Love Me Again - Cobrade escrita por Izzy


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu devia estar escrevendo minhas outras fics, porém essa estória não sai da minha cabeça desde sexta, então decidi postar, comentem se acham que devo continuar por favor. Beijossss



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_Hoje é o grande dia, preparada? – dizia Lucrécia enquanto arrumava o coque da filha.

_Nasci preparada. – respondeu Jade com uma confiança forçada, ela não podia demonstrar nervosismo agora, não perante sua mãe, uma ex-bailarina de sucesso que sempre se vangloriou de suas apresentações para todos.

_Não me decepcione. – falou Lucrécia, apesar do tom brincalhão, Jade se sentiu um pouco mal, afinal de contas isso não era o que queria ouvir, porém, conhecia a mãe que tinha, então isso foi o suficiente para que essa frase não a afetasse por mais que cinco minutos. Já havia superado a falta de apoio da mãe há dois anos, quando enfim teve coragem de se impor contra Lucrécia e dizer umas verdades pra ela, como, por exemplo, o fato de nunca ter recebido o amor e carinho que merecia, desde então Lucrécia tem tentado mostrar mais afeto para com a filha.

_Vamos lá? – perguntou Lucrécia, Jade acenou afirmativamente, e ambas seguiram até o palco, Lucrécia ficou para trás e antes que Jade pudesse colocar o pé na escadinha que ligava os bastidores ao palco sua mãe a puxou pelo braço.

_Eu te amo, boa sorte. – disse Lucrécia, lágrimas ameaçaram a sair dos olhos da bailarina, porém Jade as censurou, não queria borrar a maquiagem. Não queria aparecer nas fotos com os olhos vermelhos e borrados. Seu primeiro recital de Balé, o primeiro em que ela iria ser a estrela principal, ou melhor, a única estrela, e ela iriam brilhar, iria cegar os espectadores com seu glamour. E foi com esse pensamento que subiu confiante cada degrau até que chegou ao palco deixando sua mãe com um sorriso gigantesco estampado no rosto para trás.

As pessoas ainda não podiam vê-la, mas ela já estava no palco, antes que voltassem as luzes pra ela, teve um vislumbre da plateia, em meio a tantas faces desconhecidas encontrou algumas as quais reconheceu de imediato, Lírio e Joaquina, seus fiéis amigos, alguns amigos da época da escola, outros alunos da Ribalta, até mesmo Pedro, Karina e Bianca estavam ali, as implicâncias que tinha com eles já haviam acabado a muito tempo, com toda certeza não eram melhores amigos, porém, também não eram inimigos.

Mas dentre todos esses rostos conhecidos, o único que ela ansiava encontrar não estava ali. O de Cobra.

Os dois haviam brigado a um pouco mais de um ano e meio, e desde então nunca mais se falaram, um pouco depois que começaram a namorar Jade ficou possessiva, e Cobra muito ciumento, os dois não conseguiam aproveitar os benefícios de um relacionamento sério em meio a tantas brigas e discussões, acabou antes mesmo do primeiro aniversário de namoro. Mas apesar de tudo isso, a bailarina ainda o amava, e acreditava, ou melhor, tinha esperanças de que ele também a amava, mas tinha suas dúvidas quanto a isso.

Quando as luzes enfim a encontraram no meio do palco, ouviu algumas pessoas gritarem seu nome, palmas e assovios eram como música para seus ouvidos, quando finalmente seus olhos se acostumaram à claridade repentina, fez um sinal para que ligassem o som, e nesse momento esqueceu-se de tudo e de todos e dançou. Em cada movimento conseguia deixar transparecer um sentimento diferente, tudo o que não dissera durante sua vida inteira, estava sendo liberto ali, naquela dança.

Ao terminar sua apresentação sentiu-se mais leve, e foi então que percebeu que essa era sua chance, a chance de recomeçar. Uma nova vida, uma nova realidade. Era disso que ela precisava e era isso que ela iria fazer. Recomeçar.

* * *

Depois de deixar o palco, Jade recebe seus amigos nos bastidores, todos a elogiando, a bailarina não podia estar mais feliz, afinal de contas, esse foi um dia importante, não somente por sua carreira ter iniciado com sucesso, mas também porque tomou uma decisão, a de recomeçar.

_Tenho de admitir, você mandou bem. – comenta Bianca ao se aproximar da ex-inimiga.

_Nossa, vindo de você isso é o maior dos elogios. – respondeu Jade abraçando-a.

_Mandou bem bailarina. – disse Pedro.

_Obrigada guitarrista.

E ficou sendo paparicada por mais alguns minutos, até que decidiu que era hora de ir pra casa, iria rolar uma festinha pós-recital na casa dela, e como anfitriã, teria de chegar em casa antes de todos os convidados, obviamente, há alguns meses decidiu morar sozinha, alugou um apartamento e se mudou, demorou um tempo até se acostumar com a sua nova rotina, morar sozinha definitivamente não era tão fácil quanto pensava, mas ela estava satisfeita.

_Quero todos vocês lá em casa daqui a pouco, vou ficar esperando em! – avisou enquanto pegava suas coisas e seguia em direção à saída.

Lucrécia que não estava no clima para festa foi embora logo após Jade, estava orgulhosa da filha, foi uma emoção muito grande pra ela estar ali presente num dia tão importante quanto esse, depois de ter superado um câncer de mama ela começou a apreciar mais os momentos com sua filha, e apesar de ter sido convidada para a festinha que Jade estava dando, decidiu não atrapalhar. Afinal de contas quem quer uma mãe grudenta?

Jade já estava abrindo a porta de seu carro quando um homem de blusa de frio e capuz preto saia do local onde havia ocorrido o recital, por um momento pensou que era Cobra, o jeito de andar, o estilo, tudo levava a crer que era ele mesmo, porém, ela logo desviou a atenção do homem, afinal de contas podia ser qualquer um, ela só estava imaginando coisas, pensou.

_Jade Jade... Para de pensar nele. Hoje é dia de esquecer o passado e pensar somente no futuro. – pensou alto, quem sabe se dissesse em voz alta e ouvisse sua própria voz dizendo isso, ela finalmente conseguiria recomeçar como havia decidido?

Ligou o carro e saiu do estacionamento, ligou o rádio e tentava prestar atenção na música que tocava, ela nunca tinha ouvido antes e estava gostando, pela letra tentava descobrir o nome, pra colocar pra tocar em sua festa.

Balançava a cabeça no ritmo da música, estava tão entretida que nem estava prestando atenção no trânsito, quase atropelou um rapaz que atravessava a rua na faixa de pedestres. Ela entrou em pânico, freou tão bruscamente que seu corpo foi lançado para frente com tanta violência que parecia que o cinto de segurança iria atravessar seu corpo. Recuperando-se do susto olhou pra frente para ver se o rapaz estava bem, e que surpresa ela teve quando viu quem estava parado ali, olhando pra ela com uma expressão de pânico no rosto. Cobra, seus olhos se encontraram e por um momento parecia que o quase acidente não tinha acontecido, e que eles eram os únicos ali, porém algumas buzinas atrapalharam, tirando os dois de seu mundinho particular e os levando de volta a realidade. Assim que Cobra saiu de seu estupor desviou o olhar e saiu correndo. Jade ficou olhando a figura de Cobra se misturar com a escuridão, ele estava usando uma blusa e capuz preto, ou é muita coincidência, ou ele não havia faltado à sua apresentação como imaginara. Respirando fundo, Jade seguiu seu caminho, um misto de emoções se apossando dela.


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Notas finais do capítulo

E então? Continuo?