Diário de um Anjo Negro escrita por Jenny BiPuPiJiCo


Capítulo 22
Dificuldades


Notas iniciais do capítulo

Oieee!! >.
Desculpa a demora, mas é que não resisti e comecei minha outra fic. >.



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Fecho o diário num tapa e o coloco de maneira bruta na bolsinha. Ponho minhas mãos na cabeça e fico encarando o chão.

Eu não choro. Não grito. Não faço nada. Apenas fico em choque. O que Andy fez foi abominável sim, mas isso foi há muito tempo e eu não devo ligar pra isso. “Está mentindo pra si mesma Carolyn.” Balanço a cabeça, não devo pensar nessas coisas. Todos nós já fizemos muitas burradas, mas eu nunca me deitei com um humano ou outro anjo. Principalmente á força.

Levanto-me percebendo que o sol já pontou no horizonte. Volto para meu caminho e começo a andar. Meia hora depois, chega à beira da estrada e vou seguindo seu rumo. Ela vai me levar á algum lugar. Uma hora depois, sinto todo o meu corpo extremamente quente e dolorido. Minha garganta está em carne viva. Tento engolir minha própria saliva, mas logo começo a tossir. Perco o controle e caio. E ali fico deitada. “Quando é que Jake e os outros vão me encontrar?”

Tudo na minha frente está embaçado, como miragens. O calor está muito forte. Creio que não há mais nada de água em meu corpo. “É hora de usar a chave...” Encosto meus dedos na chave e quando vou usá-la, uma sombra me cobre. “Andy... Não quero que seja ele, mas pode me ser útil agora...” Sinto água na minha boca. Bebo-a vorazmente até me engasgar.

_ Calma Carol... Calma. – essa voz... Não é de Andy, mas é uma das que eu mais gosto também.

_ ASH! – sento-me num pulo. Eu o abraço, pulando em seu colo, sorrindo, apertando-o. É tão bom saber que ele está vivo. Ele acaricia meus cabelos e minhas costas.

_ Estou feliz em ver você também. Calma, estou aqui... Ei, vamos, temos que ir. Aliás, os outros estão perto. Ah, foi bem difícil te achar, mas parece que a chave ajudou um pouquinho, vai ver foi quando encostou nela... Foi o que vi. – ele falava alegremente notando que eu sorria.

_ Fale! Fale mais... Não sabe o quanto é bom ouvir sua voz. Ash, Demi está bem? Ah, Andy não se lembra de nada... Acho que Dani poderia ajudar, mas ela não... – meus olhos enchem de lágrimas e perco a fala. Minha garganta ainda arde.

_ Toma, bebe mais água. Eu trouxe bastante. É... Carol, não se preocupe Dani está bem melhor que nós e vamos dar um jeito de trazer Andy de volta. Agora, vamos minha pequena. Ainda falta muito para chegarmos ao Egito.

_ Está certo... – enxugo minhas lágrimas. Ash me ajuda a levantar. Eu o encaro, sorrindo e ele faz o mesmo. Quando estico meus braços para abraça-lo, noto que ele ficou sério e está olhando por trás de mim.

_ CAROLYN! ABAIXA! – ele me empurra e eu caio sentada no chão. Sinto um vento forte passando por cima de minha cabeça e algo passando de raspão. Vejo uma sombra e logo depois Ashley caindo, formando uma cratera no chão.

Procuro por quem fez isso e vejo Andy acima da cratera, flutuando. Me desespero pensando que ele vai fazer algo pior com Ash e corro até ele. Dai eu lembro que eu não posso ir até lá. Com o coração partido, dou meia volta e começo a correr. Vou correndo, forçando minhas pernas a correr cada vez mais rápido.

_ EIIII! Princesaaa! Venha aqui!!! Você me deixou triste quando me abandonou, sabia? – de repente, ele me pega pelos braços, levantando-me. Debato-me freneticamente tentando me soltar de seus braços, mas nada funciona. A cada segundo ele chega mais perto do Tecido. – Fica quieta ou deixo você se estabacar lá em embaixo!

_ CAROLYN! FECHA OS OLHOS! – para minha surpresa e alívio, Nick aparece. Eu fecho os olhos e logo sinto um jato quente pelas minhas costas. Andy berra me atordoando também fazendo o que eu esperava. Ele me solta.

Eu caio, gritando, desejando que algum deles me pegue. Quando dou um giro pra cima vejo que Andy está lutando contra Nick. Jake e Gabee ainda estão chegando. Ao longe vejo asas prateadas. Ashley. Mais uma explosão de chamas e dessa vez me atingem, lançando-me cada vez mais rápido pra baixo. Sinto o chão cada vez mais perto.

De repente, sinto braços fortes envolvendo-me. Uma de suas mãos passa em volta de minha cabeça, ajeitando-me em seu ombro.

_ Feche os olhos, isso vai doer um pouco... – Jinxx reconheço sua voz. E num segundo depois que ele disse, eu sinto o baque, o escuto zunindo em meus tímpanos. Logo todo meu corpo dói, como se todos os ossos estivessem se partindo. Solto um grito de dor. E não sei como, não desmaio. Mas minha visão fica totalmente turva e eu sinto sangue escorrendo por meu rosto.

_ Carol! Ai meu Deus! Ela machucou a cabeça! Jinxx! – escutei a voz de Jake.

_ Eu tomei cuidado com ela, mas... Ai... – Jinxx disse, debaixo de mim. – Tira ela de cima de mim pra eu ver minha situação e a dela seu ímbecil!

_ Não me chama disso! Tá... – ele me pega calmamente, colocando-me em seu colo. Ainda estou flácida pela queda, então não consigo me mexer.

_ Acho que ela quebrou alguma coisa... Me dá a porcaria do refrigerante!

_ Toma! Mas ela é humana ainda seu ímbecil!

_ Eu sei! Mas ela ainda tem a aura! – sinto um leve líquido doce cheio de gás na minha boca. Eu engulo. Tento me levantar e vejo que meu corpo responde, continuo e me sento. Tiro o refrigerante da boca e encaro Jinxx. Ele está com alguns arranhões e outros machucados. Mas eu me sinto tão aliviada em vê-lo vivo que dou um grande abraço nele.

_ Jinxx, meu pequeno... Você me assustou tanto... Você está bem? E suas asas? Vol... – ele não estava com elas abertas. Sinal ruim.

_ Bem, ainda não estão recuperadas... Gabee está me carregando. É meio constrangedor, mas o que posso fazer né?

_ Como me salvou?

_ Gabee me soltou para poder te pegar. Tentei amortecer sua queda e pelo visto consegui. Não quebrou nada né?

_ Não... – viro-me e vejo que Jake já não está mais lá. Foi a luta. – Jinxx, pelo menos você consegue correr, né?

_ Sim.

_ Então vamos embora agora! Antes que Andy venha ou as bestas! AHH! ALI VEM ELAS! – eu aponto para o portal que se formou atrás dele. Centenas e mais centenas de bestas rastejantes e voadoras saem dele.

Rapidamente Jinxx se levanta e me pega no colo. Quando ele vai correr, uma vos nos impede.

_ Deixa que eu a levo! Pegue as que rastejam! Vai! – Jinxx me dá para Ashley, como seu eu fosse um brinquedinho valioso. Me agarro no pescoço dele e ele alça voo. – Você está bem mesmo Carolyn? Para uma queda daquelas... Bem, acho que Jinxx deve ter te protegido bem.

_ Acho que o sangue de Andy ainda circula pelas minhas veias. Então, acho que me deixou invulnerável por um momento.

_ Ele te deu sangue?

_ É que na briga com Jake, eu me intrometi e a acabei sendo machucado por ele. Acho que ele viu isso como uma opção de cura mais rápida... Funcionou, mas é nojento. – Ash sorri de lado. Ele está totalmente concentrado em me levar o mais depressa possível ao Egito. Vejo isso em seus olhos.

Ao longe consigo escutar os barulhos da batalha. Sinto até mesmo o calor das chamas, mesmo estando em grande distância. É por isso que sempre evitamos usar nossos poderes de uma forma total. Sempre causamos muita destruição.

Reparo que Ash está um pouco machucado, mas ainda sim não reclama. Eu também não falaria nada numa situação dessas. Percebo que estou tremendo um pouco e minha visão está meio embaçada. Para me manter acordada, eu puxo conversa com ele:

_ Ash, depois da batalha, pra onde você foi?

_ Pro meu antigo apartamento... Eu precisava me curar e ao mesmo tempo ficar perto de Demi, você sabe, protege-la. Eu nunca pensei que ficaria muito tempo desacordado. Ela me disse que tinham se passado sete dias desde que cheguei lá, mas decidi ficar mais um tempo pra tentar localizar vocês e também ver se era seguro deixa-la sozinha de novo. Acabou que valeu a pena. Bestas rondaram o prédio, sentindo minha presença. Não tive outra escolha e tirei ela de lá.

_ Onde você a colocou? – eu estava ficando em pânico. De todos os humanos da terra, ela era a principal que eu queria que ficasse bem.

_ Numa choupana, no sul da Alemanha. É uma pequena cidade e pelo que vi, tem pouco movimento místico. Foi até meio difícil atravessar o tecido. Tive que ir a outra parte, descer e andar com ela. Essa choupana é para ser alugada, sabe? Para forasteiros, turistas e etc. Há várias delas. A cidade vive de turismo... Enfim, ela amou o lugar e eu me certifiquei se ela estava segura.

_ E não achou nada de estranho?

_ Não. Apaguei meus vestígios também. – estava mais tranquila quanto á isso. Mas a batalha me preocupava. Eu queria meus poderes de volta, queria Dani, Chris e Davi aqui comigo. Eles ajudariam e muito. Sempre derrotei Andy pelas minhas vantagens, mas agora está difícil, dessa maneira como estou, não posso fazer nada. Sei que não devo ficar reclamando ou algo assim, mas não posso aceitar o fato de uma Anjo tão importante como Deus certificou-se disso e do nada, perder os poderes e o principal, as asas. – Você está pensando em que?

_ Em como sou inútil agora. Queria poder fazer alguma coisa. Queria ter protegido Davi, Dani e Chris. Queria ter protegido Andy... Todos vocês. Tenho certeza que Nick e os outros estão sofrendo muito, mas ainda sim lutam. E eu aqui sendo carregada por outro.

_ Carolyn... Não é assim.

_ É assim sim. Mas tudo bem, vou acabar com isso logo.

_ Você não é inútil Carolyn. Mesmo humana. Você tem premonições, visões e outras coisas desse tipo e sempre nos alerta. Você é uma grande líder, uma grande Anjo, uma grande amante. Você sempre nos deu conforto, sabedoria, e muito mais, principalmente força. Não é para qualquer um perder grandes amigos e ver seu grande amor tentando te levar pro inimigo. Sim, nós estamos sofrendo, mas aprendemos com você que ainda sim devemos lutar. – ele ao dizer isso, me encara, observando cada detalhe. Meus olhos estão marejados. “Talvez... Eu nunca tenha observado isso. Meus olhos sempre estiveram cegos de dor e desespero. Tenho que lutar agora.”

_ Obrigada Ash.

_ Não tem que agradecer. – ele sorri. Eu retribuo. Até que... Com o canto do olho, vejo coisas escuras atrás de nós. Olho direito e vejo que são bestas. Com certeza, os outros não conseguiram detê-las.

_ Ash! Cuidado! – ele para no ar e se vira, comigo ainda no colo.

_ Fecha os olhos. – ele diz calmamente, estava sério, como se já tivesse calculado cada coisa que iria fazer. De repente, seus olhos brilham naquele azul cálido, sinal de que nossos poderes psíquicos estariam funcionando. As bestas, que estavam a nossa volta, começam a guinchar e se desintegrar. “Desintegração psíquica. Apenas dois anjos foram dotados desses poderes. Ashley e Jake. Mas Jake não usa agora porque como é um demônio, seus poderes se tornam incontroláveis, ás vezes.” No fim, não resta nada, apenas pó do que um dia já foram feras nojentas e horrendas. – Pronto, vamos logo. Estamos quase chegando, tenho certeza. – ele volta a voar e mais rápido que antes. Acho que seus poderes estão se curando mais depressa, deve estar melhorando. Até que tenho uma ideia... Ele sempre carrega uma adaga na cintura. Eu pego ela. – O que vai fazer com isso?

_ É para você se curar mais rápido. Não é provável que eles detenham Andy por muito tempo. Vou precisar de tempo quando chegar lá. – corto meu pulso, não tão fundo e nem tão raso. O suficiente. Meu sangue jorra, deslizando por meu braço. Levo até a boca dele, mas ele vira o rosto. – Beba, isso é uma ordem. – ele me olha assustado, relutante, mas por fim, bebe. – Eu sei que sou humana ainda, mas minha aura está aqui. Então, acho que um pouco da energia dela pode passar pra você. Não faz mal, eu estou bem. – uns dois minutos depois, ele tira a boca. Eu limpo os lábios dele, volto a adaga pro mesmo lugar e enrolo um pedaço do vestido no meu pulso.

_ Não vou fazer mais isso, ok? Mesmo que seja ordens.

_ Tudo bem. Se sente mais forte?

_ Um pouco.

Se passa uma hora e por enquanto, nada mais nos ataca. O vento está seco, com areia pro toda parte dificultando minha respiração, mas ainda sim não reclamo. Estamos quase no fim, eu sinto isso.

...


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Notas finais do capítulo

Desculpa por esse péssimo capítulo, mas me entendam, estou cansada dela já. :v
Mas ai, gostou?
BVBjos



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