Regina e Emma dormiam tranquilamente, abraçadas, quando o telefone tocou insistentemente.

– Atende, amor - reclamou Emma, como se aquilo fosse obrigação da prefeita

– Alô. Snow? Calma, fale devagar. Eu estava dormindo. Está bem. Estamos indo - Regina desligou a ligação com uma cara preocupada. - Emma? Precisamos sair, amor.

Emma olhava intrigada para Regina. Em todos esses anos nunca a viu com uma cara assim, tão preocupada.

– Está bem. Não vou resmungar porque parece importante.

As duas deixaram Henry na escola e foram para Granny's encontrar os Charmings, que pareciam totalmente abalados.

Os quatro se sentaram no café.

– Contem para gente uma coisa - pediu Snow - como foi que vocês acabaram juntas?

Emma que já estava angustiada começou a contar, mesmo achando a pergunta absurdamente óbvia.

Regina e Emma se conheceram há dez anos atrás, quando Emma ainda estava grávida. Regina se aproximou, pois queria tomar o filho dela, pois havia descoberto que Emma possuía magia. Regina queria aquela criança mágica para ela. Isso porque Rumple a disse que seria seu destino.

Porém, Regina se apaixonou por Emma. E Emma correspondia. As duas ficaram juntas e tiveram um lindo romance. Emma teve um lindo e saudável menino. Elas o chamaram de Henry. Fora um ano lindo, mas Regina não sabia como lidar com a felicidade.

Numa madrugada, Regina fugiu com Henry. Voltou para Storybroke e Emma jamais conseguiu achar os dois de novo.

Quando Emma tinha desistido de procurá-los, em seu aniversário a sirene tocou e Henry estava lá. Ele falou que precisava de ajuda. Da ajuda dela. E depois de algumas horas de conversa, convenceu Emma a ir com ele para Storybroke.

Na cidade, Regina e ela se reencontraram. Foi difícil, mas a duas acabaram se entendendo. E quando selaram um beijo de amor verdadeiro, a maldição foi quebrada e todos ficaram bem desde então.

Snow e David escutavam a história impressionados. Como eles poderiam explicar tudo para as duas sem que elas sofressem?

– Sua vez - Regina disse, olhando fixamente para Snow. Os quatro respiraram fundo. A tensão estava estabelecida no ar. Os Charmings não sabiam como contar para as duas o que realmente tinha acontecido naqueles quatro anos. Mas, como não havia jeito, David e Snow começaram a contar tudo para elas. Sobre a chegada de Emma, a maldição, Cora, Pan, Zelena, Snow Queen. Tudo.

Regina ouvia tudo aquilo com um enorme pesar, mas Emma estava ali, segurando sua mão. Por um momento, ela temeu que Emma a deixasse. Se tudo aquilo era verdade, talvez Hook fosse o verdadeiro amor da Savior.

Emma apertava fortemente a mão de Regina. Se tudo aquilo fosse verdade, o amor verdadeiro de Regina seria o Robin e não ela. Não queria perder Regina. Ela, Henry e os Charmings eram sua família. Nunca foi tão feliz. E agora tudo parecia desmoronar.

No final da história um silêncio. Parecia eterno. Mas, Regina quebrou o silêncio.

– Eu tenho uma solução para tudo isso. Se for realmente verdade...

– Meus pais não mentem, Regina. - Emma cortou Regina, mas sua voz estava muito triste, como a Rainha jamais vira antes. - Diga. O que você tem em mente?

– Bem. Não vai ser do meu agrado propôr isso, porém acho que depois de tudo que ouvimos...é a única solução. Se o Hook é seu amor verdadeiro, você deveria beijá-lo. Assim, a gente quebra o feitiço e tudo volta ao normal.

Emma não acreditava no que estava ouvindo. Regina realmente estava propondo isso. A Savior se levanta e sai de Granny's. Regina vai atrás dela. Com as lágrimas caindo sobre a face. Ela odiava aquilo, mas não consiga conter o choro.

– Emma! Espere. Eu não...

– Como você pode propôr isso, hein? Você não me ama mais? Você me odeia? Não entendo.

Regina segura a mão de Emma, fazendo carinho, tendo consolar ela.

– Por favor, Swan - Emma entendeu. Ela a chamou de Swan. O assunto era sério - não há outra saída. Eu prometo que estarei aqui, caso você, depois de lembrar de tudo, ainda me queira de volta.

– Mas isso não faz sentido. E você? Como você vai lembrar de tudo? - Regina ficou em silêncio. Agora Emma entendia tudo. Se ela teria que beijar Hook, a prefeita beijaria Robin.

– Não. Não! NÃO! Não vou deixar isso acontecer. Você é minha, Re. Eu não quero. Eu não vou fazer isso. - As lágrimas tomavam conta da face de Emma.

– Tente compreender. Eu não tenho interesse nenhum naquele homem. Eu amo você. Mas, não suporto a ideia de que nosso amor não seja verdadeiro. De que tudo é apenas um feitiço.

Emma pensou em responder. Em debater o assunto, mas ela entendeu, Regina. Também não suportaria pensar que vivia uma farsa.