Hunger Games Mockingjay III- Survive (Interativa) escrita por White Rabbit, Maegor, Brenno


Capítulo 2
Capítulo 1- Segunda Chance


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, primeiro capítulo, este vai ser sobre a personagem da fic em si, ou seja, minha, mas isso não significa que ela vai vencer. Quem leu a segunda temporada já a conhece, mas quem não, bem, ela é uma ex-vitoriosa que morreu de velhice, mas sua forma "jovem" de quando ela venceu os jogos foi clonada e ela vai ser uma espiã dos rebeldes na Capital.
Quanto a trilha sonora, bom, as músicas sempre tem a ver com a mensagem que o capítulo quer transmitir, acho que vocês entenderam, sem mais delongas, o capítulo!



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Lila Nepolareeno

“Para toda ação, existe uma reação, esta é a lei da consequência.”

Teen Idle- Marina and the Diamonds

Ela chutou o corpo do pequeno garoto com toda a força que ainda possuía mesmo depois de tantos dias de jogos, o viu rolar escadaria abaixo antes de cair na água fazendo um barulho grandioso em meio à quietude do local. Ela havia derramado sangue apenas uma vez, quando precisou matar um tributo na Cornucópia, mas como a Cidade de Atlântida afundava aos poucos, ela precisava apenas jogá-los na água, os carreiristas ficaram presos nos corredores das construções quando a água subiu e somente ela escapou e nenhum dos outros sabia nadar.

E agora restava apenas ela e o inocente garoto do distrito 9, ela não sabia como ele havia chegado tão longe. Provavelmente havia se escondido no nível mais alto da cidade ao perceber que a arena se enchia de água a cada dia. Mas a hora dele havia chegado, ela viu o menino debater-se sem conseguir sair do local, ele buscava ar com dificuldade e ela evitava olhar para ele, sentia o coração frio e inerte, não conseguia ter compaixão daquela criança a qual o destino tinha sido adverso.

Viu ele parar aos poucos de debater-se, até que o pobre garoto desistiu e deixou-se afundar na água azulada, viu ele sumir aos poucos com os olhos fechados e as mãos unidas numa última prece, quando seu corpo sumiu nas profundezas, ela pode ouvir o tiro de canhão anunciando a última morte daquela edição dos Jogos Vorazes. A água sumiu quase que magicamente e ela pode ver o corpo do garoto em um telhado de um templo atlante, um sorriso no rosto, estava livre de todo o sofrimento. Ela e todos os outros vinte e três mortos. Pode ouvir o som de trombetas, ela era a vencedora. Estava livre da arena, nunca mais voltaria a ela.

° ° °

A mulher de olhos cor de tempestade a encarou séria. Ela só podia estar brincando. Sim, aquilo tudo só podia ser brincadeira. Por mais importante que fosse, ela não poderia voltar para a arena. Ninguém a obrigaria a reviver seus pesadelos naquela maldita arena, mesmo que fosse para salvar Panem, ela não poderia enfrentar o seu algoz novamente, ela não tinha forças suficiente para matar outros jovens mais uma vez.

No entanto desde o momento em que acordara- ou ressuscitara, como quiser chamar- tinha total noção da seriedade em que se encontrava. Se estavam enviando ela para realizar aquela missão, então ela tinha de fazê-lo, mas não sabia se dessa vez voltaria com vida. Tinha apenas de coletar informações, qualquer um faria isso... Então porque ela? Por que havia vencido os jogos e morrido aos sessenta anos? Por ter filhos e nem saber o nome deles? Por ser novamente uma adolescente e ter de voltar aos jogos que quase a mataram? Ela não entendia o motivo de ter de voltar a vida, não entendia porque dentre tantos vitoriosos ainda vivos, ela teria de ir. Mas tinha de cumprir aquela missão, por mais que quisesse contestar.

– Eu não sou capaz- sibilou lentamente, os olhos cor de tempestade a fuzilavam- vão se lembrar de mim e descobrir tudo, eles não são burros.

– Você vai ter outra identidade, já arrumamos tudo no distrito 4, você é Leslie Nepolareeno, neta de Lila Nepolareeno, ninguém vai desconfiar. Basta apenas que confie em nós.

– Isso é loucura...

– Colocar pessoas pra se matar numa arena também, e nós duas já sofremos com isso não? A Capital tem que acabar, os jogos tem que acabar, todo esse inferno que é Panem tem que acabar.

Lila baixou os olhos, não tinha argumentos suficientes para contestar. Ela não queria ir, mas o que podia fazer? Ela não era real, era apenas um clone. Um ser criado artificialmente em um laboratório secreto. Ela sequer tinha suas memórias de volta, só conseguia lembrar-se da arena, e dos tempos da juventude, nada mais. Ela nem parecia a carreirista cruel que afogava os seus inimigos nas ruas de Atlântida, tinha vergonha de si mesma.

– Você aceita?- Katniss impôs num tom autoritário.

– E eu tenho como recusar?- respondeu em tom irônico, dando um sorriso sem jeito.

– Não, acho que não.

– Então tudo bem!

– Você vai amanhã para o distrito 4, ficará na casa dos Cartman até a Colheita daqui a dois dias, vamos manter contato constante, não precisa se preocupar, vamos cuidar de tudo.

– Sim, eu sei que vão...

Katniss saiu do quarto deixando-a sozinha, voltar a arena, voltar para os jogos, tudo rodava em sua cabeça junto a memória do garoto do distrito 9 se afogando aos poucos, ele devia agora estar flutuando em um tubo de cristal cheio de líquido verde, assim como ela antes estava. Levou às mãos a cabeça, sentia as lágrimas descerem, sentia o peito inflar de medo e desespero, coisa que ela nunca sentira.

Por outro lado, ela tinha outra chance, podia fazer diferente do que fizera em sua primeira vida. Era como se ela apenas estivesse recomeçando a viver, não iria cometer os mesmos erros que provavelmente cometeu. Ela tinha apenas de coletar informações, a revolta a livraria da arena e da Capital, ela precisava apenas viver alguns dias, juntar-se a alguma aliança e fingir ser uma tributa qualquer do distrito 4, os distritos com certeza sabiam e apoiavam secretamente a revolta, com toda certeza os rebeldes não fariam nada sem o apoio deles.

Ela teria tudo de volta, bastava apenas saber como recomeçar. Ela enxugou as lágrimas e ajeitou os cabelos olhando-se no pequeno espelho que havia no quarto, seria novamente a Rainha de Atlântida, teria de voltar aos jogos era verdade, voltar ao sofrimento de ter de matar para sobreviver, mas talvez sua segunda vida não fosse tão ruim quanto a primeira. É claro que ela agora não tinha mais pais, nem irmãos, tinha filhos e netos que não conhecia e que por idade eram mais velhos que ela, ela sequer era real. Mas quem desconfiaria? Ninguém. Ela poderia sim ter sua vida de volta.

Era podia agora ser uma adolescente desocupada, com sua virgindade de volta, com seus princípios de volta, com um mundo novo que a rodeava e que ela precisava descobrir, mas isso era fácil, tudo seria fácil quando ela precisasse apenas sair da arena e viver a vida do modo que ela sempre quis viver.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, os próximos serão maiores, prometo. Beijos!!