Você deveria saber
Que o mundo foi construído em cima de ossos

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Jeremy Anthony Wilver fez sua primeira vítima quando ainda tinha 15 anos, ele simplesmente desmembrou Jhony Kisher, mas antes disso torturou o garoto no antigo sótão de um casebre abandonado no final da rua, local que servia de para pequenos delitos mas que ficou conhecido como "morada Wilver" -a polícia chegou ao local por meio de uma denúncia anônima, talvez do próprio Jeremy que gostava de brincar com os oficiais - chegando lá, viram uma cena chocante -o sótão estava coberto por sangue seco, que parecia pintar não somente as paredes mas também o teto. Havia pichações no local, que não tinha janela alguma, havia ali apenas uma escada e corretes que se prendiam na parede. Os policiais também encontraram uma machadinha no local do crime. As partes do corpo de Jhony Kisher foram colocados em cinco sacos de lixo diferente, e espalhados pela mata- em cada saco de lixo, havia o desenho com um sorriso um tanto doentio, que mais tarde viria a se tornar o slogan da sua banda.

Jeremy nessa época já era medicado e apesar de tão jovem, diagnosticado com TPA -transtorno de personalidade antissocial- nasceu em Manchester, em uma família bem estruturada, seu pai era biólogo marinho e a mãe professora em uma escola infantil. Tinha apenas dois irmãos, os gêmeos quatro anos mais velho. Jeremy era o caçula, e desde pequeno gostava de colocar fogo nas coisas, brincar com facas ou assustar seus colegas. Tranquilo, silencioso e calculista, ele sabia ser muito dócil quando queria algo. Quando sua mãe novamente ficou grávida, Jeremy se tornou vidrado no mais novo membro da família Wilver -Alex- que por azar do destino era portador de asperger. Os dois foram se tornando inseparáveis, Jeremy era o único que conseguia acalmar o irmão e o único que conseguia toca-lo. Jeremy era e sempre foi o bote salva vidas e "super herói" destorcido de Alex.

Quando Jeremy ingressou no ensino médio sua total falta de empatia pelos outros já era bem evidente, em meio a todos ele era uma sombra apática, que parecia se importar com apenas seu precioso Alex, que ainda criança já era sofredor de bullying por parte dos calouros e colegas de sala. Jeremy era um magrela esquisito, ninguém nunca se quer teve medo dele, isso até Jhony Kisher simplesmente enfiar a cabeça de Alex dentro da privada, e em seguida ameaçar o garotinho de morte, com duas navalhas.

Essas mesmas quais, logo mais faria parte de seu "braço", se tornando suas amigas inseparáveis.

Jeremy lhe deu um aviso, mas acabou apenas sendo enxotado de lado.

Três dias depois Jhony Kisher estava desaparecido, e Jeremy apenas permaneceu com um sorriso delirante nos lábios enquanto adentrava a escola segurando a mão do irmão mais novo. Quando a polícia descobriu seus crimes, ele não teve um julgamento decente por ser considerado uma “criança ”-mas foi retirado de sua casa e mandando por um reformatório, por seu comportamento um tanto “anormal” com os colegas e as brincadeiras assustadoras com facas, ele foi mandado para o Recanto do Arco Iris, um lugar para adolescentes mentalmente desqualificados. Passando alguns dias em camisa de força, e sendo estuado, por fim tendo seu diagnostico como um “psicopata juvenil” Jeremy permaneceu por semanas naquele lugar, encontrando ali seus companheiros que mais tarde se juntariam para formar o Dark Carnival, banda que promoveria o terror pelo estado meses depois.

Seus pais e os três irmãos sempre iam o visitar, mas logo depois que Jeremy foi sentenciado a sair de Manchester e ir para o internato Marshaw na Geórgia, o contanto físico com a família ficou mais difícil, uma vez por ano eles se encontram, se comunicam mais por telefone.

Jeremy ainda tem seu irmão Alex como a primeira pessoa que ele aprendeu a amar de verdade, e o mesmo sempre no aniversário de Jer lhe presenteia com a mesma coisa, ou abelhas de pelúcia ou um cachecol de cores diferentes. Jeremy tem uma coleção deles.

Quando perguntaram a Jeremy que se ele teria coragem de matar novamente, sua resposta foi muito clara, seguida de um sorriso malicioso aos oficiais.

“Sim, e porque não. Gosto tanto de segurar uma faca, quanto você gosta de dormir”

Buu~

***

Eu estava flutuando acima da minha cama
Como um corpo em um rio

*

Não estava exatamente frio, mas o vento parecia pequenas laminas afiadas, mas mesmo assim não o suficiente para se usar um cachecol, por isso a imagem de Jeremy encostado naquela árvore, com um cachecol listrado de azul e roxo no pescoço era algo simplesmente ...estranho. Me aproximei de forma silenciosa, meus sapatos quebrando as folhas secas em meu caminho, quando me aproximei, Jeremy parecia encarar algo que não estava ali.

Toquei em seus ombros, o retirando do devaneio.

– Hey, você está me parecendo um pouco mais lunático que o normal -disse por fim, o fazendo olhar pra mim e por um instante me assustando com a frieza em seus olhos azuis. Ele parecia pacifico, tão ...calmo e isso me deixou em alerta, afinal toda calmaria é o alarde para uma grande tempestade -Jeremy o que há?

Ele simplesmente pegou uma ponta do cachecol e bufou, abrindo um sorriso torto.

– Sabe eu realmente odeio essa coisa, parece que me enforca -resmungou, apenas franzi a sobrancelha cruzando os braços.

– Realmente não consigo compreender você.

– Não precisa, sou totalmente incompreensível -ele apenas riu, se deslocando da árvore -Mas uso isso porque foi um presente de aniversário do meu irmão, ele adora essas coisas.

Senti algo piscar, um nome brilhar em minha mente como se contornado em neon.

– Alex -sussurrei, fazendo seus olhos gélidos se virarem pra mim, ele congelou um sorriso, assentindo em silêncio.

– Sim, sim ...Alex ...Alex é o único que não acha eu totalmente "perdido" -ele riu sozinho, uma risada que ecoou por entre as árvores e voltou em formato de um vento frio e sinistro, Jeremy olhou para baixo, então novamente para mim -E ele agora está respirando por aparelhos.

Eu não iria dizer "sinto muito" porque realmente ...não fazia sentido algum, eu apenas abri um bocejo, enquanto enfiava minhas mãos no bolso.

– Então, o que se passa na sua cabeça?

– Ah eu só estou me esquentando -ele sorriu, enquanto passava um dedo pálido pelos lábios -Eu já tenho tudo na minha mente Amanda, e você agora deveria vir junto comigo, aprender um pouco técnicas para se aplicar no seu namoradinho.

Rolei os olhos.

– Ele não é meu namoradinho, e ...que tipo de técnicas?

Ele me puxou pelas mãos, que estavam estranhamente enfaixadas e curiosamente manchadas de vermelhas. Riu enquanto me guiava por entre as árvores que projetavam sombras sinistras pelo chão. Ele riu, fazendo um som de "xiuu", então arcou as sobrancelhas, me puxando para perto e sussurrando em meus ouvidos.

– Técnicas mortais, minha doce lady.

**

– Sabe o que anda me irritando; Chelsea, ela fica dizendo "eu sei, eu sei como você se sente" não, não, como uma pessoa pode saber como a outra se sente! -esbravejou ele por fim, me levando para um lugar que eu desconhecia totalmente, ficava além do campus de Marshaw -Eu nunca estive tão certo doce lady, a morte é vencedora em todas as guerras, isso é fato.

Eu realmente estava perdida no seu discurso, por isso apenas me deixei levar. Por fim, arregalei os olhos, para aquela escada que parecia levar ao subterrâneo. Que diabos era aquilo? Antes que eu perguntasse, Jeremy só sussurrou "isso antigamente era usado como esconderijos para tornados" apenas dei uma última olhada para trás, enquanto descia as escadas, aqui ninguém poderia ouvir nada, só as árvores e as corujas eram testemunhas.

Para a escuridão sorri, isso pode ter seus benefícios.

Havia pouca luz naquele lugar, que mais parecia uma caverna de tijolos totalmente suja, com restos de mantimentos enlatados, uma mesa e prateleiras cobertas com pó. Julian usava um óculos redondo, e luvas brancas enquanto estava sentado em uma cadeira, misturando líquidos fluorescentes, Stevan estava deitado na mesma mesa em que Chelsea brincava com uma faca talvez maior que ela.

E por fim, havia um cara, sim um cara deitado numa maca. Aquilo me fez arcar as sobrancelhas, ele parecia estar dormindo, enquanto seus pulsos e pernas eram amarrados por correntes, que se fixavam ao chão.

– Ok, realmente ...isso ...isso é o que? -perguntei finalmente, enquanto Jeremy apertava as fachas manchadas em sua mão e bocejava, assoprando uma mecha do seu cabelo escuro de lado.

– Esse palerma ae -sorriu Chelsea apontando a faca para o garoto -É Cameron Ducane, 18 anos de total babaquice, ele andou fazendo uma brincadeirinha nada, nada legal que nosso precioso Alex, não gostamos disso.

– Ahan, sim, não gostamos -sorriu Jeremy cantarolando -Então, essa múmia já dormiu o suficiente não acham?

Enquanto Stevan dava alguns tapinhas na cara do garoto, puxei Chelsea de lado e lhe dei um olhar óbvio, ela apenas suspirou puxando algo do bolso e me entregando.

– Vê essa coisinha fofa, te lembra seu precioso Oliver certo, pois então esse é Alex Wilver -olhei para foto, e nela havia um garoto com seus talvez 13 anos -era magro, cabelos negros assim como do irmão, olhos tão azuis quanto do mesmo, nessa foto havia um sorriso brincalhão em seus lábios, e ele parecia segurando o mesmo cachecol que Jeremy estava usando. Ele era um garotinho lindo, que tinha o rosto fino salpicado por sardas, parecia uma versão menor e menos maníaca que Jeremy -Cameron simplesmente espancou ele, porque Alex sem querer derrubou refrigerante na sua blusa, Camerom começou a gritar e Alex em total desespero começou a chorar, bem ...o resto você pode imaginar.

– Ele vai ficar bem? -perguntei em um fio de voz, Chelsea suspirou.

– Talvez, mas...sim Alex é muito forte ...agora não digo o mesmo de Camerom -ela sorriu, enquanto eu lançava um olhar ao garoto que começava a despertar, despertar para seu pesadelo.

Eu realmente se fosse ele preferia já estar em coma.

Ouvi a risada de Jeremy e olhei na direção em que o garoto, agora desperto o encarava com os olhos vidrados para todos ali, Chelsea caminhou até lá, e por um momento apenas observei de longe, o que aqueles pequenos unicórnios esquisitos iriam fazer.

– Ora, ora ...pensei que iria dormir para sempre, tsk isso seria chato -Jeremy trazia nos lábios um sorriso que realmente gelou a minha espinha -Agora diga-me meu caro, você gostou de poder chutar aquele garotinho? Eu queria mesmo saber, porque acho que chutes não são a melhor forma machucar alguém.

– Eu gosto de retalhar, sabe ...ou fraturas expostas -sorriu Stevan, enquanto abria um bocejo e fazia a lamina de sua faca brilhar contra a luz doentia do local. O garoto gritou, enquanto se debatia na maca.

– Seus doentes! me solte ...

– Ain, sua voz machuca meus ouvidos, ainda bem que vou poder machucar você -ela riu, enquanto se aproximava e passava a ponta da sua faca na bochecha do garoto, que fechou os olhos e gritou -Oooo isso doi? Porque seus gritos ainda não estão me fazendo sentir pena.

– Aqui está! pronto, com isso ele irá ficar em silêncio, mas vai poder sentir qualquer coisa ...mas não poderá gritar -Julian balançava uma seringa, que continha um liquido azulado dentro, Jeremy pegou com delicadeza, então sorriu.

– Tenha bons sonhos Cameron, porque eu serei o seu pesadelo em vida. Sabe porque, porque o que me move agora é simplesmente a maldade -então com facilidade ,aplicou aquela coisa no pescoço do garoto que lacrimejava -Hey Amanda, se aproxime, vamos começar a diversão.

Me aproximei do garoto, que tinha os olhos castanhos vidrados e resmungava, Jeremy tinha suas duas navalhas preciosas em suas mãos, enquanto as balançava, ele simplismente começou a cortar o abdome do garoto, fazendo a sua camiseta azul ficar rapidamente vermelha, e encharcada.

...-Você pode usar navalhas quando for retalhas seu garotão, gosto de começar pelo abdome, aqui é onde a maioria das pessoas sentem mais dor -ele simplesmente cravou a navalha ali, fazendo um esguicho de sangue voar até seu rosto, ele apenas sorriu, puxando enquanto o garoto se debatia e as lagrimas escorriam de seus olhos -Adoro esse gosto metálico do sangue alheio.

– Às vezes acho que você é algum tipo de vampiro enrustido -sorriu Chelsea com uma vela vermelha nas mãos -Olhem para os olhos dele, são realmente ...nojentos -então enquanto a cera derretia, ela deixava pingar diretamente nas pupilas do garoto que eu percebia com uma admiração silenciosa, gritar dentro da própria mente -Acho que não estou te machucando o suficiente, Julian meu anjo, pegue aquele alicate para mim.

Pisquei novamente, percebendo Stevan junto com Chelsea fixarem a ponta do alicate nos dentes do garoto, em seguida puxavam. Eles riam a cada vez que o sangue espirrava em sua direção. Mas ele ainda estava vivo, seu peito ...o qual Jeremy não cravava as navalhas totalmente para não mata-lo, ainda subia e descia.

– Pegue Amanda -peguei a navalha das mãos ensanguentadas de Jeremy ele apenas me deu uma piscadela -Corte os dedos dele, fraturas expostas são o máximo!

Ele parecia se divertir, por isso apenas sorri, enquanto olhava para o rosto ensanguentado do garoto e simplesmente aparava um de seus dedos, Jeremy riu o pegando e fazendo cara de nojo, enquanto jogava para longe.

Simplesmente...inacreditável.

Algumas horas depois o efeito do sedativo de Julian estava passando, Cameron não estava morto, mas ...se eu fosse ele gostaria de estar. Demos uma pausa, estávamos apenas trocando ideias, quando ouvimos os primeiros resmungos e gritos de Cameron, Jeremy se levantou, o desamarrando e o fazendo ficar de joelhos.

– Então você gostou de bater no meu irmão -agora ele parecia nada mais que furioso -Meu Deus você me enoja, de todos as espécies de humanos que povoam esse lugar demente, você entre tantos me causa náusea.

Jeremy distribuiu uma quantidade absurda de socos e chutes, tantos que sua camiseta branca estava completamente ensanguentada, o garoto ...que eu não sei como permanecia vivo, estava caindo de lado, havia sangue caindo de seus lábios quando ele pronunciou aquelas palavras.

– ...Me...me.. des-..desculpe

A gargalhada de Jeremy fora algo que nos deixou todos de pé, ele apenas sacou uma de suas "lindas" amigas, e limpou uma sujeira imaginaria dela.

– Palavra errada, você não sabe, um demônio nunca tem piedade de suas vítimas -então simplesmente decepou a cabeça de Cameron que pendoou de lado, enquanto o sangue fluía e manchava os all star de Jeremy, que se joelhou e terminou o serviço, ele tateou o chão, até achar a serra que Stevan e Julian se divertia cortando os dedos do pé do garoto e começou a serrar seus braços, ele se virou para nós como o próprio anjo da morte, tão lindo e delicado ...tão cruel -Então amigos, vou precisar de alguns sacos.

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– Isso foi inacreditável, eu realmente quero um biscoito! -exclamei, enquanto o ar da madrugada fazia eu me sentir muito bem. Depois de ensacar os restos nojentos do corpo de Cameron, Stevan e Jeremy sumiram com ele, ficando apenas eu, Chelsea e Julian sentados perto de um riacho, quando eles voltaram pareciam satisfeitos.

– Oh sim, esse idiota me fez perder uma ótima camiseta -suspirou Jeremy, então arcou uma sobrancelha -Odeio sangue por manchar tanta nossas roupas, da próxima vou usar um avental.

– Por isso prefiro venenos, sem sangue, sem danos -sorriu Julian, enquanto brincava com um galho.

– Eu usava avental, só dava mais trabalho -bocejou Chelsea brincando com um dos dentes que tinha pegado de Cameron.

– E ele vai ficar bem cara? Alex é gente fina -comentou Stevan, enquanto Jeremy se sentava e retirava o cachecol, observando apenas o vento balançar algumas folhas.

– Sim, na verdade ontem ele saiu do hospital, um tanto traumatizado mas está ...bem -com um sorriso, o mesmo sorriso sarcástico de sempre ele apenas se levantou -Foi uma noite longa, estou com fome.

Assim, depois de torturarmos e esquartejarmos Cameron Ducane, simplesmente nos levantamos e nos dirigimos até Marshaw novamente, em meio a escuridão roubando algumas sobras do jantar.

Afinal, você tem de estar bem alimentado depois de uma festa dessas, nunca se sabe quando a diversão irá começara novamente.