Wyrda escrita por Brisingrrr


Capítulo 12
Celebração


Notas iniciais do capítulo

Surpresa! Depois de apenas quatro dias, eu voltei! Por quê? Porque eu fiquei feliz com os comentários que recebi, porque eu tenho 3 novos acompanhamentos (o que pra mim é muito), porque eu fui bem na prova de Humanas e fiquei feliz, e... porque atualizei a capa! Eu tava ansiosa por isso, e não ia aguentar esperar heheh.
Sem mais, leiam e espero que gostem! Até ali em baixo, que eu vou falar mais.



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Despertou inquieto. A ansiedade pelo contato de Blodhgärm o contagiava, e a partida do irmão acabava o entristecendo. Mas, como já estava cansado de constatar, aquele seria um dia longo. A Celebração aconteceria ali na Ilha aquele dia, mas em Wyrda era algo sem grandes proporções, pois poucos os que habitavam ali tinham chances de serem escolhidos, portanto os preparativos eram simples e a empolgação era amena. Eragon rapidamente se aprontou e junto com Saphira seguiu até a Sede.

Não está ansioso, pequenino?

Depois de duzentos anos fazendo isso, acostuma-se. Está tudo preparado, só preciso supervisionar quem toca nos ovos. Além disso, poucas pessoas participarão dessa vez, duas dezenas, no máximo. Eragon era sincero em suas palavras, já não se entusiasmava com as Celebrações que aconteciam ali, e nem mesmo os moradores demonstravam a agitação que os habitantes da Alagaësia demonstravam.

Sou obrigada a concordar, embora com tristeza. Eu adorava o anseio que experimentávamos no início, quando éramos inexperientes...

De fato, a experiência nem sempre traz boas consequências. Aquela ingenuidade e pejo me trazem saudade, Eragon tinha de concordar que sentiam saudade de muitas coisas passadas.

Estamos muito depressivos ultimamente, Saphira constatou com humor.

É a idade, conclui Eragon, também com humor.

Logo estavam na Sede. Outros Cavaleiros, previamente escolhidos, haviam feito todos os preparativos. O pátio estava todo enfeitado, iluminado festivamente e o movimento era maior. Os moradores mais afastados da Ilha já se encontravam no centro e viam-se rodas de cantoria e histórias. Restava a Eragon apenas ir ao esconderijo dos ovos de dragão e retirá-los, para depois passar todo o tempo vendo as pessoas tocarem os ovos de dragão.

O motivo para poucas pessoas participarem na Ilha, era que a maioria dos que viviam ali eram mais velhos, e embora não houvesse restrição, quase sempre os escolhidos pelos ovos eram os jovens. E por outro lado, acostumados com a convivência com tantos Cavaleiros e dragões, alguns dos moradores, em sua maioria humanos, simplesmente não tinham entusiasmo e vontade para tornarem-se Cavaleiros também.

Murtagh não estava por perto, e já estava na hora de Eragon buscar os ovos. Depois de trocar algumas palavras com os Cavaleiros, voltou a montar em Saphira, que levantou vôo e rumou para o centro da ilha. Voaram por minutos, Saphira dava voltas com intenção de despistar qualquer curioso, descia em meio à alguma clareira suficientemente grande e tornava a subir, se embrenhava em meio a algum desfiladeiro para contorná-lo e voava perto à encosta das montanhas. Depois de quase uma hora nesse ritmo, pousou à beira de um dos muitos riachos da ilha e Eragon desmontou-a. Acariciou seu focinho e caminhou por uma trilha escondida, ia calmamente pois muitas partes eram sinuosas e enlameadas. Seguia à passos leves quando ouviu um barulho vindo das árvores à direita. Parou e aguçou os ouvidos. Mais uma vez, o som se repetiu, parecia folhas sendo amassadas. Devagar, desembainhou Brisingr e cautelosamente adentrou a mata.

No meio das árvores altas e largas, o ambiente era mais úmido e escuro. Seus olhos não viam nada, mas sua audição ainda captava o som de movimentos. Buscou alguma consciência que oferecesse ameaça, mas não havia nada. Sentiu Saphira, e ela manteve-se silenciosa, mas em alerta, junto com ele. Deu mais alguns passos, quando sentiu um movimento às suas costas que fizeram os pelos de seus braços se arrepiarem. Virando bruscamente, pronto para reagir, deparou-se apenas com um animal de grande porte que preguiçosamente ia em sua direção. Sentiu-se tolo, era um animal inofensivo. Apenas se concentrou para ter certeza que não havia mais nada ali e as únicas consciências que encontrou foram de outros animais menores. Ainda sem se descuidar, voltou à trilha aliviado.

Saphira continuou sem dizer nada, mas notou sua irritação por terem se deixado assustar por um animal. Ele continuou caminhando, até chegar à beira de um rio não muito largo, mas profundo e muito escondido entre rochas e uma vegetação alta. Depois de abrir caminho, Eragon já estava com os pés na água límpida. Com um encantamento que aprendera com Blodhgärm, protegeu-se da água e entrou no rio. Já submerso, sem dificuldades para mover-se na água, vasculhou o ambiente. Era um esforço, pois não havia iluminação vindo da superfície, tampouco na profundeza. Com a ajuda do tato, buscou uma reentrância na rocha, e depois de achá-la bem ao fundo, concentrou-se e disse o encantamento que revelava a entrada do Cofre. Depois de alguns segundos, sentiu a rocha sob seus dedos mover-se, abrindo para um túnel escuro.

Entrou no lugar e sentiu a rocha fechar-se atrás de si. Ainda movendo-se na água, seguiu em frente até encontrar a claridade que indicava a galeria subaquática. Subiu até lá, desfazendo o encantamento. Ainda não era o esconderijo, e a claridade era resultante da grande porta de ouro polido e não da luz do dia. Era, é claro, um presente dos anões, e tão forte e poderosa, que seria impossível alguém derrubá-la ou transpassá-la sem ser bem-vindo. Quando os anões a fizeram, durante todo o processo, encantamentos foram feitos, camada após camada a porta era blindada com as proteções mais poderosas e infalíveis. Ao olhar para a porta, não se via nenhum lugar que pudesse servir como fechadura, mais uma estratégia. Eragon aproximou-se e tocou-a com a ponta de Brisingr. A porta reverberou em reconhecimento e Eragon disse seu verdadeiro nome, também sentindo um arrepio de reconhecimento. Por fim, ela abriu-se e ele entrou no salão.

Em seu lugar de costume, Cuaroc abriu os olhos e encarou Eragon. Fez um movimento com a cabeça, como um comprimento e o Cavaleiro retribuiu. A maioria das prateleiras estava vazia: Blodhgärm havia retirado os Eldunarí para levá-los à Alagaësia. Eragon passou por uma abertura na rocha e olhou para dentro. Apesar da escuridão, sabia o que havia ali. Um brilho sutil era notável vindo de uma variedade de ovos, de diversas cores. Em sua mente, sentiu a tristeza de Saphira: eram seus ovos, que nunca eclodiram. Dois deles se destacavam para Eragon: o verde-mar com suas veias esbranquiçadas e o turquesa. Aqueles eram os primeiros ovos de Saphira. Os ovos de dragão dos primeiros dragões livres depois da guerra. Ovos que se eclodissem, teriam dragões fortes e poderosos, dragões de descendência de Saphira e Fírnen.

Eragon rapidamente se distanciou, tentando evitar o sofrimento de seu dragão. Mais a frente, chegou ao lugar que procurava: onde estavam os ovos que se destinariam à um Cavaleiro. Olhou-os carinhosamente, era sempre assim. Segurou um deles e era capaz de sentir a presença de um ser ali. Depois, com o mesmo encantamento que usara anos atrás para levar os Eldunarí do Cofre das Almas para a Alagaësia, escondeu os ovos.

Do alto e de muito longe, avistou Thorn e outros dragões. Já estava para começar. Saphira desceu em espiral e pousou perto de onde um pequeno palanque estava montado. Eragon saiu de seu dorso e foi até o palanque, desfazendo o encantamento e revelando os ovos. Os presentes aplaudiram e o entusiamo neles cresceu. Eragon sentou-se ao lado de Murtagh e os Cavaleiros começaram a organizar uma fila que não devia conter mais que vinte pessoas. A maioria delas, jovens, e desses jovens, muitos iam pela primeira vez. Um garotinho miúdo e atrapalhado era o primeiro da fila.

O Cavaleiro Miün guiou o menino até os ovos, e o garoto tremia tanto, que foi preciso esperar para que suas mãos parassem de chacoalhar. Ele segurou o ovo salmão, e seus olhos brilhavam, mas nada aconteceu. Um lampejo de decepção foi visto nos olhos do garotinho, mas logo foi substituído pela esperança do próximo. Ele arrumou a postura e estendeu os bracinhos magros para o ovo magenta, ficou uns segundos assim, hesitando, mas logo tocou o ovo e estremeceu. Por um segundo, Eragon pensou que ele fora escolhido. Mas logo em seguida, o garoto deixou os braços caírem ao lado do corpo, triste, desanimado. Abaixou a cabeça, e a passos incertos voltou para a sua mãe, e Eragon viu as lágrimas nos olhos dele.

Um após o outro tocou os ovos, mas nada aconteceu. Quando a última pessoa da fila, uma elfa, tocava no ovo, Alanna surgiu no meio dos expectadores e postou-se onde estava a fila. Tinha um sorriso travesso nos lábios e um brilho intenso nos olhos. Eragon olhou-a confuso. E ele tinha de admitir, a elfa era muito bela.

Ela subiu no palanque, e fez uma mesura para Eragon e Murtagh. O Cavaleiro Vermelho olhou para o irmão com olhos indagadores, mas Eragon manteve-se em silêncio, apenas observando a elfa dirigir-se aos ovos. Tocou o ovo magenta, mas logo largou-o. Olhou com cobiça para o ovo salmão e deu um passo. Fitou intensamente o ovo e estendeu as mãos, e com dedos delicados tocou a superfície. Um som quase imperceptível chegou até Eragon, antes de qualquer um notar. O som de uma casca se rachando. Alanna ajoelhou-se em frente ao ovo, e permaneceu assim até que a rachadura fosse grande, e logo um ser pequenino e roseado saiu de dentro. Da pequena multidão, ouviu-se uma exclamação surpresa.

O ovo de dragão havia rompido.

Eragon olhava a cena com um certo receio, quando um Cavaleiro apressado, que deveria estar na Sede subiu o palanque, sem notar o que havia acontecido e pedindo licença para interromper, à respeito de algo urgente, foi até Eragon e cochichou em seu ouvido com ansiedade:

— Ebrithil, o elfo Blodhgärm está em um dos espelhos e quer vê-lo com urgência.




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Notas finais do capítulo

O que acharam, hein? Gostaram? Têm sugestões? Têm palpites? Quero saber tuuuuudo.
E quanto à capa, dêem uma olhada e opinem também. Eu amei, achei incrível e tô super feliz com ela.
Ah, e eu vejo que a Alanna desperta curiosidade em vocês, hahah, mas aposto que ninguém esperava por essa, né? Mas como eu disse, a ação começa: AGORA! Ainda não escrevi o próximo, mas planejo ele cheio de coisinhas.
Eu espero mesmo que esteja bom e que esteja agradando vocês. Eu tenho um número pequeno de leitores, mas pra mim é mais do que maravilhoso, porque vocês são ótimos e eu fico super feliz com seus comentários. Aliás, sinto saudade de alguns que comentavam, mas que agora estão sumidos :( mas sem pressão, o importante é que estejam gostando.
Essa espada cruzada que acrescentei para separar os acontecimentos é meio nada a ver, eu sei, mas gostei e resolvi inovar hahahah eu queria uma única espada, mas não achei, se alguém tiver uma imagem desse tipo e puder me mandar...
Bom, eu acho que já falei tudo, então, até a próxima Cavaleiros!
Atra du evarínya ono varda, fricai!



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