PDV Alice

Já estávamos perto de Port Angels, eu tentei ligar para Edward de novo, mas nada. Gente, qual é a dificuldade de atender o telefone? Ainda mais numa emergência como aquela? Estávamos no limite da velocidade. Os cabelos de Eloise chicoteavam em minha face, nunca desejei tanto na minha vida que ela tivesse cabelos curtos, e então eu vi.

Edward havia conseguido encontrar Bella e salva-la a tempo, antes que o pior acabasse acontecendo. E iam terminar a noite jantando. Para mim aquilo era bem romântico.

-ESPERE! – Gritei. Eloise se assustou. E por puro reflexo, apertou o freio e derrapamos na estrada. Fomos para no meio do mato. A moto parou por causa das plantas e a inércia da velocidade fez com que saltássemos da moto, batemos de cara com um morro de terra.

Eu me sentia bem melhor agora, aquele acidente de nada significava para nós. Afinal, éramos vampiras. Tirei o capacete completamente quebrado. Comecei a rir da reação exagerada da minha irmã. Imagine, assustar-se por causa de um gritinho como aquele. Olhei em volta procurando por ela.

Encontrei-a caída perto do morro, o capacete estava igualmente destruído.

-Vamos Eloise. Pare de brincar. Tenho uma novidade pra te contar que você vai adorar.

Mas ela não se mexia. Fui até ela e tirei seu capacete, seus olhos estavam fechados.Chacoalhei-a

-Ande, pare de brincar. Prometo que não conto a ninguém sua reação exagerada. – disse sorrindo. Meu sorriso morreu quando percebi que ela não fez nenhum movimento para se mexer.

Fui tomada por uma onda de desespero.

-Eloise! Ande, acorde! Não tem graça.

Comecei a dar uns tapas na sua cara para ver se ela se levantava. Nada. Chacoalhei-a de novo. Nada

-Oh Meu Deus!

Por que ela não acorda? O que esta acontecendo? Isso não é normal.

Eu tinha que tira-la de lá, leva-la pra casa. Fui em direção a moto. Estava completamente destruída.

O desespero impedia que eu pensasse direito.

Fiz a melhor coisa que meu cérebro foi capaz de me dizer. Liguei para Jasper.

-Alô?

-Jasper! Aconteceu uma coisa horrível! Sofremos um acidente de moto e Eloise ela não acorda! Ai, estou com muito medo.

-Alice. Tente se acalmar. Diga-me. O que aconteceu?

-Não dá pra explicar tudo agora. Eloise... Ela não esta bem, ela não acorda, a moto esta destruída, não tenho como tira-la daqui.

-Esta bem. Onde vocês estão?

Olhei em volta.

- Na estrada para Port Angels, próximas ao quilometro 65. Jasper vem rápido Por favor.

-Certo. Já estou indo. Não saiam daí.

Desliguei o telefone. A culpa começou a me invadir. E se ela não acordasse. E se ela tivesse morrido. Ah. Edward ficaria arrasado, eu nunca me perdoaria.

Tentei acorda-la varias vezes. Mas nada. Pelo menos ela estava respirando. Droga, a culpa era toda minha, se eu não tivesse gritado no ouvido dela, nada disso estaria acontecendo.

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-Carlisle, como ela esta? – Esme estava muito aflita.

-Não acredito que tenha sofrido algum dano serio. Mas esta em estado de choque.

Eu estava sentada na cama ao lado de Eloise, ela não havia acordado. Já estava assim a quase duas horas. DUAS HORAS. Meu Deus! Apartei com mais força a mão de Jasper. Ele enviou uma onda de tranqüilidade. Acalmei-me. Mas ainda estava angustiada, eu sabia que ela iria acordar. Eu havia visto quando chegamos em casa, mas não tinha certeza de quanto tempo isso demoraria para acontecer.

-Como pode estar em estado de choque? – Rosalie.

-Bem... É uma coisa muito humana. O cérebro não deve ter agüentado o surto de emoções. Então entrou em estado de choque. – Carlisle coçou a cabeça, sinal de que estava nervoso.

-Isso quer dizer que os seus poderes estão “evoluindo”? – Esme estava muito preocupada.

-Sim, é o que parece.

Esme suspirou tristemente. Todos sabíamos no que aquilo tudo levaria a longo prazo. Morte.

Mas eu não conseguia acreditar naquilo, não podia ser assim. Se fosse tão simples e tão certo eu já teria visto a muito tempo. E até agora nada. Não, Eloise não iria morrer. Ela ficaria com a gente, e continuaria fazendo compras comigo até que os humanos não tivessem mais criatividade para criar roupas. Em horas como essa eu ficava tentando me convencer que aquela era a verdade.

-Vou ligar para Edward. – Esme pegou o telefone de cima do criado mudo. No mesmo instante eu vi o bafafá que aquilo ia dar. Tirei o telefone da mão dela.

-Esme, melhor não. Ele vai voltar às quatro da manhã. – Eu o via perfeitamente, ia fazer uma denuncia contra os homens que queriam fazer mal à Bella e depois ficaria um tempo vendo-a dormir.

-Alice. Ele precisa saber. É mais irmão dela que nós. –  Jasper disse. De fato era mesmo, mas isso não vinha ao caso agora.

-Ele vai chegar aqui de qualquer jeito. Vamos esperar que chegue.

Finalmente, todos  concordaram.

Não sei por que eu insistia tanto nisso. Mas eu tinha certeza que Eloise arrancaria nosso couro se descobrisse que havíamos acabado com o primeiro encontro de Edward. É... Ela ficaria muito brava, e quer saber, eu não me importava se ele era irmão biológico dela, ela era minha irmã também e eu podia cuidar dela.

Não iria deixar que ninguém ligasse para Edward.

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 Já eram duas e meia, e nada. Eu não sai do lado dela. Fiquei lá do lado de sua cama segurando sua mão, torcendo para que ela acordasse logo. Jasper não saiu do meu lado ficava lá sempre enviando ondas tranqüilizantes.

Mas a culpa era demais pra mim.

Se pudesse, eu choraria agora. Mas nem isso eu podia.

Jasper afagou meus cabelos.

-Ei, não fique assim. Você mesma viu que ela vai acordar.

-Ahh, Jazz, a culpa é toda minha, eu não devia ter gritado no ouvido dela. Se eu não tivesse a assustado nada disso teria acontecido.

-Você não tem culpa de nada. Alice, o que aconteceu foi um acidente. Poderia ter acontecido com qualquer um de nós. E se tivesse acontecido há uma semana. Eloise não estaria assim.

-Mas...

-E você também não poderia ter previsto isso Alice. Pare de se culpar.

A culpa de repente desapareceu. Jasper era com certeza uma das melhores pessoas que eu já havia conhecido.

Sorri para ele.

-Obrigada. Sinto-me bem melhor agora.

-Eu sei. – Disse retribuindo o sorriso.

E foi naquele momento que senti um aperto em minha mão. Virei abruptamente para encarar o rosto de Eloise. A felicidade me inundou.

Olhei fixamente para seu rosto, suas pálpebras se mexiam levemente. Quando ela finalmente abriu os olhos, olhou em volta com uma expressão duvidosa.

-Carlisle! – Gritei.