Love Me Again - Cobrade escrita por Izzy


Capítulo 9
Emergência


Notas iniciais do capítulo

Ois, espero que gostem desse capítulo e não fiquem com raiva de mim...
Comentem o que acharam, beijos ;)



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Após enviar a mensagem para Cobra, Jade ficou encarando seu celular esperando que ele a respondesse, mas os minutos iam passando e nada de Cobra. Foi preparar algo para comer mas sempre checava o aparelho pra ver se ele tinha respondido. Quando seu celular vibrou uma vez, seu coração quase saiu pela boca, mas então ela olhou para a notificação e era apenas Joaquina, ela nem se deu o trabalho de ler a mensagem, estava ansiosa demais, também sentia algo que ela não conseguia denominar, era como se algo estivesse errado, ela olhava ao redor e tinha uma sensação de que não era ali que devia estar, como se ela devesse estar em outro lugar.

Mais tarde naquela noite ela tentou novamente ligar para Cobra, estava ficando preocupada, não somente pelo fato de não obter resposta pela sua mensagem, mas de alguma maneira ela acreditava que aquele sentimento ruim estava relacionado a ele.

No terceiro toque ele atendeu, mas do outro lado da linha não era a voz dele que ela ouviu.

_Jade? - dizia uma voz feminina.

_Quem está falando?

_É a Karina. - Mesmo depois de ter superado o ciumes da garota, Jade ainda ficava mexida com a amizade entre ela e o Cobra. - Eu não sabia que vocês tinham voltado. - completou Karina, em sua voz, Jade notou um tom de preocupação e logo se enrijeceu.

_Não, mas a gente tem se falado. Aconteceu alguma coisa? Porque ele não atendeu? - indagou aflita.

_Jade, você pode vir até aqui? - a voz de Karina falhou um pouco deixando Jade em estado de alerta.

_Onde? O que aconteceu Karina?

_No QG, é o Cobra, ele ta muito mal. - assim que ela terminou de falar, Jade desligou e partiu em disparada, quase esqueceu-se da chave do carro, murmurou um xingamento baixinho e seguiu até a garagem. Durante todo o trajeto ela tentou não pensar no que "muito mal" significava, tudo vai ficar bem, pensou ela.

Chegando no QG, Karina estava andando de um lado a outro na entrada.

_Ah, até que enfim você chegou! - exclamou ao avistar a dançarina.

_O que está acontecendo?

_Me ajuda a colocar ele no seu carro, a gente tem que ir pro hospital. - As duas entraram correndo até os fundos do QG, quando Jade viu Cobra deitado no chão desacordado entrou em pânico, não sabia o que fazer, Karina dizia alguma coisa mas ela não ouvia nada, era como se ao avistar Cobra ali imóvel no chão o mundo dela tivesse perdido o sentido.

_Jade! Me ajuda!- gritou Karina.

A dançarina então após ter se recuperado um pouco do choque ajudou Karina a levantar Cobra, ele proferiu uma palavra que ela não entendeu mas deixou-a um pouco mais aliviada, ele não estava inconsciente como ela pensara, o que era um bom sinal.

Mesmo com a ajuda de Karina foi extremamente difícil levar Cobra até seu carro, elas praticamente o arrastaram até o veículo e o deitaram no banco de trás.

_Porque você não chamou uma ambulância? Seria mais prático e mais rápido. - questionou Jade agora conseguindo pensar mais claramente.

_Eu não sei, não pensei, surtei, não sabia o que fazer até que ouvi o celular dele tocar, e era você e não sei, eu não sabia mais o que fazer, nem me lembrei de ligar para a ambulância. - Lamentou a lutadora.

_Tudo bem, o importante é que logo a gente vai chegar lá. Vai dar tudo certo. - Jade não sabia como confortar as pessoas, especialmente quando ela própria estava com os nervos a for da pele, mas Karina pareceu um pouco mais calma ao ouvir a dançarina dizer aquilo. - Você sabe o que aconteceu com ele?

_Não, ele já estava assim quando eu o encontrei, ele não estava fazendo sentido nenhum, falava umas coisas que eu não entendia. - As duas garotas olharam para o banco de trás e observaram Cobra balbuciar algumas palavras sem sentido. - Não fazia nem dois minutos que eu estava com ele quando você ligou.

_Jade. - chamou Cobra, a dançarina teve de se segurar pra não chorar, nunca havia visto Cobra assim, tão vulnerável.

_Eu estou aqui. - disse ela, olhou pelo retrovisor e pensou ter visto Cobra sorrir, ou ao menos tentar sorrir.

_Ah, esse trânsito! Assim a gente vai demorar um século pra chegar lá. - murmurou Karina impaciente. - A gente devia mesmo ter chamado uma ambulância, ai como sou burra!

_Calma Karina. - foi tudo o que Jade conseguiu dizer em resposta, afinal de contas, concordava um pouco com a lutadora, ela realmente tinha feito besteira, se isso não foi burrice, foi no mínimo negligente de sua parte, mas ela podia perceber que Karina não tinha a intenção de ser negligente, apenas não sabia mesmo o que fazer.

Depois do que pareceram horas, elas finalmente chegaram ao hospital, nem tentaram tirar Cobra do carro, Karina entrou correndo no local e saiu com dois enfermeiros a tiracolo. Muito rapidamente eles tiraram Cobra do carro e o levaram até a sala de emergência, Jade ficou conversando com a recepcionista passando as informações de Cobra.

* * *

Uma hora depois as duas garotas estavam exaustas de tanto andar de um lado pro outro esperando por uma noticia.

_Ai que demora. - comentou Jade.

_Não sei porque essa enrolação toda, será que não tem um enfermeiro que possa dizer alguma coisa pra gente? Meu Deus! - replicou Karina.

Depois de mais alguns minutos de pura ansiedade o médico finalmente resolver dar o ar de sua graça.

_Quem aqui é responsável pelo senhor Cobreloa?

_Eu. - disseram Karina e Jade juntas.

_Podem ficar tranquilas, o estado do rapaz parece pior do que realmente é.

_E o que isso quer dizer exatamente? - perguntou Karina.

_Ele fraturou duas costelas e teve uma leve concussão, mas já está sendo medicado, mas terá de ficar em repouso por algum tempo. Ele estava sentindo muita dor por isso tivemos de sedá-lo, mas amanhã logo pela manhã ele já poderá ir pra casa.

_A gente pode ver ele doutor? - perguntou Jade.

_Ele está dormindo mas se quiserem podem dar uma passadinha por lá.

As duas seguiram para o quarto onde ele estava, Karina ficou só por alguns minutos até ter certeza de que ele estava mesmo bem.

_Eu queria poder ficar aqui com ele, mas o Pê deve estar preocupado, ele estava me esperando lá no perfeitão e nem me viu entrar no QG. - disse ela.

_Tudo bem K. Eu vou ficar aqui.

Quando a lutadora estava abrindo a porta pra se retirar do quarto Jade disse:

_Obrigada, por estar lá por ele.

Karina apenas acenou afirmativamente e saiu.

Jade ficou observando Cobra dormir, com a respiração calma e sem nenhum resquício da dor que devia estar sentindo momentos atras. Ela não sabia exatamente o que tinha acontecido com ele esta noite mas podia ter uma ideia. E não conseguiu deixar de se sentir culpada.

* * *

Lembrou-se de uma conversa que tiveram a alguns anos. Ela estava muito nervosa, nem se lembrava mais o porque, e sem perceber levou a mão até seus cabelos, ele a impedira de arrancar seus fios mais uma vez, parecia que ele sempre estava lá pra ajudá-la nessas horas.

_Jade, Jade, quantas vezes eu tenho que dizer pra você parar com isso?

_Desculpa, é automático, isso faz com que eu me sinta melhor. - admitiu ela.

_Isso não é fazer com que você se sinta melhor, isso é mudar o foco da sua dor, é apenas uma distração, e o que acontece quando você tem de encarar novamente a realidade? Você volta a arrancar seus fios, e isso se torna um ciclo sem fim. Apesar de achar que você ficaria linda mesmo carequinha, eu sei que iria se arrepender depois.

Ela sorriu ao ouvir ele dizer "carequinha", Cobra não era um cara que usava diminutivos, mas ela percebeu que ele só falara assim pra não soar tão duro, ou até mesmo numa tentativa de brincadeira.

_Você me disse uma vez. - começou ela. - que quando eu sentisse essa urgência de me machucar, pra eu pensar em você ou te procurar, mas o que eu faço quando você for o motivo do meu sofrimento?

_Você vem até mim e me da um soco na cara. Se algum dia eu te fizer sofrer assim, é o que eu mereço. - falou ele fazendo Jade rir.

_Você sempre sabe o que dizer.

_Talvez porque você e eu somos iguais. - disse ele dando de ombros.

_O que você faz quando está com muita raiva?

_Antigamente eu costumava sair pelas ruas caçando briga, mas hoje eu penso em você. E simples assim volto ao normal.

_E quando eu for o motivo da sua raiva? Vai me dar um soco também? Porque certamente eu mereceria. - brincou ela.

_Isso é impossível. Eu nunca ficaria com raiva de você minha dama. Mas se eu fizer algo que a magoar, e pensar em você doer demais pra que eu consiga suportar, provavelmente lutaria com Deus e o mundo, e deixaria que me batessem até eu não aguentar mais.

* * *

Agora ali olhando para o Cobra todo arrebentado em uma cama de hospital, ela não pode deixar de pensar que isso talvez tenha sido por culpa dela, ele devia pensar que havia a magoado e seu instinto auto-destrutivo deve ter voltado com força total.

_Me perdoa meu vagabundo. - e deixou as lágrimas que estava segurando escaparem.


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Notas finais do capítulo

Não sou muito boa em escrever cenas dramáticas mas espero que o capítulo tenha ficado bom.