Menos de meia hora depois do “boa noite”, Emma podia notar a inquietação da namorada. Tentou acalmá-la com um ligeiro carinho na cintura seguido de alguns beijos pelo pescoço e nada, Regina continuava num mundo particular de inquietação, mas mesmo assim, não afastou a loira, apenas aumentou o abraço.

– Regina... – Resmungou Emma num tom baixo e suave.

A morena deslizou o braço pela loira. – Oi querida.

–Você esta inquieta. – Virou para o lado, ligando um abajur.

– É impressão sua. – Regina evitou olhar para Emma.

E antes que a morena tentasse enrolar ou mudar o assunto, Swan se colocou a falar. – Eu te conheço bem, Mills.

– Ok, eu me rendo. – Brincou a morena, sentando-se com um largo sorriso, quando sentiu os dedos da namorada correrem sua barriga.

– O que tanto te perturba? – Perguntou, repetindo o gesto da namorada.

– Coisas que aconteceram hoje? – Perguntou num tom desconfiado, se questionando antes mesmo de querer perguntar.

– Como por exemplo...? – Deixou a frase em aberto, dando uma entonação para que a namorada lhe dissesse.

– Por que você disse que meia cidade deve te odiar? Por que Elsa disse que eu tenho sorte? – A morena fitou os olhos verdes, que lhe transmitiram segurança no momento.

– Não é algo que tenho orgulho de falar, ainda mais pra você. – Fez uma pausa, observando a morena. – Meu passado, na questão de relacionamento, foi bastante conturbado e posso dizer com certeza que de tudo na minha vida, você é quem me mostra a cada dia o amor.

Regina abriu um pequeno e tímido sorriso perante as palavras da loira, mas logo fez um movimento com as mãos, como quem pedisse pela continuação.

– Quando mais nova eu era um amor como filha, porém com as mulheres... – Emma deu uma ênfase na voz. – Eu era detestável. Depois que meu primeiro relacionamento acabou podemos dizer que me encantei por enganar as pessoas como fui enganada.

– Isso não é legal, Swan. – Disse Regina e repetiu o gesto para que a Emma continuasse, deixando as mãos pousarem em cima das mãos nervosas da namorada.

– Como eu disse, hoje tenho vergonha, mas na época eu gostava. Cheguei a me envolver com mulheres casadas, noivas, comprometidas eram minha especialidade. – Forçou um sorriso, ainda mexendo as mãos por debaixo das de Regina. – Ganhei um apelido carinhoso até, era algo como destruidora de lares ou amores. Era tudo breve, coisa de duas semanas a três com uma, logo terminava e ia atrás de outra, eu sei que era ridículo mais não conseguia levar ninguém a sério. – Forçou novamente um sorriso, porém esse mais falho, deixando a expressão emocionada visível para a namorada. – Até te conhecer. – E então se formou um sorriso verdadeiro nos lábios. – Por isso Elsa disse que você é sortuda.

– Emma... – Regina estava sem palavras.

– Não precisa falar nada Regina, só acredite que você mudou a minha vida pra melhor. – Emma beijou delicadamente os lábios da morena. – Eu amo você.

– Eu também amo você. – Abriu um largo sorriso. – Como vou acreditar que tudo entre nós é verdade depois dessas suas confissões de menina má? – Questionou num tom brincalhão.

Emma percebeu a risada da namorada, mas respondeu seriamente. – Eu nunca fui capaz de assumir ninguém, eu nunca cheguei para meus amigos e disse: Essa é minha namorada! – Sorriu ao ver a emoção ir aparecendo nos olhos chocolates na frente. – Eu nunca disse para os meus pais que eu amo alguém além deles, e eu falo que amo você, eu te assumi. Você realmente foi a melhor coisa que me aconteceu, minha vida, meus sentimentos foram transformados naquela noite que te conheci.

– Emms... – A voz da morena era emocionada. – E de novo estou sem palavras. – Sorriu. – Nunca vi você se abrir tanto quanto ao seu passado e acredito mesmo que não seja fácil hoje olhar e ver tudo que fez, mas está tendo a chance de ser feliz e eu acredito em você, pois eu sinto aqui dentro – Puxou a mão branca da loira até o lado esquerdo do peito. – Que você é o amor da minha vida, o que sempre me faltou.

Ambas tinham um largo sorriso e expressões emocionadas. Por mais novo que fosse tudo isso, Emma não se impediu de viver como sempre, com Regina ela sentiu vontade de mergulhar de cabeça, aprendendo a ser romântica e carinhosa, confiar em alguém, poder ser sincera sobre qualquer que fosse o assunto sem ter medo de ser julgada.

– Isso pode parecer extremamente meloso, mas eu quero envelhecer do seu lado. – Disse Emma, com as bochechas coradas e um sorriso tímido.

– Nós iremos meu amor. – Regina esticou os braços aproximando-se da loira. Deslizou os lábios de maneira leve pela bochecha e traçou um caminho pelo pescoço.

Emma sentiu seus pelos ouriçarem e velozmente colocou Regina deitada debaixo de si, observou então os olhos castanhos, a olhava numa intensidade diferente de todas as outras, sentia e podia ver as faíscas de tesão explodirem pelo chocolate.

– Me come! – Foi a única coisa que Regina conseguiu falar antes de ser devorada pelos lábios rosados.

O sexo naquela noite havia sido incrível, porém nem tudo são flores no mundo, logo na manhã o celular de Regina tocou, um sério problema acontecia no escritório e ela precisa voltar com urgência, partiriam antes do almoço..

Cersei e Jaime já esperavam os filhos e a nora com uma imensa e linda mesa de café da manhã. Emma e Regina desceram logo, de banho tomado e malas nas mãos. David fora o último, também de banho e mala.

Apreciaram o café em meio a lamentações de Cersei. Como já notado, ela era o tipo mão coruja. Amava seus filhos e se pudesse, nunca os deixaria ir. Jaime já tinha a cabeça melhor, amava os filhos, claro, mais sabia que os criou para isso, para o mundo.

– Isso é só um convite para voltar logo, Regina. – Dizia a sogra, entregando-lhe um pote embrulhado e dentro de uma sacola.

Regina sorriu. – Obrigada, e sim, eu voltarei. Foi um imenso prazer conhecer a senhora.

– Foi um prazer meu conhecer você, minha filha. – Chamou de uma forma carinhosa.

– Eeeei vamos! – Disse David, fechando o porta malas do carro. – Ainda temos que pegar a Ruby.

– Certo... – Resmungou Os pais.

– Tchau mãe, tchau pai! – O rapaz despediu com um abraço em cada.

– Chegando em casa, nós ligamos! – Disse Emma enquanto fechou a porta do carro.

– Amamos vocês! – Cersei e Jamie observaram o carro se afastar enquanto escutaram de longe um “A gente também”

Em instantes passaram na casa de Ruby e se despediram de Granny, essa que entregou uma grande mochila térmica com alguns lanches que eles gostavam.

Coisa de dez minutos na estrada, David já implicava com Ruby sobre a música que a morena colocava, enquanto Regina e Emma conversavam sobre bobeiras da semana maravilhosa que tiveram.

– Essa vibração foi do seu celular. – Disse a morena, indicando a bolsa da loira.

– Ah sim. – Riu timidamente da sua falta de atenção. – Mensagem.

“Uma pena você não ter vindo atrás de mim. Uma boa vida e felicidades, ela é muito bonita. Elsa.”

Regina bufou ao ver a mensagem. – Posso? - Perguntou, quase tomando o celular das mãos da loira.

– Fique a vontade. – Abriu um largo sorriso, o que mais amava era ver Regina com ciúmes.

“Acredito na sua sinceridade e acho que Emma não foi atrás, não digo só de você, pois encontrou alguém que a ame por ser quem é e lhe passa segurança. Obrigada, felicidades. R. Mills”

A loira riu, Regina ficava incrivelmente linda com ciúmes. – Preciso te deixar com ciúmes mais vezes. – Sussurrou para a namorada.

– Não se esqueça que sua linda costa branca quem pagara por isso, querida.

E como esquecer. Suas costas estavam ainda com unhadas violentas da noite que Elsa apareceu no mesmo bar. O sexo havia sido diferente, a morena descontou sua raiva e provavelmente aquilo deixaria cicatrizes.