Love Me Again - Cobrade escrita por Izzy


Capítulo 2
Flashback


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, mais um capítulo fresquinho pra vocês. Espero que gostem!
Meu Deus estou tão feliz!!! 3 pessoas já favoritaram a fic, obrigadaaaa



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Jade não estava se sentindo bem, não após ver Cobra, já fazia meses desde a última vez que o vira. Raramente ia até a Ribalta e quando ia, mal olhava em direção ao QG, o rapaz ainda trabalhava lá, porém não precisava mais do lugar para morar, um pouco antes do rompimento com Jade ele havia encontrado um apartamento com um preço baixo para alugar e tem morado lá desde então.

A dançarina respondia todas as perguntas que faziam a ela, porém mal prestava atenção no que acontecia ao seu redor, seu apartamento estava lotado, algumas pessoas dançavam na pista de dança improvisada no meio de sua sala. Ela estava sentada em seu sofá com um grupinho de pessoas que falavam sobre sua apresentação, todos a elogiando, mas ela não conseguia se concentrar na conversa então decidiu ir até seu quarto, o único cômodo vazio no momento. Sentou-se na beirada da cama e tentou não pensar em nada, precisava de um momento de paz, sozinha. Ver Cobra depois de tanto tempo mexeu com ela, e a fez perceber que ainda o amava mais do que pensava amar. Não pode deixar que uma pontinha de esperança surgisse, afinal de contas ele fora assistir seu recital, isso de alguma forma significava que ele ainda gostava dela, certo? Deixa de ser idiota, pensou Jade. Foi só uma coincidência, não era ele, devia ser alguém parecido, só isso, concluiu.

Uma batida na porta interrompeu seus devaneios, respirando fundo e vestindo sua melhor expressão de “estou ótima” na face, abriu a porta. Era Joaquina, a amiga estava trançando as pernas, havia exagerado na bebida, ela se equilibrou em Jade que logo tratou de ajudar a atriz a se deitar em sua cama.

_Jadeeee. – disse Joaquina, um pouco mais feliz do que de costume.

_Meu Deus Joaquina, nunca te vi desse jeito! – Jade falou rindo da amiga que se encontrava deitada de barriga pra baixo e com os braços abertos, ocupando todo o espaço na cama.

_Acho que estou um pouquinho bêbada, posso dormir aqui hoje?

_Obviamente né! Não vou te deixar dirigir nesse estado. – respondeu a bailarina ainda rindo da amiga. Como não houve resposta se aproximou da atriz e percebeu que a mesma, já dormia.

_É, pelo jeito vou ter que dormir no sofá. – ironizou Jade.

Já passava das três da manhã quando o último convidado fora embora, Jade estava exausta, não conseguiu aproveitar a festa em nenhum momento, é claro que dançou algumas músicas com seus amigos, porém mal prestava atenção em seus movimentos.

Mesmo estando muito cansada a dançarina não conseguia dormir, seu cérebro se recusava a desligar, ficou encarando o teto por quase duas horas até que finalmente desistiu, entrou sorrateiramente em seu quarto para não acordar Joaquina que surpreendentemente estava na mesma posição e pegou algumas roupas limpas. Após tomar um banho pegou suas chaves e saiu.

Sua intenção era dirigir sem destino, porém, assim que passou pela praia decidiu parar e olhar o mar. Isso sempre a relaxava, ainda estava um pouco escuro, então ficou meio receosa se deveria ou não sair do carro, mas decidiu sair mesmo assim, o sol já estava começando a nascer e ela queria assistir.

Tirou os sapatos e caminhou um pouco, pensava em Cobra e sobre o tempo que namoraram, eles tinham passado por muitas coisas juntos apesar do curto período de namoro. Tudo começou com uma amizade, uma cumplicidade, ambos estavam focados em outras pessoas quando começaram a se envolver, e quando menos esperavam estavam apaixonados um pelo outro. Mesmo com essa certeza, demoraram a se declarar. Os dois tinham problemas quanto a expressar seus sentimentos, e isso retardou as coisas para o casal.

Olhando para o mar Jade se lembrou da primeira vez que ouvira Cobra dizendo que a amava.

* * *

Ela tinha acabado de descobrir que sua mãe estava com câncer, foi até a praia para tentar assimilar a notícia. Cobra ligou pra ela, e sem ter como disfarçar sua agonia acabou contando tudo a ele. Ele então, imediatamente se propôs a encontra-la, apensar de querer ficar sozinha naquele momento, não disse para ele não ir até ela.

Quando ele a encontrou não fez questão de palavras, apenas a abraçou e deixou que ela se aninhasse em seus braços, sentados de frente para o mar, ficaram em silêncio, cada um com seus próprios pensamentos. Já estava quase anoitecendo quando ela enfim quebrou o silêncio.

_Obrigada Cobra. – disse ao se virar para encara-lo.

_Amigo é pra essas coisas. – respondeu o lutador, ela sabia que ele estava tentando confortá-la, mas não se sentiu bem ao ouvir isso. Ela não o considerava apenas um amigo, queria mais. Ela sabia que ele também queria mais, só não entendia porque ele não tomava uma atitude.

_Eu não quero ser só sua amiga. – disse seriamente olhando pra ele. Cobra não respondeu, a bailarina cansada daquela situação e morrendo de vergonha por não ter recebido um resposta se levantou abruptamente e se afastou do rapaz o mais rápido que pode.

_Jade? – gritou ele, porém ela nem se deu o trabalho de se virar. – Espera, Jade. Desculpa!

Ela parou, porém ainda não se virou para encara-lo, esperou que ele se aproximasse. Alguns instantes depois ele já estava atrás dela.

_Jade, olha pra mim. – falou.

_Eu estou cansada. – a dançarina replicou. – Cansada disso Cobra. Quero alguém que corresponda o que eu sinto, e isso não vai acontecer se eu ficar perdendo meu tempo com quem não me quer.

_E quem disse que eu não te quero? – Questionou Cobra, e com isso Jade se virou para ele. – Eu não queria te querer, mas eu quero, e isso está me deixando louco!

_O que?

_É isso mesmo que você ouviu. Não era pra eu... pra...

_Pra você o que Cobra? – perguntou ansiando mais do que nunca por uma resposta.

_Pra eu me apaixonar! – ele falou tão baixo que Jade quase não ouviu.

_Você está apaixonado por mim? – perguntou esperançosa.

_Eu te amo Jade. – afirmou ele, se jogando pesadamente no chão. Ela sentou do seu lado calmamente tentando conter a emoção que surgia em seu peito. Não queria afastá-lo agora, não depois de uma confissão dessas.

Cobra pegou a mão dela e entrelaçou seus dedos, ficaram mais alguns minutos em silêncio.

_Eu também te amo. – sussurrou Jade ao perceber que ainda não tinha falado de volta pra ele.

O rapaz então se aproximou dela e a beijou puxando-a delicadamente para que ela se deitasse. Passou a mão pela cintura dela e beijou seu pescoço. Ela se virou para que suas bocas se encontrassem e se beijaram apaixonadamente.

_Não. – disse ela nervosamente ao sentir as mãos dele acariciarem entre as coxas dela.

_Porque não? – sussurrou ele em seu ouvido.

_Porque alguém pode aparecer. – respondeu ela, afinal de contas estavam numa praia, qualquer um podia aparecer ali a qualquer momento.

_Não sabia que você era tão puritana. – provocou ele a olhando maliciosamente.

_E não sou. Só que tenho vergonha na cara e uma reputação a zelar. – respondeu brincalhona.

_Claro. Afinal você é uma dama. Como fui capaz de pensar que você se entregaria a um vagabundo como eu? Como sou tolo.

_Sim eu sou uma dama, me recuso a fazer isso. – disse. – Não em público. – acrescentou rindo. Empurrou-o e ele se deitou ao seu lado, ficaram olhando a imensidão azul do céu.

* * *

Agora, Jade estava sozinha ali, olhando para o mar esperando o sol nascer, cogitando se um dia conseguiria esquecer Cobra, afinal, justo quando tomou a decisão de recomeçar sua vida, sem Cobra, ele reapareceu para confundi-la.

Ela havia fechado os olhos e se deitado na areia, sentiu alguém se aproximar e ficou em estado de alerta, só o que faltava agora era ser assaltada logo de manhã.

_Jade? Você está bem? – essa voz, ela nunca esqueceria. Abriu os olhos vagarosamente e se sentou de imediato.

_O que você está fazendo aqui? – perguntou, encarando o rapaz que a observava preocupado.

_Nada, eu só te vi ai deitada, achei que você estava passando mal. – respondeu.

_Ah. Não é nada, eu estou bem.

_Mentirosa. Eu te conheço. Sei que só vem aqui quando tem alguma coisa te perturbando. – afirma ele.

_Tudo bem. Quer saber? Tem sim uma coisa me perturbando. Você, Cobra. – tentou fazer com que a voz não falhasse, mas não conseguiu.

_Eu... Está bem, vou te deixar em paz então.

_Você foi ao meu recital ontem? – perguntou antes mesmo que pudesse se conter.

_Não. – retrucou ele rapidamente, talvez até rápido demais. Ela sabia que ele estava mentindo.

_Mentiroso. Eu te vi saindo de lá ontem.

_Então foi por isso que tentou me atropelar? – disse ele numa tentativa de brincadeira.

_Eu não tentei te atropelar, você que entrou na frente do carro.

_Podemos concordar em discordar? – indaga ele. Jade apenas faz que sim com a cabeça.

_Porque você está aqui? – a bailarina pergunta novamente.

_Eu já te falei, eu...

_Não. – interrompe-o. – O Rio de Janeiro é grande, porque você está aqui justamente quando não tem ninguém além de mim?

_Eu sempre venho aqui. Assim como você, venho aqui quando algo me perturba. – ele responde dando de ombros.

_E o que está te perturbando? – pergunta mesmo já sabendo a resposta.

_Você.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, beijos e até o próximo!