Diário de um Anjo Negro escrita por Jenny BiPuPiJiCo


Capítulo 3
Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

_ Deite-se Carol. Não se intimide. Estou aqui para te ajudar. Aceita um chá ou chocolate quente? Tem biscoitos do seu lado esquerdo, com recheio de chocolate. Ah, e isso é pra você. - ela me deu uma barra de chocolate. Eu a peguei e guardei na mochila. Realmente, não encontrei os sapatos dela.
— Não, obrigada. Acabei de jantar. - esperei a reação dela. Depois de um minuto, ela se sentou na poltrona ao meu lado, cruzou as pernas e ficou olhando pra mim.
— Tudo bem. Pode começar a falar. Não precisa se preocupar, não vou gravar nada ou anotar ou sair espalhando pra todo mundo. Eu só vou dizer como está seu progresso para sua avó.
— Por onde eu começo?
— Pelo começo, pelas partes que mais te sufocam na sua vida. Fale sobre você também.
— Ok. - olhei pra sala ao redor. Era bem bonita. As paredes tinham tons escuros que eu não sabia se eram bege ou marrom. Tinha poucos móveis: as estante de livros, a mesa dela, a cadeira, a poltrona reclinável que eu estava, a dela e um imenso tapete persa vermelho escuro no chão. Ocupava a sala toda. Fitei-a nos olhos e comecei. - Meu nome é Carolyn Givens Medison. Nasci na Filadélfia, na cidade de Gloover em 1 de Dezembro de 1996. Meus pais são Sarah e Robert Givens Medison. Quando tinha cinco anos, eles resolveram me colocar na escolinha, já sabendo ler e escrever algumas coisas. Por isso, sempre fui um pouco adiantada que os outros. Eu era gordinha e meus pais nunca ligaram pra isso. Então, virei chacota dos meus "coleguinhas" na escola. Nunca queriam brincar comigo, mas sempre vinham até mim em busca de alguma ajuda com deveres ou copia-los. Só servia pra isso e nunca entendi o porque. Quando fiz dez anos, eu comecei a entender. Eles, principalmente as meninas, não gostavam de garotas com cabelo curto e gordinhas. Eu busquei ajuda com meus pais para ver o que podiam fazer comigo. Falei que não queria mais cortar meu cabelo. E o que eles fizeram pra me ajudar? Nada. Somente me disseram: "Não ligue pra isso filhinha, isso é bobeira. Eles tem que gostar de você assim mesmo. E além disso, ninguém precisa de amiguinhos, afinal não existem. São coisas passageiras."
" Só que não tinha como eu não ligar. Eu tinha pesadelos horríveis de todas aquelas crianças gritando comigo dizendo que sou feia e ridícula. E as dores nas minha costas não paravam de aumentar, desde que tinha entrado pra escola. O tempo foi passando, e eu fazia pirraça toda vez que minha queria cortar meu cabelo. Por fim, ela cortava só as pontinhas e nem mesmo fazia franja. E nessa mesma época, meu pai começou a me deixar de lado. Não brincava comigo, mesmo que eu chamasse. Ele começou a trabalhar até nos feriados porque dizia que minha mãe só sabia reclamar de falta de carinho e ela fazia o mesmo. Era isso. Eu ouvia ele reclamar dela e vice-versa. Fui crescendo com meus conflitos em casa e na escola. Eu me esforcei muito nos estudos, só sabia fazer isso. Ganhava vários diplomas de melhor aluna da escola, a garota que mais lê e etc. Enquanto isso, só tinha olhares tortos a minha volta e nenhum parabéns de meus pais.
" As coisas só foram piorando. Quando completei 14 anos, decidi fazer uma dieta por mim mesma. Simplesmente, parei de comer. Comia uma vez por dia e olha lá. Conheci estilos de música na internet. Mas as dores não paravam de aumentar. Pra tentar aliviar, comecei me cortar, profundamente, nos pulsos e em todas as partes do corpo que conseguia. Eu desmaiava quase todo dia e meus pais ficavam loucos, discutindo se me levavam para o hospital ou me internavam num manicômio. Decidiram deixar pra lá, falaram que era só um teatro meu. Eu consegui emagrecer, mais do que eu realmente queria, mas ainda não me sentia feliz. E no meio do ano passado, eles me deram a notícia que iriam se separar e me deram a escolha, com quem eu queria ficar.
" Foi a gota d'água. Eu lembro que sai correndo pro meu quarto, tranquei a porta e ouvi os dois discutindo sobre minha escolha. Não aguentei. Subi no para-peito da janela, olhei lá para baixo e depois pro céu. Desejei ter asas, mas não vieram. Minha casa era de dois andares, acho que a altura era de 10 metros, do telhado até o chão. Olhei pra baixo de novo e me joguei. "
— Meu Deus! Graças a Ele você está aqui... Minha nossa. Por favor, continue...
— Bem, eu só lembro de acordar no hospital com minha avó ao meu lado. Ela disse que iria me trazer pra Alemanha. Eu concordei e a fiz jurar que nunca ia deixar eu encontrar meus pais de novo. Ela jurou e conseguiu minha guarda e um papel que diz que meus pais não podem chegar perto de mim, a não ser que eu queira.
— Então, você tem um certo trauma deles. Temos que mudar isso... Me diga uma coisa. Você não teve amigos ou amigas?
— Não.
— Nem namorados?
— Não. Todos falsos. E os que fiquei, acho que três, saíram espalhando para o mundo todo que transaram comigo e que eu era muito ruim nisso. E bem, ainda sou virgem. Mas acho que percebeu que sempre fui um lixo pra eles não é?
— Sim. Mas veja bem, acho que você nunca tentou algo para se ajudar. Você deveria conversar com eles, todos eles. Principalmente seus pais.
Quando ouvi isso, comecei a chorar. Já não aguentava mais segurar. Fiquei furiosa, me levantei bruscamente, sentei e olhei pra ela. Comecei a gritar:
— AGORA A CULPA É MINHA? EU SEMPRE ESTIVE ALI COM ELES PEDINDO AJUDA E A ÚNICA COISA QUE ME DISSERAM ERA QUE TUDO IRIA MUDAR!! CLARO QUE MUDOU! MAS PRA ISSO TIVE QUE ME JOGAR DA JANELA! MAS NEM ISSO ELES FORAM BURROS SUFICIENTES PRA ENTENDER, PORQUE QUEM CHAMOU OS BOMBEIROS FORAM MEUS VIZINHOS! NUNCA QUESTIONARAM COMO ERAM MINHAS DORES! NUNCA PROCURARAM TRATAMENTO PRA MIM! QUER SABER? VOU EMBORA!
— Não! Espere! Não foi o que eu quis dizer! Volte!
— Vai se fuder! Me solta!
Eu fui embora. Com a decisão de que nunca iria voltar pra lá. Eu odiei ela e minha avó teria que entender. Many me buscou e como eu estava muito nervosa, apenas abriu a porta do carro. Eu entrei e me deitei ali mesmo.
Então, diário. Aqui estou eu te contando o que aconteceu hoje. Essa ideia de diário foi de Meredith mesmo, aquela vaca falou com minha avó sobre isso.
Falando na minha vó, ela conversou comigo e ligou para a Meredith. Conversei com ela e ela me pediu desculpas. E disse também pra fazer exames pra saber sobre minhas dores estranhas e que eu poderia ir lá quando quisesse, quando me sentisse bem.
Eu concordei. Afinal, me sinto até um pouco aliviada de ter me desabafado pra alguém.
Agora vou dormir,
Beijos
Carol



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Estava quente e escuro. Muito quente. Eu me sinto mal. Não consigo levantar ou me mexer, meu corpo inteiro dói. Ouço gritos, murmúrios doentios por todos os lados. Eu não sei onde estou. Percebo que estou com os olhos fechados e decido abri-los. Mas logo me arrependo. Tudo está pegando fogo á minha volta. Destroços por todos os lados.

Há sangue escorrendo por meu olho esquerdo, o que dificulta um pouco minha visão. Minha boca está totalmente seca e com gosto de sangue. Tento engolir, mas percebo que também não consigo e nem mesmo respirar direito. Estou sangrando pelo nariz, boca e cabeça. Não sei o que aconteceu comigo.

Eu tenho que levantar. Eu preciso. Eu tento e me arrependo de novo. Meu corpo todo está doendo e sangrando. Tento de novo e dessa vez, bruscamente, consigo me sentar e logo solto um grito. É como se meu corpo estivesse todo quebrado e pegasse fogo. Tento olhar pra minhas mãos, mas elas estão cheias de cinzas e sangue. Estão em carne viva. Não aguento e solto outro grito e dessa vez eu rolo pro lado tentando parar com minhas dores, em vão. Eu me desespero e começo a me contorcer avidamente.

Escuto passos em minha direção. É alguém. Está rastejando pelo que me parece está com uma perna machucada. Escuto seus murmúrios cada vez mais próximos. De repente, sinto alguém ajoelhar-se ao meu lado. Sinto suas mãos em mim, acariciando, e logo depois ele fala:

_ Por favor, tenha calma... Eu também não estou aguentando... Olhe pra mim... Veja, eu também estou ferido...

Eu levanto minha cabeça para olhá-lo e me deparo com grandes olhos azuis, mas em volta, há muito sangue. Ele não aguenta e cai sobre mim. Tento confortá-lo em meus braços, mas isso só nos causa ainda mais dor. E o pior acontece. Quando olho para o céu, vejo uma grande luz vindo ao nosso encontro. Parece um cometa ou algo assim. Não consigo identificar. Mas já é tarde demais. Começo a gritar freneticamente na tentativa de que alguém nos ajude. Mas a bola de fogo nos atinge.

...

_ AHHHHHHHHHHHHHHH! Alguém nos ajude!! SOCORROOO! AHHHHHHHHHHHHHH!!! - eu abro os olhos por instinto e o que vejo me assusta ainda mais. Grandes olhos vermelhos bem perto do meu rosto, me olhando, analisando. Começo a me sacudir na tentativa de achar o abajur. Eu acho e acendo a luz e quando me viro, não tem ninguém ao meu lado. Estou sozinha em minha cama, no meu quarto. Foi só um pesadelo. Começo a repetir. Foi só um pesadelo... Um pesadelo...

_ Carol! Você está bem? - Myrna arromba a porta e entra sentando ao meu lado.

_ Eu... Não sei... Tinha alguém aqui.. Eu vi os olhos, eu tenho certeza... Tive outro pesadelo... Ai... - eu paro. Quando me mexo um pouco, minhas costas dão um fincada. Oh não... Voltou tudo de novo. Dores, pesadelos... Não deu nada nos exames. Não sei o que há comigo... - DROGA! De novo essas coisas... - começo a chorar.

_ Calma! Vou te trazer água ou chocolate já volto. Sr. Amberly! - minha vó entra.

_ Querida, o que houve!?

_ Eu não sei...

_ Eu acordei com os gritos dela. Ela disse que tinha alguém aqui e que teve pesadelos. Vou verificar as janelas.

_ Alguém? No seu quarto? Você trancou as janelas querida?

_ Tranquei sim...

_ Oh Carol... Elas estão abertas... - Myrna disse e eu olho para ver. Sim, elas estavam abertas. O problema é que sempre mantenho elas fechadas. Por causa do frio e outras coisas.

_ Eu fechei... Tenho certeza... Estava frio! Como elas estão assim eu não sei... Quero dormir, estou cansada... CHEGA! Ai... De novo essas dores... - eu me deito com a cabeça no travesseiro, soluçando de tanto chorar. Minha vó me abraça por trás e começa me cariciar.

_ Myrna, pode ir. Vou ficar aqui. Feche as janelas de novo e deixe isso pra lá. Não houve nada aqui.

_ Sim senhora. Já vou.

Ela fecha a porta e eu durmo.

...

Olho cada árvore com tamanha atenção que me encosto toda na janela do carro. Estou olhando os mínimos detalhes pra ver se consigo esquecer a noite passada. O pesadelo foi tão real que ainda sinto todas aquelas coisas em meu corpo. E minhas costas ainda doem. Acordei com minha vó ao meu lado e demorei alguns segundos para lembrar porque ela estava ali. Dei um beijo em seu rosto e fui direto para banheiro. Era 06:00, devia estar observando o sol, mas hoje estou com medo de chegar perto da janela. Droga.

_ Carol, você está bem? - disse Many.

_ Já estive melhor.

_ Ohh... A noite tinha tudo para ser ótima não é? Que pena que esses sonhos voltaram. Talvez seja por causa do stress da escola.

Não respondo. Ele tinha razão. Noite passada, depois que cheguei da escola, estava pulando de alegria e quando minha vó disse que tinha surpresas no meu quarto, subi as escadas em disparada. Quando abri a porta, fiquei espantada. Tinha uma estante cheia de livros na parede das janelas, onde fica minha poltrona. Meu closet tinha milhares de roupas novas e a maioria das cores que gostava, preto e vermelho. Tinha rosa e branco também. E os vestidos, ah os vestidos, cada um mais lindo que o outro. Em cima da minha cama havia vários presentes. Tratei de abri-los. Tinha colares, livros, muitos livros, um Ipod e meu antigo notebook. Minha avó disse que não comprou outro porque com certeza eu teria muitas coisas nesse. Eu agradeci um milhão de vezes á ela e não parava de pular de alegria. Passei minhas milhares de músicas pro Ipod e logo fui dormir ouvindo-as. Mas infelizmente, só tive pesadelos.

Eu trouxe ele comigo, mas não quero escutar nada. Estou indo pra escola nem sei bem porque. Eu simplesmente esqueci.

_ Eii... Quem era o garoto de ontem?

Por causa dele. Andy. Ele me fez sentir bem ontem, talvez faça isso de novo ou simplesmente finja que não me viu ou fale mal de mim. Mas acho que ele não seja disso.

_ Ah, Andrew. Mas pode chamá-lo de Andy. Por que?

_ Nada demais. Era só pra dizer que ele é bem vindo lá em casa e que ele está ali na frente, acho que esperando você, porque ele está olhando pra cá.

Olhei pra janela de novo. Sim, lá estava ele. Não consegui conter o sorriso. Many estacionou bem do lado dele, tanto que ele abriu a porta pra mim.

_ Até mais Many.

_ Até e tenha um bom dia!

Desci e fechei a porta. Olhei pra ele e ele estava sorrindo.

_ Você está bem docinho? Parece meio abatida... E olha que nem dormiu comigo.

Eu ri. Mas que coisa não?

_ Eu tive alguns pesadelos essa noite... E ainda estou com umas dores nas costas e que história é essa de dormir com você?

_ Oras... Prometo que não teria pesadelos comigo. Afinal, você não iria dormir. _ eu ri de novo. - Isso. Já disse que gosto de você sorrindo. Vamos andando.

Começamos ir em direção á escola. Ele pegou minha mochila e depois em minha mão.

_ Ei! Vai com calma, não tenho dois metros de altura não, pra ter pernas longas...

_ Em primeiro lugar, tenho 1,97. Segundo lugar, vai ter que aprender a andar rápido já que sabe correr bem. - ele disse contando nos dedos e sorrindo, disse por último. - E terceiro, faça-me o favor de vim sem maquiagem e com o cabelo solto todos os dias, tá bom? Você fica bem mais linda assim.

_ Tá bom...

_ Eiii Andy! Venha cá! Temos umas coisas pra te falar... Epa... Quem é a garota? - uma garota de cabelo curto vinha em nossa direção. Ela estava de mãos dadas com um outro garoto. Ela era baixinha, mas não tanto. Seu cabelo curto, preto como o do Andy e bem lisinho, rente ao rosto. Estava com uma blusa do Metallica, sem as mangas, uma calça de couro preta e botas de cano médio pretas de salto agulha. Ela tinha grandes olhos azuis, ainda maiores que do Andy, repletos de delineador preto. E seu namorado tinha o cabelo um pouco maior que o do Andy, preto, mas acho que ele faz chapinha porque estão meio quebrados. Estava de preto também e de coturno. A blusa era sem estampa. Seus olhos eram como do Ash. E falando nele, ele estava ao lado.

_ E ae! O que vocês querem falar comigo?

_ Vai nos apresentar não? - ela disse.

_ É Andy, fala quem é ela.- disse o Ash.

_ Pufff... Esta é Carolyn. Docinho, esta é Nick e seu namorado Christian. E este é o Ashley, o idiota que você conheceu ontem.

Nick caiu na gargalhada quando Andy disse idiota.

_ E o ciúmes predomina... - ela disse.

_ Cala essa boca! - Ashley disse avançando nela.

_ Fica quieto ai meu irmão!! Nem tente avançar. - Christian empurrou o Ash. Nick se recompôs e puxou Christian pra si.

_ Shhh... Fica calmo. Deixa ele.

Christian era mais alto e mais magro que o Ashley, mas parecia que nem ligava pra essas coisas.

_ Que se danem. Vem docinho. O sinal vai tocar. - e tocou mesmo. Ué... - Viu? Qual seu horário agora?

_ Como você adivinha essas coisas? É Física.

_ HAHA! Ela está comigo agora. Pode deixar que cuido dela e respondendo a pergunta, existe relógio querida. - disse Nick.

_ Não sou sua querida Nick.

_ Ui... Tá bom, tá bom. Agora vamos. Xau meninas! - ela pegou no meu braço e saiu me puxando até que outro me puxou de novo. Andy.

_ Cuida bem mesmo, Nick. Não quero o Ashley perto dela.

_ Vocês não são amigos? - eu disse. - Ele estava com eles.

_ Carol, ele queria conversar com o Andy. Por isso estava conosco.

_ Foi pra isso que me chamaram Nick?

_ Isso.

_ Bem, até o almoço. Jake está no mesmo horário do Ashley e Jinxx comigo. Vou pedir Jake para vigiá-lo. Tchau docinho. - ele me beijou. Até que enfim. Sou o tipo de garota que espera reação do garotos. E tenho meus motivos.

_ Argh... Parem com isso. Vamos logo! - Nick me puxou e Andy sorriu, se virando para sabe se lá onde.

Pego meu caderno e os livros no armário e me viro pro corredor. Nick está conversando com aquela ruiva de ontem. Fui até lá, cumprimentei e perguntei quem era ela:

_ Ah... Oiii... Sou Danielly.

_ Ah... Eu sou Carolyn.

_ Legal. Se conheceram. Ok. Carol, temos um grupo aqui na escola. Andy, Chris, meu lindo... Hum... Dani, Jake e Gabee. Dani está conosco agora, nesse maldito horário de Física e Gabee em bio e Jake e Andy em história... Coitados. - disse Nick, contando nos dedos enquanto falava.

_ Entendi. Podemos ir então? - eu disse.

_ Sim, claro. - Dani sorriu pra mim.

Fomos pra sala. Dani aparenta ser legal. Gostei dela e de Nick. Elas parecem ser garotas de personalidade forte. Dani tem sardas e seu cabelo é vermelho sangue. Seus olhos são bem verdes, mais claros que os meus. Ela é mais alta que eu e está de vestido preto de renda nos ombros e está de sapatilhas pretas. Bem, eu estou de vestido também. Um dos que ganhei. Ele é vermelho de alcinha e escolhi sapatilhas de um verde escuro. Sem toca, sem maquiagem. O básico do básico. Não estava atrasada, mas não me senti bem pra nada hoje.

Elas me acompanharam nos dois horários de Física, mas no terceiro éramos de salas diferentes. Eu era história e elas matemática. Droga.

Mas pra minha surpresa, Ashley era do mesmo horário que eu. Ele sentou ao meu lado, sem dizer nada. Apenas me olhou e deu um sorriso e voltou a olhar pra frente. Tudo bem, não queria mais encrencas com o Andy. Ah, lembrei. Peguei o caderno e anotei assim: "Perguntar ao Andy: porque estava chorando ontem e porque queria bater no Ashley. E claro, porque queria me afastar."

Olhei de novo o que escrevi e fechei o caderno. Hora de prestar atenção na aula, coisa bem difícil. Esse professor não fala nada com nada. Tive que debater com ele umas 20 vezes. Arghh!!

Então, o sinal tocou. Hora do almoço. Me levantei rapidamente e quando olhei pra ver onde Ashley estava, percebi que ele estava na minha frente, no corredor. Praticamente colado ao meu rosto.

_ Você mandou bem, esse Stuart é um mala. Não sabe dar aula.

_ É, eu percebi... Hum.. Vamos pro refeitório?

_ Quer que eu te acompanhe?

_ Por quê não? Aliás, por que o Andy não gosta de você?

Ele me segurou nos braços e olhou bem fundo no meus olhos e fez o inesperado. Me beijou. Ainda com os olhos abertos, tentei me soltar, mas ele era como o Andy. Forte demais.

_ Seu filha da puta! Vou esmagar cada osso que você tem! Solte ela!

Alguém berrou do meu lado direito e esse mesmo alguém tirou Ashley de cima de mim e o jogou do outro lado do corredor.

Andy.

...


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Notas finais do capítulo

Oppss... Acho que me empolguei. :o
Se ficou muito cansativo, por favor comente. ;)
E pode dar sua opinião.
Obrigada,
Jenny ;)