Karina POV

Acordei muito sonolenta e com uma baita dor na coluna. Vi que tinha dormido no sofá com Cobra sobre mim. Levantei e flashes da noite anterior voltaram à minha mente:

Karina! Ele me olhava com os olhos arregalados, com um misto de alegria e culpa. Nós não usamos camisinha! Comecei a respirar em descompasso, e me sentei no sofá, aflita.

E agora? Falei, nervosa.

Agora, se tiver um gurizinho, eu vou criar. Ele passou a mão na minha barriga e eu a empurrei.

Para Cobra, é sério! O que a gente faria? Falei, muito nervosa. Meu filho ia nascer sem pai. Meu pai ia matar o Cobra, antes mesmo de o bebê nascer!

Calma meu amor, nós íamos ser uma família feliz e você casava comigo. Ele falou, como se tudo fosse uma brincadeira.

Isso é um pedido de casamento, senhor Ricardo? Falei, relaxando um pouco. Eu não sabia se iria engravidar ou não.

Depende de você. Quer ser a senhora Cobreloa, Karina? Eu o encarei e comecei a rir. Como assim casar?

Cobra, eu sou muito nova pra casar. Sem contar que eu não vou engravidar assim também... Falei e ele me encarou, como se lembrasse de algo.

Claro que tem né K, por via das dúvidas compra a pílula do dia seguinte. Mas que eu quero ter um filho com você eu quero. E você, mocinha... ele passou o dedo sobre meu nariz. vai se casar comigo e eu vou te agarrar todos os dias. Ele beijou meu pescoço.

Como eu não pensei na pílula antes? Acredita que eu fiquei com medo de ficar grávida mesmo? Falei e ri da minha ingenuidade.

K, você é menininha, pirralinha. Ele riu e me beijou. O encarei maliciosamente.

Na cama você não acha isso! Ele sorriu e nós começamos tudo de novo...

Empurrei Cobra lentamente e fui me arrastando, até quase cair no chão e me levantar. Mesmo Cobra já tendo visto meu corpo mais de uma vez, eu corri para vestir minha roupa, antes que ele acordasse. Fui ao banheiro e quando voltei ele estava coçando os olhos, com a carinha mais linda de confusão.

Onde você vai amor? Perguntou, se levantando. Devia ser pecado ele ficar assim... é... assim... na minha frente.

Vou embora, já ta tarde. Ainda preciso passar no posto de saúde. Falei e segurei sua bochecha, o beijando. Saí rápido, antes que ele acordasse e não me deixasse sair de lá.

Duca POV

Tinha tempo que eu não tinha notícias do Alan e estava preocupado com meu irmão. Ele tinha ido treinar no exterior depois de saber que Nat já estava apaixonada por mim e que entre eles seria difícil rolar alguma coisa. Liguei pra ele e fiquei nervoso enquanto chamava e ninguém atendia.

Alô. Uma voz de mulher atendeu e eu sorri, pensando que meu irmão estava aproveitando por lá.

Oi, eu poderia falar com o Alan? Perguntei.

Alan? Esse telefone é meu, quem fala?- A moça falou e eu fiquei assustado.

É o Duca. Você não conhece nenhum Alan? Falei preocupado. Aquele era o número que ele tinha me passado quando chegou lá.

Não, desculpa, realmente não conheço. Olha, meu nome é Veridiana, qualquer coisa eu te falo, mas eu não conheço mesmo! Ela disse. Sua respiração ficou pesada no telefone. Vou ter que desligar. Ela desligou e eu fiquei lá, sem reação.

Cobra POV

Karina me deixava maluco. Ela era a mulher da minha vida e eu ia conseguir casar com ela um dia. Mas eu entendo que agora era complicado. E o que foi aquilo de engravidar? Parece que eu tava louco. Também, com aquele corpo nas minhas mãos eu não conseguia pensar em nada, só em ama la loucamente. Mas Karina foi embora cedo, será que eu fiz alguma coisa errada?

Karina POV

Fui ao posto de saúde e consegui a pílula, tomei sem água mesmo, pra fazer efeito logo e corri pra casa. Entrei e dei de cara com meu pai.

Karina Duarte, aonde você estava? Ele estava em pé, de braços cruzados, me olhando como se fosse comer meu fígado.

Pai, ta na cara né... Bianca parou de falar ao receber um cutucão de Dandara. Eu encarava meu pai amedrontada.

Pai, vou falar logo, eu estava com o Cobra. Falei a verdade, até porque ele já devia ta desconfiado disso.

Minha filhinha! Ele socou a parede. Eu mato aquele moleque! Segurei o braço dele.

Pai você não vai fazer nada com o Cobra! Implorei. Pai, não foi nada demais.

Nada demais? Vai dizer o que Karina, que vocês ficaram jogando poker a noite toda? Falou ele, rindo ironicamente.

Poker não, mas strip poker... João falou e eu e Bianca o encaramos indignadas.

Cala a boca João! Falamos juntas.

Sai da minha frente Karina! Meu pai já ia me puxar, quando a campainha tocou. - Se for aquele Mefistófele!! Eu mato ele! Meu pai me tirou de perto dele e foi abrir a porta. Eu e Bianca fomos abraçadas, já esperando o velório de Cobra, mas quem entrou foi Duca.

Mestre, preciso falar com o senhor urgente! É sobre o Alan! Falou ele. Meu pai se sentou, preocupado com o que Duca tinha dito e eu corri para o QG preocupada com o meu amor!

Cobra POV

Eu estava no QG, tranquilão, ainda pensando na minha novinha, quando vi um carro preto parar do outro lado da rua. Fiquei encarando a movimentação, até que vi os caras vindo em minha direção. Eram dois caras grandes, bem brutamontes mesmo, mas eu não ia desistir de uma luta. Corri e me preparei e quando eles entraram comecei a dar golpes que a principio os surpreenderam, mas depois, eles conseguiam retrucar. Um deles me pegou por trás, e me segurou, enquanto o outro me batia. Me senti fraco, e com gosto de sangue na boca. Vi quando a porta do QG abriu e ouvi uma voz fina falando:

Deixa meu namorado em paz!