Hunger Games Mockingjay III- Survive (Interativa) escrita por White Rabbit, Maegor, Brenno


Capítulo 3
Capítulo 2- Finais Felizes


Notas iniciais do capítulo

Oi povo lindo e maravilhoso, bom, eu queria postar ontem a noite, mas não pude terminar, então vou postar agora. Como eu disse, as músicas tem a ver com o tema proposto do capítulo, e gostaria de falar um pouco por que eu escolhi esta tributa pra apresentar hoje, bom, pelo simples fato de que ela não é uma carreirista que adora lutar, um tributo lindo pelo qual todos se apaixonam, um tributo inteligente e astuto que faz armadilhas ardilosas- não que estes sejam ruins, amo os carreiristas, os arrogantes, os fofos, os inteligentes, todos os tributos- mas esta é apenas uma simples tributo feminino do distrito 9 que gosta de ver as estrelas e contar histórias... bom, sem mais delongas, espero que gostem!



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Marie Woulton

“As pessoas não morrem, apenas vão viver em outro lugar”.

Dead End- Faylan

A cada palavra que saía da boca da velha senhora era arrancado algum som da garotinha, fosse um suspiro, um grito de animação, quem sabe até mesmo um grito de terror. A idosa gesticulava e aumentava a voz nos momentos mais importantes, conseguindo ter a atenção da criança somente em si. Era esse o prazer da velha senhora, ver a neta ficar maravilhada daquele jeito. A felicidade da pequena era a sua felicidade, a fazia lembrar dela mesma quando era criança, antes do tempo ter passado e ter lhe presenteado com cabelos grisalhos, pele enrugada e os problemas decorrentes da velhice.

– E o cavalo galopava o mais rápido possível, a chuva caía pesadamente sobre a colina e ele nem sabia mais se estava indo na direção certa. Um trovão ecoou no céu enquanto que ele continuava a galopar, sua amada ainda estava presa naquela torre, ele precisava salvá-la, o amor que ele sentia era maior do que qualquer galanteio que pudesse ser dado aos cavaleiros medievais. Ele não queria riquezas, não queria glória, tampouco o trono, ele queria apenas sua amada ao seu lado- ela deu uma pequena pausa, a neta arregalou os olhos de curiosidade como se esperasse pelo que estivesse por vir- e então...

As histórias sempre continuavam, só que ao contrário do que a neta pensava, a avó não tinha escutado elas em sua infância, na verdade, ela mesma havia criado as histórias, na verdade, o modo o qual ela criava era um tanto peculiar. A história do “Cavaleiro e a Torre” que ela contava no momento, era na verdade baseada em uma edição que ela havia assistido quando criança, onde os tributos apaixonados lutavam pelo seu amor, quando a tributo feminino foi sequestrada pelos carreiristas, ele domou um cabelo e foi atrás de seu amor numa arena inóspita- e sem torre alguma, esse item foi colocado apenas para enfeitar- para poder salvá-la do “dragão”, no caso, dos carreiristas. Ambos morreram, mas ela colocou que eles foram coroados como estrelas e ficavam cavalgando no céu noturno.

Ela sempre criava histórias assim, baseadas em tributos de edições anteriores, ela tinha um arsenal diverso graças a isso, ela queria que sua neta visse o lado bom do mundo, queria que a pequena crescesse sabendo que a bondade e a esperança nunca morriam, que todos podiam ter um final feliz, onde a felicidade reinasse, e o único modo de ela ver a neta feliz, era através das histórias:

– E então vó, o que aconteceu com eles, o dragão não pegou eles, pegou?

– Não querida- a idosa disse acariciando o rosto da neta- eles viveram felizes para sempre!

° ° °

As estrelas cintilavam no céu noturno, se espalhando pelo tapete negro como um milhão de furos, como se por trás daquele negrume existisse uma luz intensa que saísse apenas por pequenos furos feitos no manto celeste. Ela sabia que estrelas eram coisas bem mais complexas do que apenas furos que emanavam luz, mas ela tinha sim o direito de imaginar cada coisa como ela desejava, havia aprendido isso desde que era criança, sua avó havia lhe ensinado que existia o mundo que víamos e o mundo que queremos ver. E ela havia preferido ver o mundo de outra forma.

A luz mortiça da lua iluminava os campos de trigo, num brilho prateado e intenso, o vento os balançava calmamente, como se fosse alguém a balançar um bebê para que ele dormisse. Cigarras cantarolavam na noite enquanto que os pássaros gorjeavam tranquilamente em seus ninhos, um cenário perfeito, era uma noite linda, qualquer garota em Panem desejaria um momento como aquele. Um momento onde tudo fosse calmo e perfeito, que pudesse ser eternizado em sua mente.

Ela estava deitada no meio dos campos de trigo ao lado de sua irmã mais nova, olhando o céu estrelado que formava desenhos curiosos. Não era a primeira vez que ela e a irmã saíam de casa para ficar olhando o céu noturno, os pacificadores do distrito 9 não ligavam muito para saídas noturnas, a menos que fosse uma tentativa de fuga, mas todos já conheciam a garota que passava as noites nos campos de trigo, ninguém acharia que um dia ele cometesse uma loucura, nem ela desejava fazer isso.

Sua irmã menor cutucou o seu braço enquanto apontava freneticamente para algo no céu noturno:

– O que foi Dienne?

– Olha lá Marie, aquela estrela, é tão linda- ela continuava apontando para alguma das estrelas, mas eram milhares, e Marie não sabia de qual delas ela estava falando- aquela ali, ao lado da lua.

Marie correu os olhos pelo céu até encontrar a estrela da qual a irmã falava, ao lado da lua- ou talvez a milhões de milhares de quilômetros dela- estava uma estrela vermelha, como se fosse uma joia celeste, a estrela emitia um brilho intenso que parecia se espalhar por todo o céu, poderia até mesmo dizer que era um rubi que alguém tivesse esquecido no céu, mas seria uma hipótese irreal demais:

– Aquela estrela, é tão linda, ela brilha muito- a irmã continuou ainda admirando a beleza da estrela, Marie sabia que as estrelas vermelhas existiam, só nunca tinha visto uma assim, de luz tão intensa- Marie, a vovó virou uma estrela?

– Como?

– A Vovó virou uma estrela não foi?- ela perguntou com os olhos azuis suplicantes- Você me disse que quando as pessoas morriam viravam estrelas.

– Sim querida- ela puxou a irmã para si, afagando seus longos cabelos ruivos- a vovó não nos deixou, ela é aquela estrela vermelha ali, do lado da lua, neste momento deve estar olhando para nós e sorrindo, vendo que suas netas cresceram tanto.

– Eu queria ter passado mais tempo com a vovó, antes que ela tivesse morrido- a pequena fez um muxoxo enquanto abraçava a irmã mais velha- não entendo porque as pessoas tem que morrer, eu queria que todos vivessem pra sempre, assim ninguém precisaria partir.

– As pessoas não partem Dienne, elas continuam aqui, continuam vivendo no nosso coração, é apenas uma viagem que todos nós temos de fazer. Eu, você, um dia todos nós vamos viajar.

– E elas voltam a vida depois? A mamãe me levou pra igreja hoje de manhã, lá eles falaram de um homem que morreu, mas voltou a vida depois. Marie, é possível uma pessoa voltar a viver?

– Tudo é possível- a mais velha sorriu- basta apenas você desejar intensamente e vai se fazer realidade.

– Desejar intensamente... - sibilou a garotinha, como se estivesse tentando adivinhar a importância daquelas palavras- como a gente sabe que deseja uma coisa intensamente?

– Depois que ela se torna realidade.

– Ah Marie, isso é muito confuso.

– Eu sei meu anjo, mas com o tempo você começa a entender as coisas, um dia você vai crescer e vai ver como é fácil realizar seus sonhos.

– Eu queria poder ser como você, é o meu sonho! Ser igual a minha irmã mais velha.

– Ser como eu? Não, você deve ser você mesma. Não precisa imitar ninguém pra ser feliz, entende?

– Mas eu não queria imitar você, queria apenas saber tanto quanto você sabe, você sempre tem uma resposta pra tudo, é isso que eu quero.

– Tem tantas coisas que eu ainda não conheço- ela sussurrou calmamente, o vento tocava suavemente a sua pele e balança os seus cabelos cor de fogo.

– Como?

– Nada, estava apenas pensando...

– Bom, vamos deixar isso de lado- a pequena falou em tom determinado- eu quero ouvir uma história, uma história antes de dormir!

– Tudo bem, pode sentar querida, eu conto uma história pra você- a pequena sentou-se em meio ao trigo, enquanto olhava a irmã mais velha com toda a atenção que possuía- que história quer ouvir?

– O Cavaleiro e a Torre!

– De novo? Eu tenho outras histórias pra contar...

– Não, eu quero essa. Eu gosto quando o cavaleiro vai salvar a sua amada na torre, quando ele encontra com o dragão e os dois lutam e depois ele e a amada encontram a passagem para o céu e se transformam em estrelas- a pequena gesticulava enquanto falava, Marie parecia ver nela a pequena criança que ouvia histórias da avó- assim como a vovó, vamos Marie, deixe de enrolar conte logo!

– Tudo bem!

Marie pigarreou, lembrou-se de como a avó fazia todas as vezes que ia começar uma história, de como ela encantava qualquer um que fosse ouvir, fosse adulto ou criança, de como mesmo doente ela sorria e que quando ela partiu foi repleta de felicidade, Marie tocou o pequeno colar que a avó lhe dera, ela mesma fizera e ela sempre o tocava antes de contar uma história, para lembrar-se dela, para lembrar-se de quem ela era, para nunca se esquecer da sua segunda mãe. Por mais que agora ela estivesse longe, ela sabia que ela sempre estaria no céu observando-a e se enchendo de alegria:

– Vamos Marie, comece logo!

– Tudo bem, minha pequena... - ela enxugou uma lágrima que descia por seu rosto, prendeu a respiração e começou- Era uma vez...

Marie Woulton- "The girl of wheat field"

(A garota dos campos de trigo)


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, beijos e até o próximo!



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