A Outra Potter 2 - Onde demônios se escondem escrita por Alice Porto


Capítulo 11
Snape e Lawrence


Notas iniciais do capítulo

OOi! Demorei, eu sei. Desculpa, o trabalho tá puxado, a faculdade tá puxada, a família tá puxada, tá tudo puxado. Mas eu estou aqui, e isso é bom! Como cês tão?

* Capítulo que não é para ser triste, mas que eu sei que vai ter gente achando triste o que a Lawrece vai dizer.

* Alguém reparou que a Lawrence está sendo fria novamente? Pois é.

* Alguém aqui olha Perdido nos Livros? Porque eu amo s2

* Bem, gente, vou deixar tudo para vocês lerem. Cap que vem, casa nova para Lawrence Potter. De quem será?

* Sim, ela não para em casa nenhuma.

* Amo ocês. Beijo, beijo.

* Ah, vou demorar um pouquinho para responder. Estou no meio do trabalho. Então... Eu pensei em vocês. Me perdoem ^^

* Beeeeeeeeeeijo! Fui! Xoxo s2

* Ah, a opinião dela vai mudar bastante nessa história, só para avisar... Não se apeguem a tudo que ela diz. Ela pode dizer nesse cap que não tem medo de Voldemort e cap que vem estar tremendo na frente dele. É sério. Ela vai ser bem bipolar nessa fic.

* Beijo!



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Snape não estava se sentindo confortável, e isso era aparente. Batucava seus dedos no tecido da poltrona, e suspirava a cada dez segundos. Tentava parecer calmo e indiferente, enquanto analisava minuciosamente o local.

Lawrence se esforçava para não rir do professor. Afagava calmamente os pelos de Snow, que ronronava carinhosamente em seu colo. Cerca de dez minutos haviam se passado desde que haviam chegado à casa de Remo, e o padrinho parecia se demorar bastante no chá nada satisfeito que oferecera.

– Você coloque o quanto de açúcar quiser. Sei que não gosta de chá, Lawren, então fiz café para você e para mim. – disse simpático para a ruiva, que lhe deu um sorrisinho e pegou a caneca, oferecendo primeiro ao professor, já que sabia que ele também era mais adepto à cafeína.

– Ah, você também prefere café? Eu não sabia. Perdão, Snape. – disse Remo, com um sorrisinho no rosto.

O homem rejeitou a oferta da aluna, pegando uma xícara de chá e levando à boca, sem colocar açúcar. Batucou novamente os dedos, dessa vez na porcelana, e olhou com curiosidade o homem maltrapilho sentado à sua frente. Gostava de pensar que sempre fora mais inteligente que qualquer um dos marotos, apesar de saber que coragem nunca fora seu forte.

– O que deseja de mim? – perguntou, sem muito interesse, ocultando sua curiosidade.

Assim que haviam terminado de falar com os Dursley, Harry e Remo surgiram à cozinha para falar com os Slytherin, e o Lupin convidou o homem para tomar um chá em sua casa, pois ambos tinham alguns assuntos importantes a tratar. Se Snape achara a oferta estranha? Com certeza. Mas ele já tinha uma leve noção do que o Lupin iria falar.

– Bem... – começou o padrinho de sua aluna, meio nervoso – Eu venho percebendo desde que conheci Lawrence, que ela tem uma ligação bastante forte com você...

Os dois Slytherin bebericaram suas bebidas, olhando Remo por cima dos recipientes sem falar nada, apenas indicando para o homem prosseguir. A ruiva já tinha um leve sorrisinho nos lábios, que ocultara ao tomar seu café.

– Digo, ela sempre recorre a você para tudo, ela fala com você antes de momentos de nervosismo e não pude deixar de notar que você a chama pelo primeiro nome, Snape. Sem falar que no ministério você a encobriu, e no hospital foi um dos primeiros a visitá-la...

– Prossiga. – disse Snape, bebericando novamente a bebida, ocultando assim como a aluna, seu sorriso.

– É que ela está sempre recorrendo a você na escola, e isso McGonagall mesmo me garantiu. – ele falou, tentando justificar suas palavras.

– Não vejo coisa mais natural. Sou o diretor da casa dela. – respondeu o homem, segurando a xícara levemente, enquanto via pelo canto do olho sua aluna reprimindo uma risada – Não estou entendendo aonde quer chegar.

– Não! Não desse jeito! Ela recorre a você para assuntos que não fazem questão de ter você no meio. Ela estava na sua casa, Snape. Passou cerca de quatro horas naquele lugar. – disse Remo, e se desesperou mais ao ver o olhar de falso desentendimento das duas pessoas a sua frente – O que eu quero dizer é... É... – hesitou – Ah, eu realmente quero saber se você tem algum tipo de relacionamento de conotação sexual com a minha afilhada. – completou, com expectativa.

Uma bebida jogada ao ar, um recipiente de porcelana quebrado, um gato pulando assustado para o chão e uma risada ecoando alta na pequena sala de madeira. Esse fora o resultado da pequena indagação de Remo.

Lawrence se deitara no sofá de barriga para cima, e pressionava as mãos contra o estômago para tentar acalmar as risadas e a respiração. Limpou uma fina lágrima que caíra insistente pela sua bochecha, começando a rir novamente toda vez que tentava parar. Imaginava o que Draco pensaria dessa cena, e tinha certeza de que Daniel teria cuspido todo o seu café na cara de Remo, para rir junto com a amiga.

Severo, apesar de rir também, estava mais controlado e sem muita animação em sua risada. Achara extremamente engraçada a pergunta do ex-maroto, mas não podia perder sua pose. Além de se sentir incomodado com a pergunta, já que nunca pensou que alguém veria ele e sua aluna dessa maneira.

– Não, Remo. Não há nada entre eu e o Snape. Somos apenas aluna e professor. – disse Lawrence, tentando aos poucos, parar de rir.

– Não, Lawrence. Deixe-me explicar ao seu padrinho as coisas. – falou Snape, olhando nos olhos do Lupin – O que há entre eu e Lawrence não é só uma relação entre aluno e professor, mas não é nada tão elevado como você está pensando. Eu e Lawrence nos damos bem, e somente isso.

– O que eu quero dizer, Snape, é que você está agindo como se fosse o pai dela ou algo muito próximo disso, o que, com certeza, não é verdade. – falou Remo, tentando explicar de uma forma melhor o seu ponto de vista.

Snape se calou. O homem estava correto, afinal. Não era pai, nem tio, nem primo, nem padrinho dela. Ele era somente seu mentor, e nada mais que isso. Ele nem mesmo fora amigo do pai da garota, apesar de ter tido uma relação próxima com a mãe. Mas até mesmo Lilian deixara de ser sua amiga. Não havia motivos para tanta aproximação com a ruiva ao seu lado, que notara mais que imediatamente que as palavras do padrinho deixaram seu professor, mestre e por que não amigo, em um enorme conflito interno.

– Remo. Snape e eu somos próximos, e o motivo não cabe a você saber. Você pode ser meu guardião sim, mas isso não quer dizer que você determina as pessoas com quem eu converso ou beijo, ou qualquer outra ação que você me encaixar. O homem ao meu lado tem me ajudado muito, quando poucos conseguiam, então, se puder tentar entender ou pelo menos tolerar, eu agradeceria. – deixou claro a Potter, que finalmente estava séria e não iria rir novamente.

– Severo Snape... Você tem ideia do quanto esse cara fez a sua mãe sofrer? – perguntou o homem para a afilhada, e o professor desviou o olhar dele para ela, querendo, curiosamente, saber a resposta da sua aluna.

– Minha mãe não sou eu, e eu não preciso tomar as dores dela para mim. Ela está morta, e sabe o que mais, Remo? Eu nem mesmo me importo com esse fato, porque na verdade, eu nem conheci ela, ou meu pai, ou meus avós, ou minha família ou quem for que esteja na minha árvore genealógica. Eu nem sinto falta deles.

Remo arregalou os olhos e sentiu sua garganta secar.

– Vá com calma, Lawrence. – disse o professor, querendo, inutilmente, apaziguar o estresse da menina.

– Não. Não vou, Snape. Posso respeitar você, mas isso é algo que não só meu padrinho precisa entender. Você também precisa. Eu não estou triste, eu não sinto a menor falta deles e nem vou sentir. Não importa o quanto vocês achem que eu amava os meus pais biológicos e que eu sinto falta deles, e a gratidão que eu devo ter porque ela morreu no meu lugar e que eu estou terrivelmente triste porque não tenho pais. E também não importa o quanto eu finjo tudo isso. Não. Eu não estou triste. Eu tenho extrema gratidão a Lilian e James Potter por terem me dado meu sobrenome, por terem me criado enquanto podiam e pelo quanto me amavam ao ponto de morrer por mim e meu irmão. Mas o que eu sinto não passa de gratidão. Eu não amo eles, eu não sinto falta deles, e para mim, o nome dos meus pais sempre vão ser Claire e Corey. Não importa o quanto eu os odiava. Eles foram meus pais. Não Lilian e James Potter. Claire e Corey Hudson foram meus pais, e é deles que eu sinto falta. São eles que eu amo, apesar de todo o ódio que eu pensava sentir deles. É a eles que toda minha gratidão é direcionada, e não é nenhum de vocês que vão mudar minha opinião. Então, Remo, não me importa se Snape brigava com meu pai, ou chamou minha mãe de sangue-ruim, ou a fez chorar ou sei lá o que aconteceu entre vocês na época de vocês. Eu sei que ele está arrependido, e mesmo que não estivesse, para mim é indiferente. Podemos acabar com o assunto ou precisam de outro choque de realidade?

Ambos ficaram em silêncio.

– Ótimo! Então podemos dar isso por encerrado. – sorriu amavelmente, e pegou a xícara de Snape – Agora você pode ir embora, Professor Snape. É de extrema indelicadeza ir à casa de uma aluna, assim como é de indelicadeza uma aluna ir a sua casa. – abriu a porta para o homem, que se levantou com pesar e saiu sem olhar nos seus olhos e sem se despedir de pessoa alguma.

Remo ficou ali, sentado, encarando o nada, e murmurando algo como: “James nunca aceitaria essa relação deles” e “como eu pude fracassar? Mantive os dois longes um do outro, e mesmo assim, viraram amigos”.

Lawrence já notara coisas sobre sua família, mesmo sem conhecê-los. Ela nunca seria aceita como uma Slytherin pelo seu pai, e Snape nunca poderia ser seu mestre se eles estivessem vivos. O filho perfeito seria sempre Harry, e o simples fato de ter um Malfoy como melhor amigo já causaria transtorno na casa. Na hora da janta o silêncio permaneceria, e se não permanecesse, o barulho seria sobre os grandes feitos de Harry na escola. Ela seria somente ela, e a única que não a condenaria seria sua mãe, talvez.

Mas talvez até mesmo Lily a olhasse com pesar ao saber que ela não se importava com as palavras ditas por Snape nos passado. Esse era o problema de todos os Gryffindors que a rodeavam. Eles viviam sempre no passado, querendo se redimir ou culpar ou desgostar ou odiar ou amar... Pelos atos do passado. Odiar Snape por palavras, relembrar James a todo o momento, como se ele estivesse vivo, amar Lilian pela doçura e culpar a si mesmo por não ter conseguido colocar a filha do melhor amigo no rumo correto. Ter fracassado, nas palavras do padrinho.

Caminhou para o quarto, ignorando os murmúrios de Remo, e fechou a porta após Snow entrar. Lembrou-se da xícara quebrada, mas não quis sair para ajeitar os cacos. Lupin tinha uma varinha. Deitou-se na cama, e fechou os olhos. Uma voz doce soou em sua cabeça, e ela nem mesmo entendia o motivo.

– Não chore... Amanhã tudo mudará. – falou-lhe a voz dócil, que afagava seus cabelos.

– Eles odeiam meu cabelo. Dizem que sou estranha com essa cicatriz. Eles são maus, mesmo quando eu explico que tive um acidente quando era pequena. – respondeu.

– Eles não sabem de nada. Você é linda. Mas se a cicatriz lhe incomoda tanto, deveria deixar o seu cabelo crescer. Apesar de eu gostar dele assim. Minha opinião vale? – perguntou com um sorriso, enquanto mexia nas madeixas ruivas que não chegavam nem abaixo da orelha.

– Claro que vale... Você sabe que sim. – disse a menina, virando-se na cama e recomeçando a chorar.

– Então por que ainda chora?

– Porque é a sua opinião contra a opinião de todos da escola. – disse a voz chorosa – Não importa se você é a heroína mais forte que existe, mamãe. Você não é nada perto deles. E meu cabelo não vai crescer até amanhã.

– Bem, mas eu posso lutar contra todos eles, até cair em exaustão. Por você eu e seu pai faríamos isso. – ela disse sorrindo. A ruiva a olhou e sorriu tristemente.

– Eu não quero que você caia em exaustão, mamãe. Eu nem mesmo sei o que é exaustão. – disse, e depois lhe deu um abraço – Eu só não quero que você caia. Quem tem que cair é eles, não você. Eu te amo, mas eu não consigo lhe segurar. Você é mais pesada que eu.

A mulher sorriu com a inocência da sua menina de apenas quatro anos, enquanto afagava os fios que em alguns anos se tornariam a maior marca da filha.

A Potter deu uma risadinha na cama, sem saber o motivo de lembrar isso. Quando era pequena, se preocupava muito com coisas pequenas. Hoje em dia, tinha que se preocupar com uma guerra que nascia. Tudo o que faltava para que a guerra estourasse de vez, era o estopim. E ela não entendia o motivo, mas ela sabia que teria que lidar com a morte de pessoas queridas, e não deixou essa ideia tomar sua cabeça naquele momento. Somente fechou os olhos enquanto afagava os pelos do gato, e pensou em como eles estariam.

Estaria seu pai ainda bebendo compulsivamente? Estaria sua mãe aturando isso? Será que eles haviam seguido em frente e tido um filho depois dela? Ela tinha consciência de que eles nem sabiam quem ela era, mas isso não fez deixar de pensar se eles estavam sentindo sua falta tanto quanto ela estava sentindo deles naquele momento.

Sabia que seu pai a tratava mal, mas sabia que ele era alguém bom e que a amava. Sabia que ele quase matara sua mãe, mas ela o perdoava por isso, e ela nem sabia o motivo. Só queria vê-los novamente. Pegar um avião e voltar para Boston. Levantar da cama, fazer as malas e lançar um obliviate em si mesma.

Sorriu com a ideia, mas sem se levantar da cama para realizá-la. Seria bobagem, e ela não era covarde e nem estúpida. Eles nem se lembravam dela, e voltar só os colocaria em risco. Seja lá qual fosse a situação em que eles estavam, ela não voltaria, e deu uma risada quando Snow apoiou sua ideia e lambeu sua mão como um cão.

Só queria que eles estivessem bem, e se isso significava enfrentar uma guerra em vez de voltar, então estava tudo legal.


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Notas finais do capítulo

Tchaaaau! Beijos!

Ah... Só para avisar... Ouçam a música Smile, no Mikky Ekko. Não tem nenhum significado.... Ela só é boa. E está no trailer de Paper Towns ^^



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