A Outra Potter 2 - Onde demônios se escondem escrita por Alice Porto


Capítulo 22
Trabalho a fazer


Notas iniciais do capítulo

Oooi! Gente, consegui roubar a internet de alguém por aqui, e mds, a internet é muito boa! Consegui até mesmo acessar o netflix, acreditam? Pois é! Mas, enquanto eu não conseguia internet, escrevi bastante do lado daqui, e consegui concluir dois capítulos. Espero que gostem desse! Ficou um pouco longo, como todos estão ultimamente, mas é que eu me empolgo demais. Quero agradecer por todos os comentários, e foram vários! Muito obrigada mesmoo! E nesse cap: comentem, recomendem, favoritem, sei lá! Deem sinal de fumaça, mas adoro saber que tem gente acompanhando. Deixem de ser fantasminhas :D



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Não demorou cinco segundo para que a porta do quarto abrisse e dois loiros com varinhas empunhadas aparecessem. Lawrence direcionou uma olhar cansado e triste aos dois, pensando nas palavras de Snape. “Vocês duas me fazem mais forte, e eu sou aquele que destrói tudo que vocês têm”. Ela sabia que o que o mestre dissera tinha um significado bem mais e profundo do que simples palavras. Ele falava em como magoara Lilian com palavras, como a fizera vulnerável. Ele acreditava que poderia fazer o mesmo com Lawrence, e isso deixava a ruiva triste. Snape achava que era tão ruim, quando não imaginava o bem que estava fazendo. Quando ele poderia se perdoar pelo que fizera?

Sentou-se na cama ao lado da bolsa, pegando os dois livros de dentro e colocando-os em cima do colchão. Olhou para os dois cansada, mas não teve coragem de olhar direto nos olhos de Draco. Viu como o rosto dele estava duro e magoado dentro do quarto, e não quis dar início a outra discussão naquele momento.

– O que você tentou fazer ao me conhecer? - perguntou Daniel, e ele compartilhava de uma dor semelhante a de Lawrence, ela pôde notar. Ela sorriu tristemente.

– Te matar. - respondeu, e depois olhou para Draco - Não temos tempo. - começou cansada - Acho que um café cairia bem agora. A manhã foi.. Hum.. Longa. - completou desgostosa, se levantando e pegando a pasta de Marlene, passando pelos loiros - E temos muitos assuntos a tratar.

Passou pelos dois, Draco sem pronunciar palavra alguma. Somente baixou a varinha e a seguiu quietamente, enquanto observava Daniel andar ao lado da ruiva, apressadamente.

– O que houve? - perguntou preocupado - Você parece abatida. - murmurou.

– Acho que só não ouvi o que tinha esperanças de ouvir. - respondeu Lawren, olhando de canto para Draco e vendo-o fingir que não ouvia e nem se importava com a conversa dos dois - Em nenhum dos sentidos. - completou.

***

– Certo. - começou Lawren, quando todos estavam sentados em volta da mesa de centro da sala, com seu caderno do Mickey e a pasta de anotações sobre Marlene - Bem… Não sei como deveria começar, mas acho que o começo foi isso. - falou apontando para o caderno do Mickey - Sobre isso, Draco, eu… - mordeu o lábio inferior, olhando para a janela como se estivesse pensando em que palavras usar - Isso tudo começou logo depois que eu saí da sua mente.

O loiro permanecia quieto, impassível. Mas assentiu levemente, indicando que estava ouvindo e que a Potter poderia continuar. Ela soltou o ar dos pulmões de uma forma nervosa, e abriu o caderno do Mickey na primeira folha. Bebericou o café e olhou nos olhos cinzentos do melhor amigo.

– Você não se lembra de tudo que havia na sua mente, Draco, mas eu lembro. - continuou - E aquilo me deixou preocupada. Preocupada com seu possível estado psicológico após o ocorrido, e preocupada com o que poderia acontecer se os comensais usassem isso na guerra. Devo admitir, não pensei duas vezes em falar com Snape, e não pensei duas vezes ao concordar com ele sobre não comentarmos isso com ninguém, especialmente você.

– Por que? - perguntou Draco sério, com os braços cruzados e ainda magoado.

– Chame de bobeira, mas eu acreditava estar lhe protegendo. Ainda acredito que estaria mais seguro sem saber disso. Você e Dan. Mas você era bem diferente. Sofreria se começasse a cavar mais fundo nas memórias, e eu não queria isso.

– E pensou que esconder algo importante de mim fosse a melhor maneira? - perguntou sério, ainda impassível às palavras de Lawrence - Como Daniel acabou sabendo?

– Eu a pressionei. - Daniel disse olhando a amiga e sorrindo de canto - Ela nunca teria contado se eu não tivesse colocado pressão. Acredite, essa cabeça dura prefere mil vezes guardar tudo para si mesma do que dividir as próprias dores.

– Draco, olhe… Me desculpe. Eu sinto muito por não ter lhe contado, realmente sinto. Mas não me arrependo. Se eu pudesse fazer os dois esquecerem, faria isso agora. Vocês são meus melhores amigos, babacas. E quanto mais informações vocês tiverem sobre isso aqui, mais vocês se tornam ameaças por saberem muito. Eles matam. - disse a ruiva olhando os dois sem mostrar indícios de que estava arrependida por ter feito algo - O quanto eu puder proteger vocês, protegerei.

– Você me xingou ontem por ter escondido coisas de vocês, e agora estava fazendo a mesma coisa. - disse Draco franzindo as sobrancelhas - Me parece injusto.

– Não aja como o bom samaritano. Sei que esconde coisas da gente, Draco, e se não se sente confortável para comentar sobre isso, tudo bem. Mas você também não terá direito de falar de mim se está fazendo a mesma coisa. - disse Lawrence com um olhar duro nos olhos.

– Não. Não estou fazendo a mesma coisa. - respondeu Draco calmamente - Ao contrário de você, estou escondendo isso dos dois. Você escondeu somente de mim.

– Daniel sabe há uma semana e porque eu tive que contar. Draco, não finja que não entendeu. Eu já lhe contei meus motivos. Se não quer aceitá-los, tudo bem. A porta fica logo ali.

– Lawren! - repreendeu Daniel - Ninguém vai sair por porta nenhuma. - falou centrado - Draco, nós vamos colocar você à par de tudo que está acontecendo e você poderá nos ajudar se aceitar nossas desculpas.

– Não querem minha ajuda. - falou Draco relutante - Estão se obrigando a fazer isso porque agora eu sei de boa parte das coisas.

– Deixe de ser orgulhoso. - murmurou Lawrence - Você sabe muito bem que sempre vou querer sua ajuda em tudo. Obviamente, se pudesse tirar os dois dessa pesquisa, eu tirava. Mas se no fim vocês acabaram sabendo, fico feliz por ter companhia. - disse sinceramente.

Draco desviou o olhar, e Lawrence entendeu que ele queria perdoá-los, mas ainda não estava confiante o bastante para fazer isso. O olhar dela ficou triste. Se Draco parasse de confiar nos dois, principalmente em Daniel, a culpa seria dela. Ele suspirou.

– Não sei o que devo fazer. - ele falou - Honestamente? Entendo muito bem que você quis me proteger, porque é exatamente o tipo de coisa que faria por vocês dois, sem hesitar. Mas não posso ignorar que Daniel estava a par, e não me olhe com essa cara, sei muito bem que você foi obrigada a contar para não perder o amigo. Mas ele concordou em esconder isso de mim.

– Não concordou! - Lawren contestou - Ele realmente não queria esconder, eu que o convenci. Draco… Olha, se não quer me perdoar, tudo bem. Mas não faça isso com Daniel. Ele fez isso só porque eu pedi, a culpa…

– Não tente me defender, Lawren. - Daniel falou compreensivo - Se eu fiz isso é porque eu quis. Se eu não tivesse concordado, Draco já estaria a par de tudo. Fizemos isso juntos, e se não quiser perdoar a Lawren, não me perdoará também.

– Não venham com “se não quiser me perdoar”, babacas. - Draco revirou os olhos - São meus únicos e melhores amigos, óbvio que perdôo. O que eu quero dizer é que não quero que compartilhem as coisas um com o outro e eu tenha que ficar por fora. Por mais que queiram me proteger, por mais que achem que isso vá me machucar. Preciso que falem. Se não me falarem as coisas, vou começar a achar que não confiam o suficiente em mim.

– Não, não! Isso não é e nunca foi a questão. - Daniel disse - Obviamente confiamos em você, Lawrence principalmente. - disse olhando de canto para ela.

– Cara, considera bem a situação.- começou a ruiva timidamente, sem olhar nos olhos do amigo - Eu posso até ser teimosa e birrenta e gosto de fazer tudo por mim mesma, mas se eu não me importasse com você, cara… Se eu não me importasse ou confiasse em ti, eu nem tentaria lhe proteger. E eu seria uma vaca contigo.

Draco riu revirando os olhos, e logo Daniel estava acompanhando o amigo. A ruiva ficou encarando os dois com uma cara confusa e séria, e o Malfoy, ao ver a confusão da amiga estampada em seu rosto, parou de rir e bagunçou o cabelo acanhadamente.

– É que tu já é uma vaca com a gente, de vez em quando. - explicou, e ela revirou os olhos com um sorriso de canto.

– Isso é a Lawren chata, não a Lawren vaca. A Lawren vaca é bem pior. - piscou com um olho só e suspirou, bagunçando o cabelo como Draco e depois continuando - Okay, agora o outro assunto, antes de lhe colocar a par da situação do Isolamento Mental.

– Qual o problema? - perguntou.

– Menti para você hoje de manhã de novo, mas juro que foi só para não lhe preocupar. Eu iria lhe contar logo depois que voltasse, mas se eu contasse eu sei o que você faria. Tentaria ir comigo e no fim aconteceria algo pior. Por isso menti. - Draco assentiu confuso, sem entender muito bem o que estava acontecendo - Fui falar som Snape, e não com Gina, e ele me contou qual é a sua situação lá na mansão Malfoy.

– … E qual é a minha situação? - perguntou receoso, e ela deu um sorriso triste.

– Nada boa. Snape acha que eles virão atrás de você logo, e não garante que não tentem lhe matar. Até Hogwarts, teremos que lhe proteger, e por isso a Ordem vai lhe levar para um lugar seguro o mais rápido o possível. Snape acha que vai demorar cerca de 24 horas até eles realmente atacarem, mas ele disse para que tomemos cuidado até que ele comunique a Ordem hoje de noite.

– Tomar cuidado como? - perguntou Daniel confuso - Não podemos fazer magia fora da escola. Não podemos nem lutar com os babacas.

– Na verdade podemos. - disse Lawrence confusa - Tecnicamente, o ministério rastreia magia feita por menores de 17 em lugares onde não há alguém maior de idade. Tipo Harry. Culparam Harry porque ele era o único bruxo na casa, quando na verdade era Dobby. Aqui na sua casa, tem uma pessoa maior de idade, o que faz com que eles associem toda magia…

– A mãe de Daniel. - disse Draco, com uma voz preocupada - Então podemos lutar?

– Sim, mas Snape não aconselhou isso. Ele me passou um feitiço chamado “Fidelius”, e esse feitiço é capaz de esconder o lugar onde a pessoa se escondeu. Tipo a Sala Precisa. Ela é escondida, mas não pelo Fidelius. Esse feitiço requer um guardião do segredo, que serei eu, e eu sou a única que pode desfazer o feitiço. Estaremos seguros com esse feitiço, o problema é que ele é muito complexo e eu nunca fiz, por isso preciso treinar.

– Tudo bem. - disse Draco mais aliviado - Você é incrível com feitiços, vai conseguir aprender bem rápido. Outro feitiço que poderemos usar é o contra desaparatação e aparatação. Ele previne que comensais aparatem aqui dentro.

– É um bom feitiço de defesa.

– Eu um péssimo feitiço de defesa ao mesmo tempo. - suspirou Lawren - Assim como previne que comensais entrem, previne que aliados entrem também.

– Podemos desativar o feitiço assim que os comensais estejam aqui dentro. - disse Draco.

– Mas isso capacitaria eles de fugir. - disse Daniel - Mas, pensando bem… Eles fugiriam de qualquer maneira. A ideia de Draco me parece boa.

– Sim. Não estamos pensando em capturá-los, mas sim em nos proteger. Se conseguirmos capturá-los, maravilha! Se não, sem problemas. - disse Lawren - Beleza. Terei que usar o abaffiato e o Fidelius. Mais tarde eu explico como ele funciona. Agora, ordens de Snape. Se nos trancarmos em um local com lareira, melhor, assim poderemos nos comunicar com a Toca. E temos que manter nossos sentidos atentos. Qualquer cheiro, temperatura, barulho diferente, devemos desconfiar. Isso vai nos ajudar muito e manter uma vantagem grande contra eles.

– Certo. - assentiu Daniel - E manter as varinhas junto com a gente sempre é importante. - lembrou.

– Com certeza. - disse Draco apreensivo.

– Ei! Vamos conseguir nos proteger de boas, entendeu? Lutamos contra cinco comensais, podemos aguentar mais uns bobocas. - disse Lawren para Draco e ele sorriu, assentindo - Beleza. Você já leu todo esse bloquinho e já sabe mais ou menos o que nós sabemos, não? - perguntou, se referindo ao Isolamento Mental dessa vez, mudando completamente o assunto.

– Sim, você gosta de colocar tudo em detalhes. Deu pra entender muito bem o que você estava escrevendo.

– Certo. Eu estava comentando com Daniel semana passada sobre isso, - começou Lawren - e acabei por notar algo que pode ajudar a solucionar o caso, digamos.

– O que? - perguntou Draco, e se aproximou mais da amiga quando ela abriu a pasta que tinha em mãos e vasculhou algumas coisas até conseguir achar o que precisava.

De dentro da pasta Lawren tirou uma foto em preto e branco, de tamanho médio. Ela se movia, e mostrava uma garota obviamente loira com os olhos claros, sem estar aparente a cor. Ela sorria abertamente na foto, e movia os ombros em sincronia com o sorriso, deixando aparente que estava rindo na hora. Estava com vestes pretas com um leão estampado no lado esquerdo do peito. Segurava um livro e um caderno de capa marrom, aparentemente velho, contra o peito.

Daniel se aproximou junto com Draco para ver.

– O nome desta garota é Marlene McKinnon, e ela era a melhor amiga da minha mãe.

– Era?

– Bem… As duas estão mortas, talvez ainda sejam melhores amigas lá no paraíso dos bruxos. - fez uma piadinha sem muita graça e voltou a atenção para a foto - Ela era a melhor amiga de Remo e minha mãe, prima do meu pai e namorada do Sirius. Era uma auror, e aparentemente uma bruxa muito forte. - disse Lawrence, olhando para a foto.

– Se parece com você. - disse Draco - Parece inofensiva, mas pode te matar. - completou rindo - E o que ela tem a ver com o isolamento mental?

– Nada, ainda. - disse Daniel - Mas pode ter.

– Exatamente. - disse Lawrence - Está vendo esse livro/caderno aqui? - apontou para o caderno de capa marrom nos braços de Marlene - Remo disse que era o hobby dela pesquisar poções, principalmente antídotos, por aí. Achamos que talvez esse caderno tenha o antídoto para o isolamento mental. É um tiro na escuridão, mas esperamos que seja certeiro. Se não estiver nesse caderno, desconheço outra maneira de encontrar o antídoto. Já revirei toda parte reservada da biblioteca.

– E onde está o caderno? - perguntou Draco.

– Não sabemos. - respondeu Daniel - Logo após morrer o caderno nunca foi achado. Nem temos certeza de que foi procurado, para começar

– E como pretendem achá-lo? - perguntou Draco confuso - Digo, nem Remo sabe onde pode estar?

– Nem ele. Pretendemos achá-lo procurando. E a primeira pessoa a interrogar vai ser a parceira dela de poções. Você me pediu para falar com Remo discretamente sobre isso - falou Lawren se direcionando a Daniel - Bem, eu falei. Levou um tempo, mas consegui a resposta. Emmeline Vance era o nome da parceira dela de poções.

– Me diga que ela está viva, me diga que ela está viva… - orou Draco baixinho, e Lawrence riu.

– Ah, ela está viva sim. Na verdade, vivíssima. É uma auror do ministério e tudo. - falou satisfeita - Mas antes de falarmos com ela, vocês têm trabalho a fazer enquanto eu pratico o feitiço Fidelius.

– Temos? - perguntou Daniel confuso.

– Ah, têm. - respondeu Lawren satisfeita, abrindo a pasta e tirando ⅔ das folhas, logo depois dividindo-as pela metade. Entregou cada metade para cada um e deu uma risadinha estilo Umbridge antes de se levantar e fechar a pasta, levando seu caderninho consigo.

– O que é isso? - questionou Draco, revirando as folhas que continham textos e mais textos. Cada metade deveria ter, no mínimo, vinte trinta folhas,

– Isso é o que vocês precisam fazer hoje de tarde. Sugiro que peguem um pergaminho ou um caderno, junto com uma pena ou caneta, porque vocês irão anotar cada coisa relevante dessa papelada.

– E o que temos nessa papelada? - perguntou Daniel.

– A vida detalhada de Marlene McKinnon. Quero que anotem pessoas, lugares, objetos que eram importantes ou que foram visitados por ela. Qualquer coisa que acharem relevante, anotem. No fim da tarde conversaremos sobre isso. Agora tenho trabalho a fazer. Quando notarem que essa porta desaparecer, quero que me digam isso assim que ela reaparecer, ouviram?

Se virou e entrou dentro da sala de lazer dos Surrey, fechando as portas e deixando dois loiros estáticos do lado de fora.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Espero que sim! Até mais, beijos!

Ps: Comentem!