Gelo Do Coração escrita por Dani Silva
Notas iniciais do capítulo
Olá queridas(você são sim minhas queridas).
Continuem comentando eu amei os comentários
Boa Leitura!
Eu estava muito nervosa. Assim que o avião aterrissou, Celeste e Marlee seguraram em minhas mãos tentando aplacar seu nervosismo, nem percebendo que estavam me ajudando também.
Ashley foi a primeira a descer, depois Celeste, Marlee e por ultimo eu.
Haviam muitas pessoas e assim que apareci elas começaram a gritar meu nome. Tinham também muitos cartazes, Celeste e Marlee pararam para acenar e eu fui até as pessoas.
– Você é linda. – disse uma senhora.
– Obrigada, mas a senhora é muito mais. Tenho sorte que a senhora não participe da seleção, se não eu já teria perdido. – disse brincando. A senhora sorriu abertamente e me abraçou. Tentei manter meu corpo quente (algo impossível para mim). Beijei o alto da cabeça da senhora e seus cabelinhos brancos e segui cumprimentando algumas crianças.
No canto mais afastado tinha uma menininha ruiva com um cartaz escrito “Príncipe Maxon ama ruivas”. Sorri para a menina.
– Gostei do seu cartaz. – disse sorrindo.
A menina sorriu e vi que seus dentinhos da frente estavam faltando, isso era adorável. Escondi minha mão em um bolso do vestido e fiz um coraçãozinho de gelo.
–Tenho um presente para você, mas terá que prometer que guardara segredo. – disse em tom brincalhão.
– Eu prometo. – disse a menina. Estiquei a mão e coloquei o pequeno coração em sua palma.
– Gostou? – perguntei.
Os olhos da menina começaram a encher de lagrimas e ela me abraçou.
– Muito obrigada, eu amei, adorei e vou guardar. Como conseguiu? – perguntou ela.
– Eu faço magia. – disse brincando. Mal ela sabia que era a mais pura verdade.
Ouvi um grito e olhei para trás, Celeste me chamava. Sorri para a menina.
– Qual o seu nome? – perguntei. Ela parou de encarar o coraçãozinho e me olhou.
– Gin. – disse ela.
– Gostei de você Gin, tenho que ir agora. Adeus querida. – disse acenando.
– Adeus Rainha América. – gritou Gin.
***
Chegamos ao castelo e logo uma mulher chamada Silvia, nos falou de cada canto do castelo. Levou então todas as meninas para o Salão das mulheres onde nos arrumariam e fariam com que parecêssemos mais belas.
Assim que me sentei uma mulher começou a mexer em meu cabelo.
– Seu ruivo é tão perfeito que só vou aparar algumas pontinhas e dar mais volume aos cachos esta bem? Sua beleza já é natural querida. – disse a mulher.
– Obrigada. – sussurrei envergonhada.
Logo chegaram mais mulheres.
– Posso? – perguntou uma delas apontando para minhas luvas. Suspirei.
– Eu não gostaria de tira-las. – sussurrei.
– Tudo bem senhorita. – disse a mulher e foi buscar alguma coisa.
Terminaram meu cabelo, maquiagem e as unhas dos pés. Estava me sentindo linda.
A mulher que antes queria tirar minhas luvas voltou com uma caixa branca.
– Senhorita, peço que use isso. – disse ela abrindo a caixa.
Ali havia um par te luvas extremamente brancas, elas iam até o final do pulso e ali se fechavam em bolinhas que pareciam perolas.
– São lindas, não posso aceitar. – disse envergonhada. A mulher sorriu.
– Pode e vai senhorita, foram feitas para você. – disse e assim pegou minhas mãos.
A mulher me olhou esperando que eu concordasse. Assenti e ela tirou minhas luvas sujas e colocou as brancas, se percebeu o gelo não disse nada.
– Diga a suas criadas para fazerem um vestido branco para você amanha. – disse ela e assim saiu andando.
Algumas câmeras, que antes me filmaram fazendo os cabelos e maquiagem, focaram em mim novamente. Uma mulher apareceu com um microfone e sorriso gentil.
– Olá senhorita América. – disse a mulher e apontou o microfone para mim.
– Olá. – disse e sorri timidamente.
– Senhorita poderia nos contar o que fez hoje? – perguntou ela.
– Bem eu acordei, levantei da cama... – disse brincando. A mulher riu e algumas pessoas que estavam perto também.
– Ó além de linda, gentil é engraçada também? A algum defeito em você, senhorita? – perguntou ela rindo.
– Sou comilona, mas não diga isso... Espere, estamos ao vivo? Finja que disse que faço regimes. – disse fazendo piada.
Logos todas as selecionadas voltaram sua atenção para minha entrevista.
A mulher riu mais alto desta vez.
– Vimos que a senhorita usa luvas, poderia nos contar porque? – perguntou ela. Meu coração acelerou e tentei controlar meu rosto para não deixar transparecer nada.
– Tenho mãos de musica, ou seja não são as melhores. Mas se quer mãos perfeitas sugiro as da Celeste e as da Marlee, elas arrasam. – disse rindo.
Celeste e Marlee para comprovar o que eu dizia levantaram as mãos.
– Obrigada Senhorita, e essa é nossa ultima candidata a incrível América Singer, Carolina, Cinco. Boa Noite Illéa. – disse ela e a câmera desligou.
***
Abri a porta do quarto e olhei em volta.
– Senhorita? – chamou-me uma menina pequena parecendo tímida ao me ver.
– Olá, desculpe me disseram que esse era meu quarto. – disse.
– A senhorita Singer chegou Lucy? – perguntou uma mulher mais velha parecia a chefe delas.
– Sim Anne. – disse Lucy. Entrei no quarto.
Era lindo as paredes de um cinza claro, a cama enorme em tons de perola, uma penteadeira, um piano e alguns instrumentos, um grande espelho e uma penteadeira.
– Senhorita sou Anne a chefe das criadas, essas são Lucy e Mary. Somos suas criadas e estamos aqui para ajuda-la em tudo. – disse Anne.
Assenti.
– Sou América, podem me chamar apenas de Meri, por favor. – disse e sorri.
Elas assentiram e começaram a me despir para o banho. Enquanto faziam isso, me lavavam, peteavam meus cabelos, elas faziam um milhão de perguntas que me deixaram constrangida. Eu só queria ficar sozinha por algum tempo. Assim que terminaram e colocaram uma camisola verde clara em mim, me deitei na cama.
As três ficaram lá paradas me olhando. Senti minhas bochechas corarem.
– Podem ir, estou bem. – disse envergonhada.
– Não podemos senhorita. – disse Anne.
– Estou bem, vão comer ou descansar um pouco. – disse novamente.
– Ficaremos até que durma senhorita, pode ser que precise de alguma coisa. – disse Mary.
– Estou bem, vão dormir. Isso é uma ordem. – disse tentando parecer brava.
Elas riram e assentiram saindo do quarto.
Fechei os olhos .
Uma brisa fria começou a entrar da varanda.
Senti que estava quente demais em meu quarto, eu precisava tomar um ar ou se não morreria ali. Abri a porta de camisola mesmo e sai correndo para a porta.
Fui em direção a porta quando guardas me pararam.
– Preciso respirar. – sussurrei sem folego. O guarda parou em minha frente e segurou meu braço.
– Não pode sair. – disse ele. Ele estava me segurando onde as luvas não poderiam segurar o frio. Tentei respirar de novo para me acalmar e acabar não congelando o guarda, mas o ar ainda me faltava.
–Por favor. – implorei. Eu não conseguia mais. Acabei caindo nos braços do guarda. Fechei os olhos, estava faltando ar, eu precisava do frio se não morreria. Estava quente demais ali.
– Senhorita? – chamou-me ele.
Ouvi passos vindo na nossa direção.
– Deixem-na sair! – um homem gritou.
– Mas Alteza... – tentou falar o guarda que me segurava.
– Agora. – ordenou a voz novamente.
– Sim Alteza. – disse o segundo guarda. Acho que as portas se abriram pois uma corrente de ar gelado passou por mim me dando alguma força.
Me soltei do guarda e sai correndo. A grama estava fria, o ar voltou aos meus pulmões, me joguei em um banquinho temendo não conseguir ir mais longe. Coloquei meu rosto enterrado em meu braço, então comecei a arfar, o frio estava voltando.
– Senhorita? Querida? – chamou uma voz.
– Não sou sua querida. – rosnei. A pessoa pareceu espantada, pois durante um tempo não disse nada.
– Desculpe, mas não dei o que a senhorita queria? – perguntou ele.
O ignorei e voltei-me para minha dor.
– Não esta com frio? – perguntou ele.
Levantei os olhos e o encarei. Ali estava o Príncipe Maxon. Fiquei em estado de choque por alguns segundos.
– Não... Alteza. – disse envergonhada.
– Porque a senhorita estava gritando então? – perguntou ele.
– Esse castelo parece um forno, como consegue manter 34 garotas presas nesse lugar? – perguntei. Eu estava brava com ele, como conseguia ser tão ignorante aos problemas de todos? Parecia que ele vivia em seu próprio mundo, o Maravilhoso Mundo de Maxon.
– Eu não estou entendendo querida. – disse ele.
– Pare de me chamar assim não sou mais querida para você do que as outras 34 garotas que você mantem nesse forno. – disse irritada.
– Todas são queridas, apenas preciso descobrir qual delas a de ser a mais querida. – disse ele. Bufei e voltei a enterrar meu rosto em meu braço.
As lagrimas começaram a se aglomerar em meus olhos. Minha respiração ficou novamente travada, então comecei a chorar de verdade. Eu estava pensando em Aspen, em minha mãe, papai, Ger, May e até na menininha que conheci... Como será que eles estão? Melhor que eu imagino.
– Com licença senhorita, mas vai continuar chorando? – perguntou o príncipe. Ele parecia incomodado com minhas lagrimas.
Levantei o rosto para ele.
– Isso é ridículo. – disse.
– O que? – perguntou ele.
– O concurso, a competição. Tudo! – disse.
– Sei que isso parece ignorante senhorita, mas é de se esperar que todas estejam felizes de estar aqui. Por que você não esta? –perguntou ele e se sentou no banco.
– Eu estou aqui por engano, não é como se quisesse mesmo. – disse sendo sincera. Ele pareceu confuso e um pouco decepcionado.
– Eu não estou entendendo. – disse ele confuso. Suspirei e encarei seus olhos.
Ele tinha olhos lindos que pareciam brilhar a medida que se concentrava no que eu ia dizer.
– Eu não queria estar aqui, tive que vir para ajudar minha família. – disse. Comecei a corar.
– Você quer dizer pelo dinheiro? – perguntou ele.
– Também, e há sentimentos que preciso descobrir ainda. – disse envergonhada. Ele assentiu.
– Desculpe não consigo ler seu broche. – disse ele.
– Meu nome é América Singer. – disse.
– América, perfeito. Nosso antigo pais que lutou muito, e você senhorita Singer, pelo que luta? – perguntou ele. Sorri.
– Na verdade luto apenas pela comida, vou ficando até que você me chute. – disse.
O príncipe riu. Jogou sua cabeça para trás e bateu em seu joelho, era algo engraçado de se assistir.
– Você é o que?
– Desculpe?
– Dois? Três? – perguntou ele.
– Sou Cinco. – disse.
– Bem então a comida é algo por que vale apena lutar. – disse ele e sorriu.
Assenti.
– Bem senhorita América, tenho que entrar e peço que faça o mesmo logo. E por favor, não conte a ninguém sobre nosso encontro, não era para conhecê-las antes de amanha. – disse ele.
– Sim, não contarei.
O príncipe sorriu e puxou minha mão. Olhou a luva com um olhar de interrogação, mas mesmo assim beijou-a e saiu.
Fiquei olhando o príncipe ir embora. Assim que ele desapareceu pela porta, fechei meus olhos e fiquei mais alguns minutos ali.
Suspirei me levantei e fui para o meu quarto. O dia amanha seria cheio.
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