Patricinha? Será? escrita por Alima


Capítulo 32
Nunca será como antes.


Notas iniciais do capítulo

Oi, anjinhos! Quem aí esta preparado para ler o PENÚLTIMO capítulo??? Então vamos!!! Espero que gostem



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Da escola pra casa. De casa pra escola, por uma semana. Ethan na escola, Ethan em casa, por uma semana. Mel liga para Denise em casa, me liga em casa só não atendo, nessa semana.

Tudo tinha mudado, lutei para continuar como era antes, ele continuar meu bom e velho amigo. Mas era difícil, eu gostava dele, de uma forma que um amigo não gosta.

Nossa vida se resumia em olhares de flerte, se eu estava distante dele; o buscava, e com Ethan era o mesmo, ele parecia sentir o mesmo por mim, não sei o que aconteceu entre Mel e ele, e nem pediria explicações. Só o que sei é que não era mais forte do que estava acontecendo nessa semana entre Ethan e eu.

O problema é que sempre que nossos corpos se aproximavam era como um campo de força que nos separava, ou até dedo em tomada. Tudo porque eu me lembrava do beijo dos dois.

Houve a vez em que estávamos saindo da escola, esbarramos frente a frente, então ele sorriu nossos rostos próximos demais, veio o choque e me desviei. Outro dia, ele e eu estávamos em casa, frente à piscina –como sempre –enquanto eu contava sobre a nova relação minha e de minha mãe, Ethan colocou sua mão em cima da minha, coisa que eu não me importaria semanas antes, mas ele me olhou com aquele olhar: “Eu quero e você?”

Eu estava indecisa a dar uma chance a nós dois, já me sentia pressionada. Todas as vezes que estávamos perto demais acontecia isso, eu me afastava e então ficávamos distantes por algumas horas. Um ciclo vicioso.

* * *

Cheguei cedo à escola segunda-feira, Pedro e eu fomos conversando sobre coisas bobas, até ele parar de andar, e olhar com as sobrancelhas levantadas para frente. Segui seu olhar, me deparando com Ethan e um grupo de outros garotos.

–Qual é o problema? –Pergunto.

–Não é “qual é o problema?” –Diz Pedro sem tirar os olhos do grupo, incluindo Ethan. –É... Quem é o problema?

–Ainda não entendi...

–Clara. –Suspira Pedro enquanto pronuncia meu nome. –Esses caras, com quem ele está andando, eles não são boa companhia.

Olho para os quatro garotos, que estão em volta de Ethan. São não normais como qualquer garoto de dezessete a dezoito anos, alunos como qualquer outro.

–O que têm eles? –Pergunto.

–Aqueles dois da esquerda são traficantes da escola, eles já me deram uma surra quando vi que eles estavam vendendo droga. –Pedro sussurra a última palavra. –Os outros já devem estar perdidos nesse mundo...

–Esta insinuando que Ethan está se metendo nisso? –Concluo sozinha. –Sei que o conhece há pouco tempo, mas mesmo assim deveria saber que ele nunca entraria em uma roubada como essa.

–Clara... Isso acontece nas melhores famílias. –Diz Pedro.

Isso faz meu sangue ferver e a raiva invade minhas palavras:

–Seu idiota! –O empurro de leve, e vou embora. Matando aula.

Espero que Ethan apareça à tarde. Mas ele não aparece, o que só me faz pensar que Pedro possa estar certo, e concordar com ele me deixa cega de raiva. Anoitece e deito na cama, a fim de achar alguma resposta deixo a luz apagada, enquanto minha cabeça pulsa de dor. Ouço algum bater na porta e peço para entrar, enquanto acendo a pouca luz do abajur. Ethan entra o que me deixa aliviada.

–Me desculpa, eu tive que cuidar da minha irmã. –Ethan se explica, estaria ele mentindo?

–Tudo bem. –Me levanto para encará-lo.

O quarto esta escuro só com a luz do abajur, mas não me preocupo com isso. Minhas preocupações são muito mais sérias.

Vejo que Ethan esta me olhando sobre o escuro. O ciclo vicioso mais uma vez vai acontecer. Ele se aproxima de mim, e então sorri, debochando do nosso “ciclo”. Suas mãos tocam a minha, seu rosto fica cada vez mais próximo.

Mas e se Ethan estiver mentindo? Por mais que me magoe pensar assim, mas e se... eu não gostaria de ser covarde, mas sou, prefiro fugir do problema a ter que enfrentá-lo.

Sua boca esta próxima da minha quando digo:

–Acho melhor não termos mais diários.

O choque nos afasta caminho de vagar para acender a luz. E volto a olhá-lo.

–Se é assim que prefere. –Diz ele naturalmente, Ethan se vira e rapidamente vai embora.

Foi assim o fim. Cada um para o seu lado, eu o via na escola, não era a mesma coisa.

E então Mel apareceu.

* * *

–Sua... –Digo começando a ficar irritada, Mel e eu estamos sentadas no chão do meu quarto.

–Confesse sou uma ótima atriz. –Diz ela rindo. –E você é uma péssima prima, não atendia minhas ligações.

–Eu sou a prima ruim? –Pergunto indignada. –É claro você é uma ótima prima roubando meu namo... esquece. E ainda me traz Uísque. Que por sinal está péssimo!

–Tem razão. –Mel leva a garrafa na boca e bebe um pouco. –Isso é horrível. E sou péssima, estou te transformando em uma alcoólatra.

Ficamos caladas.

–O beijo técnico. –Começa ela devagar, depois do silêncio. –, não estava planejado, a bebida em excesso aflorou meus dotes artísticos. Era só pra você ter ficado com ciúme e confessasse seus sentimentos.

–Você não beijou sozinha. Ethan...

–Ele te ama. –Mel interrompe. –Assim como eu amo meu ex-namorado Eric.

–Quem? –Engasgo.

–Ele esta morando no Peru, a verdade é que estou aqui no Brasil, porque resolvi fazer teatro. E pelo jeito sou uma ótima atriz.

–Sua... –Pego uma almofada e jogo em Mel, e então rimos.

–Com licença. –Mel se levanta. –Vou comprar algo melhor para beber. Precisamos chorar pelos amores perdidos.

E digamos que Mel foi o meu mais novo diário, por mais que me doa dizer isso. Semanas passavam devagar, meus olhos estavam sempre nele na escola. Em casa competíamos que amava mais...

–O que eu mais gosto em Eric. –Mel começa melancólica. –, com ele não consigo ser doida. Eu simplesmente não sei quem eu sou.

–Poético. –Digo. –Ethan é indecifrável. Eu o amo por que... –Faço uma pausa, e me viro para Mel ela esta chorando. –, ele me olhava como se eu não fosse à melhor pessoa, e com aquilo, eu queria provar que eu era... Porque esta chorando?

–Acha que a culpa foi minha?

–Não. Não teve culpado. –Digo secamente.

* * *

Alguns dias se passam, e resolvo pegar um cinema, quando o filme termina já escureceu. Acabo esbarrando em uma barriquinha de cachorro-quente na rua. E então como o meu primeiro cachorro-quente da vida.

–Pensei que não gostasse de cachorro-quente. –Uma voz diz atrás de mim, é claro que eu sei exatamente de quem é.

–Pensei que não falaria mais comigo. –Me viro para encarar Ethan. Seu sorriso não me deixa mais calma, me faz tremer e me perguntar se Ethan esta zangado, e no final eu não quero saber a resposta.

–Não fui eu quem deixou de falar com você. Sabemos disso. –Diz ele com um sorriso irônico. –Você quis assim...

–Então porque esta falando comigo agora? –Limpo as mão com um guardanapo de papel e depois cruzo os braços, esperando por uma resposta.

–Clara... –Sussurra Ethan, respirando fundo. –A questão é...

–Você. Esse é o problema, você mudou. –Cuspo as palavras com raiva. –Desde quando é amigo de traficantes?

Ethan me olha sem entender, e então suspira.

–Eu não sou amigo deles. Eles vieram atrás de mim... Deveria saber que eu nunca me meteria nisso. Pensei que me conhecesse. –Ethan me olha decepcionado, tão convincente que por um minuto me sinto a maior das culpadas.

Olho em seus olhos.

–Não estou mentindo. –Diz ele calmamente.

Acredito, mas tudo que faço e me virar e ir embora. Tudo que eu preciso era um tempo pra colocar as coisas no lugar. Parece que tudo que eu faço está errado, a cada passo que dou um tropeço.

Entro no meu quarto e acendo a luz. Mel esta sentada na minha cama.

–Que tal passarmos um tempo em Nova Iorque?

–Topo. –Concordo.


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Notas finais do capítulo

O que me dizem??? O próximo capítulo já é o final, então não sei quando vou postar, mas com certeza será semana que vem. Até mais, amores!!!