Derek estava surpreso pela chegada de sua irmã em Beacon Hills, ela, que estava parada em sua frente esperava para ser convidada para dentro do loft. Derek olhou para Stiles e em seguida voltou a fita-la. Mas ele não sabia se seria uma boa idéia, sua ultima experiência ao lado de sua irmã não tinha sido das melhores e sua presença em Beacon Hills poderia não lhe fazer bem. A garota franziu a testa esperando que Derek fizesse alguma coisa, mas nada aconteceu. Stiles se aproximou e apoiou sua mão no ombro dele.

– Não vai convidar sua irmã para entrar?

– É claro que vou. – Disse ele fazendo um sinal para Cora. A garota sorriu, pegou sua mala que estava ao seu lado e cruzou a porta parando atrás do sofá.

– Desculpa aparecer sem avisar Derek, mas eu precisava vir ver meus pais!

– E como soube que eles voltaram ou o endereço do meu loft? – Ele passou para o seu lado e a fitou. – Quem está por trás disso?

– Não tem ninguém por trás disso! Na verdade Tio Peter me ligou assim que chegou aqui há alguns meses e me contou o que estava acontecendo, mas eu não havia acreditado. Porém tem algumas matérias em alguns sites de jornalismo que retratam o episodio aqui na cidade. Então eu decidi vir ver com meus próprios olhos. – Cora deixou sua mala no chão e foi caminhando em direção a janela onde se distraiu olhando para o lado de fora. Mas ela voltou-se para dentro e fitou Stiles. – E ele quem é?

– Stiles, meu namorado! – Eles se fitaram. – E Stiles, essa é minha irmã caçula Cora Hale. – Ela e Stiles se aproximaram e se cumprimentaram.

– Eu não queria interromper nada. – Cora reparou que os dois estavam apenas enrolados na toalha deixando os dois envergonhados.

– Você não interrompeu nada. – Disse Derek puxando Stiles pelo braço. – Nós vamos terminar o nosso banho, fique a vontade. – Os dois foram para o banheiro deixando a morena na sala. Enquanto estavam ausentes, Cora sentou no sofá, pegou seu celular e discou um numero. Depois de ficar chamando e ninguém atender, a chamada foi para a secretaria eletrônica e ela deixou sua mensagem “Já estou aqui, agora só vou precisar encontrar o que você quer, mas será fácil. Retorne-me assim que receber a mensagem.” E em seguida desligou o celular colocando de volta no seu bolso.

Depois de saírem do banho e se arrumarem, Stiles e Derek retornaram para sala onde encontraram Cora deitada dormindo. Derek pegou a mala da sala Irma e a levou para o quarto e voltou com um cobertor a cobrindo. Os dois desligaram tudo e foram para o quarto. Eles fecharam a porta e deitaram na cama. Stiles puxou Derek e o beijou, mas o mesmo se afastou.

– Amor nós acabamos de fazer isso!

– Eu quero mais. – Disse o garoto voltando a beijá-lo. – Nunca me canso.

– É, dá para notar isso. – Disse Derek que sorriu e o beijou. – Mas para ser sincero não estou mais com animo. A chegada de Cora pode não ser um bom sinal. – Stiles franziu a testa sem entender nada.

– Porque você está dizendo isso amor?

– Não estou dizendo por nada, apenas só não estou me sentindo bem com a chegada dela. – Derek ficou pensativo acabando com o clima de Stiles.

– Não te entendo, sério! – O garoto bufou. – Você não deveria estar feliz em rever a sua irmã? Por que está todo frio com essa situação? O que você não quer me contar?

– Não tenho nada para te contar, e estou feliz sim em revê-la, mesmo não parecendo...

Durante o resto da noite, Derek ficou pensativo, se conseguir pregar o olho. Mas ele não conseguia entender o porquê Cora havia voltado, não fazia sentido.

Dou outro lado da cidade, Scott e Alison estavam deitados na rede, trocando caricias e beijos.

– Está dormindo? – Perguntou ela quebrando o silencio.

– Quase. Seu carinho está muito bom, não quero sair daqui nunca! – Ele sorriu a fitando.

– Eu também estou gostando de estar aqui Scott! Mas tenho medo, todo esse mundo em que vivemos, não sei se agüento!

– Sobre o que você está falando amor? – Ele perguntou franzindo a testa.

– Vamos nos formar daqui há algumas semanas, e eu só queria não fazer parte desse mundo. – Alison desabafou.

– Achei que estivesse bem com tudo isso...

– Não que eu não esteja, mas estar aqui com você me faz querer mais momentos desses, porém o sentimento de que algo ruim sempre poderá acontecer aperta, sabe. – Ele segurou sua mão.

Enquanto se fitavam, Scott ouviu um barulho vindo das arvores na frente da sua casa e levantou para ver o que era.

– O que foi Scott? – Alison levantou-se também, mas ele a ignorou e continuou andando. – Scott? Mas o garoto lobo estava muito concentrado no que ele estava ouvindo, ele sabia o que estava do outro lado da rua, ele podia ver os olhos vermelhos que se escondiam na arvores. E em alguns segundos surgiram por de trás delas, grandes lobos, ferozes e brabos. Eles rosnavam e caminhavam na direção do casal. Scott ficou assustado e recuou segurando na mão de Alison.

– Quando eu contar até três, vamos correr os mais rápido que conseguirmos!

– Scott...

– Um, dois... – Continuou ele contando.

– Scott! – Gritou Alison assim que os lobos começaram a correr em sua direção. Scott gritou “3” e eles correram pela varanda para o lado de trás da casa em direção a floresta. Os lobos, que eram muitos, se aproximaram rapidamente os alcançando. Scott e Alison acabaram se separando e o garoto parou de correr para enfrentar os lobos que vinha atrás dele. Mas Alison não estava preparada e virou alvo fácil.

– Scott! – Novamente ela gritou, o jovem lobo desesperado correu até ela, mas já era tarde. Ao olhar ao redor, os lobos haviam sumido. Alison estava caída no chão, era apenas um corpo sem vida. Mas ele conseguia ouvir uns gritos que pareciam distantes, mas ele ainda sim os ouvia... – Scott!

– O que aconteceu? – Ele levantou assustado, olhando para todos os lados até entender que tudo não havia passado de um sonho. Ao fitar Alison deitada na rede, seu coração tranqüilizou.

– Você está bem amor? – Ela segurou em suas mãos.

– Estou sim, acho que foi só um pesadelo... – Scott deitou-se ao lado dela. – Por que não subimos, aqui está frio. Podemos esquentar as coisas lá no meu quarto... – Ele deixou um pequeno sorriso escapar pelo canto da boca.

– Acho que é uma boa idéia! – Disse ela sorrindo e em seguida o beijando. Os dois se levantaram e seguiram para dentro da casa, mas Scott ouviu um rosnado e olhou a sua volta, não enxergando nada. Ele fechou a porta assim que a cruzou e passou a chave, trancando-a.

Do outro lado da rua, uns olhos amarelos os observavam do outro lado da rua. Colocando o capuz cobrindo o rosto, saiu caminhando pela rua sem direção.

A noite virou dia, a cidade pouco a pouco ia despertando, muitos estudantes já estavam a caminho da escola, outros ainda dormindo. Scott e Alison saíram correndo de casa para não perder a primeira aula que era importantíssima para eles se formarem no final do ano.

No colégio, Stiles, Lydia e Jackson já estavam dentro da sala de aula, sentados em mesas próximas uma das outras. O professor atravessou a porta cumprimentando os alunos e sentou-se em sua mesa.

– Então, Cora, a irmã de Derek está de volta? – Lydia estava confusa.

– Isso mesmo! – Stiles franziu a testa. – Mas Derek parece não ter gostado nada disso...

– Por que não? – Perguntou Jackson.

– Não sei! Perguntei a ele, mas ele desconversou.

– Eles são irmãos, sempre tem dessas coisas de briga ne. – Lydia pareceu ser otimista. Durante o resto do dia, Stiles explicou aos dois como havia sido o retorno de Cora a cidade. Mas o assunto do dia era a formatura que estava a caminho, e Lydia, como presidente da comissão, estava bastante ocupada com cada detalhe da grande noite.

No intervalo eles foram para o pátio e encontraram com alguns outros alunos do ultimo ano para conversar sobre a formatura e o baile. Lydia puxou da bolsa uma caixa com convites da grande noite do baile e distribuiu para que os alunos convidassem seu par. Todos estavam empolgadíssimos com o evento. As meninas escolhiam seus vestidos pelos celulares enquanto os meninos discutiam quem levaria quem como par. O colégio todo estava animado, desde os formandos quanto os novatos do primeiro ano que poderiam participar do baile. A diretora do colégio que da sua sala conseguia ver o pátio, não estava animada com todo aquele falatório. Ao encontrar com Lydia no pátio, ela a chamou para adverti-la.

– Vejo que conseguiu animar os alunos para o baile de formatura.

– Não foi muito difícil! – Disse ela convencida.

– Só quero lembrá-la que sendo presidente da comissão, apenas preparar o evento não é sua única tarefa... Você tem uma responsabilidade muito grande com os alunos dessa instituição. E por isso que você deve ser o modelo de aluno cooperativo, participativo. E o baile não é tudo, mas o que vem depois. A graduação. Por isso, penso que organize para semana que vem uma feira de estudos, para que os alunos possam se identificar com alguma coisa e querer se engajar em alguma faculdade depois. – Depois de discursar, a diretora liberou Lydia para voltar para os seus amigos. Ao voltar para o pátio, ela sentiu-se tonta e segurou-se em uma pilastra. Stiles que estava por perto a ajudou a sentar em um banco. Colocando a mão na cabeça, Lydia parecia estar sentindo bastante dor. Jackson se aproximou preocupado.

– O que está acontecendo?

– Eu a encontrei assim! – Disse Stiles nervoso. – Lydia, o que você está sentindo? – Alguns alunos que estavam próximos pararam para olhar o que estava acontecendo. Jackson ajudou a levantar sua namorada e com Stiles, os dois a levaram para um lugar mais reservado.

– Lydia, o que você está sentindo? Fala com a gente! – Perguntou ele.

– Vo... – Sua voz era fraca, mas ela continuou. – Vozes...

– Que vozes? – Stiles franziu a testa. – Está esquizofrênica agora? – Jackson o fitou. Lydia tentou falar novamente.

– Sco... – Mas ela acabou desmaiando antes que completasse a frase. Jackson a segurou para que não caísse. Seu coração acelerou, ele e Stiles não sabiam o que fazer. O sinal do fim do intervalo tocou fazendo com que os alunos voltassem para suas salas.

– Pedimos ajuda? – Perguntou Jackson fitando seu amigo.

– Obvio que não! – Respondeu Stiles. – O que vamos explicar? Olha, nos ajuda aqui que nossa amiga está tendo uma crise de Banshee! Não né? Mas eu sei um lugar que vai estar vazio agora...

Jackson que estava carregando Lydia seguiu Stiles, os dois entraram no vestiário masculino no ginásio do colégio. Como dito, o lugar estava vazio. Eles a colocaram em cima de um banco e tentaram acordá-la.

– Você sabe o que ela tentou dizer antes de desmaiar?

– Não, e você? – Perguntou Jackson.

O sinal do termino das aulas terminaram, Alison e Scott seguiram para o estacionamento. Ele encostou-se em sua moto e a beijou.

– Vai logo Scott! Vai que sua mãe está te esperando. –Disse ela o beijando novamente.

– Por que está me expulsando? – Ele riu.

– Não estou te expulsando, só não quero que se atrase. E meu pai já vai aparecer, não quero que ele me veja agarrado com você. – Ela também riu. Scott montou em sua moto e a ligou.

– Quando chegar em casa, me avisa ein! – Ele a beijou e colocou o capacete, acelerou e saiu andando pelo estacionamento. Alison foi caminhando em direção a entrada do colégio. Ela avistou seu pai parando o carro a sua frente. Ela apartou seus passos, abriu a porta do carona e entrou. Antes de seu pai partir, alguém tocou sua janela a assustando. Ao olhar, Stiles do lado de fora, Alison abaixou a janela do carro.

– Tudo bem Stiles?

– Não tem nada bem! – Respondeu ele, tenso. – Onde está Scott?

A caminho da cidade para encontrar com sua mãe, Scott ignorou o telefone tocando dentro de sua mochila. Enquanto dirigia, ele ouviu um rosno e sentiu um cheiro estranho se aproximando. E olhando para os lados não viu nada, voltando a prestar atenção na direção, novamente ele ouviu o rosno. Ao olhar para sua esquerda mais uma vez, ele foi pego de surpresa sendo derrubado por um menino semi-transformado. Os dois rolaram pelo asfalto parando em cima da calçada ao lado. Scott levantou-se rosnado, e com as garras para fora. Eles se encararam por segundos e partiram um para cima do outro. O jovem lobo socou Scott, o derrubando. Mas ele conseguiu se levantar e revidou derrubando o menino. Scott rosnando, esperou para que o menino se levantasse, o que aconteceu em seguida. Os olhares se cruzaram, o jovem lobo estava com seu nariz sagrando e todo sujo de terra. Ele rosnava exalando raiva.

Scott estava confuso, ele não conhecia aquele garoto, mas porque ele estava o atacando. O jovem lobo quebrou o momento, com as garras apontadas para fora, ele pulou sobre o Scott o arranhando e em seguida perfurando seu estomago! Scott resistiu e o empurrou para trás. Os dois voltaram a rolar pela calçada, mas ele estava fraco devido a sua ferida. O garoto ao tentar atacá-lo novamente foi impedido, sendo derrubado no chão, ao levar um tiro. Scott olhou para o lado e viu Alison do outro lado da rua segurando uma arma. Ele caiu de joelhos, com a mão em sua barriga que estava sangrando. A garota atravessou correndo, ela estava acompanha de seu pai.

– Scott! - Gritou.

– Eu estou bem... – Respondeu ele, fraco. – Suas aulas de tiro foram bem proveitosas...

– Que bom né! – Ela se ajoelhou o ajudando. – Pai chama uma ambulância!

– Acho que não foi coincidência você estar aqui...

– Não. Stiles me pediu para te encontrar!- Ela o fitou, ele franziu a testa confuso. – Parece que Lydia teve uma crise no intervalo do colégio. E assim que ela melhorou, ela falou que só conseguia ouvir vozes dizendo seu nome...

– A ambulância já está a caminho. – Interrompeu Chris Argent. – O que faremos com o garoto?

– Melhor levá-lo daqui. – Scott sugeriu olhando para o menino caído no chão imóvel. Chris Argente carregou o garoto até o porta-malas de seu carro. Alison ajudou Scott o encostando na parede. Eles ficaram esperando a ambulância que estava chegando. Ela o fitou, embora parecesse ser forte, ela estava assustada por dentro.