Escuridão - tempo não existente

Andava pelos corredores daquele palácio sem rumo até que parei em meio a uma sacada que dava para o jardim, aquele jardim era tão triste não havia cor nem plantas vivas só existia galhos secos e de aparecia feia, fiquei ali observando aquele jardim escuro até que senti aproximação de alguém olhei para trás em um movimento rápido.

– Safira, a senhora tem visita – a serva falou aquilo me encarando.

– leve para o salão – falei fria e voltei olhar para o jardim – e diga que já vou.

Minha serva saiu da sacada, e eu respirei fundo antes de ir ver quem era, não gostava de receber visitas, antes de sair da sacada olhei para o céu e ele estava negro nunca havia ficado assim na verdade isso não era um bom sinal. Comecei andar até chegar a escada, antes de descer vir uma menina ruiva e um garoto observando cada detalhe daquele salão, segurei meu vestido que antes a parte de trás arrastava no chão e comecei a descer foi então quando a garota de cabelos ruivos olhou para min e eu senti um vento frio passa sobre meu corpo, continuei a descer sem me intimidar pela aquela sensação que aquela garota me transmite.

– o que vocês desejam? – perguntei ao parar no primeiro degrau daquela escadaria.

– procuramos o grande guardião – o garoto falou me observando.

– o que trás vocês aqui a procura do grande guardião? – perguntei dessa vez encarando a garota.

– temos um problema – o garoto falou me fazendo olhar para ele.

– sinto muito dizer mais o grande guardião morreu há 300 anos – falei.

– como? Mas aqui não é o palácio do Guardião do Equilíbrio entres os dois mundos? – dessa vez quem falou foi à garota que estava com uma expressão de tristeza.

– sim aqui é o palácio do equilíbrio – falei descendo o primeiro degrau.

– e quem é você? – o garoto falou com a voz grossa.

– eu sou Safira a guardiã do equilíbrio – falei vendo a cara de espanto do garoto – e quem são vocês?

– eu não sabia que mulheres viravam guardiãs – Ele falou com confiança.

– não é da sua conta – falei perdendo a compostura – vão me responder quem são vocês?

– eu sou Scarlett – a menina ruiva falou me olhando, aquele nome me era familiar – esse é Azaléia.

– seu nome é Safira por causa dos seus olhos verdes? – ele me perguntou olhando dentro dos meus olhos – alias não me chame de Azaléia porque eu odeio esse nome me chame de Azá.

– vamos dizer que sim Azá – falei brincando – venham comigo vocês devem estar com fome.

– você poderá nos ajudar? – Scarlett perguntou parando na minha frente me impedindo de andar.

– posso tentar – falei me afastando dela por causa do frio que ela me fazia sentir – conversamos sobre isso lá encima.

Assim que eu falei aquilo Scarlett e Azaléia me seguiram até o segundo andar para comemos algo, às vezes ouvia sussurros de Azaléia falando para Scarlett que não devia confiar em mim, pois ele nunca ouviu fala sobre um guardião do equilíbrio mulher. Admito que ele estava certo eu fui a primeira guardiã pelo qual motivo não sei mais foi assim que o grande Guardião quis, ser uma guardiã havia muita responsabilidade meu dever era manter o equilíbrio entre o mal e o bem porém eu tinha que viver na escuridão.

Havíamos chegado à sala de jantar, Azaléia ainda desconfiava de mim não o ocupo também não é o primeiro muito menos vai ser o ultimo, sentei na cadeira principal e Azaléia sentou a minha esquerda e Scarlett sentou a minha direita.

– Scarlett – falei quebrando aquele silencio – o que uma jovem tão poderosa feito você faz aqui?

– eu não sou poderosa – ela falou abaixando a cabeça.

– ela perdeu seus poderes faz um tempo – Azaléai falou fazendo uma cara de reprovação.

– não é o que eu sinto aqui – falei levantando o rosto dela, o poder dentro dela era tão forte que não podia imaginar o que aconteceria se ela trocasse de lado.

– você deve está enganada – ela falou me olhando.

– Scarlett você não tem ideia do que você é capaz – falei atraindo atenção dos dois.

– porque você falou isso Safira? – Scarlett me perguntou com um olhar confuso.

– por nada, porque vocês me procuraram? – falei tentando mudar de assunto.

– precisamos de ajuda – Scarlett falou.

– para que? – perguntei.

– você já ouviu falar sobre as pessoas de olhos especiais? – Azaleia falou e eu afirmei com a cabeça – então você sabe que 3% da população nasceram com olhos especiais só que a maioria morreu antes mesmo de saber do que era capaz, a gente veio aqui para saber quantos restam e onde eles estão.

– eu não vou poder ajudar muito mais restam apenas cinco – falei.

– por favor, Safira a gente veio aqui porque sabemos que você sabe onde podemos encontrar eles – Scarlett falou analisando cada expressão do meu rosto.

– porque vocês querem saber onde eles estão? – perguntei.

– Callie foi pega se os outros quatros tiverem juntos mais seus protetores eles vão poder salvar ela – Scarlett falou aquilo e derrubei o copo de água que estava perto da minha mão por causa da noticia.

– Safira seus olhos estão ficando pretos – Azaleia falou me encarando.

– por isso das nuvens – falei levantando bruscamente da cadeira – ela foi pega há quanto tempo?

– há um ano – Scarlett falou confusa – Safira você é uma dos quatros?

Assim que Scarlett falou aquilo foi ai que eu percebi que os próximos dias só seriam de desgraça, segurei meu vestido e sai correndo da sala de jantar Scarlett e Azaleia vieram atrás de mim tentando acompanhar meu ritmo eu tinha que ir a sala dos espelhos eu precisava saber se estava tudo certo com equilíbrio do mundo. Cheguei à sala e fui direto para o centro percebi que o equilíbrio estava desfeito.

– não, não, eu não posso falhar – disse me jogando no chão.

– o meu deus – Scarlett falou ao entra na sala.

– SAFIRA – Azaleia falou se aproximando mim.

– o que houve? – Scarlett falou tentando recupera o folego.

– o equilíbrio foi desfeito – falei já chorando.

– isso tudo por causa da Callie? – Azaleia perguntou tentando me ajudar a sentar.

– sim, Callie é muito poderosa – falei abafado por causa do choro.

– que sala é essa? – Scarlett falou levantando do meu lado.

– aqui é a sala dos espelhos essa sala é protegida pelos Deuses ninguém que não tem o coração bom entra aqui – falei limpando as lagrimas.

Scarlett observava a sala se quisesse memoriza cada detalhe, as paredes tinham espelhos do chão até o teto, havia alguns detalhes em ouro e um lustre de cristal no teto na parte central da sala. No meio havia uma mesa feita de mármore branca que era da mesma cor do chão, em cima dessa mesa havia um grande livro amarelo com detalhes pretos, nesse livro havia tudo que um guardião precisa saber.

– Safira me perdoa – Scarlett falou saindo dos seus pensamentos.

– porque eu deveria? Você não fez nada – perguntei levantando

– eu que deixei Callie ser pega a culpa é toda minha – ela falou me abraçando.

– tenho certeza que não – assim que eu terminei de fala isso a sala começou a tremer os espelhos começaram a quebrar em vários pedaços, eu me abaixei em cima de Scarlett em forma de protege-la assim que aquele tremor parou olhei para um pedaço de espelho que estava ao meu lado e vir meus olhos estavam pretos não havia nenhum espaço branco muito menos sinal do verde.

– Safira temos que sair daqui – Azaleia falou me puxando.

– eu não posso – falei olhando para aquele espelho.

– seus olhos estão totalmente pretos – ele falou espantado – eu não vou deixar você aqui.

Azaleia me puxou me tirando daquela sala, foi ai que eu percebi que não era só a sala do espelho que estava em ruínas e sim o palácio todo, desci as escadas correndo meu vestido já estava todo cortado, tinha que chegar até o estabulo e pegar o cavalo para fugir junto com Azá e Scarlett, cheguei ao estabulo e encontrei Scarlett já encima do cavalo, Azá me ajudou a subir e logo subiu no seu, antes de ir pedi para minha servente fugir para algum lugar bem longe daqui e que não era para ser preocupar comigo eu ficaria bem.

– o que foi isso? – Scarlett falou tentando se equilibrar em cima do animal.

– Isso só foi uma demostração da Callie – falei tentando guia eles dois para um lugar seguro.

– seus olhos ainda estão negros, a gente deve se preocupar? – Azaleia perguntou me olhando.

– não, meus olhos estão assim porque eu fui à primeira dos olhos especiais a nascer quando eu fico nervosa ou preocupada eles ficam pretos mas nunca eles haviam ficado assim totalmente preto – falei sentindo um vento muito forte passando por cima de mim.

– aquilo é um cavalo voador? – Azaleia perguntou olhando para o céu.

– não Azá é uma borboleta – Scarlett falou em tom debochado.

– cala a boca – Azaleia retruco.

– Vamos por aqui – falei entrando em uma floresta negra para tentar despistar aquele cavalo ou seja lá o que for– Scarlett e Azá eu tenho muita coisa para contar para vocês.