Gelo Do Coração escrita por Dani Silva


Capítulo 2
A Seleção




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5 anos depois

– May? – gritei. Meus cabelos estavam ensopados de tinta azul. Só podia ter sido May ou o pestinha do meu irmão Gerad.

Estiquei minha mão e fiz um balde de gelo, com neve dentro. Assim que minha irmã se aproximou da porta, fiz uma bola de neve e joguei em seus cabelos perfeitamente ruivos e arrumados.

Ela gritou e partiu para pegar neve também, mas assim que se aproximou fiz o balde desaparecer. Ri da sua careta de indignação.

– Chata. – resmungou fazendo bico. Ri.

– Desculpas seriam uma ótima maneira de dizer que sente muito por isso. – disse apontando para o meu cabelo.

Assim que ela olhou meu cabelo se jogou no chão de tanto rir.

– Foi... O... Gerad. – disse entre risadas.

– Ele não seria capaz. – disse mordendo o lábio.

– Seria sim, ele me disse que não queria que você fosse para a Seleção então tentaria fazer você ficar feia. – disse ela.

Suspirei e me levantei indo para o banheiro. Havia agua quente, mas assim que a tocasse ficaria fria, eu não iria ver diferença é claro. Sou o frio.

Eu aprendi a controlar perfeitamente meus poderes, mas isso não dava dinheiro algum. E como não podia me apresentar por causa disso, vivíamos as custas de papai, mamãe e May (que fazia apresentações de dança), eu me sentia inútil, mas papai dizia que eu não podia sair até então.

O príncipe Maxon Schreave tinha chegado a idade certa para ter sua própria Seleção (ou seja 21 anos) e milhões de meninas entre 17 e 19 anos podiam tentar a sorte. Eu não queria tentar, não queria ser um e muito menos conhecer o príncipe, mas papai e mamãe precisavam que eu ao menos tentasse, o dinheiro iria nos ajudar tanto.

Não é que passássemos fome constantemente, mas sempre precisávamos de dinheiro, mamãe precisava alimentar Gerad que tinha apenas seis anos, precisava cuidar de May que tinha apenas nove e havia também eu de 19 anos. Éramos muitos, não tínhamos dinheiro para controlar a quantidade de filhos, então sempre podíamos esperar mais um irmão.

Hoje eu iria entregar minha carta para tentar entrar na seleção. Lembro exatamente como foi quando minha mãe descobriu a carta.

–/- Lembrança -/-

– May, Gerad e Meri corram aqui! – gritou Mamãe.

Deixei os flocos de neve levitando ainda e corri atrás dela. Mamãe estava em frente a nossa casa segurando um papel.

– O que é isso? – perguntou Papai.

– Uma carta, da Seleção. Eles estão chamando Meri!. – gritou mamãe e saltou me abraçar.

Toda a minha família começou a festejar.

E por um segundo permiti imaginar uma vida assim, quente.

–/- Fim -/-

– Meri? Você esta pronta? – perguntou Ger.

Olhei meu reflexo. Eu havia tirado a tinta do cabelo e o deixei secar naturalmente. Meus cabelos eram ruivos como os de toda a minha família, a única diferença era que meus olhos eram azuis gelo, mamãe sempre se orgulhou de que ao menos algo em mim era diferente do comum de nossas vidas.

Virei meu olhos para meu irmãozinho. Ger tinha cabelos ruivos ondulados, olhos verdes e sardinhas espalhadas por todo o seu nariz, sempre que ele fazia careta elas apareciam mais. May brincava dizendo que qualquer dia daria um nome a cada uma.

Alisei meu vestido branco, era um tipo de corpete com saia longa. Era o vestido mais bonito que eu tinha e o único.

Segui Ger até a sala onde mamãe estava eufórica. Ela estava até corada de tanta alegria, May não estava muito diferente quase podia ver seu sorriso da lua.

– Você vai ser princesa Meri! –gritou May correndo me abraçar.

Sorri para ela e a peguei. Enterrei meu rosto na curva do pescoço de minha irmã, nós sempre fazíamos isso quando estávamos com medo. May era para mim um porto seguro, onde eu podia me esconder sempre.

– Eu ainda nem enviei a carta, pestinha. – disse para May quando a soltei.

Ela fez cara de emburrada.

– Você vai ser escolhida, e o Príncipe vai amar você e sua magia também. – disse ela nem um pouco abalada por minha resposta.

– Como farei? E se por um milagre eu for selecionada? Não posso engana-lo dizendo que sou normal, como contarei sobre o gelo? – perguntei a Papai. Ele sorriu de uma forma gentil e colocou uma mão em meu ombro.

– Você ira conseguir minha menina. Quando você se sentir pronta, conte a ele, mas mantenha sempre em mente Ames, esse segredo é apenas seu meu amor. Não fique olhando para as nuvens esperando a nevasca, apenas corra e se proteja uma hora ela vai vir. – disse Papai.

Sorri e suspirei tentando me acalmar.

Fiz um floco de neve com as iniciais de May e entreguei a ela, talvez isso a acalmasse.

– Eu adorei! – gritou May e ficou encantada encarando o floco de neve.

Fiz um carrinho de gelo para Ger. Assim que o viu, ele saiu correndo com papai para brincar em casa.

E assim eu, May e mamãe fomos ao departamento de serviços provinciais.

***

A fila dava voltas e voltas, ficamos la esperando.

– Magda! – alguém gritou. Mamãe se virou e encontrou sua amiga.

– Lena! Como vai? – perguntou mamãe.

Lena Leger era mãe de Celia e Kamber, duas jovens incrivelmente lindas. Que tinham apenas 17 anos.

– Bem minha querida e você como esta? A America como esta linda. – disse ela.

A Sra. Leger não era apenas amiga de mamãe, era também mãe de Aspen Leger.

Aspen era o homem mais bonito da terra, ele tem cabelos pretos e olhos claros. É perfeito, eu sempre tive uma paixão secreta por ele, mas sempre que eu pensava em me aproximar me lembrava que sou perigosa.

– Obrigada Sra. Leger. Como esta Aspen? – perguntei fingindo indiferença. Ela pareceu um pouco surpresa por minha pergunta e depois sorriu gentilmente.

– Ele esta bem, soube que meu filho esta apaixonado por uma certa jovem ruiva. – disse ela com um sorriso malicioso.

Mamãe arregalou os olhos e eu fiquei surpresa. Ela falava de mim?

– Próxima! – gritou a mulher que ficava pegando as fichas das candidatas.

Eu não conseguia esconder meu sorriso. Tudo que eu pensava era que Aspen, mesmo depois de tudo gostava de mim.

Então esqueci que estava indo concorrer por um príncipe que eu não conhecia, e que eu podia acabar congelando Illéa inteira. Eu apenas sorri, porque estava apaixonada.


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