até a mesinha de centro na sala, e se sentou em cima do tapete branco e felpudo, pegando as folhas de dentro da pasta e respirando fundo, colocando a xícara no canto da mesa. Pegou a primeira folha e começou a ler, espiando os amigos antes disso e os vendo sentar e pegar mais uma folha do pequeno monte que se acumulara. Ele tinham cadernos e lápis na mão, e algumas coisas anotadas na folha. Sorriu internamente voltando os olhos para a folha. Eles estavam se dedicando. Teria de fazer o mesmo.


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Notas finais do capítulo

E aí? Ficou um pouco menor que os últimos, mas espero que valha a pena. Até!