Lia Hunter, Uma Filha de Hades escrita por Passado Dramático Apagado


Capítulo 21
-Jogo Frutas No Novato-


Notas iniciais do capítulo

Oi, povo!

Tudo bem com vocês?

Comigo tá tudo ótimo.

Aproveitem!



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Reconheci imediatamente onde estava, um quarto feito de obsidiana, sem janelas e decorado com caveiras. Eu estava no chalé treze.

–Uh... –esfreguei os olhos, lembrando do sonho –O que...?

Avistei a cama de Nico, mas ele não estava lá. Uma forte luz vinha do banheiro do chalé. Nico saiu de lá, sem camisa e com uma escova de dente na boca, que estava espumada de pasta dental. Sentei na cama e me espreguicei.

–Bom dia... –falei, soltando um bocejo antes mesmo de terminar a frase. Nico voltou para o banheiro e terminou de escovar os dentes, depois saiu novamente com uma toalha de rosto ao redor do pescoço.

–Bom dia –disse, como se fosse obrigado a dizer aquilo –Que horas você chegou?

–Sei lá –me levantei e fui ao banheiro, coloquei a pasta dental na minha escova –Acordei aqui –comecei a escovar os dentes –O que eu perdi?

–Capture a bandeira ontem à noite –ele foi até o boxe, colocou a cabeça embaixo do chuveiro e o ligou, molhando apenas os cabelos. Depois se balançou feito um cachorro, espirrando água no banheiro todo e esfregou a toalha que estava pendurada em sua nuca naquela massa desgrenhada e negra que ele chama de cabelo.

–Vocês ganharam? –terminei a higiene bucal e comecei a lavar o rosto.

–Sim. O chalé de Atena estava à nosso favor, colocamos os azuis no chinelo.

–Uhum –Escovei os cabelos –Perguntaram sobre mim?

–Perguntaram –ele pegou uma camisa preta com um NO em branco de estampa e a vestiu –Inventei que você passou na sua mãe por que ela estava doente.

–E eles engoliram? –cheguei mais perto para escovar os cabelos dele também (ele com certeza não os escovaria). Nico se afastou, mas cedeu depois do meu clássico “olhar maligno”.

–Pois é.

Depois de nos arrumarmos, fomos ao pavilhão e tomamos o café da manhã. Tivemos aula de esgrima juntos com Percy e corrida com Travis e Connor, que me fizeram comer poeira.
E depois, o meu preferido. Escalar a pedra de lava. Eu era boa com aquilo, pois consegui o primeiro lugar, ganhando de Leo (que era imune à lava).

Depois disso, passamos no anfitetro. Onde estavam Jhon, Andy, Erick, Mark, Paul, Bia, Jason (blergh), Leo e uma outra garota.

–Oi pessoal –acenei.

–Lia! –chegou Andy, sorridente, me dando um abraço –E aí? Tudo bem? Como está a sua mãe?

–Hã... –olhei de relance para Nico, e me lembrei -É. Ela está bem melhor.

–Ah, olha –disse Jason –A garota de Hades.

–Hm? Quem? –perguntou a garota ao seu lado –Hades?

–É. Sou eu –falei, encarando Jason –Sou Lia Hunter –me apresentei para a garota.

–Ah, oi. Eu sou Piper McLean –acenou -Filha de Afrodite.

–Afrodite? –ergui as sobrancelhas –Legal. Não conheci nenhuma criança de Afrodite até agora.

–Ah, agora lembro de você –estalou os dedos –Foi você quem derrubou Jason naquele capture a bandeira.

–É. Essa daí mesma –Jason me olhou com desgosto –Só deu sorte –deu de ombros.

–É. Sorte, Peter-Pan.

–O que disse? –perguntou, cerrando os punhos.

–Ah, nada, Clark Kent –zombei –Só dei muita sorte mesmo. Você é que é o incrível. Incrivelmente bom em cair no chão.

–Ei, ei, ei, gente –apartou Piper quando Jason avançou pra cima de mim, ficando entre nós dois –Sem briga. Somos todos amigos, certo?

–Não –respondi entre os dentes, encarando Jason –Não somos.

–Lia... –Nico agarrou meu ombro –não.

–Hmph –Jason se virou e foi embora. Piper e Leo o seguiram.

–O que foi aquilo? –perguntou Erick, com um sorriso sarcástico –Pareceu até a Andy e o Mark discutindo.

–Cala a boca, Mohan –Andy corou –Comparar o idiota do Mark com o Jason? Você só pode estar brincando.

Mark deu língua para Andy, que fez o mesmo.

–Não sabia que você morria de amores pelo Jason –comentou Jhon para mim -Nosso garoto de ouro.

–Ah, pois é –rolei os olhos, irônica –Adoro aquele cara, um sonho!

–Ih –riu Bia -Piper tem uma concorrente?

–Concorrente? –perguntei.

–A Pipes é namorada do Jason –explicou ela –Nossa, até senti um ciúme agora –riu com a ironia.

–Ciúme? –perguntou Jhon –Você sentiu ciúme, Bia?

–Não, seu bobo –riu, abraçando ele –Tava falando da Lia.

–Ah, claro –suspirou, aliviado.

–Espera, espera, espera –falei, acenando as mãos –Vocês dois...

–Pois é –respondeu Bia, sorrindo radiante –Ele finalmente me pediu em namoro.

–Já não era sem tempo! –sorriu Andy.

–Hora do almoço, gente –chamou Paul, que tinha ficado calado até então.

Partimos para o pavilhão novamente e nos separamos, cada um para sua respectiva mesa.

–Heróis! –bradou Quíron, no centro do pavilhão –Queremos apresentar-lhes um nosso campista. Raymond Morgan. Chegou hoje de manhã.

Um garoto se levantou da mesa onze. Tinha pele bronzeada, era alto e tinha cabelos negros curtos. Os olhos dele encontraram os meus, eram de um verde azulado hipnotizador. Senti o rosto corar naquele momento. Ele se apresentou e sentou-se novamente. Durante todo o almoço, fiquei olhando-o de relance pelo canto do olho.

–Você gostou do garoto novo, irmãzinha? –perguntou Nico, sorrindo.

–Eu... hã? N-não! Claro que não! –me exaltei –Eu só tava olhando pro... pro estábulo! É, isso. O estábulo.

–Você odeia o estábulo desde o acidente com o pégaso, Lia –jogou na minha cara, revirando os olhos –Pode falar. Tá afim do garoto novo, né?

–Cala a boca, Nico –bufei –Ele nem o meu tipo...

–Ah, claro. –sorriu novamente, me deixando louca de raiva –Aposto como você vai ir falar com ele depois do almoço...

Peguei a primeira coisa que vi na mesa e joguei em Nico, uma uva. Para o meu azar, Nico desviou dela. A fruta foi de encontro com a nuca de Raymond. Quando me dei conta de quem eu tinha acertado, cobri minha boca com as duas mãos, morrendo de vergonha. Raymond olhou para todos os lados, confuso. Clarisse apontou para mim.

–Foi a Hunter, Quíron –berrou, despertando um mim uma vontade de ter acertado ela, mas ao invés de uma uva, trocasse por uma melancia –Eu vi!

Todos os olhares voltaram-se para mim. Tive vontade de me esconder debaixo da mesa e ficar lá para sempre. Quíron me olhou desapontado.

–Lia-

–Foi sem querer –cuspi, sentindo o rosto arder.

–Você jogou uma uva na minha cabeça “sem querer”? –perguntou Raymond.

–Desculpe... –sabe aquela vontade de morrer? Pois é. –Eu...

–Quero que me espere na Casa Grande, Lia –disse Quíron.

–Sim, senhor –resmunguei, de cabeça baixa. Nico virou-se para mim com um olhar de: vai ficar tudo bem. Andei na direção da Casa Grande, calada. Passando por todas aquelas mesas que não pareciam ter fim.

...

Fiquei sentada numa cadeira na varanda, me perguntando o que aconteceria. Quando Quíron chegou, me deu um olhar de reprovação que me fez querer sumir da face da terra.

–Me diga, o que aconteceu –pediu, com uma calmaria na voz que me lembrou todas as vezes que fui expulsa das escolas em que estudei. Todos os diretores começavam com essa frase. Me perguntei se Quíron iria me expulsar do acampamento.

–Quíron... por favor... –tentei explicar, me sentindo estúpida –Eu não tinha a intenção de... droga. Eu queria ter jogado no Nico.

–Nico? Por que?

–Ele estava dizendo que... ele... ele tava fazendo uma brincadeira de mau gosto.

–Eu convivo com semideuses à muito tempo, Lia –advertiu –Reconheço quando alguém está mentindo.

–Mas... Quíron...

–A parte em que você disse que queria acertar Nico, nisso eu acredito. Mas o resto...

–Por favor, Quíron. Não me faça falar isso...

–Tudo bem. Está liberada.

–O que? Sério? –arregalei os olhos.

–Sim. Mas se você quiser um castigo...

–Não, não, não. Valeu. Tenho que treinar, sabe –pulei para o gramado –Valeu, Quíron. Tchau.

Corri para a próxima aula, grego antigo com Annabeth. No caminho, sem olhar para onde estava indo. Esbarrei em alguém, que caiu no chão junto comigo com o impacto. Acreditem ou não, era Raymond novamente.

–Ah, deuses –falei, ignorando a dor lancinante na cabeça –Me desculpe. Eu não...

–Acho que temos que parar de nos encontrar assim –sorriu ele, levantando-se do chão.

–Eu... desculpa mesmo, culpa minha.

–Tá, tudo bem –bateu a poeira na camisa –Todo novato passa por esse teste de stress? Ou é pura coincidência você ter me acertado com uma uva e me jogado no chão no mesmo dia?

–Foi mal pela uva, sério –chequei se eu tinha algum arranhão –O alvo não era você...

–Sou Raymond –disse, como se não tivesse me escutado –Me chame Ray, a maioria chama.

–Meu nome é Lia –falei, encarando aqueles olhos verdes hipnotizadores.

–Hã... eu estou meio perdido. Onde você estava indo?

–Aula de grego –respondi.

–Ótimo -deu de ombros -, me leva lá.


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Notas finais do capítulo

E então, gente.

O que acharam?

Não se esqueçam de comentar!



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