Hoje foi seu aniversário, e como sempre: me lembrei! Como todos os anos... desejei os parabéns e tivemos uma conversa polida. Deus, como eu amo esse vício! Sei que não há nada mais entre nós, mas ainda a amo e sempre vou amar. De uma forma pura, quase uma amizade, já que tivemos um passado. Gostaria de poder contar que consegui terminar aquela história que comecei quando estávamos “namorando” e também que não senti pudor nenhum enquanto conversávamos com meu namorado por perto, não que eu seja insensível ou indiscreta, mas a felicidade era tão grande que não pude me conter, o efeito ainda é o mesmo, sempre que há uma mensagem sua... meu coração palpita indiscretamente. E você me chamou para a sua festa de aniversário, não sei o quão desconfortável isso vá ser, caso eu vá, ou até mesmo se será natural, mas sei que quero ir, quero vê-la, abraçar e desejar os parabéns, entregar um presente e ver a sua reação.

Podíamos ter sido boas amigas, podíamos ter evitado as lágrimas e os xingamentos, podíamos evitar esse desconforto que temos hoje em que a intimidade é o que nos impede de ser íntimas e saber os segredos do coração da outra. Por tanto tempo estive tão focada em mim mesma e na fantasia que eu tinha que esqueci-me de saber como era você de verdade, foi idiotice, eu sei, mas nos conhecemos tanto e tão pouco! Você me ensinou a ver o mundo com outros olhos e eu não ensinei nada a você. Você me fez ver o que eu realmente queria da vida e o que esperava de mim mesma, a você... só a fiz enxergar-se pior diante do espelho. E ainda assim, dessa forma estranha e fora do chão você me fez entender o que era amor.

A carta hoje é menor, já consegui falar com você hoje, e provavelmente não irei sonhar, então apenas repito: FELIZ ANIVERSÁRIO , querida professora na vida.