Diário de um Anjo Negro escrita por Jenny BiPuPiJiCo


Capítulo 14
Mistérios


Notas iniciais do capítulo

Olá, estou de volta!
Desculpe-me a eterna e gigante demora, mas é que eu tive vários problemas pessoais para resolver e não deu para postar e muito menos escrever. Bem, não resolvi todos ainda, por tanto, talvez eu demore um pouquinho mais pra postar, mas no máximo dois dias. Já estou entrando de férias então vai ficar bem mais fácil. ;)
E para nossa alegria, hoje vai ter dois capítulos! Iuuup! :D

BVBjos, Jenny

PS: Espero que goste! :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/563047/chapter/14

Me vi em um quarto, estava totalmente escuro mas eu sabia que era um pois vi uma cama e dois criados-mudos. O estranho é que só tinha isso, inteiro. O resto que poderia ser uma poltrona ou um guarda-roupa estava em pilhas de madeira pra todos os lados, tecidos rasgados e o mais esquisito e assustador, em todos os lados havia o que me parecia ser sangue. Escorrendo pelas paredes... Não. Não era sangue. Era tinta. Não consegui ver bem que cor eram as paredes, tinham um tom esquisito. Mas isso não importa.

Eu escutei alguns ruídos. Barulhos de choro. Tinha alguém ali e estava chorando, tanto que soluçava bem baixinho. Me aproximei mais da cama e a vi. Era uma garota, estava sentada ao lado do criado-mudo, do outro lado da cama, encolhida. Seus joelhos estavam contra o peito e sua cabeça encostada neles. Ela se abraçava e às vezes, se balançava. Dei a volta na cama e parei a sua frente. Ela estava descalça e com uma espécie de camisola branca, na verdade, era branca. Agora estava machada da mesma tinta das paredes assim como suas mãos e seu cabelo. Ele estava em um tom de vermelho sangue e molhado. Presumi que ela tentou pintá-lo e acabou manchando o quarto e a si mesma.

Ela parou de se balançar e aos poucos foi levantando a cabeça. Ela olhou diretamente pra mim. Seus olhos eram da cor de mel e tinham maquiagem preta borrada em volta. Sua boca estava seca e rachada e seu rosto tinha tons de vermelho por causa da tinta. Ajoelhei-me a sua frente e ela continuou a me fitar. E para minha surpresa, disse:

_ Ashley, é você?... Você ouviu meu chamado?... Por favor meu amado... Eu não aguento mais... Meu anjo... – ela suspirou e voltou a chorar ainda mais. – POR FAVOR ASH! Me tira daqui... Eles estão me matando por dentro e eu... Não aguento mais... Ash... Volte...

Ela se deitou e chorou ainda mais. Fui até ela e toquei em seu braço, mas me assustei ainda mais. Meu braço atravessou seu corpo. Me encolhi pra trás e engatinhei de costas. “O que foi isso?” Então percebi, isso era um sonho, meu sonho. “Mas o que eu estava fazendo aqui? Quem é essa garota?” De repente, a porta do quarto abriu e três homens vestidos de branco entraram as pressas, com uma caixinha de primeiros socorros. Um deles tinha uma seringa. Dois deles pegaram a garota que se debatia e gritava muito.

_ NÃOOOO! ASHLEY! SOCORROOOO! SOCORROOO!!!

_ Quem é Ashley? – o da seringa perguntou ao que parecia ser a mãe. Ela estava abraçada ao pai e os dois tinham uma expressão séria.

_ Não sei. Ela diz ser o namorado dela, mas nunca o vimos. Eu disse que ela está louca. Ela vive falando sozinha e desenhando coisas sem nexo.

_ NÃOOOOO!! ASHLEY!!!

O homem aplicou a seringa em seu pescoço com certa dificuldade, pois os outros não conseguiam segurá-la direito. Aos poucos ela foi se acalmando e desmaiou. Pegaram-na no colo e saíram do quarto, descendo as escadas em direção a van estacionada lá fora.

_ As visitas terão quer ser programadas minha senhora. E nesses primeiros 15 dias, não poderão vê-la, é uma questão de reabilitação dela. Entendido?

_ Sim.

Então, eu entendi o que eles estavam fazendo. Iam levar ela para um hospital psiquiátrico. Achavam que ela estava louca. “É isso!” Entendi tudo. Aquilo estava acontecendo, nesse exato momento, foi a chave que me trouxe aqui. Quando dormi. “NÃO!” Fui atrás deles para tentar tirar a garota dali. Já estavam colocando ela na van, ainda desacordada. Eu passei pela van, literalmente, era como se nada fosse sólido, mas era eu que estava como uma imagem, um espírito. Tentei de todas as formas empurrar a maca, mas eu ultrapassava todas as coisa que tocava. Comecei a chorar e berrar. “NÃO! NÃO PODEM FAZER ISSO COM ELA! NÃO!” Por isso os anjos não podem se envolver com humanos. Nunca conseguiremos ficar juntos, pois sempre temos missões. E agora, ela iria sofrer.

“NÃOOO! PRECISO ACORDAR! PRECISO ACORDAR! ACORDE CAROLYN! ACORDE! AHHHHH!!”

...

_ MEU AMOR! O QUE FOI? ACORDE!

Acordei e me deparei com grandes olhos azuis. Mostravam preocupação e susto. Logo os reconheci e principalmente aquela voz rouca. Andy, meu amor. Eu tentei me sentar mas algo me impediu e vi que eram asas. Então, me enrosquei no pescoço dele, beijando-o. Percebi que eu chorava e tremia. Lembrei-me da garota.

_ Andy, onde está Ash? Preciso falar com ele... Eu tive um sonho...

_ Estou aqui. – Ash, ele estava ao meu lado, sua voz vinha dali. Andy retirou suas asas do meu entorno e eu pude vê-lo. Estava com uma cara triste, seus braços estavam baixos, apoiados no banquinho que ele sentava. Parecia que ele estava chorando.

_ Ash...

_Carol, o que houve? Você começou a berrar “não” e depois começou a se debater. Teve outro pesadelo meu amor? – Andy disse, me abraçando. Eu estava preocupada demais com a garota, então me soltei dele.

_ Andy, depois eu te explico. Preciso conversar com ele agora, urgente. Você poderia ir lá pra fora, por favor? É algo... Que não posso dizer agora. – Andy me olhou confuso, me soltando. Depois, olhou para o chão e em seguida para o Ashley, agora seus olhos estavam vermelhos, com um leve brilho cálido.

_ Se encostar nela, você sabe o que acontece. – ele apontou o dedo para o Ash.

_ Nós acabamos de conversar Andrew. Já disse que não vou fazer nada que ela não queira. Eu já prometi pra ela e pra você. Satisfeito?

_ Andy, vá agora! – eu berrei com ele. Já estava ficando cheia disso. Espera, eles conversarão? Ele terá que me dizer sobre o que. Depois.

_ Tudo bem. – ele se levantou e se foi. Reparei que estávamos no meio da madrugada.

_ Ash, eu tive um sonho agora... Eu estava num quarto e havia uma garota que chorava muito... E dizia seu nome... Ela sabia que você era um anjo e implorava por sua presença... Mas... – meus olhos começaram a lacrimejar.

_ O que? O que houve com ela? Meu Deus Carolyn, me diga o que aconteceu com ela!

_ Você a conhece? De onde? Por que ela te conhece? Quem é ela?!

_ É minha Demetria... Minha pequena amada... Eu a conheci na escola há uns três anos. Ela tinha 14 anos, mas agora tem 17. Ela gostou de mim e eu não pude negar seu amor porque ela estava muito debilitada física e psicologicamente. Eu cuidei dela, mesmo não amando ela... Com o tempo comecei amá-la... Ela me lembrava muito você, por isso me entreguei a ela. Eu a levei para voar várias vezes, é por isso que ela sabe quem eu sou. Ela nunca disse nada pra ninguém, tanto que, às vezes quando ia até seu quarto, seus pais achavam que ela estava falando sozinha. Eu me escondia pra que não me vissem por questão de segurança. Mas isso estava prejudicando ela e então decidi cortar essas visitas, mas ainda sim eu a via na escola. Mas bestas começaram a aparecer e nós tivemos que nos mudar para a Alemanha e ela ficou nos EUA. Eu sinto tanto... Sinto tanto a falta dela... Mas era preciso... E então, você apareceu, me trazendo as velhas recordações de que amo você. Só que... Eu a amo mais do que amo você e percebi isso só agora... O que houve com ela Carolyn? O que você viu? Me diga! Eu não consigo ver! – ele se ajoelhou na minha frente, me pegando pelos braços e me balançando freneticamente. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.

_ Eu vi ela encolhida... Chorando num canto... Ela te chamava, acho que sentiu minha presença e achou que era você. Ai, médicos entraram rapidamente no quarto dela e doparam-na. Estavam levando ela para um hospital psiquiátrico e tudo isso porque os pais dela queriam. Eu os vi... Ash, eu juro que tentei fazer alguma coisa, mas eu estava apenas como observadora, culpa da chave!

_ Levaram ela?! Como puderam fazer isso? Ela é filha deles! Culpa deles ela ter esses problemas... Ela só queria atenção e única coisa que davam pra ela era comida e olhe lá! DROGA!

_ Acalme-se! – encostei minhas mãos no rosto dele e logo me lembrei que não tinha mais meus poderes, mas eu não ia desistir. – Ash, eu permito que vá atrás dela! Eu deixo! Pode ir... Ela é seu amor, você tem que cuidar dela, tire-a de lá!

_ Tem certeza...?

_ Sim, eu só quero que você fique bem meu amigo e a história de vocês é linda e não pode acabar aqui. Resgate-a e leve-a para um lugar seguro. Se quiser, pode até levar Dani ou algum outro.

_ Não. Quero ir sozinho. Obrigada Carol... Já vou indo... – ele se levantou e me ajudou também. Lembrei-me de uma coisa.

_ Ash, e Gabee?

_ O que tem ela?

_ Você... Você não gostou dela?

_ O que?... Não, quem gosta dela é o Jinxx. – Andy estava certo.

_ Ah sim... Enfim, vá logo! E não se preocupe conosco e sabe nos encontrar não é mesmo?

_ Sim. Eu os encontro assim que ela estiver segura.

Saímos da barraca e ele abriu as asas. Eu o abracei fortemente e dei-lhe um beijo na bochecha.

_ Cuidado meu amigo, principalmente com ela. Agora vá... – ele sorriu e retribuiu o beijo na minha bochecha e logo depois, alçou voo. Fiquei ali, parada, observando ele partindo em direção ao oeste.

Demetria, esse é o nome da garota. “TUNF!” Ouvi um barulho esquisito e grandioso. Tudo ao meu redor começou a vibrar. Não, não eram as coisas. Era eu. A chave estava me levando pra outro lugar.

Num segundo me vi na dimensão vazia e como num filme, várias imagens passaram diante dos meus olhos. Era ela, Demetria. Estava pequena, uma criança ainda. Era gordinha, seus cabelos cacheados e curtos. Ela chorava. Outras crianças estavam a sua volta e pareciam chacotar dela. Outra imagem. Ela tinha dez anos, seu pai estava brigando com ela. Outra imagem. Estava se olhando no espelho e sua mãe atrás, berrando com ela coisas sem nexo. Outra imagem, 14 anos. Ela estava muito magra, se olhando no espelho, se cortava. Seu cabelo estava maior. Outra imagem. Ashley a abraçando, beijando-a, ela ainda tinha 14 anos. Outra imagem, ela e ele caminhando em vários lugares. Outra imagem. Ela pulando da janela e quando faltava pouco pra chegar ao chão, Ashley a segurou. Outra imagem, ela chorando e Amberly a abraçando e dizendo algumas coisas. “TUNF!”

Abri os olhos novamente e me deparei com o céu escuro e estrelado. Eu havia caído, estava deitada na areia. Me sentei rapidamente ignorando os vultos a minha volta e comecei a dizer:

_ É isso! As memórias humanas que eu tinha eram de Demetria! Ela ficou com Amberly durante um tempo... Ela é sua avó... Só um tempo, logo os pais dela buscaram ela, mas continuaram maltratando ela e acabaram de interna-la! Meu Deus! É isso... A chave pegou memórias dela e implantou em mim... Em todos que eram ligados a ela para que achassem que eu era ela... NÃO! Ela está no hospital a mais tempo... Não foi agora... É o tempo que eu cai... Que eu voltei...

_ Amor, do que é que você está falando?

_ Você está bem?

Parei de falar e comecei a olhar ao meu redor. Estava meio zonza de tantas coisas que veio a minha mente. Fui me virando lentamente e reparei que todos estavam ali, a minha volta, exceto Ashley. Andy e Nick estavam mais próximos de mim. A segunda voz era dela. Estavam todos com os olhos arregalados.

_ Estou sim... Só que a chave me revelou o mistério das memórias... Era tudo de Demetria, a amante do Ash... Mas... Não sei como vieram até mim...

_ Bem, Ash tem laços fortes com você, então a chave sentiu isso e resolveu filtrar todas as memórias dele e entregar pra você. Eu creio. – disse Dani.

_ Não. Não foi só isso... – eu disse, comecei a me lembrar de tudo. – Demetria está internada há um ano, exatamente o tempo que eu voltei. E quando cai, foi na casa dos pais dela então toda a história dela veio até mim porque Ashley foi ali várias vezes e deixou um pouco de energia mística... É claro que é isso... Mas, por que eu sou humana agora, novamente? Já me lembro quem sou... – coloquei minhas mãos em volta do meu rosto e voltei a chorar. Senti Andy me abraçando.

_ Está tudo bem meu amor... Tudo bem... Eu vou cuidar de você, não se preocupe.

_ Nós vamos. – disse Nick, também me abraçando.

_ Eiii, a história dela é mais coesa, digamos assim. – Christian.

_ Mas que merda de palavra é essa Chris? – Nick berrou pra ele e deu-lhe um soco. Comecei a rir.

_ Quer dizer clara ou objetiva, amor. Sei lá... Acho que Dani já disse isso... – ele disse, rindo, e fingindo dor no braço.

_ Sim Chris, você está certo... Acho que é isso Carol... Hã... Onde Ashley foi? – Dani.

_ Atrás de Demetria. – disse Andy.

_ MAS QUE SACO! LOGO AGORA! ELE É UM PALERMA MESMO! POXA, NÓS VAMOS PARTIR DAQUI CINCO MINUTOS! – berrou Jake.

_ Eu autorizei Jake. Ela é uma humana e uma das mais importantes. Ela consegue sentir nossa presença... Eu vi. E ele a ama. E logicamente, ele consegue nos encontrar.

_ O sonho, não é? Foi com ela que você sonhou?

_ Foi sim amor... Como você sabe sobre ela?

_ Ele me contou. Aliás, me disse muitas coisas enquanto você dormia.

_ Vai me dizer depois?

_ Sim... – ele sorriu.

_ Oou... Droga... Começou... – voltei para Jake e vi que seus olhos estavam vermelhos.

_ O que começou Jake? – perguntou Gabee, pegando a mão dele.

_ Os demônios de Lúcifer começaram a agir... Tem pessoas morrendo e flutuando e matando e mais um monte de coisas nesse momento...

_ Droga! Maldito seja esse merda! – Nick.

_ Temos que partir agora mesmo. Quanto mais cedo irmos, mais ficamos perto do Egito e acabamos com isso. – disse Andy.

_ Certo. Vamos partir... Com nossas devidas equipes. – me lembrei do que tinha dito.

_ Tudo bem... Mas Gabee e Dani vão ficar sem Ash? Não acha melhor fazer algumas mudanças? Tipo deixa Gabee com vocês – Nick apontou pra mim e Andy – coloca Jinxx ou Jake com Dani e eu fico com Chris. – ela sorriu maliciosamente pra ele.

_ Nick, não. Eu já explique porque separei as equipes assim. E as duas são fortes, vão saber se cuidar. É só Dani avisar o Ash mentalmente a nossa situação e ele irá até elas.

_ Está bem... – ela baixou a cabeça, triste.

_ Eiii, não fica assim... Teremos todo o tempo do mundo para fazermos nossas brincadeiras minha pequena. – Chris a abraçou, beijando-a.

_ Ok... – ela sorriu e o abraçou.

_ Gente... Mais de cem humanos mortos agora. – Jake disse. Eu tremi e num salto me pus de pé.

_ Vamos logo! Temos que ir!

_ Certo, certo... Eles estão atacando no sul, norte e nordeste... Ué, tão perto... Estranho, mas enfim é isso.

_ Me diga quem está em que lugar Jake. – disse Andy. Todos já estavam de pé.

_ Pelos poderes... Darion está no sul, Félix no norte e Mattew no nordeste.

_ Certo, Darion é o mais forte e está na direção que temos que ir. Droga... Muito bem, amor, Nick... Vamos para o leste e depois voltamos para o sul, para despistar esse maldito... Não vou arriscar sua vida Carol. Continuando... Vocês atacam aqueles infelizes e ele vai ter que ver o que tá acontecendo e vai deixar o caminho livre pra nós. Alguém discorda?

_ Não senhor. – Chris.

_ Ótimo. Gabee e Dani vão para o nordeste, Mattew é o mais fraco e idiota. Jake e os outros, o ímbecil que sobrou.

_ Certo, mas ai quando Darion ir na direção deles, eles vão estar ferrados. O único que consegue derrotar Darion é você.

_ Eu sei Nick, mas eu quero que distraiam ele só o tempo de chegarmos no Egito. Chegando lá, eu deixo Carol com você e volto pra matar esse palerma.

_ Perfeito. Adorei o plano. Podemos ir? – perguntou Chris.

_ Agora mesmo. – Andy me abraçou por trás e alçou voo. Os outros fizeram o mesmo. – Segure-se no meu braço amor.

_ Eu não consigo... Estou desconfortável... Andy, acho que vou cair!

_ Calma... Tudo bem, vou te virar. – e então, ele fez o que eu mais odeio. Me soltou.

E antes mesmo de me dar conta de que estava caindo, ele apareceu por baixo de mim. Agora, estávamos de frente um pro outro. Enrosquei-me em seu pescoço e ele me abraçou mais forte.

_ Confortável?

_ Sim... E por favor, não faça mais isso.

_ Desculpe-me... Não resisti... - e antes que eu berrasse alguma coisa, ele me beijou.

Escutei um barulho de choro e parei de beijar Andy e me virei pra ver o que era. Vi Nick, se despedindo de Chris. Os dois estavam abraçados, mas apenas as asas dele estavam abertas. Ela disse alguma coisa pra ele e deu-lhe um último beijo. Ele a soltou e ela abriu as asas. Ele se foi, junto ao Jake e Jinxx e ela veio até nós. Lembrei-me que não me despedi dos outros.

_ JINXX, JAKE, CHRIS, DANI, GABEE! ATÉ MAIS!! EU ESPERO VOCÊS E BOA SORTE!

_ ADEUS CAROLYN! BOA SORTE TAMBÉM! – disse os meninos.

_ ATÉ MAIS CAROL! – as meninas, acenando.

...

P.O.V Ashley

Eu estava totalmente desnorteado. Não sabia por onde procura-la. Eram tantos hospitais psiquiátricos na Filadélfia. Então, deduzi que eles a colocariam no hospital mais próximo da casa deles. “Bem, aqui vou eu.” Me teleportei através do Tecido das Dimensões e dois minutos depois, cheguei à Filadélfia, perto da casa dela.

Vasculhei a área a procura de alguma besta ou demônio, mas não senti e não achei nada. Estava seguro. Voei rapidamente em direção ao hospital que presumo que ela esteja lá. “Sim Ash, ela está. Você não sente? As vibrações daquela linda alma?” Isso. Posso senti-la. Droga, os pais dela estão aqui. Vi o carro deles. “Bem, agora eles terão que me conhecer ou pelo menos, a minha ira.”

“Ash, é a Dani.” O que? Ela me chamou logo agora... Só pode ser alguma coisa errada. “ Sim, o que foi?”

“Bem, os demônios atacaram. Estamos indo ao encontro deles para matá-los, obviamente. Carol disse que você pode ficar ai, mas seja rápido. Só está eu e Gabee, lembra da equipe? E só uma última coisa... Demetria está internada há um ano. Desde que Carol voltou. As memórias dela, eram da sua amante.” Mas é claro, eu já havia presumido isso. Vou ter que ser rápido. Não vou nem me apresentar para aqueles ímbecis dos pais dela. Não vou deixar eles verem ela nunca mais. “Ashley?” “ Eu entendi. Já sabia disso, digamos que montei o quebra-cabeça sozinho. Vou ser rápido e logo ajudarei vocês.” “Certo.”

Pousei no telhado do hospital e comecei a seguir a energia da alma dela. Achei. Estou bem acima do que me parece ser o quarto. Para não machuca-la, quebrarei aqui... Isso. “1,2,3,4 e ...” Dei um soco com toda a minha força, partindo o teto, estilhaçando tudo. Abri um grande buraco, fechei minhas asas contra meu corpo e saltei. Abri-as e planei até chegar ao chão.

_ Ash... É você? – escutei sua vozinha. Olhei ao meu redor para ver onde ela estava e a vi, encolhida, debaixo da cama.

_ Sim meu amor, sou eu. Venha, vim te buscar... – me agachei para perto dela e ela veio rastejando até mim e me abraçou e no desespero, começou a chorar e me beijar, puxar meus cabelos e tocar minhas asas. Fechei os olhos. Aquela sensação maravilhosa que todos os anjos sentem ao toque de nossas asas. A abracei fortemente, retribuindo seus beijos. Segurei seu rostinho, observando cada detalhe. Ela estava linda. Com uma aparência meio triste, mas linda.

Seus lindos olhos cor de mel com aquele brilho que ela sempre tem quando está ao meu lado, um pouco marejados. Ela sorria cada vez mais radiante.

_ Ashley... Eu sabia que você viria... Eles nunca acreditaram. Sempre me cedaram, mas nunca estive tão lúcida quanto agora.

_ Você é uma humana diferente meu amor. Eles não entendem isso e não é preciso. Você não vai sofrer mais. Eu prometo. Mas antes, preciso deixa-la num lugar seguro e depois voltarei aos meus amigos.

_ Vai me deixar de novo?

_ Dessa vez, é por pouco tempo. Prometo. Venha, depois te explico.

_ Tudo bem...

Levantei-a e a segurei contra meu peito. Escutei sirenes e passos de pessoas correndo, alguns, em nossa direção. Ignorei. Fui até o buraco no teto, ainda segurando-a. Alçei voo e parti. Atravessei o Tecido e no mesmo tempo, cheguei à Alemanha. Lembrei-me de meu apartamento que ainda não tinha tirado de meu nome. Mesmo que Dani tivesse apagado as memórias dos humanos, eu poderia colocar outras. Demi, minha pequena, tremia nos meus braços.

Cheguei ao terraço. Pousei. Ela olhou pra mim, sorrindo.

_ Chegamos?

_ Sim, estamos quase no meu apartamento... Venha. – segurei sua mão e descemos as escadas.

Entrei no apartamento e notei que estava vazio, do mesmo jeito que o deixei. “Ótimo.” Coloquei-a para dentro e tranquei a porta logo em seguida. Encaminhei-a até meu quarto e deitei-a na cama. Ela se encolheu debaixo das cobertas. “Roupas, ela precisa de roupas. E comida, comida descente.” Fui até o guarda-roupa e peguei uma camiseta e uma bermuda minha.

_ Tome. Vista isso Demi. É mais confortável que estes trapos que você veste. Depois pegarei algumas roupas de Gabee ou Nick, não sei...

_ São suas? – ela pegou as roupas e começou a vestir.

_ Sim. Ah, vou preparar alguma coisa pra você comer.

_ Não precisa, estou sem fome. Ash quero que você me diga o que está acontecendo?

Ela estava nua agora, colocando minha bermuda, sem nenhuma calcinha... Comecei a ficar excitado. Nunca tinha feito nada com ela. E bem, ela tem 18 anos agora. “Ashley, se concentra.” Ela terminou de se vestir e sentou-se na cama, me fitando.

_ Ash, senta aqui... Diga-me e para de olhar para meus peitos... Se é que tenho alguma coisa... – ela sorriu.

_ Oras, não diga isso... Sempre teve um corpão maravilhoso. Agora está um pouco magra, mas logo isso vai mudar... – sentei ao seu lado, acariciando-a. Ela deitou no meu colo e eu comecei a contar tudo. Desde que parti.

Demi escutou tudo atentamente. Às vezes ria ou parecia querer chorar, mas logo parava quando eu a beijava.

_ Então, ela conheceu minha avozinha?

_ Sim. – ela fechou os olhos e suspirou e depois abriu.

_ Ash... Posso vê-la agora também?

_ Agora não meu amor. Um dia talvez, mas ainda é muito cedo. O primeiro lugar que iriam te procurar era lá na sua avó.

_ Verdade... – ela bocejou.

_ Bem, ora de você dormir e eu partir. Mas não se preocupe. Enquanto não dormir, eu não saio daqui.

_ Tudo bem. – ela aconchegou-se na cama e eu deitei atrás dela, abraçando-a de conchinha. – Te amo Ash.

_ Também te amo meu amor. Ah, aqui tem muita comida e eu deixarei alguns recados para o porteiro. O que você precisar, você terá.

_ Uhum...

Ela dormiu. Levantei-me silenciosamente e arrumei tudo que ela precisa, principalmente roupas. Lembrei-me de uma foto nossa que eu sempre guardei comigo, dentro do criado-mudo. Peguei-a e coloquei no meu travesseiro, ao lado dela. Tiramos essa foto quando fomos ao parque, no meio da noite, às escondidas. Ela estava com um vestido rosa rodado. Seu cabelo de lado, um pouco abaixo do peito. Ela segurava uma zebra de pelúcia que ganhei no “tiro ao alvo”. Eu a abraçava, meu rosto em seus cabelos e ela sorria, radiante.

Eu comecei a chorar, então vi que era minha hora de partir. As meninas precisam de mim. Já era umas 07:00. Dei um beijo nela e ela se mexeu um pouco, virando-se, suspirando. Ela dormia tranquilamente.

Verifiquei se havia algum perigo de um inimigo estar por perto e não senti nada. Abri a janela e alcei voo.

“Dani, onde vocês estão?” Atravessei o tecido. “Não sei! Tá um confusão aqui! Gabee já está ferida! Ashley, venha logo!!” Droga.

Procurei a aura delas e achei. Fui rapidamente ao encontro delas e me deparei com mais de mil bestas e claro, o maldito do Mattew.

...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? O que achou? Hahaha ;)

BVBjos, Jenny
PS: OPPS! Me empolguei... Desculpe-me. :( Ficou enorme...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diário de um Anjo Negro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.