Em seguida seus lábios se uniram um beijo calmo, com muita ternura por parte de ambos.

Fernando fingiu tossir, mas não por estar incomodo, senão por molestá-los. Victoria separou-se sorrindo, fechou os olhos e abraçou seu namorado. Ao abrir seus olhos vagarosamente, seu sorriso se desfez, seu olhar de felicidade se tornou de surpresa, angústia e talvez alegria, sua mãe estava ali.

Se afastou rapidamente de Maicon, ainda estava surpresa... “O que eles faziam ali?”

M – Vicky, está tudo bem? – ela não respondia, estava tão surpresa, não estava preparada para aquilo. – Victoria? - Valéria puxou levemente seu filho pelo braço. Assim que ele virou-se viu o motivo pelo qual sua namorada havia ficado calada.

POVS VICTORIA ON

Quando abri meus olhos lentamente e vi minha mãe ali, com os olhos lacrimejantes cheios de lagrimas, me deu um aperto no coração. Eu sabia que ela estava sofrendo, tanto ou mais que eu, mas não podia evitar, era algo de extinto.

Minha personalidade sempre foi forte, mas também sempre tive muita paciência, porém descobrir que eles mentiram pra mim foi mais forte que eu, e não sei o porquê. Uma parte de mim diz estar arrependida pelas duras palavras que disse a todos, mas outra parte diz ser o correto, eles mentiram e mereciam isso.

Eu sinceramente estou muito confusa não sei o que pensar, quero muito abraça-los, beija-los dizer que os amo, mesmo que ele fosse meu pai não teria o direito de me bater.

Os amo tanto, sinto tanta falta da família que erámos, se alguém pelo menos me entendesse.

POVS VICTORIA OFF

Victoria saiu de seus pensamentos profundos com um abraço caloroso.

– Tia!!!! – Carlos a abraçou fortemente, mas com cuidado pois percebera que seu ventre já estava bem “inchado” – Senti tanta sua falta. – Victoria não conseguia dizer nada, estava se sentindo tonta, muito confusa.

“Por que o destino brincava tanto com seus sentimentos?”

V – Carlinhos – sussurrou antes de desmaiar.

Minutos depois ao despertar vagarosamente, ela continuava com os olhos fechados tentando recordar o que aconteceu, ao lembrar lagrimas grossas começaram a cair sobre seu rosto. Abriu os olhos aí estavam, se aferrou contra o abraço de Maicon e sussurrou “Quero ir embora, por favor”. Ele delicadamente com a ajuda de seu pai levantou-se, e a ajudou a fica de pé.

V – Vamos embora, por favor! – disse olhando seu namorado, e ficando de costa para sua família – Por favor – sussurrou – não estou me sentindo bem...

M – Claro – deu um selinho nela e abraçou pela cintura. – vamos.

“Eu sinto muito” – sussurrou Valéria para Maria. Ela passou o abraço pelo outro lado de Victoria e seguiram em direção a saída.

– Victoria... – eles já estavam quase na saída quando Maria a chamou. Ela simplesmente parou de andar e olhou para trás, sua mãe com palavras ao vento disse “Eu te amo”, a garota deu um leve sorriso, quase imperceptível e voltou a caminhar.

HORAS DEPOIS “CASA DA PRAIA SAN ROMÁN”

Maria estava sentada na varanda observando as ondas do mar que iam e vinham, enquanto seu pensamento estava em Victoria, havia ficado muito emocionada tinha visto sua filha após meses sem mira-la. Tinha que encontra-la, tinha que vê-la novamente, abraça-la.

Um sorriso já não era suficiente, Maria queria mais, queria sua filha aqui com sua família, e lutaria por isso.

– Vó? – seus pensamentos foram interrompidos por Carlos que a chamava.

M – Amor vem, sente-se aqui ao meu lado. Tua mãe e seu avô onde estão?

CR – Mamãe está dormindo e vovô está tomando banho!

M – E o que o jovenzinho queria?

CR – Só entregar isso – ele deixou duas pequenas sacolinhas em cima da mesa que ali havia.

M - O que são?

CR – Veja-os!! – ele deu um beijo no rosto de sua avó e saiu.

Maria abriu cuidadosamente as “bolsas” se emocionou com o que viu e recordou algumas palavras... belas.

“FM – Um presente?

V – E pra quem é esse presente, podemos saber?

MM – Claro que sim. Um pra Valentine e outro para o Luca.

V – Obrigada Maicon, mas eles nem nasceram ainda.

MM – Mas não falta muito, veja... - ela abriu o presente, e sorriu.

V – São lindos.

MM – Claro que são. O primeiro presentinho de Vale e Luca.

FM – Se esses gêmeos forem como a mãe... Ui, irão dar trabalho.

VM – Fernando, Que coisas dizes!!”

Seus pensamentos foram interrompidos por um beijo que recebeu em seu pescoço que a fez arrepiar.

Es – Em que pensas? – Maria levantou-se ainda com os sapatinhos em mãos e abraçou seu marido. – Hei, o que aconteceu?

M – Ela está grávida de gêmeos. – Estevão afastou do abraço para olhá-la nos olhos, e sorriu. Maria mostrou os sapatinhos que tinha em mãos – Creio que deixou cair quando desmaiou.

Es – Sim, pode ser. – ele pegou em mãos – Me lembra quando estavas grávida de Heitor, te dei um parecido a esse.

M – Me lembro perfeitamente. Eu quero...

– Senhora... com licença, mas tem uma senhora que deseja falar com a senhora.

M – Não deu nome, Rosa?

R – Senhora Montenegro.

M – Obrigada Rosa, leve-a até o escritório e diga-lhe que em seguida vou.

R – Sim senhora – saiu

**

Es – conhece essa senhora Montenegro?

M – Não, por nome não lembro de ninguém.

Es – Quer que eu vá junto?

M – Não obrigada, tu ficas aqui descansando enquanto eu à atendo não deve ser nada importante. – deu um selinho nele – te amo. – Estevão mandou um beijo ao vento para ela seguido de um “Te amo”

** ESCRITÓRIO **

Maria entrou no escritório e não reconheceu a mulher que estava de costa, vendo o porta retrato de alguns anos atrás “Maria, Estevão com Victoria no colo, Estrela e Heitor.”

M – Boa Tarde! – Quando a mulher virou-se Maria a reconheceu imediatamente, ela ainda com a foto na mão sorriu.

VM – Boa Tarde! – deixou a foto no mesmo lugar, enquanto Maria se aproximava e ia ao outro lado da mesa. – Bela família – disse se referindo a foto que vira.

M – Família!! – repetiu Maria com um fraco brilho no olhar.

VM – Desculpe-me, sou Valéria Montenegro – estendeu a mão para Maria que retribuiu.

M – Maria San Román... prazer – sorriu educadamente – Se não me engano era a mulher que estava...

VM – Com Victoria.

M – Isso. Por favor sente-se – ambas sentaram – Para falar a verdade não entendo o motivo de sua visita, não me diga que Victoria...

VM – Victoria está bem. Eu vim mesmo pela senhora...

M – Por favor chama-me de Maria – Valeria assentiu – Da mesma forma não entendo, por mim?

VM – Sim por você, Maria. Eu sei que não é fácil ficar longe de um filho, principalmente quando estão sem se falar, eu sei porque sou mãe, e te entendo perfeitamente.

M – A verdade é que eu não esperava aquela atitude de Victoria.

VM – Eu sendo psicóloga entendo perfeitamente ambos lados, mesmo que em minha profissão seja estritamente proibido ajudar amigos, parentes e familiares. Conversei com Victoria, assim como vocês, ela também está sofrendo, eu garanto que ela sente muita falta de todos. E acho que a forma mais rápida de vocês voltarem a se falar, é somente dizendo a verdade à ela...

M – NÃO! – se apressurou a dizer Maria ao mesmo tempo que levantando-se – Victoria...

VM – Por favor Maria... Não importa qual seja ela, se Victoria insiste tanto em saber a verdade, é melhor que saiba de uma vez, se você escondeu essa verdade até hoje por protege-la, ela querendo saber vai ferir-se sozinha e terá que arcar com as consequências, talvez, de sua irresponsabilidade, teimosia.

Maria estava de costa chorando, com uma foto na mão ela e seus três filhos.

M – Victoria pode ser consequência de um... de um abuso ou fruto de um amor. Eu... eu não sei, queria priva-la disso. Queria que entendesse que ela é filha do Estevão, como ele mesmo a dito. E saber que ela sofreu o mesmo só me faz sentir mais culpada, porque eu a descuidei por um momento.

Valéria se apressurou em levantar e abraça-la.

VM – Não Maria, claro que não. Você não é culpada de nada, as coisas acontecem porque tem que acontecer, talvez dessa forma seja melhor dela entender, de saber que você simplesmente queria o melhor para ela.

M – Eu não sei como fazer isso, não sei como explicar-lhe.

VM – Na hora certa tudo vai se resolver, agora você tem que erguer a cabeça e pensar que sua filha está louca por um abraço seu, porque foi isso o que ela me disse hoje, após reencontrar vocês.

M – De verdade ela disse isso?

VM – Claro que sim, não tenho por que mentir. Ela sente muito sua falta, acredite. Bom em todo caso, se quiser procura-la – pegou um cartão em sua bolsa – aqui está a direção da minha casa, ela estará lá a qualquer horário, por sua gravidez estar avançada não a deixo sair.

M – São gêmeos verdade?

VM – Sim, quando os encontramos hoje, tínhamos acabado de vir do ginecologista, uma menina e um menino, Luca e Valentine.

M – Pelos meus cálculos creio que está de sete meses?

VM – Indo para o oitavo. Mas agora tenho que ir, Maicon e meu marido irão sair e ficarei com Victoria.

M – Maicon é seu filho?

VM – Sim, o único, e agora atual namorado de Victoria. – disse surpreendendo Maria.

M – Namorados?

VM – Eu conheço Victoria faz três anos, e desde então eu e meu marido achamos que ela era ideal para Maicon, mas ela começou a namorar e meu filho fez sua escolha sexual, então perdemos a esperança, até esses dias atrás, quando nos deram essa notícia.

M – É, realmente fiquei surpresa, são muitas coisas que aconteceram.

VM – Eu queria poder ficar e te contar tudo o que está ocorrendo, mas não posso – levantou-se com sua bolsa na mão – eu tenho que ir. – Maria levantou-se também.

M – Obrigada por me informar. De verdade te agradeço muito.

VM – Não há de que, eu como mãe sei o que você está passando. Foi um prazer conhece-la.

M – O prazer foi meu, vem, tem acompanho até a porta.

VM – Obrigada! – Quando estavam passando pela sala de estar, ainda conversando, Estevão saiu da varanda.

Es – Amor... – a chamou ainda sem vê-la – Maria... – Maria parou e olhou para trás, juntamente com Valéria.

M – Estou aqui Estevão. – Ele sorriu e seguiu em sua direção, deu um selinho em seus lábios, e ficou de frente para as damas. – Estevão, te apresento à Valéria Montenegro, mãe de Maicon. Valéria, meu marido Estevão.

Es – Prazer em conhece-la senhora Montenegro. – estendeu sua mão para cumprimenta-la.

VM – O prazer é todo meu. – sorriu gentilmente. – Como disse à Maria, já tenho que ir.

M – Te acompanho até a porta.

VM – Boa Tarde, senhor San Román.

Es – Boa tarde, senhora Montenegro.

Um tempinho mais tarde Maria voltou e de braços cruzados parou em frente à Estevão, que tirou o óculo e abaixou o jornal ele esperou que ela se pronunciasse, mas isso não aconteceu.

Es – O que houve agora? – perguntou paciente

M – O que houve agora? – repetiu incrédula, como ele se fazia de sonso tão descaradamente – O que foi aquilo te pergunto eu...

Es – Aquilo o que Maria?

M – Não se faça de bobo Estevão. Quando te apresentei Valéria como mãe de Maicon, você simplesmente agiu com indiferença praticamente a ignorou com os gestos.

Es – Ai Maria, também não é para tanto.

M – Que não é para tanto? Você foi simplesmente mal educado... E não for por ela, senão por saber que Maicon é seu filho.

Es – Maria isso não...

M – Não me venha com desculpas, ok? É melhor você parar de ser tão preconceituoso, eu não me casei com um homem indiferente, que se acha dono da verdade e superior aos demais. – ela saiu muito enfurecida com a atitude de Estevão.