Hunger Games Mockingjay III- Survive (Interativa) escrita por White Rabbit, Maegor, Brenno


Capítulo 14
Capítulo 12- As Oferendas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal- desvia dos tijolos- desculpem o sumiço, é que eu só entrei de férias agora e passei por uma temporada de trabalhos e provas escolares, por isso não tive tempo de escrever, mas agora vou tentar postar com mais frequência, espero que gostem! Ficou curtinho, mas foi feito com muito amor!



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Marie Woulton

“Eu não quero sobreviver, eu quero é viver”- WALL-E

Make a Move- Icon for Hire

As árvores passavam como um vulto esverdeado pela janela, ela queria pode ter mais tempo para apreciar a paisagem, para poder sentir melhor os poucos minutos que lhe restavam. As lágrimas de sua irmã, implorando-a para ficar ainda estavam frescas na sua mente, mas ela não podia ficar, não lhe foi dado o direito de escolha. Ela sentia-se em uma das histórias que sua avó costumava lhe contar, a boa moça sendo sequestrada pelo inimigo, mas naquele caso não havia heróis para lhe salvar: ela estava por conta própria.

Ela lembrou-se de todos os jogos que já tinha assistido-muito poucos, ela geralmente odiava os jogos- e tentou pescar alguma informação que lhe pudesse ser útil. Porque ela não era forte o suficiente para vencer alguém numa luta corporal, e nem sabia manusear muitas armas ou conhecia de boas armadilhas. Balançou a cabeça, ela tinha que ter foco, foco em sobreviver, foco em voltar para casa.

Seus companheiros de distrito estavam dispersos no vagão, cada um preso as suas próprias lembranças e pensamentos, pois nenhum deles acreditava realmente que poderia vencer, no momento nenhum dos tributos, nem mesmo o mais preparado para os jogos tinha certeza se seria o vencedor, porque um a um, todos eles iriam morrer. De soslaio ela viu que a representante atravessava o vagão, estava bem animada, os cabelos em amarelo ouro formando um coque no alto da cabeça, uma maquiagem rosa pesada e um vestido cor de palha que parecia uma segunda pele de tão colado, ela era uma figura realmente excêntrica:

– Vocês devem aproveitar o máximo possível meus queridos- a mulher despencou em uma das poltronas do vagão, exibindo um sorriso um tanto quanto forçado- a Capital não quer que vocês cheguem lá com essas caras de tristeza, aproveitem as maravilhas dessa oportunidade.

– E como exatamente deveríamos agir- a outra garota de seu distrito reclamou, estava com os olhos vermelhos de tanto chorar- não vou ficar sorrindo para as câmeras só por saber que eu vou morrer logo.

– Oh queridinha, você deve ter mais força de vontade, afinal todos tem as mesmas chances- falou num tom risonho bastante irritante, lançando a garota um olhar reprovador- qualquer um de vocês pode ser o novo vitorioso se quiser, basta se esforçar em matar seus oponentes.

– Palavras inspiradoras Elga- uma voz feminina invadiu o local fazendo Marie voltar sua atenção para a recém-chegada, era uma mulher alta e esguia, tinha os cabelos em tom castanho claro e olhos cor de amêndoa, que emitia um ar de segurança e muita coragem- desse jeito você vai acabar recebendo o prêmio de melhor conselheira.

– Eu sempre tento Melissa, quem sabe um dia!- exclamou a outra mulher enquanto olhava para as próprias unhas em sinal de deboche.

Marie reconheceu a mulher logo que ouviu seu nome, Melissa Sherpad, a mentora do distrito 9. Por conta dos jogos do ano passado, a Capital mantinha olho vivo nos vitoriosos, selecionando atentamente apenas um para cada distrito, o que não era conveniente, afinal agora eram o dobro de tributos para cada distrito. Melissa devia ter cerca de quarenta anos agora, mas mantinha o mesmo porte de quando era jovem, ela não havia nascido quando Melissa se tornou vitoriosa, mas sua história era bem comentada no distrito. Ao que parece sua arena fora um conjunto de ilhas flutuantes que mudavam de lugar ao fim de cada dia, eram vinte ilhas e todos os dias uma delas afundava, reaparecendo no dia seguinte enquanto outra havia afundado. Desse modo, os tributos não saberiam qual ilha iria afundar e quando iria afundar, a maioria dos tributos morrera desse modo, afogando-se junto a ilha. Mas Melissa engenhosamente descobriu o padrão e quando restou apenas ela e outros dois tributos, ela os atraiu até a próxima ilha a afundar, e fugiu rapidamente, e os dois morreram afogados, tornando-a vitoriosa.

Ela era uma mulher bastante esperta, e ninguém sabe como ela conseguiu adivinhar o padrão dos idealizadores ou como conseguiu fugir da ilha antes que a mesma afundasse, mesmo a Capital a teme e foi por esse mesmo motivo que ela fora convocada a ser mentora- para que pudessem ficar de olho nela o dia inteiro. Marie esperava que a mulher lhe fosse transmitir algo de útil, os mentores eram a última esperança dos tributos, se o mentor ficasse de braços cruzados e deixasse os tributos a própria sorte, poderia ter certeza que suas chances de sobrevivência reduziriam e muito.

A mulher sentou-se na poltrona a frente de Marie, colocando os cabelos de lado e encarando o chão com um olhar seco. Ela queria perguntar alguma coisa, mas não tinha coragem. A expressão de Melissa lhe dava medo, seu olhar dizia: Não estou nem aí para você, pode morrer. A ruiva voltou a olhar pela janela, escutando os pequenos soluços da outra garota de seu distrito. Estavam todos condenados:

– Vamos chegar logo a Capital- Melissa falou subitamente- quando estivermos lá eu darei dicas a vocês, e se quiserem sobreviver pelo menos dois dias na arena desse ano é melhor escutarem o que vou dizer, por enquanto apenas aproveitem o luxo e a riqueza... Enquanto ainda podem!- e dizendo isso saiu do vagão a passos duros, sendo seguida por uma animada Elga.

Marie levantou-se também, os pacificadores a escoltaram até o seu vagão. Ela jogou-se na cama macia imersa em pensamentos. Em breve ela seria uma simples oferenda, um pedaço de carne a mostra, e, no entanto, aquilo era divertido para a Capital, uma forma de mostrar a todos o quanto eles tinham poder, e o quanto os distritos eram fracos. Marie foi até a televisão acoplada na parede de seu quarto, deslizou os dedos pela tela e ela ligou-se automaticamente. Estavam transmitindo as colheitas.

A ruiva sentou-se na cama analisando seus oponentes. Como de costume, havia os carreiristas dos distritos 1 e 2, seus corpos e suas faces diziam em alto e bom som que estavam prontos para o combate e não tinham medo de nada e de ninguém. Eram de longe os que mais tinham chances de ganhar. E vieram os tributos do 3, os carreiristas do 4, uma família inteira do distrito 5- todos irmãos- distritos 6,7,8, ela vira ela mesma subindo ao palco durante a colheita do distrito 9. Os tributos dos distritos inferiores nunca recebiam muita atenção, com exceção do distrito 13 todos os que ficavam abaixo do número 7 sequer eram lembrados quando os jogos acabavam. Era realmente lamentável.

° ° °

As portas do trem se abriram, os quatro tributos do distrito 9 saíram escoltados pelos pacificadores, uma multidão colorida gritava e pulava de animação em meio a flashs e câmeras, os quatro sorriam envergonhados, dando pequenas risadas com os visuais no mínimo bizarros que a Capital usava. Marie não gostava de tanta atenção em cima dela, mas o que mais ela poderia fazer? Nada, ela não tinha como mudar o próprio destino. Sorria e acenava algumas vezes como Elga instruíra, andando pelo tapete vermelho em direção a um carro de luxo que os aguardava. Seria um dia muito cheio.

O carro saiu da estação de trem virando por muitas ruas e avenidas, Marie olhava pela janela, vendo os prédios que se estendiam a muitos metros acima dela, a luzes psicodélicas que cintilavam na rua enquanto as pessoas passavam apontando para o carro e sorriam animados. Eles eram celebridades agora, as celebridades que iam morrer numa arena cheia de perigos para a diversão global.

O carro parou em frente a um edifício gigantesco, os tributos foram levados para dentro, em meio à euforia de uma multidão que os aguardava. Melissa os guiou por um extenso corredor branco, onde homens e mulher usando jalecos brancos e luvas os aguardavam. Marie sentia-se num corredor de tortura, tudo aquilo lhe dava uma sensação nauseante. Outros tributos entravam nas salas, seguidos de alguns deles:

– Estes são seus preparadores, aproveitem o dia- Melissa sibilou- nos vemos a noite no desfile e façam tudo o que eles disserem!

Uma mulher bastante pálida e que usava longos cílios dourados pegou pela mão de Marie guiando-a até uma das salas. Tudo lá dentro era branco, algumas prateleiras com produtos que ela desconhecia, uma maca no meio da sala além de mesas azuladas com ferramentas um tanto quanto aterrorizantes. A mulher a fez tirar toda a roupa, vestindo apenas uma espécie de camisola branca de um tecido muito fino. Ela deitou-se na maca um tanto quanto nervosa.

A mulher lavou seus cabelos com água fria, colocando uma infinidade de cremes e óleos que tinham um cheiro maravilhoso, esfregava-o com força em meio a alguns guinchos de Marie. Depois passaram para a depilação- a parte mais dolorosa e a qual Marie mais reclamou- removendo todos os pelos do corpo da garota, depois a mulher passou pelo seu corpo um olho que fez sumir todo o ardor e deixou a ruiva mais confortável, embora a sensação de medo ainda continuasse.

Unhas, cílios, sobrancelhas, ela passou por uma completa repaginada, depois de cerca de duas horas a mulher disse a Marie para sentar-se e saiu da sala deixando-a sozinha. Marie passou os dedos por sua pele, estava limpa e sedosa. Seus cabelos cheiravam bem melhor e a cor vermelha estava bem mais destacada agora. Ela havia entendido, se eles eram oferendas tinham de estar em bom estado não é mesmo? A porta abriu-se e por ela entrou um homem negro de olhos cor de amêndoa, usava um terno vermelho bem acentuado ao seu corpo e seus cabelos negros tinham mechas esverdeadas, ele sorriu para ela enquanto parecia analisa-la de cima a baixo.

– Olá Marie, me chamo Wilden e eu sou o estilista de vocês- ele colocou um embrulho em cima da maca- você tem cabelos muito bonitos, tenho certeza de que vai chamar muita atenção hoje à noite!

– Obrigado- ela respondeu sem jeito- mas acho que outras pessoas vão chamar muito mais atenção do que eu.

– Queridinha não se coloque para baixo, eu não costumo elogiar as pessoas e se estou elogiando você é porque estou dizendo a verdade. Agora venha, vamos experimentar o seu vestido.

Ele colocou-a diante de um espelho gigantesca e ajudou-a a vestir, analisou-a durante alguns segundos enquanto fazia uns últimos ajustes. Em breve ela estaria em uma daquelas carruagens tendo de acenar e sorrir como se estivesse feliz por estar ali. Era um verdadeiro tédio. O estilista fez um sinal avisando que tinha acabado, ela olhou para o espelho e sorriu com o que estava vendo. Era um vestido dourado e longo que lembrava a um dos antigos vestidos de gala. De apenas uma alça, ele brilhava como o sol, nas bordas e babados- e também na alça- haviam trigos feitos de ouro que cintilavam enquanto ela se mexia, lembrando ao efeito que o por do sol dava aos campos do distrito 9.

Sua preparadora voltou e maquiou-a, uma maquiagem básica para não se destacar mais do que o vestido, além de um colar prateado e um par de brincos azulados que lembravam a grãos. Ela olhou-se mais uma vez no espelho, nunca estivera tão bonita. Ela só esperava que pudesse chamar a atenção de pelo menos alguém que a patrocinasse, pois sem patrocinadores ela era uma garota morta.

– Você está mesmo deslumbrante- Wilden comentou pegando em sua mão- agora vamos garota, o show não pode esperar.

Eles foram levados para uma espécie de balcão, onde as carruagens esperavam antes de entrar pela avenida em direção a residência do presidente, para ouvir suas palavras e depois irem até seus respectivos andares e se prepararem para o dia seguinte. A outra garota do distrito 9 usava uma roupa igual a sua, e os homens usavam ternos que possuíam o mesmo efeito. Eles subiram em suas carruagens esperando o momento em que deveriam entrar, ensaiavam posturas e sorrisos enquanto mantinham um olho vivo nos demais tributos. Eles eram as oferendas, sacrificadas a um deus chamado Capital, que implorava pelo sangue de seus jovens e pelo medo de seus adultos, porque no fim, na arena ou fora dela, estavam todos condenados.


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Notas finais do capítulo

Se seu tributo não apareceu, não se preocupe, todos vão aparecer, não vou focar muito nos tributos agora, deixarei isso para a arena, espero que possam me perdoar pela demora. Mas escritores também tem vida e tem outros problemas a cuidar, então mil perdões, até o próximo, amo vocês!



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