Gelo Do Coração escrita por Dani Silva


Capítulo 4
Castelo


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas(você são sim minhas queridas).
Continuem comentando eu amei os comentários
Boa Leitura!



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Eu estava muito nervosa. Assim que o avião aterrissou, Celeste e Marlee seguraram em minhas mãos tentando aplacar seu nervosismo, nem percebendo que estavam me ajudando também.

Ashley foi a primeira a descer, depois Celeste, Marlee e por ultimo eu.

Haviam muitas pessoas e assim que apareci elas começaram a gritar meu nome. Tinham também muitos cartazes, Celeste e Marlee pararam para acenar e eu fui até as pessoas.

– Você é linda. – disse uma senhora.

– Obrigada, mas a senhora é muito mais. Tenho sorte que a senhora não participe da seleção, se não eu já teria perdido. – disse brincando. A senhora sorriu abertamente e me abraçou. Tentei manter meu corpo quente (algo impossível para mim). Beijei o alto da cabeça da senhora e seus cabelinhos brancos e segui cumprimentando algumas crianças.

No canto mais afastado tinha uma menininha ruiva com um cartaz escrito “Príncipe Maxon ama ruivas”. Sorri para a menina.

– Gostei do seu cartaz. – disse sorrindo.

A menina sorriu e vi que seus dentinhos da frente estavam faltando, isso era adorável. Escondi minha mão em um bolso do vestido e fiz um coraçãozinho de gelo.

–Tenho um presente para você, mas terá que prometer que guardara segredo. – disse em tom brincalhão.

– Eu prometo. – disse a menina. Estiquei a mão e coloquei o pequeno coração em sua palma.

– Gostou? – perguntei.

Os olhos da menina começaram a encher de lagrimas e ela me abraçou.

– Muito obrigada, eu amei, adorei e vou guardar. Como conseguiu? – perguntou ela.

– Eu faço magia. – disse brincando. Mal ela sabia que era a mais pura verdade.

Ouvi um grito e olhei para trás, Celeste me chamava. Sorri para a menina.

– Qual o seu nome? – perguntei. Ela parou de encarar o coraçãozinho e me olhou.

– Gin. – disse ela.

– Gostei de você Gin, tenho que ir agora. Adeus querida. – disse acenando.

– Adeus Rainha América. – gritou Gin.

***

Chegamos ao castelo e logo uma mulher chamada Silvia, nos falou de cada canto do castelo. Levou então todas as meninas para o Salão das mulheres onde nos arrumariam e fariam com que parecêssemos mais belas.

Assim que me sentei uma mulher começou a mexer em meu cabelo.

– Seu ruivo é tão perfeito que só vou aparar algumas pontinhas e dar mais volume aos cachos esta bem? Sua beleza já é natural querida. – disse a mulher.

– Obrigada. – sussurrei envergonhada.

Logo chegaram mais mulheres.

– Posso? – perguntou uma delas apontando para minhas luvas. Suspirei.

– Eu não gostaria de tira-las. – sussurrei.

– Tudo bem senhorita. – disse a mulher e foi buscar alguma coisa.

Terminaram meu cabelo, maquiagem e as unhas dos pés. Estava me sentindo linda.

A mulher que antes queria tirar minhas luvas voltou com uma caixa branca.

– Senhorita, peço que use isso. – disse ela abrindo a caixa.

Ali havia um par te luvas extremamente brancas, elas iam até o final do pulso e ali se fechavam em bolinhas que pareciam perolas.

– São lindas, não posso aceitar. – disse envergonhada. A mulher sorriu.

– Pode e vai senhorita, foram feitas para você. – disse e assim pegou minhas mãos.

A mulher me olhou esperando que eu concordasse. Assenti e ela tirou minhas luvas sujas e colocou as brancas, se percebeu o gelo não disse nada.

– Diga a suas criadas para fazerem um vestido branco para você amanha. – disse ela e assim saiu andando.

Algumas câmeras, que antes me filmaram fazendo os cabelos e maquiagem, focaram em mim novamente. Uma mulher apareceu com um microfone e sorriso gentil.

– Olá senhorita América. – disse a mulher e apontou o microfone para mim.

– Olá. – disse e sorri timidamente.

– Senhorita poderia nos contar o que fez hoje? – perguntou ela.

– Bem eu acordei, levantei da cama... – disse brincando. A mulher riu e algumas pessoas que estavam perto também.

– Ó além de linda, gentil é engraçada também? A algum defeito em você, senhorita? – perguntou ela rindo.

– Sou comilona, mas não diga isso... Espere, estamos ao vivo? Finja que disse que faço regimes. – disse fazendo piada.

Logos todas as selecionadas voltaram sua atenção para minha entrevista.

A mulher riu mais alto desta vez.

– Vimos que a senhorita usa luvas, poderia nos contar porque? – perguntou ela. Meu coração acelerou e tentei controlar meu rosto para não deixar transparecer nada.

– Tenho mãos de musica, ou seja não são as melhores. Mas se quer mãos perfeitas sugiro as da Celeste e as da Marlee, elas arrasam. – disse rindo.

Celeste e Marlee para comprovar o que eu dizia levantaram as mãos.

– Obrigada Senhorita, e essa é nossa ultima candidata a incrível América Singer, Carolina, Cinco. Boa Noite Illéa. – disse ela e a câmera desligou.

***

Abri a porta do quarto e olhei em volta.

– Senhorita? – chamou-me uma menina pequena parecendo tímida ao me ver.

– Olá, desculpe me disseram que esse era meu quarto. – disse.

– A senhorita Singer chegou Lucy? – perguntou uma mulher mais velha parecia a chefe delas.

– Sim Anne. – disse Lucy. Entrei no quarto.

Era lindo as paredes de um cinza claro, a cama enorme em tons de perola, uma penteadeira, um piano e alguns instrumentos, um grande espelho e uma penteadeira.

– Senhorita sou Anne a chefe das criadas, essas são Lucy e Mary. Somos suas criadas e estamos aqui para ajuda-la em tudo. – disse Anne.

Assenti.

– Sou América, podem me chamar apenas de Meri, por favor. – disse e sorri.

Elas assentiram e começaram a me despir para o banho. Enquanto faziam isso, me lavavam, peteavam meus cabelos, elas faziam um milhão de perguntas que me deixaram constrangida. Eu só queria ficar sozinha por algum tempo. Assim que terminaram e colocaram uma camisola verde clara em mim, me deitei na cama.

As três ficaram lá paradas me olhando. Senti minhas bochechas corarem.

– Podem ir, estou bem. – disse envergonhada.

– Não podemos senhorita. – disse Anne.

– Estou bem, vão comer ou descansar um pouco. – disse novamente.

– Ficaremos até que durma senhorita, pode ser que precise de alguma coisa. – disse Mary.

– Estou bem, vão dormir. Isso é uma ordem. – disse tentando parecer brava.

Elas riram e assentiram saindo do quarto.

Fechei os olhos .

Uma brisa fria começou a entrar da varanda.

Senti que estava quente demais em meu quarto, eu precisava tomar um ar ou se não morreria ali. Abri a porta de camisola mesmo e sai correndo para a porta.

Fui em direção a porta quando guardas me pararam.

– Preciso respirar. – sussurrei sem folego. O guarda parou em minha frente e segurou meu braço.

– Não pode sair. – disse ele. Ele estava me segurando onde as luvas não poderiam segurar o frio. Tentei respirar de novo para me acalmar e acabar não congelando o guarda, mas o ar ainda me faltava.

–Por favor. – implorei. Eu não conseguia mais. Acabei caindo nos braços do guarda. Fechei os olhos, estava faltando ar, eu precisava do frio se não morreria. Estava quente demais ali.

– Senhorita? – chamou-me ele.

Ouvi passos vindo na nossa direção.

– Deixem-na sair! – um homem gritou.

– Mas Alteza... – tentou falar o guarda que me segurava.

– Agora. – ordenou a voz novamente.

– Sim Alteza. – disse o segundo guarda. Acho que as portas se abriram pois uma corrente de ar gelado passou por mim me dando alguma força.

Me soltei do guarda e sai correndo. A grama estava fria, o ar voltou aos meus pulmões, me joguei em um banquinho temendo não conseguir ir mais longe. Coloquei meu rosto enterrado em meu braço, então comecei a arfar, o frio estava voltando.

– Senhorita? Querida? – chamou uma voz.

– Não sou sua querida. – rosnei. A pessoa pareceu espantada, pois durante um tempo não disse nada.

– Desculpe, mas não dei o que a senhorita queria? – perguntou ele.

O ignorei e voltei-me para minha dor.

– Não esta com frio? – perguntou ele.

Levantei os olhos e o encarei. Ali estava o Príncipe Maxon. Fiquei em estado de choque por alguns segundos.

– Não... Alteza. – disse envergonhada.

– Porque a senhorita estava gritando então? – perguntou ele.

– Esse castelo parece um forno, como consegue manter 34 garotas presas nesse lugar? – perguntei. Eu estava brava com ele, como conseguia ser tão ignorante aos problemas de todos? Parecia que ele vivia em seu próprio mundo, o Maravilhoso Mundo de Maxon.

– Eu não estou entendendo querida. – disse ele.

– Pare de me chamar assim não sou mais querida para você do que as outras 34 garotas que você mantem nesse forno. – disse irritada.

– Todas são queridas, apenas preciso descobrir qual delas a de ser a mais querida. – disse ele. Bufei e voltei a enterrar meu rosto em meu braço.

As lagrimas começaram a se aglomerar em meus olhos. Minha respiração ficou novamente travada, então comecei a chorar de verdade. Eu estava pensando em Aspen, em minha mãe, papai, Ger, May e até na menininha que conheci... Como será que eles estão? Melhor que eu imagino.

– Com licença senhorita, mas vai continuar chorando? – perguntou o príncipe. Ele parecia incomodado com minhas lagrimas.

Levantei o rosto para ele.

– Isso é ridículo. – disse.

– O que? – perguntou ele.

– O concurso, a competição. Tudo! – disse.

– Sei que isso parece ignorante senhorita, mas é de se esperar que todas estejam felizes de estar aqui. Por que você não esta? –perguntou ele e se sentou no banco.

– Eu estou aqui por engano, não é como se quisesse mesmo. – disse sendo sincera. Ele pareceu confuso e um pouco decepcionado.

– Eu não estou entendendo. – disse ele confuso. Suspirei e encarei seus olhos.

Ele tinha olhos lindos que pareciam brilhar a medida que se concentrava no que eu ia dizer.

– Eu não queria estar aqui, tive que vir para ajudar minha família. – disse. Comecei a corar.

– Você quer dizer pelo dinheiro? – perguntou ele.

– Também, e há sentimentos que preciso descobrir ainda. – disse envergonhada. Ele assentiu.

– Desculpe não consigo ler seu broche. – disse ele.

– Meu nome é América Singer. – disse.

– América, perfeito. Nosso antigo pais que lutou muito, e você senhorita Singer, pelo que luta? – perguntou ele. Sorri.

– Na verdade luto apenas pela comida, vou ficando até que você me chute. – disse.

O príncipe riu. Jogou sua cabeça para trás e bateu em seu joelho, era algo engraçado de se assistir.

– Você é o que?

– Desculpe?

– Dois? Três? – perguntou ele.

– Sou Cinco. – disse.

– Bem então a comida é algo por que vale apena lutar. – disse ele e sorriu.

Assenti.

– Bem senhorita América, tenho que entrar e peço que faça o mesmo logo. E por favor, não conte a ninguém sobre nosso encontro, não era para conhecê-las antes de amanha. – disse ele.

– Sim, não contarei.

O príncipe sorriu e puxou minha mão. Olhou a luva com um olhar de interrogação, mas mesmo assim beijou-a e saiu.

Fiquei olhando o príncipe ir embora. Assim que ele desapareceu pela porta, fechei meus olhos e fiquei mais alguns minutos ali.

Suspirei me levantei e fui para o meu quarto. O dia amanha seria cheio.


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