PDV Eloise

Estávamos perto de Vancouver. Eu acho. Já fazia um dia que estávamos no carro. Eu acho. James ainda estava nos seguindo. Eu acho. Carlisle e Emmett resolveram esticar as pernas e estavam correndo do nosso lado. Eu acho.

Você deve estar se perguntando: Por que “Eu acho”.

Bem. Por que eu não tinha certeza de nada. A única da qual eu tinha certeza era aquela voizinha na minha cabeça.

Não durma. Acorde. Vamos. Seja forte. Você é o que? Uma vampira ou um rato?

É... Eram três da manhã e eu estava entrando no meu terceiro ou segundo dia sem dormir.

-Eloise. Já disse. Durma. – Edward chamou minha vaga atenção. Tínhamos que falar muito baixo para evitar que James nos ouvisse.

-O que?- Ele ia falar de novo, mas ai meu cérebro lento interpretou o que ele havia dito e eu respondi. – Não preciso dormir. Não estou com sono.

-Ahh! Claro que não.

-E alem do mais eu prometi pra Bella que tomaria conta de você. Não posso fazer isso dormindo.

Ele ficou emburrado.

-Não preciso que você tome conta de mim. Durma.

-Claro que precisa. Ainda é meu irmãozinho. E você é do tipo que não pensa muito bem quando é dominado pelas emoções.

Comecei a me lembrar de quando ele assustou Bella na clareira.

-Eu devia saber que vocês estariam vendo.

-Mas você não pode fazer nada dessa vez. Esme autorizou. E não estávamos espionando, Alice teve visões. – disse sorrindo.

-Aham, claro. ¬¬. Mas ainda acho que você devia dormir. Daqui a pouco vai começar a delirar.

- -‘

-Já disse que não.

Ouvi um grunhido.

“E não grunha para mim.” (N/A: Eloise completamente estressada pela falta de sono)

Trinta minutos...

Esme tinha acabado de ligar. A vampira do mau ainda estava na cola delas.

Droga. Estava muito difícil ficar acordada agora.

-Onde estamos? – Minha voz ainda estava irritada.

-Perto de...

-É uma cidade. – cortei-o.

Edward franziu as sobrancelhas.

-É.

Cocei meu nariz, aquela peruca marrom que haviam me arranjado (para que de costas, eu ficasse mais parecida com Bella) estava me incomodando.

-Emmett! – Chamei.

Ele entrou no carro em movimento.

-Que foi?

-Vá até a cidade e compre quatro cafés e três cocas pra mim. – Ordenei.

Ele arregalou os olhos, assim como Edward.

-Pra que isso agora?

- -‘

- AHH! EMMETT! QUE SACO. APENAS FAÇA! – Gritei, sem paciência.

Ele saiu correndo sem falar mais nada. Será que ele iria demorar? Tomara que a cafeína funcionasse.

-Sabe que isso é ridículo. Não creio que vá funcionar.

“PARE DE SE METER NA MINHA CABEÇA!!! QUE COISA! DEPOIS FICA RECLAMANDO QUANDO ALICE PREVE SEU FUTURO.”

Edward se encolheu num canto e não falou nada. Bom pra ele. Eu não estava bem.

O pior era que se eu montasse o espelho, os super poderes de rastreador de James não funcionariam e então ele iria se tocar que estava sendo feito de idiota.

Ou seja. 0% de privacidade no meu momento Rosalie (momento estressado).

Carlisle entrou em seguida.

- O que foi? Achei que ia continuar correndo, aconteceu alguma coisa? – Perguntei.

Ele negou com a cabeça.

-Não. Eu só quero ver se a cafeína vai funcionar com você. Emmett passou por mim antes de ir para a cidade e fiquei curioso. O que acha?

Bufei mau humorada e ignorei sua pergunta. Era só o que me faltava, meu pai me fazendo de rato de laboratório.

- -‘

Eram quase cinco da manhã. Nossa. Segurei um bocejo. Onde estava Emmett?

-Toma. Aqui está. – Ele disse entrando no carro.

Ahh! Finalmente.

Tomei todo o café e a coca de uma vez só. E tinham um gosto horrível, quase cuspi tudo pra fora.

Mas após ter tomado tudo aquilo. Eu me senti como se estivesse flutuando. Como se estivesse correndo na minha moto (que Deus a tenha) em alta velocidade. E depois, eu me senti super enérgica, como se precisa-se mesmo sair correndo daquele carro.

Sono? Agora eu não tinha mais sono. Eu poderia dar a volta na Terra a pé e ficar horas acordada.

-Você está bem? – Perguntou Emmett.

-Bem? Se eu estou bem? – Abri um enorme sorriso. – Estou ótima.

Carlisle olhou para Edward.

-Acho que ela esta... Hiperativa. Quer sair correndo do carro.

- Não se preocupe Edward, não vou fazer isso. Ainda estou no meu juízo perfeito. – Sorri para acalmá-lo. Até parece. Como se eu fosse fazer algo que prejudicasse o plano.

Carlisle me encarava com aquele olhar de cientista.

-Interessante. Quem diria que iria funcionar. Ainda esta com sono?

Respondi rapidamente.

-Na verdade não, nem sei mais o que é isso. – E dei uma risada rápida. Parecia aqueles bichinhos Alvin e os esquilos.

-Fale baixo! – Edward ordenou.

Coloquei as duas mãos na minha boca.

-Desculpe.

Carlisle me defendeu.

- Não é culpa sua. Você não esta conseguindo controlar seu tom de voz por causa do excesso de energia. Agora, é melhor ficar quieta até isso passar. Se quiser dizer algo, pense, e Edward dirá para nós.

Franzi as sobrancelhas.

“ Quanto tempo vou ficar assim”?

- Ela quer saber quanto tempo vai ficar assim.

-Hmn... Não sei ao certo. Teremos de esperar para ver.

¬¬

Bem... O que fazer? Comecei a me remexer no banco para procurar alguma posição confortável. Depois passei a olhar a janela. Passei a bater minhas unhas na janela, e a mexer minha perna pra cima e para baixo (como os humanos fazem quando estão nervosos).

Daí eu fiquei preocupada. Como será que estavam os outros? Não podíamos ligar para eles por causa de James.

Será que Esme e Rosalie estavam tendo sorte com Victoria? E Bella? E Alice??

Não era fácil conviver com a duvida, ainda mais com um celular no meu bolso da calça implorando para ser usado.

-Estão todos bem. – Edward disse de repente.

Olhei para ele. Estava fitando a auto –pista com um olhar vazio, triste. Ele sentia muita falta de Bella.

“Eu sei.”

Cansada de fitar a janela, que agora se enchia de piguinhos de água.

Remexi o porta-luvas e peguei o cubo- mágico. Só tinha aquilo.

Não era meu joguinho favorito, mas fazer o que.

Era bom para descarregar as energias. O difícil era controlar a força para não quebrar o dadinho.

Hmn... Vejamos, virar para a direita... Não, agora para a esquerda, não, o azul tá atrapalhando.

-Experimente virar para cima e depois para a direita duas vezes. – Disse Emmett do meu lado.

Fuzilei-lhe com o olhar.

“Edward, diga a Emmett que eu posso jogar sozinha.”

-Ela disse que pode jogar sozinha. – Edward disse sem nenhuma vontade.

-Mas você esta fazendo tudo errado. Desse jeito não vai terminar nunca. E vai estragar tudo o que eu fiz!

Dei de ombros. Era eu quem estava brincando agora. E eu ia conseguir. Sozinha.

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A tarde se esgotou quase completamente. E eu havia conseguido montar o cubo mágico há poucas horas atrás.

Ehh Palmas!

Emmett ficou indignado. “Como você conseguiu e eu não?!!” Achei melhor não responder, Emmett ainda não tinha muita noção do seu limitado intelecto, mas tudo bem.

Agora eu não tinha mais nada pra fazer. As preocupações voltaram.

-Ele ainda esta nos seguindo? – Sussurrei cortando o silencio do carro.

-Sim. Esta a poucos quilômetros. – Edward respondeu.

Carlisle se inclinou para me encarar.

-Como esta se sentindo?

Aff. Aquele papo de novo.

-Estou bem Carlisle. Sinto-me como se tivesse tido uma tarde de sono perfeitamente normal. – Respondi.

-Bem, isso é muito bom. Mas em poucas horas vai ficar com sono. E acho que desta vez terá que dormir.

Fiz uma careta. Mas não sabia se ia agüentar tomar cafeína de novo.

-É... Acho que vou poder dormir uma hora ou duas.

Olhei pela janela. Estávamos mais próximos de Vancouver agora.

O Canadá era um bom país. Um dos meus preferidos, era no Canadá que ficava a tribo da Curandeira. Já haviam se passado tantos anos desde que eu saira de lá.

Sentia falta deles, foram como uma família para mim. Ensinaram-me tudo o que eu sei.

E agora vendo essas terras próximas a Vancouver, me pergunto, como será que eles estão? Será que ainda vivem aqui?

Só que meus pensamentos foram interrompidos por uma freada brusca do carro.

Olhei para Edward atordoada.

-O que foi?! “Você ficou louco?”

-Ele descobriu! – Gritou – Está mudando os planos.

Edward fez a curva e aumentou a velocidade. Agora éramos nós que estávamos perseguindo.

-Edward. Explique. – Carlisle pediu.

-O rastreador vai pegar um avião! Droga!- Gritou – Está indo para uma sala com espelhos. É rápido demais, o perdi.

Certo. Isso não era bom, nada bom.

Carlisle pegou o celular e ligou para Esme.

A mulher as havia deixado. Agora Esme e Rosalie estavam se dirigindo para Forks para cuidar da segurança do pai de Bella.

-Vou ligar para Alice. – Carlisle disse.

Ela confirmou nossas suspeitas. O rastreador havia mesmo mudado o rumo. Mas ninguém sabia pra onde.

-Deixe-me falar com Bella. – Edward disse.

Carlisle olhou para Edward.

-Espere um pouco – E se concentrou em Alice – Entendo, vamos pensar no que fazer, ligamos quando tivermos um plano. Ate lá cuide de tudo ai.

Edward perdeu a paciência e tirou o telefone da mão de Carlisle.

-Deixe-me falar com ela. – Ordenou.

Ahh! O que íamos fazer agora??!!!

Tínhamos que pensar em alguma coisa. Mas não sabíamos para onde James estava indo.

Edward havia dito sala de espelhos. Para que alguém iria numa sala de espelhos!?

Vamos Eloise, pensaaaaa!

Respirei fundo. A primeira coisa a fazer era tirar aquela peruca que me fazia coçar o nariz.

Pronto! Agora sim. Onde estávamos?

Aé. Uma sala de espelhos.

Edward desligou o telefone.

-Você não conseguiu ver para onde ele está indo?? – Perguntei, com minha voz duas oitavas mais fina devido a preocupação.

-Não! Já disse! Ele mudou de idéia rápido demais.

-Como assim??

-Não sei, Eloise. Foi depois de ter recebido o telefonema de Victoria. Quer parar de fazer perguntas estou tentando pensar!!.

-Ei! Não fale assim comigo!

-QUEREM PARAR DE DISCUTIR VOCÊS DOIS! – Gritou Emmett.

Ficamos naquele clima de silencio constrangedor.

-Obrigado Emmett. – Disse Carlisle. – Se vocês brigarem não vamos chegar a nenhuma conclusão.

Virei-me para Carlisle.

-Não a conclusão para chegar. Não sabemos para onde temos que ir.

-É verdade. – Concordou. – O que vamos fazer então?

Dava para ouvir até o som do vento batendo no carro.

Ninguém sabia o que fazer.

Ficamos assim por uns vinte e poucos minutos. Até que eu quebrei o silencio e disse.

-Acho que temos que ficar perto dela agora. Pelo menos ate sabermos onde esta esse rastreador.

Todos se viraram para mim e me encaram com ar duvidoso. Suspirei. Eu teria que soletrar para eles.

-Nos dividimos em grupos. Um grupo fica em Forks com o pai de Bella. O outro fica com Bella para protege-la de James e o outro sai para rastrea-lo encontra-lo e mata-lo. Entenderam?

Três segundos de silencio.

-Por mim tudo bem. Contanto que eu possa bater no rastreador. – Disse Emmett todo animadinho. Eu entraria nesse time também.

-Parece um bom plano. O que acha Edward? – Perguntou Carlisle.

Edward apenas concordou com a cabeça me jogou o telefone.

-Ligue para Alice. Diga que estamos indo buscar Bella.