19 Atos Para Seguir em Frente escrita por Ly Anne Black


Capítulo 4
Consenso




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IV.

– McGonnagal está certa, Harry. Você vai ter que seguir a sua vida agora. No que anda pensando em fazer?

Dois meses tinham ido embora como num piscar de olhos. As coisas iam se aprumando ao seu jeito no mundo mágico, com a prisão de alguns comensais na nova e mais fortificada (e agora sem dementadores) Azkaban. Todos tinham um julgamento e Harry freqüentemente era chamado a depor – com Shacklebolt no comando definitivo e fazendo a melhor administração jamais vista pela população mágica em décadas, o garoto não tinha objeções em colaborar ao máximo com as prisões, que não envolviam só comensais. Ele tivera uma particular satisfação ao ver Umbridge ser julgada e saber que ela passaria cinco décadas numa cela bem desconfortável da prisão, sem seus pires de gatinhos odiosos para consolá-la.

Ele então era constantemente visto pelos corredores do ministério e respeitado pelos funcionários, até mesmo reverenciado pela maioria deles, embora o garoto tivesse deixado claro que preferia que ninguém se curvasse ou tirasse o chapéu para ele quando passava. O fato era que seu conhecimento dos comensais e a sua pratica sobre o modo como agiam era de ajuda para o Esquadrão de Aurores, e uma observação ou outra sua tinha sido essencial na captura de oito comensais, entre eles Dawlish, Yaxley e Rodolphos Lestrange.

Antes disso Harry tinha se demorado em Hogwarts, ajudando a reconstruir tudo que podia e lamentado as grandes perdas, como a Sala Precisa, que após o Fogo Demônio não pudera ser restituída. Quando estava se tornando um pouco inútil pela sua limitação com feitiços restauradores, ele aceitou o convite dos Weasleys para passar uma temporada de descanso na Toca. Hermione também estava lá, ela cedera aos pedidos de Rony que eram diários desde que ela retornara à Austrália, revertera o feitiço de memória dos seus pais e ficara por lá, longe de toda a bagunça, pondo-se em ordem novamente depois daquele ano perturbador. Ela tinha admitido que morria de saudade deles – tinha se habituado aos dois e ao mundo mágico e já não sentia pertencer nem um décimo ao mundo trouxa apesar do apelo de seus pais para que ficasse com eles "longe de bruxos psicopatas envolvidos com artes negras".

Agora, era ela quem exigia saber sobre o futuro de Harry. Ele costumava se esquivar de perguntas do gênero o máximo que podia, mesmo sabendo que não podia ficar eternamente na Toca, estava gostando de deixar o tempo passar a sua própria maneira, agindo de acordo com as circunstâncias, sem precisar ter um plano, para variar.

Ele deu de ombros, rebeldemente.

– Você podia tentar a formação de auror. Você sempre cogitou isso, não é mesmo, desde o seu quarto ano?

– Sim, mas eu duvido que eles me aceitem, eu nem mesmo completei o colégio, se lembra? - ele amargou.

– Eu conversei com a McGonnagal sobre isso e ela disse que, pelas circunstâncias especiais de quem interrompeu os seus estudos em Hogwarts, os centros de formação mágica vão abrir uma premissa, então desde que você passe no exame deles...

– É Harry, e eu aposto que você passa, quero dizer, se você não passar, depois de derrotar Voldemort, quem poderia?

Rony, despojado no sofá com um braço atrás dos ombros de Hermione, já não tinha problemas em articular aquele nome sem se engasgar. Mas Harry achou que era fácil para ele falar, porque duas semanas atrás, surpreendentemente, uma carta laranja berrante tinha chegado para ele, e era do Chudley Cannons, anunciando que abria testes para novos jogadores e convidando Rony. Desde então o ruivo estivera nas nuvens, convencido de que a sua posição na guerra poderia lhe garantir facilmente uma vaga de goleiro do seu time favorito, mesmo que ele não defendesse uma goles sequer.

– É, talvez eu faça isso. – ele disse só para a amiga parar de implicar.

– Bem, eu estou escrevendo uma carta para a Universidade de Legislação Mágica da Bretanha. Eu acho difícil, mas se eles me aceitarem...

– O quê! – Rony deu um meio salto no sofá que a desacomodou – Mas isso fica em Wiltshare!

– E o que isso tem? - ela piscou, confusa.

– Ora, se você for estudar do outro lado do país e eu entrar no time de quadribol nós só vamos nos ver nos feriados, e olhe lá!

As orelhas dele estavam vermelhas assim como as bochechas de Hermione iam ficando rosadas. Harry rolou os olhos, prevendo outra das rotineiras brigas dos dois que acabavam com Rony arrependido pedindo desculpas e ela bufando como um gato raivoso.

– Bem, você certamente não espera que eu fique disponível para os seus horários complicados de jogador de quadribol! – ultrajou-se ela.

– Ah, como se os horários de uma universidade integral também não fossem complicados!

– Eu não vejo aonde quer chegar, Ronald, uma vez que claramente nenhum dos dois irá desistir do seu propósito.

– Você está praticamente admitindo que não se importa de ficar longe! Para onde foi todo aquele papo de eu-quase-morro-um-mês-sem-você? Basta que se abra uma possibilidade de você se enfiar numa montanha de livros chatos do lado do país e ai está você me pondo de lado!

– Francamente, eu não estou—isso é um absurdo, argh!

– Então prove! – ele desafiou batendo seu punho no braço do sofá.

– Provar o quê?

– Que quer ficar perto de mim mais que dos livros de leis empoeirados!

– E como eu poderia fazer isso? - ela grunhiu com todos os dentes travados.

– Simples. Case-se comigo!

O silêncio se suspendeu entre eles. Até o coração de Harry falhou uma batida quando ele olhou de um Rony da cor de uma pimenta do reino para uma Hermione perfeitamente lívida.

– Perdão? - ela proferiu dos seus lábios entreabertos.

– Case-se comigo, Hermione. – ele repetiu com as narinas infladas e a voz muito decidida.

– Gente, eu não acho que vocês devam... – Harry começou, vendo aquela discussão ir longe demais. Mas os dois se fizeram de surdos.

– Ótimo. – disse a garota por fim. – Para quando você quer? Essa semana? Amanhã?

– Antes de você se mandar para Wiltshare. – ele grunhiu, mas agora que ela tinha dito sim (para o choque de Harry), Rony parecia estar caindo em si lentamente – Quero me certificar de que você terá uma casa para voltar no fim do dia, onde eu também vou estar, e não só nos feriados.

Hermione se desmanchou, visivelmente se desmanchou como sorvete no sol. Ela pulou nos braços dele gritando "Oh, Rony!" completamente chorosa e muito longe da Hermione durona que eles conheciam, mas não totalmente desconhecida, ela tinha dado alguns acessos daquele, quando a situação envolvia perigo de morte de algum deles.

– E, cara – Rony apontou para Harry por cima da cabeleira de Hermione que quase tapava seu rosto – não preciso nem dizer quem é o padrinho, né?

(Continua...)


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