Liberdade de uma Deusa escrita por Saibotris, Ana Katz, Laurah Winchester, Gabriel Teixeira, Larissa Almeida, Thais Cabout


Capítulo 3
Azaléia


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora, minha semana foi muito corrida.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/563456/chapter/3

“Apenas vá Azaléia” – A Deusa me respondeu.

“Não chame-me por Azaléia” – peço – “Este nome é de mulheres”

“Vá” – Scarlett estava com um tom preocupado na voz – “O quinto sol esta pronto. Espero que ainda tenhamos tempo de consertar os erros de Simin”

***

Ano de 1638, Paris - França.

A benção de Simin sobre minha vida funciona da seguinte forma: Há anos existiu um grupo de poetas que praticava magia com seus poemas. Sua líder, Simin, tentava quebrar os efeitos do alinhamento dos cinco sóis, gerando assim, uma benção que permite passar os poderes dos deuses à próxima geração. A questão é que nem todo mundo deseja esses poderes.
Este grupo ficou conhecido como Poetã, e como em toda historia da humanidade, os poetãs tinhas seus inimigos. Os demônios.

Muitos diziam que Simin deixaria um herdeiro cuja habilidades se ressaltariam sobre as dos deus. A lenda é verdadeira. Sua herdeira, Callie, era a mais preparada das guerreiras que tínhamos em comum.

“Azá!” – Chamou o coronel – “Quero que cuide da papelada do batalhão.”

“Sim, senhor” – Lhe respondo com uma continência. Entro em uma sala cheia de papeis amarelados. Na escrivaninha já comida pelo cupim, encontra-se um tinteiro e uma pena.
Pego os papéis e começo a preenche-los, mas logo uma folha completamente branca chama minha atenção. Na parte superior da pagina havia um diamante negro – símbolo poetã – e seus dizeres me assustaram:

Azaléia, Callie foi capturada pelos demônios, sinto muito.”

O bilhete não tem assinatura, mas sabia que era de meu povo. Pego minha faca e corto meu pulso, passo um pouco de sangue no papel e lhe lanço à lareira. Logo em seguida recito um poema de transporte. O papel parece se desmanchar no fogo ardente.


Ouço passos vindo em direção a pequena sala onde eu estava, antes que a porta fosse aberta, sentei na cadeira e vesti minha jaqueta para esconder a pequena mutilação em meu pulso.
A porta se abre:

“O que aconteceu aqui?” – Pergunta o coronel. Lhe lancei um olhar curioso e ele entendeu que eu não fazia ideia do que estava sendo falado.

“Nada” – Respondo calmamente ignorando a ardência repentina no meu pulso – “Estou fazendo o que me foi mandado”

“Eu ouvi gritos saindo desta sala” – Disse o homem quase perdendo o controle – “Exijo explicações”. Antes que eu pudesse dar qualquer resposta ou inventar alguma mentira, um menino magro, fraco, e de aparência cansada, entrou na sala ao desespero e gritou:

“Senhor, estamos com problemas” – Com suas palavras passei a sentir o cheiro de fumaça. Algo estava pegando fogo, embora não sentisse o calor.

Saímos da sala correndo e então pude ver. Não era uma chama qualquer, sua coloração era intensa demais para ter sido provoca por algum mortal. Me aproximo e passo a ter certeza, são chamas de herdeiro de Caramuru. De dentro das chamas algo grita meu nome.

“Azaléia, Azaléia” – A voz é de uma mulher – “Ajude-me!”

Me ajoelho e solto preces aos deuses, mas por azar, o fogo só piora. A mulher que esta dentro da sala incendiada grita mais alto e mais agonizante.

“Socorro, Socorro” – Os homens ao meu redor buscam baldes e mais baldes de água, mas nada resolve. O dia ia se pondo e a noite trazia o frio excessivo. A neve envolta dos telhados já estava derretendo e era possível escutar o crepitar do papel no fogo.

“Alguém escuta a mulher?” – Perguntou o coronel – “Senhora, aguente firme que vamos lhe salvar”. Não pude deixar de soltar uma risada, percebi o que estava acontecendo e me deixei levar pelo humor.

“Água, água” – gritei – “Mais água. Assim a mulher irá falecer” – soltei mais risos. O ar quente tomava os pulmões de todos, porém, estavam ocupados demais em apagar o fogo para sentirem algum efeito.


Dados alguns minutos o fogo finalmente foi apagado. O chão branco estava lotado de cinzas dos acabamentos das janelas. Ninguém conseguia ver o que tinha além disso, pois a fumaça e o calor ainda eram fortes demais para entrar no ambiente.
Perto da porta, vi algo que chamou minha atenção. Um pedaço de papel, branco como a neve, intacto. Me agachei e o tomei nas mãos. Apenas um diamante formado de tinta preta estampava o objeto. Sabia o que significava. Faria um ano desde que vi Scarlett pela ultima vez.

“Azá” – Ouço alguém me chamar. Era o coronel – “faça alguma coisa” – O desespero ainda estava presente em seu rosto. Pouca coisa poderia ser feita por mim, já que estava em um conflito interno bem maior que um incêndio.
Entrei na sala e confirmei minhas suspeitas, Scarlett estava sentada em uma mesa escolar. Seu rosto estava calmo e suas vestes limpas. Suas vestes eram chamativas, mas não tanto quanto a joia que usava no pescoço.
A menina virou o rosto, tirando o cabelo da frente dos seios e revelando um colar com cinco bolas, cada uma representando um sol diferente. Quatro deles estavam pretos como carvão mas o quinto se mantinha transparente como vidro.

“Azáleia” – Disse com voz de quem corre perigo, gozando de minha cara – “Salve-me meu herói”. Lhe lanço um sorriso torto. Os homens a minha volta estão de queixo caído e em seus rostos estão estampados a falta de fé.

“Brincadeiras tem limite Scarlett”

“uma Vilã tem precisa de limites”

“O que faremos em relação à Callie?”

“Achei que você saberia a resposta” – Ela me olha surpresa – “Vim até aqui para ver o que você queria fazer”

“Mas eu acabei de receber a noticia de seu sequestro” – Digo-lhe

“Azá, Callie foi capturada a mais de um ano” – Seu rosto estava começando a ficar vermelho e seus olhos apertados. Tudo estava girando. Eu estava confuso.

“Por que só me falaram agora?”

“Uma carta lhe foi mandada a um ano”

“Mas ...” – A carta que vi mais cedo – “Só recebi agora” – Podia sentir lagrimas escorrendo em meu rosto – “O que faremos agora?”

“Que fique do mesmo jeito” – Suas palavras foram ríspidas e impactantes – “Você não precisa de mais preocupações” – Ela olhou para os homens fardados ao meu redor. Algo me dizia que teria de explicar para eles o que estava acontecendo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Liberdade de uma Deusa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.