Gelo Do Coração escrita por Dani Silva
Os dias passaram rápido, e logo o dia de anunciar as selecionadas chegou. Mamãe insistia para que eu andasse sempre linda. Eu apenas revirava os olhos o que causava uma onda de risos em todos.
O jornal de hoje iria presentar as 35 selecionadas que concorreriam ao “coração”, do príncipe Maxon.
Assim que chegou a hora, estávamos todos sentados no sofá esperando. Mamãe pediu para que eu usasse luvas sempre que possível, não era necessário que eu imaginasse porque.
O hino de Illéa começou a tocar e logo o apresentador apareceu.
– Boa Noite Illéa, hoje vamos anunciar as sortudas 35 jovens que irão disputar o coração de nosso tão estimado Príncipe Maxon, desejamos a ele um casamente incrível com a jovem mais encantadora de Illéa. – disse Gravil Fadaye.
Todos que estavam ali aplaudiram, até May ao meu lado.
– Alteza, como se sente com esses preparativos? – perguntou Gravil ao príncipe.
A câmera focou no rosto do príncipe, ele era bonito é claro que eu não podia negar isso, mas o que importa? Eu só conheci poucos homens em minha vida e o único com que pude nutrir algum sentimento, eu esperei anos e agora que ele gosta de mim não veio falar comigo ainda.
– Estou ansioso de certa forma Gravil, mas tenho certeza que todas as jovens serão encantadoras. Espero que encontre o amor que meu pai um dia encontrou. – disse ele e sorriu no final.
A câmera focou então o Rei Clarkson e a Rainha Amberly, os dois sorriram e acenaram para as pessoas que aplaudiam eles.
May suspirou.
– Meri você vai ter um vida igual a deles! – disse May animada.
Apenas revirei os olhos.
– Vamos então as nossas jovens! Foi uma honra Alteza. – disse Gravil.
– Igualmente Gravil. – disse Maxon.
Gravil pegou alguns cartões e começou.
– Elayne Stoles, Hansport, Três.
A menina que apareceu parecia feita de porcelana, ela era linda. Maxon pareceu gostar dela.
E logo mais algumas meninas apareceram.
– E por ultimo, mas igualmente importante. América Singer, Carolina, Cinco.
Ouve uma grande explosão de gritos a minha volta, mamãe dançava com Ger. Papai abraçava May e eu estava estática olhando minha foto.
Eu sorria radiante, parecia apaixonada e deveras eu estava, mas alguém pensou que era pela pessoa errada. Não era Maxon o dono daquele sorriso.
***
A semana que se seguiu depois do anunciamento foi bem corrida. Muitos empregados do palácio vieram me ajudar com as malas e minha mãe também chamou a família Leger, que eram seis e faziam trabalhos braçais.
Ouvi alguém bater em minha porta. Escondi os flocos de neve que estavam me distraindo.
– Entre! – gritei.
E a pessoa que menos esperava entrou em meu quarto. Aspen Leger, estava usando calça jeans e camisa azul. Ele estava lindo.
– Olá. – disse ele olhando para baixo.
– Oi. – sussurrei. Aspen levantou os olhos para mim e sorriu.
– Tem neve no seu nariz. – disse ele.
Arregalei os olhos e limpei a ponta do meu nariz. Fiquei assustada como pude ser tão descuidada? Como vou explicar isso?
– Eu sei o seu segredo. – disse Aspen.
O encarei surpresa.
– Do que... - comecei. Ele suspirou.
– Sua mãe contou pra minha, elas são melhores amigas. Minha mãe sabia que eu sentia algo por você e me contou, faz uma semana que eu sei. Sua mãe não me permitiu vir aqui, ela achou melhor você não saber dos meus sentimentos, se não nunca entraria na Seleção. – disse Aspen.
Suspirei. Como eu poderia ficar com raiva de minha mãe? Querendo ou não ela fez isso apenas pelo meu bem.
– Que sentimentos você tem? – perguntei. Aspen sorriu de canto e se aproximou colocando meu rosto entre suas mãos.
– Meri, eu sou apaixonado por você a séculos, eu não me declarei por que você não deixava. Também fiquei com medo, você é uma cinco e eu seis, que futuro haveria nisso? – perguntou ele retoricamente.
– Eu não podia te expor ao perigo. – disse.
Ele sorriu e pegou minha mão. Eu estava de luvas, Aspen nem se importou e tirou as luvas colocando minha mão em seu rosto.
– Nem que você fizesse facas, e não gelo. Eu deixaria de te amar Meri. Sinto muito ter demorado tanto, apenas peço que não se esqueça de mim, vá para a Seleção e ganhe o máximo que conseguir para seus pais, mas volte para mim. – disse ele. Assenti.
Aspen puxou meu rosto para o dele e me beijou. Foi meu primeiro beijo e a melhor coisa que já me aconteceu.
Aspen nos separou, mas continuo com as mãos em meu rosto.
– Você pode fazer nevar? – perguntou ele. Assenti.
– Faça agora, por favor. – pediu ele e assim eu fiz.
Flocos caiam em cima de nós.
– Lembre-se sempre que eu lhe beijei na neve, duvido que o outro lá consiga isso. – disse ele com um sorriso malicioso.
– Eu queria nunca ter me inscrito, queria ficar com você. – disse segurando seu rosto entre minhas mãos.
– Esta tudo bem Meri, você e eu, vamos ficar bem. – disse Aspen.
***
Me despedi de todos. Mamãe, papai, May, Ger, a família Leger, Aspen e toda a cidade.
Estava pensativa quando uma menina entrou no carro junto comigo. Segurei firmemente minhas mãos em meu colo, ela não podia sentir o frio, eu estava de luvas.
– Sou Marlee Tames, sou de Kent, e sou Quatro. – disse ela e me abraçou. Fiquei um pouco estática mais logo correspondi. A garota era loira.
– Sou América Singer, de Carolina e sou uma Cinco. – disse.
– Eu sei, você tem olhos bonito e é bem fria. Esta com frio? – perguntou ela curvando as sobrancelhas, parecia uma careta de preocupação.
– Não. Estou bem. – disse e me virei para a janela.
***
Estavamos agora no avião esperando as concorrente chegarem.
Ashley Brouillette, de Allens, uma três. Ela chegou acenou para mim e Marlee e ficou em silêncio olhando pela janela.
Eu e Marlee ficamos conversando animadas quando a ultima selecionada que esperávamos entrou. Ela era morena e usava óculos de sol, assim que a vimos ela começou a desfilar em nossa direção.
– Oi. – sussurrou Marlee.
A menina tirou os óculos e avaliou Marlee e depois a mim.
– Oi, sou Celeste. – disse ela e deu um sorriso.
– Você é uma dois? – perguntou Marlee.
– Sou modelo. Gostei do seu cabelo América. – disse Celeste.
A encarei surpresa, ela parecia ser aquelas meninas arrogantes.
– Obrigada, você tem cabelos lindos também. – respondi tentando ser educada.
– Porque esta de luvas? – perguntou Celeste.
– Não gosto muito de ficar sem elas, sou cinco e minhas mãos são estranhas. Sabe por conta dos instrumentos. – disse tentando encontrar uma mentira boa.
– A sim. Tudo bem então. – disse Celeste.
Marlee, eu e Celeste conversamos bastante até sentirmos sono.
Fechei meus olhos, acho que encontrei amigas.
***
Senti algo bater com força em meu rosto e acordei surpresa. Será que fiz neve ou gelo enquanto dormia? Encontrei os olhos verdes de Celeste me avaliando.
– Marlee! Ela esta viva, suspenda os paramédicos. – gritou Celeste.
Olhei para Marlee e ela estava desligando o telefone do avião.
– O que aconteceu? – perguntei sonolenta.
– Não conseguíamos te acordar, e você estava fria como gelo. – disse Celeste.
– Pensamos que tinha acontecido alguma coisa. – disse Marlee.
– Eu estou bem, o que você querem? – perguntei.
– Vamos pousar. – disse Celeste colocando os óculos de sol.
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