Lia Hunter, Uma Filha de Hades escrita por Passado Dramático Apagado


Capítulo 22
-Faço Um Tour Pelo Acampamento-


Notas iniciais do capítulo

Sei que não é muita coisa, mas estou sem ideias



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Acompanhei Ray até a aula e fui mostrando o lugar pelo caminho.

–Ali são os estábulos –apontei -Fale com Butch para conseguir seu pégaso. Mas tem que fazer um “teste drive” pra ver se você se dá bem com aquelas coisas.

–Coisas? –perguntou ele –Não parece que você gosta muito dos pégasos...

–Longa história –dei de ombros –Mas eu tenho meu pégaso pessoal, Axius. Ele é... digamos... diferente desses daí –sorri, imaginando a cara que Ray faria se eu lhe mostrasse Axius.

–Diferente? –olhou distraído para o lago da canoagem, dava pra ver que ele estava perguntando por educação.

–É outra longa história... –continuei andando.

–Você tem muitas “longas histórias”, não? –sorriu, me seguindo.

Dei um risinho abafado, ele era realmente único entre todos os garotos que eu havia conhecido. Me perguntei qual deus seria seu pai ou mãe. Ele me lembrava alguém. Mas eu não coseguia me lembrar quem.

–Então... –pigarreei –você morava com seu pai ou sua mãe? Tipo, antes de vir pra cá.

–Com minha tia –respondeu –Minha mãe morreu afogada, pelo o que eu sei. E minha tia diz que nunca sequer se encontrou com meu pai. Meu pai que é um deus, que eu sabia, né.

–Sinto muito –falei.

–Não sinta, não foi culpa sua. Ela se matou.

–Oh... –ficamos num silêncio momentâneo. Ele olhava para o lago de uma maneira esquisita, como se gostasse e não gostasse ao mesmo tempo.

–Hã... e onde nós íamos mesmo?

–Aula de grego... ai, meus deuses! Estamos muito atrasados! Vem, por aqui –corri para o anfiteatro, esperando por outra bronca de Annabeth –Ela vai me matar...

–Espera... essa parte do matar é brincadeira, certo? Tipo, ninguém vai matar a gente, né? Eu quase morri hoje de manhã, sabe. E não quero repetir a dose...

–É jeito de falar, Ray –rolei os olhos –Ninguém vai matar a gente aqui dentro.

–Ah, que alívio –suspirou –Espera, o que quer dizer com aqui dentro?

Chegamos aos tropeços no anfiteatro, atrapalhando a leitura em voz alta de Annabeth, que me deu o típico olhar “vocês estão atrasados”. Annabeth daria uma ótima professora má.

–Foi mal. Eu estava acompanhando o novato e... –me interrompi, ao ver que ela não engoliria qualquer coisa que eu falasse –Estamos indo nos sentar –avisei com cautela, puxando Ray pelo pulso e me sentando nos longos bancos do anfiteatro.

–Então... –Annabeth se recompôs –Antes de nos atrapalharem, estávamos lendo Homero. Continue para mim, Paul, por favor. Traduza o primeiro parágrafo para o grego

–Certo –falou, procurando as linhas daquele texto enorme -Tragoudí̱ste , o̱ moúsa , o ánthro̱pos óti mánkas,
Rasa ieró Ílion, échase to klíma sto klíma,
Vlépontás to apó pollés chó̱res me diáforous trópous.
Chílies ékstasi̱ pou ypésti̱ sti̱n equóreo si̱meío , Giatí anamoní̱ zo̱í̱ kai ti̱n pláti̱ tou?
Baldo epithymía ! Af̱toí échasan ti̱ zo̱í̱ tous , échontas paráfro̱n
Gia na diagrápsete Hiperiônio vódia fáei ,
Poios den í̱thele na tous diafo̱tistikí̱ spíti .
Ta pánta , O apógonos Dial , mou si̱meía kai na thymáste.

–Excelente –sorriu Annabeth, depois virou-se para mim –Poderia traduzir para mim, Lia?

–Hã... –peguei o livro de Paul e fui traduzindo o que conseguia –“Cante, musa, o verão tão astucioso...” hã... “Rasa Ílion santa, errou de clima em clima. Viu de muitas nações vários costumes...” por favor, não me faça traduzir mais que isso... minha cabeça já está doendo...

Annabeth suspirou.

–Tudo bem, Lia –falou –Traduza para mim então, Bia.

–O.k. –falou, quando lhe passei o livro –“Mil transes padeceu no Equóreo ponto, Por segurar a vida e aos seus à volta [...]”

...

Depois da aula, eu e Ray fomos para o lago de canoagem e fiquei vendo ele remar no caiaque com uma facilidade além do normal, parecia que ele fazia aquilo à anos. As náiades olhavam para ele com espanto, e depois de um tempo, ficavam olhando-o e acenando para ele, dando risinhos histéricos.

Mostrei o resto do acampamento para ele e logo já havia chegado a hora do almoço.

–Então... –disse ele, andando ao meu lado –vai jogar o que em mim agora? Uma maçã? Um morango? –riu, zombeteiro.

–Que tal um abacaxi? –sorri também.

–Que tal voltarmos para as uvas? Acho mais seguro– fingiu um medo e deu aquele sorriso irônico novamente. Rimos juntos até chegarmos no pavilhão e nos separarmos cada um para sua mesa.

–Como foi seu encontro com o garoto novo? –perguntou Nico, assim me sentei do seu lado –beijaram muito?

–Cala a boca –mandei, verificando se ninguém tinha ouvido –Eu só mostrei o lugar pra ele, tá? Para de me encher.

–Eu sei, eu segui vocês. Ficou babando pra ele no lago... estava pensando nos nomes dos filhos que vocês vão ter? Quero ser o padrinho!

–Cala a boca! –gritei, ficando realmente zangada –Ótimo, perdi o apetite –me levantei e fui para o chalé treze pisando forte e resmungando todas as pragas que consegui.


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Notas finais do capítulo

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